Estrela Cadente - 15

Mar 15, 2007 07:09

Título: Estrela Cadente
Capítulos: 15/??
Autora: lahy
Gênero: angst, fluffy
Bandas: Aikaryu - Whiteblack - Irodori + Hizaki
Pares: Daiki x Shagrath, Tatsuya x Shagrath, Ruri x Kanoe, Hiro x Ruri
Classificação: PG-15
Disclaimer: x_x infelizmente eu não tenho os direitos da banda. Eles ainda são deles mesmos e tem contrato com a Crow Music. Isso é apenas um trabalho fictício feito com deturpações de coisas escritas nos blogs e sem nenhum fim lucrativo. A não ser reviews o.o' Reviews sempre são lucro!
Alertas: linguagem ofensiva em alguns capítulos
Sumário: Um grave acidente pode ser o fim de tudo, ou não?
Comentário: A idéia para essa fic surgiu por causa de um comentário do blog do Daiki, =D obviamente deturpado pela minha mente que vê yaoi em qualquer lugar. Eu também tirei muitas informações sobre o acidente de lá, assim como do blog do Teru e do Shagrath. Algumas foram ligeiramente modificadas, apenas para dar um melhor andamento a fic.
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Estrela Cadente
Capítulo 15

Kanoe ajudou Teru a se cobrir, tentando evitar que o loirinho fizesse mais movimentos desnecessários e acabasse se machucando como no dia anterior.

- Falta travesseiro, né? - perguntou, notando que teriam dificuldade de ver o filme se ficassem só com as almofadas do sofá da sala.

- Pega os da minha cama. - o menor disse, vendo Kanoe já sair correndo em direção ao quarto, voltando pouco depois com cinco travesseiros na mão.

- Peguei todos. - ele riu - Teru-chan, pra que tanto travesseiro? - perguntou ainda rindo, acomodando os travesseiros nos dois futons que estavam na sala, de frente para a televisão.

- Ahn... Pra dormir, claro. Eu gosto de dormir em lugares fofos. - disse corando e Kanoe bagunçou os fios dourados.

- Vou fazer pipoca pra gente ver com o filme, tá? Você vai programando tudo? - perguntou, entregando o controle remoto na mão do guitarrista e indo para a cozinha.

A campainha tocou, e o loirinho virou-se para a porta da cozinha, vendo que Kanoe já havia entrado.

- Eu atendo, Ka-chan. - disse levantando com cuidado e abrindo a porta.

De todas as pessoas que Teru esperava ver, Ruri definitivamente não estava incluso. O loirinho ainda não tinha conseguido tempo para conversar com Kanoe sobre o que tinha acontecido no dia anterior. Mas Dai havia adiantado que os dois tinham brigado.

- O Kanoe está? - a pergunta veio em um tom que Teru deduziu ser bastante típico de Ruri. O vocalista parecia decidido e certo de que, seja lá o que fosse, ele estava fazendo a coisa certa.

- Teru-chan, quem é? - a voz de Kanoe soou alta e clara, fazendo surgir um sorriso vitorioso no rosto de Ruri. Que não pensou duas vezes em abrir caminho e entrar na casa sem ser convidado, antes mesmo de Teru poder fazer ou dizer qualquer coisa.

- Teru? - o baixista saiu da cozinha, vendo Ruri já no meio da sala, encarando os dois futons que estavam arrumados no chão.

O vocalista respirou fundo, desviando os olhos dos futons para Kanoe, que não parecia muito contente em estar vendo-o ali.

- Ka-chan - chamou baixo, evitando encarar a expressão de pura raiva que o baixista lhe exibia - Podemos conversar? - pediu de uma forma tão amedrontada que fez Teru arquear a sobrancelha, estranhando a mudança. Aquele Ruri parecia bem diferente do que entrara fazendo pose e falando como se fosse o dono do mundo.

- Nós não temos o que conversar, pode ir embora. - o baixista disse indiferente e voltou seus olhos pra Teru - Teru-chan, você quer pipoca salgada ou doce? - os olhos do loirinho mostravam toda a sua confusão diante da cena e da expressão magoada de Ruri.

- Ano... Doce, a de chocolate. Está no armário em cima da pia. - o loirinho disse, apenas assistindo Kanoe dar meia volta para a cozinha e deixar Ruri parado no meio da sala, como se nem mesmo tivesse ido até ali.

Não era como se Ruri achasse que ia ser fácil. Ele realmente havia dito coisas cruéis para Kanoe, mas nunca esperava que a reação dele fosse a de deixar o Irodori. Era a banda deles, eles haviam construído-a juntos. Não fazia sentido continuar com aquilo se Kanoe não fizesse parte. O Irodori nunca faria sentido sem Kanoe.

O vocalista sentiu um toque suave em seu braço, olhando o dono da casa com uma expressão séria no rosto.

- Se você veio para se desculpar com ele, sente e espere. Se não, vá embora Ruri. - o tom firme de voz era raro em Teru, mas o vocalista do Irodori já havia visto o loirinho falar assim antes. Sem pensar duas vezes ele sentou-se em uma das poltronas da sala, vendo Teru dar um leve sorriso. - Embora você não mereça, eu vou tentar convence-lo a te ouvir.

Teru entrou na cozinha, vendo o olhar de Kanoe fixo no microondas. Embora o baixista parecesse observar o milho de pipoca estourar, o loirinho sabia que aquilo era a última coisa que o mais alto estava vendo.

- Ka-chan? - chamou baixinho na tentativa de não assustar o amigo.

- Ele já foi? - o tom de voz evidenciava que Kanoe estava se esforçando para segurar as lágrimas. As palavras de Ruri no momento em que brigaram ainda estavam bem vivas na sua mente.

- Não. Ele está esperando você na sala. - o som agudo do microondas ecoou por toda a cozinha. - Ka-chan, ouça o que ele tem a te dizer. - o baixista fez um gesto de negação com a cabeça, deixando algumas das lágrimas escaparem.

- Peça para ele ir, Teru - pediu, sem se mover. A verdade era que Kanoe estava com medo de ouvir tudo novamente. De ser atacado sem motivo, de ver Ruri o olhar tanto ódio nos olhos. Justo Ruri que sempre havia sido tão carinhoso, tão doce, tão amigo.

- Ka-chan - o loirinho segurou nas mãos de Kanoe, fazendo o baixista olhá-lo nos olhos - Você gosta dele, não gosta? - o garoto de cabelos mechados acenou positivamente, fazendo um sorriso triste surgir no rosto do loirinho. - Então pelo menos o ouça. - Kanoe negou em um movimento de cabeça, fazendo Teru suspirar. - Não é por ele, Ka-chan. É por você, pelo que você sente.

- Você fala como se soubesse disso - Kanoe murmurou, fazendo o loirinho sorrir.

- E eu sei. Agora vá lá na sala, ouça o que o Ruri quer te dizer, e então você decide o que deve fazer. - Teru sorriu ao ver o baixista murmurar um "ok".

- Mas você fica perto? Eu não quero ficar sozinho com ele. - o guitarrista estranhou o pedido.

- Eu coloco a cadeira ali - apontou para um pedaço de parede vazio, ao lado do batente da porta. - E caso algo aconteça eu vou até vocês. - disse abrindo o microondas, tirando o saco de pipoca de dentro.

- Mas Teru...

- Se eu for pra sala com você, ele não vai ficar a vontade pra falar. Eu fico ali Kanoe, prometo. - disse tentando impedir o baixista de argumentar mais.

Kanoe colocou a cadeira no lugar indicado por Teru, vendo o loirinho sentar-se com o pacote de pipoca em mãos. Não evitou um sorriso diante da cena. Às vezes Teru parecia uma doce criancinha.

- Teru-chan, vai ouvir a história até com pipoca. - o baixista disse sorrindo, fazendo o loirinho corar. Não resistindo, ele bagunçou os fios loiros com um sorriso no rosto. - Comporte-se.

Foi com o mesmo sorriso que Kanoe apareceu na sala, vendo a expressão de tristeza no rosto de Ruri. O baixista sentou-se nos futons que estavam no chão, abraçando um dos travesseiros de Teru com força, como se aquele simples objeto conseguisse protege-lo do que quer que Ruri fosse dizer.

Ruri apenas observava com atenção, seus olhos não deixando Kanoe um minuto sequer, ao contrário dos dele que faziam questão de lhe evitar. Sentiu vontade de levantar e arrancar aquele maldito travesseiro da mão do baixista quando o viu aspirar profundamente o cheiro impregnado no objeto, mas apesar do desejo enorme, não fez absolutamente nada.

- Fale de uma vez porque eu quero ver o filme com o Teru. - Kanoe disse ainda com a cabeça praticamente escondida no travesseiro em suas mãos, perdendo a expressão de mágoa e raiva no rosto de Ruri.

- Eu vim pedir desculpas. Eu... Eu peguei pesado com você, desculpa. - disse, vendo o outro finalmente direcionar o olhar para si.

- Não Ruri, você não pegou pesado, você passou dos limites. - a voz áspera de Kanoe não surpreendeu o vocalista. Ele já esperava por uma recepção difícil.

- Sim, por isso eu quero que você me desculpe Kanoe. Eu... Eu te disse coisas horríveis e, eu não deveria ter feito isso. Mas Ka-chan, eu estou pensando no melhor pra você, juro. - Kanoe olhou espantado, não acreditando nas palavras que ouvia.

- Melhor? Imagina se você estivesse pensando no pior Ruri! - o baixista gritou, levantando indignado. - Você só pode ter enlouquecido. Ruri veja o que você está fazendo!

- Estou fazendo o melhor pra você. - o vocalista gritou, deixando algumas lágrimas escaparem. - É o melhor pra você, Kanoe.

- Você vem aqui, diz que quer que eu vá pra sua casa, diz absurdos para a pessoa que me acolheu como se eu fosse da família, fala que eu sou pior que uma vagabunda, me manda ir dar a bunda na esquina, despreza nossa amizade, despreza meus sentimentos, assume que foi você quem contou para os meus pais o que tinha acontecido e ainda por cima diz que isso é para o meu bem? - o baixista olhava inconformado para o homem sentado na poltrona, com os cotovelos apoiados nos joelhos, a mão segurando a cabeça e os fios castanhos escondendo sua face.

- Me perdoa Kanoe. Me perdoa, por favor. - e embora a posição de Ruri não permitisse que o baixista visse seu rosto, sabia que ele estava chorando. - Me perdoa Kanoe, não deixe o Irodori. É seu sonho, sua banda, por favor. - o vocalista olhou para Kanoe, buscando uma resposta positiva ao seu pedido. Os olhos vermelhos e as lágrimas abundantes eram a evidência da veracidade de suas palavras, e embora Kanoe pudesse não acreditar, para Ruri, tudo aquilo era para o bem do amigo.

- Nossa banda Ruri, nosso sonho. E você me faz acreditar que eu não faço mais parte disso por isso...

- Eu saio da banda! - o vocalista cortou as palavras do baixista, deixando-o em choque com aquela afirmação. - Se você quiser eu saio da banda, mas o Irodori é seu sonho.

- Você ficou louco? Onde eu vou arrumar outro vocalista? - Kanoe perguntou indignado. Ruri realmente devia estar louco para propor um absurdo daqueles. - O vocalista do Irodori é você, Ruri.

- E você é o baixista. Você teve a idéia da banda, você chamou Dai e Itsuki, você que insistiu nisso. Se você quer sair por minha causa, então eu saio e você fica. - Ruri disse decidido, apesar das lagrimas que caiam de seus olhos. - Eu não vou deixar você largar o Irodori, porque a banda será muito famosa um dia, você sabe disso, eu sei disso, Tatsuya sabe disso.

O silêncio na sala prevaleceu, fazendo Teru olhar discretamente se os dois estavam bem. O loirinho definitivamente não entendia as ações de Ruri, assim como não sabia como de repente o tópico tinha mudado das desculpas de Ruri para o destino do Irodori. Mas para o guitarrista, havia alguma coisa mal contada naquela história toda, e ele não conseguia encontrar uma peça que se encaixasse adequadamente para responder a questão principal, que era: Por que Ruri estava fazendo aquilo tudo com Kanoe?

- Eu vou pensar, ok? - a voz do baixista quebrou o silêncio de mais de um minuto, fazendo o vocalista desviar os olhos para o chão.

- Sobre o Irodori, ou sobre me desculpar? - perguntou baixo, sentindo as lágrimas nos olhos novamente.

- Sobre os dois Ruri, sobre os dois... - Kanoe disse, sentindo seu coração acelerar com o último olhar que Ruri lhe dirigiu, o mesmo olhar que ele costumava mostrar antes de toda aquela confusão acontecer. Um olhar repleto de carinho e de uma doçura que Ruri sabia mostrar quando realmente queria.

Ruri deu dois passos a frente, o suficiente para estar perto demais do baixista, encarando-o o tempo todo com aquele olhar que fazia Kanoe esquecer de respirar, esquecer que o mundo existia. A mão do vocalista aproximou-se do rosto infantil do jovem de cabelos mechados, mas não chegou a encostar, como se Ruri estivesse com medo. Medo de tocar naquele rosto, e destruir todas as poucas possibilidades que haviam lhe restado.

- Perdão, Ka-chan - Ruri disse, afastando a mão e andando para a porta, parando antes de sair e virando para o amigo que continuava parado na mesma posição - Liga quando você decidir. - completou antes de sair, fechando a porta com cuidado.

O baixista viu o loirinho sair da cozinha, olhando-o como se compreendesse o que ele estava sentindo.

- Eu não consigo entender, Teru. Eu não consigo. - disse, sentindo os braços do menor ao redor do seu corpo, abraçando-o gentilmente. Confortando-o e tentando, pelo menos por alguns instantes, fazê-lo esquecer que Ruri existia.

***

Hiro ouviu o barulho da porta se abrindo, direcionando o olhar para o dono da casa.

- Você não precisava limpar. - Ruri disse, jogando-se no sofá displicentemente, observando o guitarrista terminar de varrer os cacos de vidro do chão, jogando-os no lixo.

- Tatsuya ligou, quer que você vá à gravadora. - o guitarrista observou o vocalista deitado no sofá, os olhos vermelhos, os cabelos bagunçados, uma perna no chão e a outra mais elevada, por causa do braço do sofá. Sem dúvida ele estava metido em problemas, mas mesmo assim não perdia aquela pose de superior. Aquele ar sexy e selvagem.

- Hein, Hiro? - ouviu a voz dele perguntando já irritado.

- O quê? - questionou, sem saber o que responder. Havia se perdido babando no corpo de Ruri.

- O que o Tatsuya quer? - Ruri repetiu, levantando-se e começando a tirar a blusa que vestia, pouco se importando com o fato de Hiro observar atentamente cada movimento seu.

- Não sei, ele parecia irritado e disse que já que eu estava aqui, era pra levar você até lá. - i guitarrista viu Ruri se aproximar, passando os braços por seu pescoço e beijando-o languidamente tornando impossível que Hiro não correspondesse ao beijo.

- Não estou com vontade de ir até a gravadora hoje - Ruri disse manhoso, virando a cabeça e deixando o pescoço exposto, de forma que Hiro pudesse beijar aquela parte de seu corpo livremente.

- Eu acho melhor você ir, Tatsuya bravo não é algo bom de se ver, você sabe. - o guitarrista murmurou, deixando suas mãos escorregarem para a bunda de Ruri, sentindo a carne saliente daquela região.

- Eu não me importo, não me importo com isso. - Ruri disse quase suspirando, sentindo as mãos de Hiro passearem pelo seu corpo enquanto seu pescoço era atacado com beijos, lambidas e mordidas leves.

O guitarrista estranhou aquela passividade toda. O vocalista não era o tipo de pessoa que se deixava dominar facilmente, mesmo quando Ruri era o uke ele gostava de ter algum tipo de controle da situação.

- Vem, que tal um banho e nós vamos? - Hiro o beijou, sentindo o sabor tão familiar daquela boca. As sensações que só Ruri conseguia lhe causar.

- Não. Eu quero ficar aqui Hiro. Quero deitar na minha cama e esquecer que a vida existe. Tatsuya que espero, tenho coisas mais importantes pra fazer. - o vocalista disse colocando uma das mãos por cima de uma certa parte volumosa do jeans que Hiro vestia.

- Aonde você foi? - o guitarrista perguntou, levantando o rapaz de cabelos castanhos e sentindo ele entrelaçar as pernas na sua cintura.

- Resolver um problema da banda - respondeu antes de começar a mordiscar o lóbulo da orelha de Hiro, vendo-o arrepiar-se por completo.

- Que problema? - Hiro perguntou, colocando-o sentado no balcão de mármore da pia do banheiro, desabotoando a calça justa e abrindo o zíper. Beijou a barriga exposta, subindo lentamente pelo tórax, demorando-se nos mamilos de Ruri, feliz por conseguir gemidos com aquele simples gesto.

Hiro parou, levantando-se e beijando os lábios do vocalista. Tirando-o de cima do balcão e deixando-o de pé no chão, desfazendo-se das peças de roupa de Ruri, admirando o corpo nu a sua frente.

- Você é lindo Ru-chan - murmurou no ouvido dele, passando uma de suas mãos pelas costas do vocalista, enquanto a outra se encarregava de tentar abrir o registro do chuveiro. - Mas nós não vamos irritar o Tatsu mais ainda - disse sorrindo, empurrando Ruri para dentro do box e fechando a porta rapidamente.

Gargalhou ao ouvir o grito do vocalista, certamente porque ele não esperava o encontro da água -- que Hiro tinha deixado gelada -- com seu corpo quente. E o guitarrista tinha certeza que Ruri estava com o corpo bem quente.

- Eu vou matar você Hiro! - o vocalista disse furioso, só conseguindo fazer que o guitarrista risse mais.

- Minha vingança por ter acordado sem você nos meus braços. - Hiro disse saindo do banheiro ainda rindo. Ruri realmente não esperava por aquilo.

Abrindo os armários, Hiro separou uma toalha e uma muda de roupa para o jovem de cabelos castanhos. Apesar disso, ele também preferia passar a tarde como Ruri havia sugerido, jogado na cama e esquecendo da vida. Mas o tom de Tatsuya não havia deixado questionamentos, ele queria Ruri na gravadora ainda naquela tarde.

O guitarrista colocou a muda de roupa em cima da cama, levando a toalha para o banheiro, que já se enchia de vapor. Certamente Ruri tinha mudado a água para algo muito quente.

- Ru-chan, trouxe uma toalha pra você. Separei umas roupas também, estão em cima da cama.

- Deixe aí - a voz visivelmente chorosa chamou a atenção de Hiro, fazendo-o abrir o box de surpresa, flagrando os olhos vermelhos e as lagrimas que se misturavam com a água do chuveiro.

- Hey, que houve? - perguntou docemente, levando uma das mãos até o rosto do vocalista.

- Nada que seja da sua conta. - Ruri respondeu ríspido, fechando o registro e puxando a toalha da outra mão de Hiro, enrolando-a na cintura.

- Ruri! - chamou, vendo o vocalista já sair em direção ao quarto. - Ruri, olhe pra mim! - gritou, segurando firme nos braços dele, virando-o e obrigando que o vocalista o encarasse. - Por que você está chorando? - perguntou docemente, tentando passar em seu olhar toda a preocupação que sentia. Não era normal Ruri chorar na sua frente, nem ser tão passivo as suas investidas, nem aparecer com machucados de um dia para o outro.

- Já disse que não é da sua conta Hiro, me largue! - Ruri tentou desvencilhar-se das mãos que o seguravam com força, mas não conseguiu. Talvez porque estivesse se sentindo fraco, fazia quantas horas mesmo que não comia? Desde a hora que tinha brigado com Kanoe, ainda no dia anterior.

- Ru-chan - o guitarrista o puxou para mais perto, abraçando-o com cuidado. - Eu só quero saber o que está incomodando meu amante, quero te ajudar.

O vocalista empurrou Hiro com as duas mãos, sentando-se no colchão da cama. Ruri ria, gargalhava alto, mesmo assim, as lágrimas não deixaram de cair por seu rosto.

- Amante? Amante Hiro? Amantes tem obrigações, deveres, satisfações a dar. Eu sou só seu step sexual, assim como você é o meu. Somos amigos que transam de vez em quando, parceiros de sexo, homens que fodem um ao outro, a trepada do fim de semana. Não somos amantes! - ele disse rindo e chorando, deixando o vocalista atordoado e sem reação. Afinal, o que Ruri tinha na cabeça?

- Ruri, nós estamos nessa situação faz mais de um ano! Não é possível que você ainda encare as coisas desse jeito. - aproximou-se, segurando nos ombros do vocalista com força.

- Foi você mesmo quem sugeriu Hiro. "Sem compromisso algum". - o guitarrista tinha vontade de esganar Ruri. Como ele podia ser tão insensível assim?

- Mesmo assim, eu me preocupo com você. O que aconteceu agora de manhã? Aonde você foi? - perguntou irritando-se com toda aquela situação.

- Já disse, resolver problemas da banda. Credo Hiro, você parece minha mãe matraqueando no meu ouvido. - o vocalista disse, parando imediatamente de sorrir ou chorar e assumindo a postura superior de sempre. O guitarrista inspirou profundamente, desistindo novamente de tocar naquele assunto. Ruri definitivamente não sentia nada por ele se não atração sexual.

O guitarrista não disse mais nada até que Ruri estivesse pronto e eles fossem para o estúdio. Sem dúvida aquele não seria um bom dia. Ruri estava chateado e irritado com alguma coisa, Tatsuya também, ele mesmo sentia como se sua cabeça fosse estourar a qualquer minuto. E se Tatsuya não tivesse sido tão enfático nas palavras, ele realmente teria voltado para sua casa e gastado o resto do seu tempo dormindo.

Cumprimentaram a recepcionista, andando direto para a sala que sabiam ser de Tatsuya. Hiro sabia que o amigo odiava ficar trancado lá, mas às vezes era necessário e isso já contribuía para piorar o humor do dono da Crow.

Deu duas batidas na porta, esperando algum som que indicasse que poderiam entrar. Estranhou o silencio de Ruri, como se ele já tivesse alguma idéia do que poderia ser o assunto.

Quando Tatsuya disse "entre", abriu a porta com um sorriso no rosto, sendo acompanhado pelo vocalista do Irodori.

- Eu trouxe o Ruri como você pediu - disse já dando meia volta para ir embora.

- Hiro você fica também. Eu quero falar com os dois, juntos. - eles se entreolharam, visivelmente confusos com aquela conversa. O produtor abriu a gaveta da sua escrivaninha, indicando ao mesmo tempo que os dois deveriam ocupar as duas cadeiras a sua frente.

Tatsuya achou o pacote que estava procurando, encarando os dois músicos da sua gravadora.

- Eu não me importo com o relacionamento de vocês. Não é da minha conta com quem vocês dormem ou deixam de dormir... - Tatsuya disse sério, observando cada reação dos dois. - Mas não se esqueçam que vocês dois são músicos, pessoas públicas, tem fãs que dariam tudo para ver uma cena dos dois se abraçando. Porém, eu quero que saibam que, em hipótese nenhuma, eu vou tolerar que isso se repita. - ele colocou os papéis em cima da mesa. As impressões das fotos que tinham sido anexadas ao e-mail que ele tinha recebido durante sua turnê.

Ruri pegou um dos papéis, observando as imagens impressas. Lembrava-se desse dia, o Whiteblack tinha se apresentado junto com o Irodori no clube Alive. Ele e Hiro haviam se encontrado nos bastidores e como sempre tudo terminou em sexo.

- Quem... Quem tirou essas fotos? - o jovem de cabelos castanhos perguntou, assustado com a hipótese daquilo ir parar em algum jornal.

- Dai-kun. - os olhos de Ruri se arregalaram e Hiro não pode evitar rir.

- Eu não sabia desse lado voyeur do Dai. - o guitarrista comentou, tentando segurar o riso diante do olhar severo de Tatsuya.

- Assim como ele viu, fotografou e ao que parece, nenhum dos dois percebeu. Qualquer um poderia ter feito isso. - a voz do produtor soou repreensiva, fazendo os dois mais novos se calarem. - Olhem, se quiserem manter esse relacionamento, tudo bem. Mas sejam discretos e, principalmente, nunca, jamais repitam isso em um lugar que nós fazemos shows, seja o Alive, seja o Kyoto Muse, qualquer lugar. Se vocês querem transar, façam isso longe, bem longe do nosso trabalho, ou os dois sozinhos vão acabar com as duas bandas. - Tatsuya concluiu, pegando as folhas e triturando-as no triturador de papel.

- E Ruri... - o produtor chamou, antes que o vocalista do Irodori pudesse se levantar - Você já foi falar com o Kanoe? - perguntou, vendo o mais novo assentir. - Quando?

- Agora de manhã - respondeu, tentando ignorar o olhar do guitarrista sobre si.

- Certo, podem ir. E tenham juízo, por favor. - a última frase de Tatsuya fez os dois rirem, não pelas palavras, mas pela descrença que o tom de voz do produtor carregava, talvez no fundo ele pensasse que aquele sermão não serviria para muita coisa.

Hiro fechou a porta, olhando para o vocalista a sua frente.

- Você nunca vai ficar com ele, não é? - perguntou, vendo Ruri o olhar em dúvida, certamente não entendendo a pergunta.

- Como? - o vocalista indagou, esperando que Hiro explicasse melhor.

- Com o Kanoe. Mesmo que você quisesse, você não ficaria com ele - Hiro disse com um sorriso triste no rosto. - Ru-chan, meu querido Ru-chan - suas mãos acariciaram o rosto delicado, reparando no total olhar de estranhamento do vocalista. - Se você mudar de idéia, sobre sermos amantes, me avise ok? Eu não tenho mais medo de tentar. - o guitarrista deu um selinho nos lábios de Ruri, andando na direção oposta a saída. Estava ciente que conquistar o coração daquele garoto tão difícil seria uma árdua batalha, mas estava disposto a tentar.

Continua...

2007.1403

Notas: Como a única foto que eu coloquei do Ruri aqui não dava pra ver quase nada, aqui estão algumas do blog.



Ruri e Kanoe







Ruri

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