Estrela Cadente - 18
Título: Estrela Cadente
Capítulos: 18/??
Autora: lahy
Gênero: angst, fluffy
Bandas: Aikaryu - Whiteblack - Irodori - Hizaki
Pares: Daiki x Shagrath, Tatsuya x Shagrath, Ruri x Kanoe, Hiro x Ruri
Classificação: NC-17
Disclaimer: x_x infelizmente eu não tenho os direitos da banda. Eles ainda são deles mesmos e tem contrato com a Crow Music. Isso é apenas um trabalho fictício feito com deturpações de coisas escritas nos blogs e sem nenhum fim lucrativo. A não ser reviews o.o' Reviews sempre são lucro!
Alertas: linguagem ofensiva em alguns capítulos
Sumário: Um grave acidente pode ser o fim de tudo, ou não?
Comentário: A idéia para essa fic surgiu por causa de um comentário do blog do Daiki, =D obviamente deturpado pela minha mente que vê yaoi em qualquer lugar. Eu também tirei muitas informações sobre o acidente de lá, assim como do blog do Teru e do Shagrath. Algumas foram ligeiramente modificadas, apenas para dar um melhor andamento a fic.
Capítulos anteriores: 01| 02 | 03 | 04 | 05 | 06 | 07 | 08 | 09 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 |
Estrela Cadente
Capítulo 18
Daiki olhou ao redor enquanto a mulher fazia a embalagem da forma como ele havia pedido. Observou melhor a atendente pedir ajuda a outra jovem. Pelo visto, iriam demorar para fazer o pacote. Não se importando, andou pela loja, procurando algo para si mesmo.
- Não cumprimenta mais os amigos? - a voz estranhamente familiar perguntou, fazendo Daiki olhar para o lado. Um jovem de cabelos negros, presos em um rabo de cavalo com duas mechas soltas na frente, e com os olhos escondidos atrás de um óculos escuros, sorria. - Como você vai, Dai-chan?
O baixista do Aikaryu arregalou os olhos, finalmente reconhecendo a pessoa.
- ... Reiru. - murmurou, fazendo o sorriso do outro se alargar ainda mais. Daiki olhava incrédulo, não via Reiru desde 2005. - Nossa!! Eu nunca mais te encontrei por ai! Como você está? Está tocando em alguma banda? - perguntou empolgado, feliz por ver o amigo de tempos atrás.
- Eu estou bem, mas não estou trabalhando com música. Assumi os negócios do meu pai. - disse calmo, colocando a mão em um bolso da jaqueta preta.
- Aquela empresa de segurança gigantesca? - o baixista assobiou surpreso. A tal empresa era uma das mais conhecidas da região de Kyoto. Especialista em segurança e desenvolvimento de alta-tecnologia para esse fim. - Então virou um homem de negócios, quem diria. - Daiki riu, diante do fato. Reiru sempre dizia que não assumiria os negócios do pai, e lá estava ele.
- E você? Continua no Aikaryu? - o homem de cabelos longos perguntou, embora já soubesse a resposta.
- Sim, mas... - o baixista parou de falar ao ver a atendente se aproximando com o embrulho em mãos.
- Assim está bom senhor? - perguntou, receosa por ter interrompido a conversa.
Daiki sorriu para a jovem, pegando o pacote em mãos e analisando com cuidado diante do olhar estranho da garota e de Reiru.
- Sim!! Isso mesmo que eu queria! Muito obrigado! Pode colocar em uma sacola, por favor? - pediu com um sorriso de pura satisfação no rosto. - Ah sim! Vocês têm cartões aqui? Eu queria colocar um junto com o embrulho. - pediu vendo a mulher se afastar para tentar atender seu pedido.
- O que diabos é esse pacote? - Reiru perguntou rindo, não acreditando que Daiki havia pedido algo assim para a pobre moça.
- É um presente. - o baixista riu.
- Namorada? Você vai assustar a garota com isso - o homem de cabelos longos disse, apontando para a direção que a moça havia ido.
- Não, não. É para o meu guitarrista. Ele esteve no hospital por alguns meses e está saindo hoje. - os dois se dirigiram ao balcão para Daiki pegar o embrulho.
- Temos vários cartões, senhor, qual o senhor prefere? - a moça perguntou gentilmente, mostrando os modelos disponíveis.
- Daiki, foi o Teru ou o Takamasa que esteve doente? - Reiru perguntou, ligeiramente aflito.
- Não, o Takamasa saiu da banda ano passado. Eu estou indo ver Shagrath, nosso novo guitarrista. Você deveria conhece-lo Reiru, tenho certeza que se dariam bem. - Daiki sorriu, pegando um cartão que tinha o desenho de uma aranha com as patas costuradas e a lingua para fora.
- Esse cara tem um gosto peculiar, não? - Reiru perguntou, vendo Daiki escrever alguma coisa no cartão e colocá-lo junto do embrulho mais esquisito que o empresário já tinha visto em sua vida.
- Ele é meio doido, mas todo mundo gosta muito dele. - o baixista disse sorrindo, entregando o dinheiro para a mulher.
- Aceita tomar alguma coisa Dai-chan? Prometo que não tomo muito do seu tempo. - sorriu docemente, vendo o baixista aceitar. - E diga, o que aconteceu com o guitarrista de vocês?
Daiki olhou surpreso, pensou que Tatsuya tinha avisado a todos, mas talvez ele não tivesse conseguido entrar em contato com Reiru, afinal, ele era um empresário importante agora.
- Você não soube? Foi um acidente de carro com a banda toda no final de março. Saiu na televisão até. - disse vendo o amigo tirar os óculos escuros, encarando-o incrédulo.
- Eu não soube! Estão todos bem? - o tom de preocupação fez Daiki ter certeza que a notícia era nova para o amigo. - Teru-chan, Kaworu e Uli?
- Bem, Kaworu não se machucou muito. Eu e Teru-chan ficamos algumas semanas no hospital, mas ele está bem. Uli machucou feio as pernas, não volta tocar até o ano que vem, de certeza. E Shagrath foi o caso mais grave, mas milagrosamente ele sobreviveu. Sano também estava lá, você chegou a conhece-lo? Ele saiu semana passada do hospital.
- Sim, sim, conheci o Sano. Nossa! Eu não sabia disso Daiki. Teru-chan ainda mora no mesmo lugar? Eu gostaria de ir visitá-lo. E o Uli? Eu também queria vê-lo. - perguntou ainda surpreso com a notícia.
- Aham, Teru mora no mesmo lugar. E o Uli está no hospital, eu anoto o endereço pra você.
- Ele ainda está com o Hizaki?
- Não, não, terminaram faz algum tempo já. Quem está morando temporariamente com ele é o Kanoe. - Daiki não deixou de reparar no sorriso de Reiru.
- Ka-chan está bem? Eu... Eu realmente gostaria de vê-lo de novo. - o empresário disse timidamente.
- Ele está bem sim, saiu de casa e está na casa do Teru por enquanto, já que ele precisa de ajuda com algumas coisas mesmo. Vá visitar o Teru, o Kanoe vai recebe-lo com um sorriso no rosto, tenho certeza. - Reiru sorriu, colocando uma das mechas soltas para trás da orelha.
- Kanoe sempre foi um amor de pessoa. - o celular do empresário tocou, obrigando-o a atender visivelmente contrariado.
Alguns monosilábos depois e Reiru olhava para Daiki visivelmente chateado.
- Dai-chan, vou ter que ir. Diga para os outros que eu mandei lembranças e que vou visitar o Teru e o Uli logo. - Daiki despediu-se, vendo um carro preto parar na esquina e Reiru correr naquela direção, entrando no carro.
O baixista ainda ficou ali na calçada, tentando se lembrar de alguma coisa que nem mesmo tinha certeza o que era, mas não conseguiu. Voltando o olhar para a sacola em suas mãos, não deixou de se sentir satisfeito. Tinha certeza absoluta que Shagrath adoraria o presente.
Caminhou até o ponto de ônibus, queria entregar aquilo para Shagrath ainda naquela manhã, por isso era melhor passar na casa dele antes de ir para a sua própria.
Desceu no ponto mais perto, andando os poucos metros até a casa familiar, apesar de fazer tempo dele não entrar ali.
Tocou a campainha, esperando que a porta fosse aberta.
- Daiki-kun! Bom dia querido, entre. O Tetsu-chan está no quarto. - a mulher disse visivelmente feliz, fazendo Daiki sorrir.
- Obrigado Umagome-san. - subiu as escadas sem fazer muito barulho, batendo duas vezes na porta do quarto antes de abri-la.
O guitarrista olhou para ele, abrindo um sorriso radiante enquanto levantava com cuidado.
- Daiki!!! Olha, olha! São as minhas coisas, o meu quarto, o meu teto! - apontou para cima fazendo o baixista sorrir.
- Sim Shagrath, é por isso que eles chamam de "voltar para casa" - Daiki disse, aproximando-se e entregando a sacola para ele. - Seja bem vindo de volta. - falou suavemente, vendo os olhos castanhos o observarem com atenção, completamente marejados.
O baixista sentiu o corpo menor grudar-se ao seu, enquanto os braços de Shagrath entrelaçavam-se nas suas costas, cabeça devidamente aninhada em seu peito. Sentiu seu corpo todo tremer com o contato repentino, e foi inevitável corar completamente. Respirando fundo e tentando se acalmar, ele retribui o abraço um tanto sem jeito.
- Obrigado Daiki. Muito obrigado por tudo. - disse baixinho, afastando-se e tentando enxugar as lágrimas que caiam.
O baixista segurou delicadamente em seus pulsos, fazendo-o levantar o olhar para poder encara-lo. Daiki passou a mão no rosto de Shagrath, limpando as lágrimas no rosto dele suavemente.
- Não é pra você chorar, seu bobo. - Daiki disse tão suavemente que fez o menor sorrir.
- É de felicidade. - Shagrath abaixou a cabeça novamente - Porque eu estou feliz por ter voltado. - sorriu, andando devagar até a cama e tirando o embrulho da sacola.
Daiki riu diante da expressão de estranhamento, seguida do sorriso radiante e uma gargalhada.
- É uma aranha cor de rosa!!!! Daiki é uma pink spider!!! - ele disse apontando para o pacote, olhando-o de todos os ângulos possíveis, como uma criança ao receber um presente muito esperado. - Como você fez isso? - perguntou empolgado.
- Eu não fiz, foi a coitada da moça da loja. Se você abrir por baixo, não estraga o pacote. - Daiki sorriu vendo a felicidade estampada no rosto do guitarrista, que estava ocupado virando o pacote e tirando o presente de dentro dele.
- Eu adorei essa aranha! - ele disse, só então observando o que tinha em mãos. - Daiki... - disse surpreso, olhando do presente para o baixista e então para o presente de novo. - É o hide SINGLES - Junk Story. Daiki!!! É o último que faltava...
- Para a sua coleção, eu sei. - Daiki sorriu, vendo o mais novo admirar o presente como uma mulher ao ganhar uma jóia caríssima. - Ryu-chan!!! Ryuiji!!! - o menor gritou empolgado, fazendo Daiki rir.
E as risadas de Daiki aumentaram ainda mais ao ver o irmão mais velho de Shagrath abrir a porta ofegante, visivelmente preocupado.
- Veja Ryu!! Olha o que o Daiki me deu! - mostrou a caixa do box para o irmão que o encarava com uma verdadeira expressão de raiva.
- Seu idiota!!! Não grite assim ou me mata do coração! - o homem mais velho disse, entrando no quarto e cumprimentando o baixista. - Meu irmão é completamente sem noção. - Ryuiji murmurou para Daiki, que apenas confirmou em um gesto de cabeça.
- Olha! É o box do hide que eu não tinha! - a felicidade evidente do irmão menor fez Ryuiji suavizar a expressão. E apertar o irmão bem forte.
- Você é um fofo sabia? - disse dando um beijo no topo da cabeça do irmão e levantando. - Alias, o Tatsuya está lá embaixo falando com a mamãe, eu vou dizer que ele pode subir se quiser.
- Tá! - respondeu levantando um braço, ainda radiante com a caixa na mão.
- Daiki... - o baixista olhou para ele, esperando que continuasse - obrigado pelo presente. - sorriu timidamente, pouco antes de Tatsuya aparecer na porta.
O guitarrista sorriu para o produtor, ao mesmo tempo em que ele entrava cumprimentando os dois presentes no quarto. Olhando para Daiki, para Shagrath e então para o estranho embrulho e o box de hide em cima da cama.
- Como é estar em casa? - perguntou para o guitarrista.
- Eu gosto do teto do meu quarto. - Tatsuya olhou bem para Shagrath, com uma expressão de quem não entendia, depois olhou para Daiki que parecia também tentar entender a frase.
A risada do baixista foi a deixa para Tatsuya rir também. Shagrath definitivamente não fazia o menor sentido a maior parte do tempo.
- Shagrath, eu estava conversando com a sua mãe, e a gente quer te levar pra comemorar o dia de hoje, junto com o seu irmão e o pessoal da gravadora. - Tatsuya disse com um sorriso no rosto, fazendo o guitarrista piscar enquanto tentava entender a idéia e Daiki olhar com atenção.
- A gente pode ir naquele restaurante de ramen perto do Kyoto Muse, é barato, né Daiki? Dai dá pra ir todo mundo. Que tal? - sorriu vendo Tatsuya rir e negar em um gesto de cabeça.
- Não. Eu quero te levar em um lugar especial. É uma data especial pra ser comemorada no lugar certo. Então eu quero te levar, junto com a sua família, que inclui a Crow, para jantar em um lugar que eu conheço. - Tatsuya disse abraçando o menor que apenas ria, enquanto Daiki os observava em silêncio.
- Que lugar seria? - perguntou animado, vendo o vocalista do Whiteblack colocar um dedo sobre os lábios em gesto de segredo. - Ahhhhh! Daiki!!! Me ajude! Faça ele falar. - disse rindo, vendo um sorriso doce surgir no rosto do amigo.
- Se Tatsuya quer guardar segredo, é porque ele quer lhe fazer uma surpresa. - Daiki levantou, caminhando até o menor e o abraçando. - Eu vou indo, cuide-se ok?
- Você vai lá hoje Daiki? - Shagrath perguntou e o baixista sorriu afirmando que sim.
- Eu lhe mando uma mensagem com o lugar e o horário. - Tatsuya disse vendo o baixista sair do quarto.
Daiki ainda ouviu o vocalista perguntar para o mais novo o que ele havia ganhado de presente, e Shagrath falar do box animado. Sorriu, satisfeito por pelo menos ser capaz de conseguir fazer parte da alegria de Shagrath.
Desceu as escadas vendo Ryuiji assistindo televisão.
- Daiki-kun, já vai? - Umagome-san perguntou, vendo o baixista acenar.
- Vim apenas me despedir, eu prometi que ia visitar o Uli hoje.
- Daiki, você não vai faltar no jantar, né? - Ryuiji perguntou da sala, virando-se para o moreno.
- Não. Eu vou sim. Provavelmente o Kaworu e o Teru também irão. - Sorriu para o homem mais velho. - Umagome-san, até a noite. - disse para a mulher que abriu a porta, despedindo-se do baixista.
Suspirando, Daiki andou até o ponto de onibus. Sentando-se cabisbaixo. Por que ainda tentava? Não importava o que fazia. A atenção de Shagrath nunca era voltada a ele. Seria sempre apenas o amigo, colega de banda, ou seja lá o que a mente estranha do guitarrista o classificasse.
- Conforme-se Daiki. - murmurou para si mesmo. Vendo o ônibus se aproximar do ponto. Talvez, fosse melhor mesmo tentar esquecer o guitarrista.
***
Teru olhou para o corpo deitado em seu sofá. Fazia dias que Kanoe estava assim, apático. Ele ia para o ensaio, voltava, cozinhava de vez em quando, fazia as coisas normais... Mas nos tempos vagos ele ficava ali, quietinho, deitado no sofá, fingindo que via televisão. E Teru sabia que ele fingia porque... Bem, não existia nenhuma explicação lógica para Kanoe estar vendo um programa sobre o dia-a-dia do bicho-preguiça argentino.
- Kanoe-chan - chamou, vendo que os olhos do baixista nem mesmo se desviaram da tevê. Aproximou-se dois passos, chegando mais perto do sofá - Kanoe-chan - tentou de novo, não conseguindo nenhum resultado novamente.
Irritado, Teru se aproximou da tomada, puxando o fio e desligando o aparelho, mesmo assim Kanoe continuava a olhar fixamente para a tela, como se estivesse em um outro mundo qualquer.
O guitarrista loiro se aproximou do sofá, não pensando duas vezes antes de dar um tapa no rosto de Kanoe. Finalmente conseguindo a atenção do baixista. Que apenas colocou a mão em cima do lado do rosto que Teru tinha batido, olhando assustado para o guitarrista.
- Perdão... Você... Eu chamei e você... Você não respondia. Desculpe Kanoe, desculpe. - pediu ajoelhando no sofá ao lado de Kanoe. - Ka-chan, o que está acontecendo? - perguntou preocupado, vendo os olhos castanhos de Kanoe voltarem-se para si.
- Teru-chan... - chamou vendo o loirinho o observando atentamente. - Você... Você transaria comigo?
Era difícil definir exatamente qual o tom de vermelho no rosto de Teru, se chegava a ser escarlate, ou já tinha subido alguns níveis e estava no roxo fortíssimo.
- Ka... Ka... Eu?! - perguntou apontando para si mesmo e então baixando o rosto, escondendo-se atrás dos fios de cabelo dourados.
- É, você. Você transaria comigo? Você... Você acha que eu sou atraente? Sei lá, bonito... Qualquer coisa do tipo.
- Ka-chan... É... Sim, você é bonito. Muito, muito bonito, mesmo. - baixou a cabeça, tentando esconder a vergonha que estava sentindo.
- Então você transaria comigo? - perguntou, olhando para Teru, que se pudesse cavaria um buraco para o apartamento de baixo e nunca mais sairia de lá.
O loirinho apenas afirmou positivamente em um movimento de cabeça, dando uma resposta para o baixista.
Vendo que as perguntas constrangedoras haviam acabado, Teru voltou a olhar para Kanoe, que estava sentado no sofá com uma expressão pensativa.
- Ka-chan...
- Eu vou esquecer o Ruri. - o baixista olhou para ele sério e decidido. - Juro pra você Teru, eu vou fazer o possível e o impossível para esquecer o Ruri. Porque eu me recuso a sair do Irodori, e eu sei que se as coisas continuarem desse jeito, nós não vamos andar pra frente. Então, eu vou esquecer o Ruri.
Teru sorriu diante daquele olhar tão firme e cheio de confiança. Não sabia o que tinha acontecido, talvez Kanoe não quisesse lhe dizer, mas sem dúvidas, era algo que tinha sido decisivo para o baixista.
- Se esse sentimento te faz mal, é o melhor a fazer, ne? - Teru sorriu, recebendo um abraço do baixista.
- Promete Teru? Promete que me ajuda? - pediu, deixando as lágrimas cairem. Lágrimas que ele tentava derramar desde o dia que havia visto Ruri no estúdio, e não tinha conseguido. Lágrimas que estavam presas a mais de uma semana. Lágrimas por um amor tão bonito que havia sido destruido antes de poder atingir seu máximo, de uma amizade tão especial que jamais voltaria a ser a mesma. Porque mesmo que Kanoe esquecesse seus sentimentos por Ruri, a confiança entre eles havia se quebrado para sempre.
- Kanoe, eu vou fazer o que puder pra te ajudar. - o loirinho disse, acariciando os fios mechados do baixista que chorava como uma criança abandonada, com a cabeça recostada no seu peito.
Naquele instante, Teru compreendeu que Ruri tinha ferido Kanoe da mesma forma que Hizaki havia feito com ele. Não havia mais confiança. Por mais amor que existisse, o feitiço havia se quebrado.
Deixando uma lágrima cair, Teru abraçou Kanoe com força, chorando junto com o amigo pelas dores dele e, principalmente, por suas próprias dores. Porque sabia mais do que ninguém, como era difícil esquecer um verdadeiro amor.
Continua...
2007.2503
Notas: 1º - o_o ok, essa atualização veio mais rápido do que eu imaginava
2º - o_o Mais informações sobre quem era Reiru só no próximo capítulo xD.
3º - \o/ FINALMENTE o Shagrath saiu do hospital!
4º- E Ryuiji foi o nome que eu escolhi para o irmão do Shagrath. Eu não faço a menor idéia de qual o nome do irmão dele xD mas por algum motivo bizarro eu acho que o Shagrath tem cara de quem tem um irmãozão legal chamado Ryuiji. E caso alguém não se lembre, ele já apareceu antes, em algum capítulo aí atrás. Mas eu não mencionei o nome dele, só a presença dele no quarto de hospital e blablabla.
Capítulos: 18/??
Autora: lahy
Gênero: angst, fluffy
Bandas: Aikaryu - Whiteblack - Irodori - Hizaki
Pares: Daiki x Shagrath, Tatsuya x Shagrath, Ruri x Kanoe, Hiro x Ruri
Classificação: NC-17
Disclaimer: x_x infelizmente eu não tenho os direitos da banda. Eles ainda são deles mesmos e tem contrato com a Crow Music. Isso é apenas um trabalho fictício feito com deturpações de coisas escritas nos blogs e sem nenhum fim lucrativo. A não ser reviews o.o' Reviews sempre são lucro!
Alertas: linguagem ofensiva em alguns capítulos
Sumário: Um grave acidente pode ser o fim de tudo, ou não?
Comentário: A idéia para essa fic surgiu por causa de um comentário do blog do Daiki, =D obviamente deturpado pela minha mente que vê yaoi em qualquer lugar. Eu também tirei muitas informações sobre o acidente de lá, assim como do blog do Teru e do Shagrath. Algumas foram ligeiramente modificadas, apenas para dar um melhor andamento a fic.
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Estrela Cadente
Capítulo 18
Daiki olhou ao redor enquanto a mulher fazia a embalagem da forma como ele havia pedido. Observou melhor a atendente pedir ajuda a outra jovem. Pelo visto, iriam demorar para fazer o pacote. Não se importando, andou pela loja, procurando algo para si mesmo.
- Não cumprimenta mais os amigos? - a voz estranhamente familiar perguntou, fazendo Daiki olhar para o lado. Um jovem de cabelos negros, presos em um rabo de cavalo com duas mechas soltas na frente, e com os olhos escondidos atrás de um óculos escuros, sorria. - Como você vai, Dai-chan?
O baixista do Aikaryu arregalou os olhos, finalmente reconhecendo a pessoa.
- ... Reiru. - murmurou, fazendo o sorriso do outro se alargar ainda mais. Daiki olhava incrédulo, não via Reiru desde 2005. - Nossa!! Eu nunca mais te encontrei por ai! Como você está? Está tocando em alguma banda? - perguntou empolgado, feliz por ver o amigo de tempos atrás.
- Eu estou bem, mas não estou trabalhando com música. Assumi os negócios do meu pai. - disse calmo, colocando a mão em um bolso da jaqueta preta.
- Aquela empresa de segurança gigantesca? - o baixista assobiou surpreso. A tal empresa era uma das mais conhecidas da região de Kyoto. Especialista em segurança e desenvolvimento de alta-tecnologia para esse fim. - Então virou um homem de negócios, quem diria. - Daiki riu, diante do fato. Reiru sempre dizia que não assumiria os negócios do pai, e lá estava ele.
- E você? Continua no Aikaryu? - o homem de cabelos longos perguntou, embora já soubesse a resposta.
- Sim, mas... - o baixista parou de falar ao ver a atendente se aproximando com o embrulho em mãos.
- Assim está bom senhor? - perguntou, receosa por ter interrompido a conversa.
Daiki sorriu para a jovem, pegando o pacote em mãos e analisando com cuidado diante do olhar estranho da garota e de Reiru.
- Sim!! Isso mesmo que eu queria! Muito obrigado! Pode colocar em uma sacola, por favor? - pediu com um sorriso de pura satisfação no rosto. - Ah sim! Vocês têm cartões aqui? Eu queria colocar um junto com o embrulho. - pediu vendo a mulher se afastar para tentar atender seu pedido.
- O que diabos é esse pacote? - Reiru perguntou rindo, não acreditando que Daiki havia pedido algo assim para a pobre moça.
- É um presente. - o baixista riu.
- Namorada? Você vai assustar a garota com isso - o homem de cabelos longos disse, apontando para a direção que a moça havia ido.
- Não, não. É para o meu guitarrista. Ele esteve no hospital por alguns meses e está saindo hoje. - os dois se dirigiram ao balcão para Daiki pegar o embrulho.
- Temos vários cartões, senhor, qual o senhor prefere? - a moça perguntou gentilmente, mostrando os modelos disponíveis.
- Daiki, foi o Teru ou o Takamasa que esteve doente? - Reiru perguntou, ligeiramente aflito.
- Não, o Takamasa saiu da banda ano passado. Eu estou indo ver Shagrath, nosso novo guitarrista. Você deveria conhece-lo Reiru, tenho certeza que se dariam bem. - Daiki sorriu, pegando um cartão que tinha o desenho de uma aranha com as patas costuradas e a lingua para fora.
- Esse cara tem um gosto peculiar, não? - Reiru perguntou, vendo Daiki escrever alguma coisa no cartão e colocá-lo junto do embrulho mais esquisito que o empresário já tinha visto em sua vida.
- Ele é meio doido, mas todo mundo gosta muito dele. - o baixista disse sorrindo, entregando o dinheiro para a mulher.
- Aceita tomar alguma coisa Dai-chan? Prometo que não tomo muito do seu tempo. - sorriu docemente, vendo o baixista aceitar. - E diga, o que aconteceu com o guitarrista de vocês?
Daiki olhou surpreso, pensou que Tatsuya tinha avisado a todos, mas talvez ele não tivesse conseguido entrar em contato com Reiru, afinal, ele era um empresário importante agora.
- Você não soube? Foi um acidente de carro com a banda toda no final de março. Saiu na televisão até. - disse vendo o amigo tirar os óculos escuros, encarando-o incrédulo.
- Eu não soube! Estão todos bem? - o tom de preocupação fez Daiki ter certeza que a notícia era nova para o amigo. - Teru-chan, Kaworu e Uli?
- Bem, Kaworu não se machucou muito. Eu e Teru-chan ficamos algumas semanas no hospital, mas ele está bem. Uli machucou feio as pernas, não volta tocar até o ano que vem, de certeza. E Shagrath foi o caso mais grave, mas milagrosamente ele sobreviveu. Sano também estava lá, você chegou a conhece-lo? Ele saiu semana passada do hospital.
- Sim, sim, conheci o Sano. Nossa! Eu não sabia disso Daiki. Teru-chan ainda mora no mesmo lugar? Eu gostaria de ir visitá-lo. E o Uli? Eu também queria vê-lo. - perguntou ainda surpreso com a notícia.
- Aham, Teru mora no mesmo lugar. E o Uli está no hospital, eu anoto o endereço pra você.
- Ele ainda está com o Hizaki?
- Não, não, terminaram faz algum tempo já. Quem está morando temporariamente com ele é o Kanoe. - Daiki não deixou de reparar no sorriso de Reiru.
- Ka-chan está bem? Eu... Eu realmente gostaria de vê-lo de novo. - o empresário disse timidamente.
- Ele está bem sim, saiu de casa e está na casa do Teru por enquanto, já que ele precisa de ajuda com algumas coisas mesmo. Vá visitar o Teru, o Kanoe vai recebe-lo com um sorriso no rosto, tenho certeza. - Reiru sorriu, colocando uma das mechas soltas para trás da orelha.
- Kanoe sempre foi um amor de pessoa. - o celular do empresário tocou, obrigando-o a atender visivelmente contrariado.
Alguns monosilábos depois e Reiru olhava para Daiki visivelmente chateado.
- Dai-chan, vou ter que ir. Diga para os outros que eu mandei lembranças e que vou visitar o Teru e o Uli logo. - Daiki despediu-se, vendo um carro preto parar na esquina e Reiru correr naquela direção, entrando no carro.
O baixista ainda ficou ali na calçada, tentando se lembrar de alguma coisa que nem mesmo tinha certeza o que era, mas não conseguiu. Voltando o olhar para a sacola em suas mãos, não deixou de se sentir satisfeito. Tinha certeza absoluta que Shagrath adoraria o presente.
Caminhou até o ponto de ônibus, queria entregar aquilo para Shagrath ainda naquela manhã, por isso era melhor passar na casa dele antes de ir para a sua própria.
Desceu no ponto mais perto, andando os poucos metros até a casa familiar, apesar de fazer tempo dele não entrar ali.
Tocou a campainha, esperando que a porta fosse aberta.
- Daiki-kun! Bom dia querido, entre. O Tetsu-chan está no quarto. - a mulher disse visivelmente feliz, fazendo Daiki sorrir.
- Obrigado Umagome-san. - subiu as escadas sem fazer muito barulho, batendo duas vezes na porta do quarto antes de abri-la.
O guitarrista olhou para ele, abrindo um sorriso radiante enquanto levantava com cuidado.
- Daiki!!! Olha, olha! São as minhas coisas, o meu quarto, o meu teto! - apontou para cima fazendo o baixista sorrir.
- Sim Shagrath, é por isso que eles chamam de "voltar para casa" - Daiki disse, aproximando-se e entregando a sacola para ele. - Seja bem vindo de volta. - falou suavemente, vendo os olhos castanhos o observarem com atenção, completamente marejados.
O baixista sentiu o corpo menor grudar-se ao seu, enquanto os braços de Shagrath entrelaçavam-se nas suas costas, cabeça devidamente aninhada em seu peito. Sentiu seu corpo todo tremer com o contato repentino, e foi inevitável corar completamente. Respirando fundo e tentando se acalmar, ele retribui o abraço um tanto sem jeito.
- Obrigado Daiki. Muito obrigado por tudo. - disse baixinho, afastando-se e tentando enxugar as lágrimas que caiam.
O baixista segurou delicadamente em seus pulsos, fazendo-o levantar o olhar para poder encara-lo. Daiki passou a mão no rosto de Shagrath, limpando as lágrimas no rosto dele suavemente.
- Não é pra você chorar, seu bobo. - Daiki disse tão suavemente que fez o menor sorrir.
- É de felicidade. - Shagrath abaixou a cabeça novamente - Porque eu estou feliz por ter voltado. - sorriu, andando devagar até a cama e tirando o embrulho da sacola.
Daiki riu diante da expressão de estranhamento, seguida do sorriso radiante e uma gargalhada.
- É uma aranha cor de rosa!!!! Daiki é uma pink spider!!! - ele disse apontando para o pacote, olhando-o de todos os ângulos possíveis, como uma criança ao receber um presente muito esperado. - Como você fez isso? - perguntou empolgado.
- Eu não fiz, foi a coitada da moça da loja. Se você abrir por baixo, não estraga o pacote. - Daiki sorriu vendo a felicidade estampada no rosto do guitarrista, que estava ocupado virando o pacote e tirando o presente de dentro dele.
- Eu adorei essa aranha! - ele disse, só então observando o que tinha em mãos. - Daiki... - disse surpreso, olhando do presente para o baixista e então para o presente de novo. - É o hide SINGLES - Junk Story. Daiki!!! É o último que faltava...
- Para a sua coleção, eu sei. - Daiki sorriu, vendo o mais novo admirar o presente como uma mulher ao ganhar uma jóia caríssima. - Ryu-chan!!! Ryuiji!!! - o menor gritou empolgado, fazendo Daiki rir.
E as risadas de Daiki aumentaram ainda mais ao ver o irmão mais velho de Shagrath abrir a porta ofegante, visivelmente preocupado.
- Veja Ryu!! Olha o que o Daiki me deu! - mostrou a caixa do box para o irmão que o encarava com uma verdadeira expressão de raiva.
- Seu idiota!!! Não grite assim ou me mata do coração! - o homem mais velho disse, entrando no quarto e cumprimentando o baixista. - Meu irmão é completamente sem noção. - Ryuiji murmurou para Daiki, que apenas confirmou em um gesto de cabeça.
- Olha! É o box do hide que eu não tinha! - a felicidade evidente do irmão menor fez Ryuiji suavizar a expressão. E apertar o irmão bem forte.
- Você é um fofo sabia? - disse dando um beijo no topo da cabeça do irmão e levantando. - Alias, o Tatsuya está lá embaixo falando com a mamãe, eu vou dizer que ele pode subir se quiser.
- Tá! - respondeu levantando um braço, ainda radiante com a caixa na mão.
- Daiki... - o baixista olhou para ele, esperando que continuasse - obrigado pelo presente. - sorriu timidamente, pouco antes de Tatsuya aparecer na porta.
O guitarrista sorriu para o produtor, ao mesmo tempo em que ele entrava cumprimentando os dois presentes no quarto. Olhando para Daiki, para Shagrath e então para o estranho embrulho e o box de hide em cima da cama.
- Como é estar em casa? - perguntou para o guitarrista.
- Eu gosto do teto do meu quarto. - Tatsuya olhou bem para Shagrath, com uma expressão de quem não entendia, depois olhou para Daiki que parecia também tentar entender a frase.
A risada do baixista foi a deixa para Tatsuya rir também. Shagrath definitivamente não fazia o menor sentido a maior parte do tempo.
- Shagrath, eu estava conversando com a sua mãe, e a gente quer te levar pra comemorar o dia de hoje, junto com o seu irmão e o pessoal da gravadora. - Tatsuya disse com um sorriso no rosto, fazendo o guitarrista piscar enquanto tentava entender a idéia e Daiki olhar com atenção.
- A gente pode ir naquele restaurante de ramen perto do Kyoto Muse, é barato, né Daiki? Dai dá pra ir todo mundo. Que tal? - sorriu vendo Tatsuya rir e negar em um gesto de cabeça.
- Não. Eu quero te levar em um lugar especial. É uma data especial pra ser comemorada no lugar certo. Então eu quero te levar, junto com a sua família, que inclui a Crow, para jantar em um lugar que eu conheço. - Tatsuya disse abraçando o menor que apenas ria, enquanto Daiki os observava em silêncio.
- Que lugar seria? - perguntou animado, vendo o vocalista do Whiteblack colocar um dedo sobre os lábios em gesto de segredo. - Ahhhhh! Daiki!!! Me ajude! Faça ele falar. - disse rindo, vendo um sorriso doce surgir no rosto do amigo.
- Se Tatsuya quer guardar segredo, é porque ele quer lhe fazer uma surpresa. - Daiki levantou, caminhando até o menor e o abraçando. - Eu vou indo, cuide-se ok?
- Você vai lá hoje Daiki? - Shagrath perguntou e o baixista sorriu afirmando que sim.
- Eu lhe mando uma mensagem com o lugar e o horário. - Tatsuya disse vendo o baixista sair do quarto.
Daiki ainda ouviu o vocalista perguntar para o mais novo o que ele havia ganhado de presente, e Shagrath falar do box animado. Sorriu, satisfeito por pelo menos ser capaz de conseguir fazer parte da alegria de Shagrath.
Desceu as escadas vendo Ryuiji assistindo televisão.
- Daiki-kun, já vai? - Umagome-san perguntou, vendo o baixista acenar.
- Vim apenas me despedir, eu prometi que ia visitar o Uli hoje.
- Daiki, você não vai faltar no jantar, né? - Ryuiji perguntou da sala, virando-se para o moreno.
- Não. Eu vou sim. Provavelmente o Kaworu e o Teru também irão. - Sorriu para o homem mais velho. - Umagome-san, até a noite. - disse para a mulher que abriu a porta, despedindo-se do baixista.
Suspirando, Daiki andou até o ponto de onibus. Sentando-se cabisbaixo. Por que ainda tentava? Não importava o que fazia. A atenção de Shagrath nunca era voltada a ele. Seria sempre apenas o amigo, colega de banda, ou seja lá o que a mente estranha do guitarrista o classificasse.
- Conforme-se Daiki. - murmurou para si mesmo. Vendo o ônibus se aproximar do ponto. Talvez, fosse melhor mesmo tentar esquecer o guitarrista.
***
Teru olhou para o corpo deitado em seu sofá. Fazia dias que Kanoe estava assim, apático. Ele ia para o ensaio, voltava, cozinhava de vez em quando, fazia as coisas normais... Mas nos tempos vagos ele ficava ali, quietinho, deitado no sofá, fingindo que via televisão. E Teru sabia que ele fingia porque... Bem, não existia nenhuma explicação lógica para Kanoe estar vendo um programa sobre o dia-a-dia do bicho-preguiça argentino.
- Kanoe-chan - chamou, vendo que os olhos do baixista nem mesmo se desviaram da tevê. Aproximou-se dois passos, chegando mais perto do sofá - Kanoe-chan - tentou de novo, não conseguindo nenhum resultado novamente.
Irritado, Teru se aproximou da tomada, puxando o fio e desligando o aparelho, mesmo assim Kanoe continuava a olhar fixamente para a tela, como se estivesse em um outro mundo qualquer.
O guitarrista loiro se aproximou do sofá, não pensando duas vezes antes de dar um tapa no rosto de Kanoe. Finalmente conseguindo a atenção do baixista. Que apenas colocou a mão em cima do lado do rosto que Teru tinha batido, olhando assustado para o guitarrista.
- Perdão... Você... Eu chamei e você... Você não respondia. Desculpe Kanoe, desculpe. - pediu ajoelhando no sofá ao lado de Kanoe. - Ka-chan, o que está acontecendo? - perguntou preocupado, vendo os olhos castanhos de Kanoe voltarem-se para si.
- Teru-chan... - chamou vendo o loirinho o observando atentamente. - Você... Você transaria comigo?
Era difícil definir exatamente qual o tom de vermelho no rosto de Teru, se chegava a ser escarlate, ou já tinha subido alguns níveis e estava no roxo fortíssimo.
- Ka... Ka... Eu?! - perguntou apontando para si mesmo e então baixando o rosto, escondendo-se atrás dos fios de cabelo dourados.
- É, você. Você transaria comigo? Você... Você acha que eu sou atraente? Sei lá, bonito... Qualquer coisa do tipo.
- Ka-chan... É... Sim, você é bonito. Muito, muito bonito, mesmo. - baixou a cabeça, tentando esconder a vergonha que estava sentindo.
- Então você transaria comigo? - perguntou, olhando para Teru, que se pudesse cavaria um buraco para o apartamento de baixo e nunca mais sairia de lá.
O loirinho apenas afirmou positivamente em um movimento de cabeça, dando uma resposta para o baixista.
Vendo que as perguntas constrangedoras haviam acabado, Teru voltou a olhar para Kanoe, que estava sentado no sofá com uma expressão pensativa.
- Ka-chan...
- Eu vou esquecer o Ruri. - o baixista olhou para ele sério e decidido. - Juro pra você Teru, eu vou fazer o possível e o impossível para esquecer o Ruri. Porque eu me recuso a sair do Irodori, e eu sei que se as coisas continuarem desse jeito, nós não vamos andar pra frente. Então, eu vou esquecer o Ruri.
Teru sorriu diante daquele olhar tão firme e cheio de confiança. Não sabia o que tinha acontecido, talvez Kanoe não quisesse lhe dizer, mas sem dúvidas, era algo que tinha sido decisivo para o baixista.
- Se esse sentimento te faz mal, é o melhor a fazer, ne? - Teru sorriu, recebendo um abraço do baixista.
- Promete Teru? Promete que me ajuda? - pediu, deixando as lágrimas cairem. Lágrimas que ele tentava derramar desde o dia que havia visto Ruri no estúdio, e não tinha conseguido. Lágrimas que estavam presas a mais de uma semana. Lágrimas por um amor tão bonito que havia sido destruido antes de poder atingir seu máximo, de uma amizade tão especial que jamais voltaria a ser a mesma. Porque mesmo que Kanoe esquecesse seus sentimentos por Ruri, a confiança entre eles havia se quebrado para sempre.
- Kanoe, eu vou fazer o que puder pra te ajudar. - o loirinho disse, acariciando os fios mechados do baixista que chorava como uma criança abandonada, com a cabeça recostada no seu peito.
Naquele instante, Teru compreendeu que Ruri tinha ferido Kanoe da mesma forma que Hizaki havia feito com ele. Não havia mais confiança. Por mais amor que existisse, o feitiço havia se quebrado.
Deixando uma lágrima cair, Teru abraçou Kanoe com força, chorando junto com o amigo pelas dores dele e, principalmente, por suas próprias dores. Porque sabia mais do que ninguém, como era difícil esquecer um verdadeiro amor.
Continua...
2007.2503
Notas: 1º - o_o ok, essa atualização veio mais rápido do que eu imaginava
2º - o_o Mais informações sobre quem era Reiru só no próximo capítulo xD.
3º - \o/ FINALMENTE o Shagrath saiu do hospital!
4º- E Ryuiji foi o nome que eu escolhi para o irmão do Shagrath. Eu não faço a menor idéia de qual o nome do irmão dele xD mas por algum motivo bizarro eu acho que o Shagrath tem cara de quem tem um irmãozão legal chamado Ryuiji. E caso alguém não se lembre, ele já apareceu antes, em algum capítulo aí atrás. Mas eu não mencionei o nome dele, só a presença dele no quarto de hospital e blablabla.