Estrela Cadente - Cap 05

Feb 10, 2007 15:44

Título: Estrela Cadente
Capítulos: 05/??
Autora: lahy
Gênero: angst
Banda: Aikaryu - Whiteblack - Irodori
Pares: Daiki + Shagrath
Classificação: PG
Disclaimer: x_x infelizmente eu não tenho os direitos da banda. Eles ainda são deles mesmos e tem contrato com a Crow Music. Isso é apenas um trabalho fictício feito com deturpações de coisas escritas nos blogs e sem nenhum fim lucrativo. A não ser reviews o.o' Reviews sempre são lucro!
Sumário: Um grave acidente pode ser o fim de tudo, ou não?
Comentário: A idéia para essa fic surgiu por causa de um comentário do blog do Daiki, =D obviamente deturpado pela minha mente que vê yaoi em qualquer lugar. Eu também tirei muitas informações sobre o acidente de lá, assim como do blog do Teru e do Shagrath. Algumas foram ligeiramente modificadas, apenas para dar um melhor andamento a fic.
Capítulos anteriores: | 01| 02| 03| 04|



Estrela Cadente
Capítulo 05

Daiki abriu o flip do celular, olhando pela milésima vez para o visor. Selecionou a opção que queria, vendo novamente a pequena galeria de fotos. As fotos dos bastidores do último show que tinham feito juntos. Olhou Teru sorrindo timidamente para a câmera. Uli fazendo suas características caretas. Kaworu com o secador de cabelo nas mãos, concentrado, enquanto fazia uma escova nos fios loiros do cabelo de Shagrath. O próprio Shagrath, sorrindo ao lado dele, em uma foto tirada na frente de um espelho. Em outra foto, estavam Teru e Hizaki, depois do show. Um dos braços de Hizaki passava pelos ombros de Teru, que fazia um sinal de vitória com os dedos. O baixista sorriu. Aquela foto lembrava uma outra que tinha visto, bem antiga, onde Teru ainda estava com o visual de Kaizokuban.

A verdade era que estava sentindo falta de Teru no quarto. O baixinho e ele ficavam conversando bastante tempo, e aquilo o distraia. O distraia de pensamentos que vinham lhe perturbando já fazia algum tempo. Ou melhor, alguns meses.

No início, tinha pensado que era apenas uma amizade normal, com alguém que tinha muitas afinidades com ele. Depois, passou a pensar que aquela vontade de protegê-lo era porque Shagrath era o mais novo e desligado, e precisava de uma espécie de irmão mais velho. Como Uli e Kaworu eram palhaços demais para isso e Teru era... Teru era Teru. Ele assumiria o papel com gosto. Mas, com o passar do tempo, aquela desculpa de "fraternidade" não estava mais convencendo a si mesmo.
Algumas semanas antes do acidente, tinha se flagrado várias vezes observando o mais novo, sem nenhum motivo aparente. Apenas pelo prazer de observá-lo. De vê-lo sorrindo, vê-lo procurando uma das diversas coisas que vivia perdendo. Da expressão de concentração em seu rosto quando estava aprendendo algo novo com Teru. De ver como ele gostava de fazer Uli rir, tocar com Teru ou conversar com Tatsuya sobre música.

E foi quando percebeu que estava gastando boa parte do seu tempo pensando e observando Shagrath, que começou a se assustar. Porque aquilo não era normal, era? Sentir seu coração acelerar só de pensar naquele sorriso. Ou se arrepiar ao ouvir seu nome sendo chamado por aquela voz.

Daiki balançou a cabeça, tentando tirar aqueles pensamentos de sua mente. Shagrath e ele eram amigos, apenas amigos, companheiros de banda e de trabalho. Não podia alimentar aqueles sentimentos distorcidos que estavam começando.

Suspirando, Daiki começou a achar que seria uma boa idéia arrumar uma namorada. Primeiro, porque teria com o que se preocupar, já que a banda não voltaria a tocar tão cedo. Segundo, porque poderia dar desculpas perfeitamente aceitáveis para recusar a companhia do guitarrista mais novo. Terceiro, porque poderia parar de começar a cogitar a hipótese de estar gostando do seu companheiro de banda.

Suspirando mais uma vez, ele desanimou só ao pensar que iria demorar algum tempo até que pudesse resolver esse problema, visto que, no momento, ainda estava no hospital e, ao contrário de Uli, não tinha interesse em nenhuma das enfermeiras que cuidavam dele.

Talvez porque nenhuma das enfermeiras tivesse aquele sorriso doce junto do jeito desligado...

- AHHHHH! Chega!! - Daiki bateu com a cabeça no travesseiro, em uma tentativa frustrada de fazer que seus pensamentos não acabassem sempre no mesmo lugar. Ou melhor, pessoa.

O baixista ouviu o som do celular vibrando em cima da mesinha que ficava ao lado da cama. Pegou o aparelho, observando o texto no visor. Revirando os olhos ele teve certeza: se existia algum Deus, sem dúvida, estava contra ele. Porque a mensagem que tinha acabado de receber era de Shagrath.

***

Teru abriu os olhos, sentindo-se incrivelmente melhor por acordar em um lugar familiar. Mais precisamente, a sua sala. Sentou no colchão macio olhando a figura que dormia tranqüilamente ao seu lado. Kanoe tinha feito um show naquela noite, e quando voltaram para casa, decidiram fazer uma maratona de filmes. Por isso foram dormir na sala.

O guitarrista voltou a deitar, puxando mais a coberta. Aquela chuvinha fina, aquela umidade... Sentia todo o seu corpo dolorido. Maldito clima de outono.

Encolheu-se mais, aproximando-se de Kanoe. O baixista abriu os olhos ainda sonolento, olhando para o loirinho todo encolhido no colchão.

- Teru? Tudo bem? - a voz sonolenta e preocupada de Kanoe fez o mais baixo sorrir.

- Frio, e um pouco dolorido. - disse ainda com aquele sorriso tímido no rosto. O baixista sorriu em retorno, sentando e colocando parte de sua coberta em cima de Teru.

- Melhor? - perguntou, fazendo um suave carinho nos cabelos de Teru.

- Muito. - Teru respondeu e o baixista sorriu, voltando a deitar e fechar os olhos. Em menos de dois minutos, Kanoe já estava dormindo de novo.

Teru segurou uma risada diante da cena. Se alguma fã sua, ou de Kanoe, visse isso, como interpretaria? Afinal, os dois estavam praticamente dividindo a mesma cama. Não que fosse uma cama. Eram dois colchões, um do lado do outro. Mas, enfim, estavam dormindo juntos. Dividindo uma coberta. E ainda, Kanoe era uma das pessoas mais atenciosas do mundo. Ruri certamente devia ser algum tipo raro de idiota para não notar isso.

E lembrar do vocalista do Irodori entristeceu o loirinho. Porque ele lembrava bem do primeiro dia que Kanoe tinha lhe procurado. Dizendo que só Teru entenderia o que ele sentia. E Teru entendia. Entendia os sentimentos de Kanoe, e entendia porque ele estava com tanto medo.

Mas agora, o baixista não iria precisar se preocupar. Mesmo que os pais de Kanoe não gostassem da idéia, mesmo que tivessem praticamente expulsado o filho de casa e dito verdadeiros absurdos. Kanoe ainda tinha pessoas que o amavam muito, que lhe apoiariam e ajudariam.

Teru sorriu diante da face adormecida. Ka-chan poderia ficar na sua casa o tempo que precisasse. Se ele quisesse, eles poderiam transformar a sala em um outro quarto, não tinha problema. Porque Teru sabia como era aquela situação. Queria ter tido apoio quando aconteceu com ele, mas não teve. E exatamente por isso, ajudaria Kanoe. E o baixista seria muito, muito feliz.

Sentindo-se mais aquecido, o guitarrista fechou os olhos.

Kanoe e Ruri.

Estava começando a se acostumar com essa idéia.

***

Tatsuya observou com atenção Shagrath entrar no quarto a passos lentos, com a ajuda de um outro homem. O produtor reconheceu o rapaz como sendo o irmão mais velho do guitarrista.

- Tatsuya! - o mais novo exclamou empolgado - Eu pensei que você ia trabalhar hoje.

- Olá Tatsuya-san - o homem de cabelos negros cumprimentou

- Umagome-san, boa tarde. - Tatsuya retribuiu, indo até os dois e ajudando o irmão do guitarrista a deitá-lo na cama. - Eu só vim ver como tinha sido o primeiro dia de fisioterapia, já vou voltar.

- Fique um pouco Tatsuya-san, eu ia comer alguma coisa. Enquanto isso, você pode conversar a vontade com o Tetsu-chan e eu não me preocupo dele ficar sozinho. - Shagrath mostrou a língua para o irmão que apenas riu, saindo do quarto.

- Vocês se dão bem, né? - Tatsuya disse, sorrindo gentilmente para o guitarrista que ainda procurava uma posição confortável na cama.

- Sim, o Ryu sempre é gentil com todos, é impossível não amá-lo. - Shagrath sorriu - Como você Tatsuya. Você também é assim, né? Sempre gentil com todos. - o produtor apenas acenou a cabeça negativamente, olhos fixos no rosto de Shagrath. - É sim, porque, você veio me ver, quando eu sei que você está com um monte de serviço atrasado e por minha culpa ainda... Afinal, fui eu que bati o carro. - a última frase veio em um tom de culpa ao qual Tatsuya não estava acostumado a ouvir de Shagrath. Geralmente o guitarrista era empolgado e alegre.

O produtor sentou-se na beirada da cama, segurando suavemente uma das mãos do guitarrista, que ainda estava enfaixada.

- Eu vim te ver porque não ia conseguir trabalhar sem saber o que o fisioterapeuta falou... E Te-chan, nunca mais diga que a culpa foi sua, foi um acidente, poderia ter sido com qualquer um. - a voz de Tatsuya era tão suave, tão melodiosa que, por um instante, Shagrath realmente se sentiu aliviado.

- Tatsuya... Você realmente não devia ser tão gentil. - Shagrath disse com um sorriso no rosto, embora Tatsuya pudesse ver que ele segurava algumas lágrimas.

- Você merece. - o produtor disse, fazendo um carinho suave com o polegar na mão do guitarrista. A mão que eles não sabiam se iria voltar a tocar guitarra. - Te-chan, o que o fisioterapeuta disse? - perguntou sério. Precisava saber, precisava saber se iria ficar tudo bem, se tudo voltaria a normalidade, mesmo que demorasse alguns meses.

O sorriso no rosto de Shagrath foi a resposta que ele queria.

- Ele disse que se eu me esforçar, eu vou voltar a tocar logo, logo. Então eu vou dar o máximo de mim! - a empolgação habitual já estava de volta na voz do guitarrista, e Tatsuya não evitou um sorriso.

- E seu fisioterapeuta? Ele é legal? - Tatsuya perguntou, vendo o outro afirmar enfaticamente em um gesto de cabeça.

- Ele é engraçado, eu ri muito. Você devia conhece-lo Tatsuya, ele é uma mistura de Uli com Kaworu. Consegue imaginar?

Não, ele não conseguia. E mesmo se achasse que fosse capaz, não conseguiria fazê-lo naquele momento. Porque a mão de Shagrath estava segurando a sua, um gesto que ele nunca esperaria do mais novo. Todos os dias que vinha ao hospital pegava na mão dele, para passar segurança e conforto, mas, principalmente, para sentir o toque dele, sentir que ele estava vivo. Porque aqueles dias de coma haviam sido tão assustadores, que Tatsuya ainda tinha medo que, subitamente, aquelas incertezas todas retornassem com força total.

Mesmo assim, Shagrath nunca tinha segurado sua mão em retorno. Ele apenas ficava ali, apreciando o carinho, com a mão repousada sobre a sua.

Quando Tatsuya voltou a prestar atenção, Shagrath estava falando alguma coisa a respeito de Daiki.

O produtor sorriu, voltando a prestar atenção na conversa. Para quem tinha saído recentemente de um coma, até que Shagrath estava com energia de sobra.

***

// O Tatsuya esteve aqui hoje. Você vai vir me visitar? //

Daiki leu a mensagem novamente. Devia ser a décima vez que lia. Ia receber alta em dois dias. Tinha passado praticamente a semana toda trocando mensagens com Shagrath, e ele sempre pedia para que fosse vê-lo. O baixista até poderia ter feito isso, estava se sentindo bem, certamente caminhar um pouco por corredores até o quarto de Shagrath não lhe faria nenhum mal.

Mas ele não sabia se queria ver Shagrath.

E, embora não admitisse, era porque sabia que ver o guitarrista agora confirmaria suas suspeitas, e isso era tudo que ele não queria. Não podia, de jeito nenhum, admitir que estava se apaixonando por outro homem.

Continua...

2007.0210

Nota: o_o eu acho que todo mundo sabe, mas enfim... O Hizaki citado nesse capítulo, é o Hizaki Hizaki, do Hizaki Grace Project. Ele fazia parte do Sulfuric Acid, que estava fazendo turnê com o Aikaryu na época do acidente. E o Hizaki e o Teru são amigos de longa data, então, nenhuma grande surpresa o Teru estar atualmente participando do Hizaki Grace Project.



Hizaki

whiteblack, irodori, versailles, hizaki project, aikaryu, villain

Previous post Next post
Up