Estrela Cadente - 07

Feb 17, 2007 17:45

Título: Estrela Cadente
Capítulos: 07/??
Autora: lahy
Gênero: angst
Banda: Aikaryu - Whiteblack - Irodori
Pares: Daiki + Shagrath, Tatsuya + Shagrath, Ruri + Kanoe
Classificação: PG
Disclaimer: x_x infelizmente eu não tenho os direitos da banda. Eles ainda são deles mesmos e tem contrato com a Crow Music. Isso é apenas um trabalho fictício feito com deturpações de coisas escritas nos blogs e sem nenhum fim lucrativo. A não ser reviews o.o' Reviews sempre são lucro!
Sumário: Um grave acidente pode ser o fim de tudo, ou não?
Comentário: A idéia para essa fic surgiu por causa de um comentário do blog do Daiki, =D obviamente deturpado pela minha mente que vê yaoi em qualquer lugar. Eu também tirei muitas informações sobre o acidente de lá, assim como do blog do Teru e do Shagrath. Algumas foram ligeiramente modificadas, apenas para dar um melhor andamento a fic.
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Estrela Cadente
Capítulo 07

Tatsuya observava os dois guitarristas interagindo um com o outro. Tentando tocar acordes mais difíceis, o público empolgado gritava o nome dos dois. O vocalista foi para frente do palco, levantando os braços, tentando induzir a platéia a gritar mais.

As fãs atenderam seu pedido, chamando o nome dos dois guitarristas. Hiro olhou para ele, um sorriso no rosto. Teru mantinha seu foco no público, sorrindo satisfeito. Teru nunca tirava o foco do público.

Tatsuya aproveitou para dar uma olhada melhor na platéia. A casa estava cheia de mulheres, como sempre. As apresentações de Teru e Hiro sempre enchiam de mulheres. Havia alguns rapazes também, mas a maioria deles estava preocupado com outras coisas. Os olhos do vocalista pararam no bar, onde um garoto bebia sozinho, observando com atenção Hiro e Teru. Um garoto de longos cabelos loiros.

Tatsuya viu Hiro bagunçar o cabelo de Teru, agradecendo o público. Tentou voltar a se concentrar, mas era inevitável procurar o menino loiro no bar, o menino que olhava concentrado para o show.

O vocalista terminou de cantar Hyper Feelings, buscando a garrafa de água, estrategicamente colocada perto da bateria de Uli. Seus olhos voltaram a cair no menino do bar, que agora tentava limpar alguma coisa que tinha derrubado. Com um sorriso no rosto pela cena que somente ele parecia observar, Tatsuya voltou-se para as fãs, ouvindo os acordes de Sad Rider, a última música da noite.

Quando terminou de cantar, o jovem no bar ainda estava lá, aparentemente hipnotizado pelo show. O vocalista sorriu para si mesmo. Adorava quando conseguia reações como aquela. De alguém que realmente aproveitava o show. Sorrindo, agradeceu ao público retirando-se do palco.

Foi para o camarim com os outros. Divertindo-se com a empolgação dos dois guitarristas sobre o versus que tinham travado no palco. Entraram no camarim, e não demorou para Kaworu aparecer, um sorriso de orelha a orelha no rosto.

- Como vocês fizeram um show estupendo, ganharam sorvete de brinde, está lá na cozinha! Mas corram que só tem cinco litros. - o vocalista do Aikaryu disse, sorrindo.

E foi questão de segundos até ficar quase tudo vazio. Somente Kaworu e Tatsuya no camarim. O vocalista do Aikaryu sorriu para o outro vocalista.

- Só entre vocalistas - Kaworu riu mais - eu separei uma parte pra você, pode tomar uma água e se arrumar com calma Tatsu-kun.

- Você escondeu bem? - o produtor perguntou, servindo-se de um copo de água.

- Eu coloquei em outro freezer. - os dois trocaram um sorriso cúmplice, e Kaworu saiu, provavelmente pronto para iniciar sua batalha por um pouco de sorvete.

O vocalista tirou o casaco que usava, sentando-se e começando a tirar a maquiagem pesada do show. Não demorou mais de cinco minutos para ouvir três suaves batidas na porta.

O produtor levantou, abrindo a porta e vendo Nakayama, um dos staffs da casa a sua frente.

- Nakayama-san! Quer vir comemorar com a gente? - perguntou, abrindo mais a porta e vendo o rapaz do bar. Tatsuya ficou em choque. O que ele estava fazendo lá? Como tinha conseguido chegar lá? Ele mesmo tinha pedido que não deixassem os fãs passarem porque queriam sair cedo, e fãs sempre exigiam uma atenção enorme.

- Kanoe-san pediu que eu trouxesse o amigo dele aqui. Para falar com... - o staff virou-se para confirmar com o jovem loiro.

- Tatsuya-san! - ele disse empolgado, mas ainda sim de uma maneira tímida. O vocalista não pode evitar um sorriso ao ver Nakayama praticamente empurrando o jovem para dentro do camarim e indo embora, provavelmente para desmontar o equipamento.

O rapaz loiro olhava assustado, como se estivesse com medo de estar ali. E aquilo só fazia Tatsuya sorrir mais, porque havia alguma coisa naquele rapaz, que era extremamente adorável.

- Muito prazer, eu sou Tatsuya - ele disse, tentando facilitar para o rapaz, e tentando esconder a felicidade em sua voz. Afinal, aquele era o garoto que tinha conseguido desconcentrá-lo o show inteiro.

- ... Shagrath, muito prazer - o jovem disse, cumprimentando Tatsuya formalmente com um sorriso tímido no rosto corado. O vocalista sorriu, como havia sorrido o show inteiro, enquanto observava o garoto que agora sabia se chamar Shagrath.

***

Teru ouviu o barulho das chaves na porta. Saiu do banheiro ainda escovando os dentes, apenas para certificar-se de que era realmente Kanoe quem tinha chego.

O guitarrista arqueou uma sobrancelha ao ver Dai na porta de sua casa, sendo seguido por um sonolento Kanoe.

- Boa noite Teru-san - o sério baterista do Irodori o cumprimentou, deixando Kanoe sentado no sofá da sala e indo embora. O guitarrista apenas observou o baixista se aninhar no sofá, procurando uma posição confortável para dormir.

- Teru-chan, você fica tão fofo assim. Dá vontade de apertar. - Kanoe disse sonolento, rindo da cena que via.

Teru estava vestido com um pijama de mangas cumpridas, listrado de branco e azul bebê, nós pés uma meiga pantufa de ursinhos azuis. Para completar a cena, os fios loiros soltos, e a escova de dente, também azul, ainda na boca.

O guitarrista sorriu, voltando para o banheiro, terminando de escovar os dentes. Foi até o quarto, pegando o futon que Kanoe estava usando, levando para a sala e arrumando uma cama confortável para o baixista.

- Ka-chan. - sussurrou, tocando de leve nos ombros de Kanoe, tentando não assustar o baixista que dormia tão docemente no pequeno sofá de sua sala. - Ka-chan... - tentou mais uma vez, e então viu o amigo abrir os olhos, observando-o com a máxima atenção que seu estado sonolento permitia. - Eu arrumei sua cama, deite ali, é mais confortável.

Kanoe apenas levantou e voltou a deitar-se no futon, puxando Teru levemente pelo pulso. O guitarrista sentou-se, e o baixista apoiou a cabeça em seu colo.

- Ah Teru... Como eu queria poder amar outra pessoa. Por quê? Por que não podemos escolher? - o guitarrista sorriu, afagando os cabelos loiros com gentileza. Sentindo-se incrivelmente triste por ver lágrimas nos olhos do doce Kanoe.

Não demorou que o baixista voltasse a adormecer. Teru levantou-se com cuidado, colocando um travesseiro onde antes estava sentado. Assim, Kanoe teria onde apoiar a cabeça.

Cobriu o amigo, protegendo-o do ar frio do outono. Com um sorriso foi até a mesa da televisão, abrindo uma das gavetas. Tirou um álbum de fotos, folheando-o rapidamente.

O guitarrista fechou a gaveta, ainda com o álbum em mãos, indo para o seu próprio quarto. Sentando-se na cama, Teru voltou a abri-lo, observando as fotos com cuidado. A pergunta de Kanoe ecoando em sua mente. Ninguém mais do que ele gostaria de ter amado outra pessoa.

Kanoe puxou a coberta, sentindo frio. Abriu um dos olhos, notando que já estava claro. A preguiça de levantar era enorme, mas estranhou não ouvir nenhum som na casa. Geralmente, Teru estava acordado. Morar com o guitarrista do Aikaryu fez Kanoe descobrir que Teru era um insone. O loirinho sempre estava fazendo alguma coisa para o tempo passar. Ele dormia realmente pouco, e isso às vezes até preocupava Kanoe.

O baixista levantou, espreguiçando-se e constatando que já eram três e meia da tarde. Surpreso, ele procurou por algumas roupas. Iria tomar um banho, ver o que Teru estava aprontando e então preparar alguma coisa para comerem.

Quando Kanoe terminou seu banho, abriu levemente a porta que ficava em frente ao banheiro. A porta que era do quarto de Teru.

Assustou-se quando viu o loirinho dormindo na cama de casal, sem nenhuma coberta. Várias fotos ao redor dele.

O jovem de cabelos mechados aproximou-se da cama, recolhendo as fotos e colocando-as dentro do álbum que estava nas mãos de Teru. Tirou o álbum de cima da cama, cobrindo o amigo que dormia tão tranqüilamente. Era tão raro poder flagrar Teru dormindo.

Kanoe pegou o álbum, levando-o para a sala. Sabia que Teru guardava os álbuns de fotografias em uma das gavetas da mesa da teve. Não resistindo a curiosidade de olhar, ele abriu, observando as fotos.

Teru e Hizaki.

Em todas elas ou estavam os dois, ou Hizaki sozinho. Pareciam tão felizes.

Kanoe ficou um bom tempo observando as fotos. Os dois guitarristas sorrindo. Era tão difícil ver Teru sorrir daquele jeito! No entanto, ele tinha muitas fotos sorrindo abertamente ao lado de Hizaki. Os dois de mãos dadas, abraçados. Havia até uma deles se beijando!

Kanoe sorriu. Aquelas fotos eram tão bonitas. Teru estava tão feliz. Hizaki estava tão feliz. Não entendia porque os dois tinham terminado. Não conseguia entender.

Teria continuado a olhar o álbum se não fosse o som da campainha. Guardou as fotos correndo dentro da gaveta, indo atender antes que o som estridente acordasse Teru.

Abriu a porta dando de cara com os cabelos escandalosamente rosas de Itsuki.

- Você. Kanoe. Vai me dar uma excelente explicação. - o baixista piscou, dando espaço para Itsuki entrar.

- Ahn? O que eu fiz? - ele perguntou realmente sem saber sobre o que Itsuki estava falando.

O baixista foi para a cozinha, sendo acompanhado do guitarrista. Itsuki apenas observou Kanoe pegar algumas coisas da geladeira e começar a cortar os vegetais.

- Onde está o Teru? - o rapaz de cabelo rosa perguntou, percebendo claramente que Kanoe estava tentando evitar qualquer conversa que fosse.

- Dormindo. Ele dorme tão pouco, é bom ver ele descansando um pouco. - Kanoe sorriu e Itsuki se aproximou.

- Eu estive na sua casa agora à tarde.

- AUCH! - o baixista disse, levando o dedo indicador a boca.

Itsuki olhou assustado, abrindo a torneira e colocando a mão de Kanoe embaixo da água. Tinha sido um corte e tanto.

- Se você cortar seu dedo fora, onde vamos encontrar outro baixista? - Itsuki disse entre sério e divertido. Ainda chocado com o fato do amigo ter se cortado logo após o que ele disse.

- O que você foi fazer lá? - a voz fria de Kanoe cortou qualquer pensamento que o amigo pudesse ter.

- Eu fui buscar os meus cds do Hizaki que estavam lá. - diante da menção do nome, Kanoe sorriu. Era mesmo engraçado que Itsuki fosse tão fã do guitarrista do Sulfuric Acid. O mesmo guitarrista que havia sido namorado do homem que estava hospedando-o naquela casa. - Os seus pais me fizeram trazer todas as suas coisas. Kanoe, por que você não nos contou que eles tinham te expulsado de casa? - o baixista abaixou a cabeça, desviando o olhar de Itsuki. O que ele iria responder? Meus pais descobriram que o filho é gay e não querem uma aberração dessas em casa?

Diante da falta de palavras, tudo que pode fazer foi ficar em silêncio. Um silêncio que lhe cortava o coração, porque tinha medo que Itsuki o rejeitasse também. Que Dai o criticasse como Ruri indiretamente havia feito na noite passada.

- Boa tarde, Itsuki-san. - Teru disse com um sorriso no rosto enquanto entrava na cozinha, ainda vestindo o pijama de listras azuis. - Kanoe-san! Você se cortou? Venha, sente aqui, eu faço um curativo.

O guitarrista do Irodori observava com atenção enquanto o loirinho cuidava do corte na mão de Kanoe. Pareciam tão próximos que sentiu uma pontada de inveja. Inveja por Kanoe ter procurado ajuda em Teru e não neles. Por ser Teru quem tinha a confiança do baixista e não seus amigos de banda.

- Desde quando o Kanoe está aqui? - perguntou para Teru, que apenas sorriu, terminando de fazer o curativo.

- Desde que eu sai do hospital. Kanoe-san me ajuda, ne? - ele sorriu para o baixista, que assentiu.

- Mas ele não veio pra cá para te ajudar Teru.

- Não importa, ele não precisa sair daqui se ele não quiser. - Kanoe sorriu e Teru afagou seus cabelos. - E eu realmente preciso da ajuda dele.

- Eu gosto de ajudar - Kanoe disse sorrindo - E eu me pergunto como você fazia para pegar os pratos no armário quando eu não estava aqui.

- Você está implicando comigo...

- Entendi. Teru vai te ajudar a esconder qualquer coisa, não é?... Afinal, Kanoe, qual o problema? Eu só quero te ajudar. Dai só quer te ajudar. Ruri só quer te ajudar! Somos seus amigos, estamos preocupados com você. - Itsuki gritou, chamando a atenção dos dois rapazes que sempre procuravam agir tão infantilmente.

- Eu preferi procurar a ajuda do Teru porque... - Kanoe olhou para o guitarrista - porque ele já passou por isso. Porque ele entenderia sem me julgar mal.

- Você está dizendo que nós o julgaríamos mal? - o guitarrista de cabelo rosa perguntou, visivelmente inconformado.

- Foi o que o Ruri fez ontem. - foi a vez de Teru olhar para ele, tentando entender.

- O Ruri não sabe dos seus problemas, ele nunca diria algo que te magoasse propositalmente!

- Sabe sim. - o tom de voz do baixista soou frio, fazendo Itsuki olha-lo surpreso. - Eu contei para ele algumas semanas atrás. Portanto, não diga o que não sabe. - Kanoe saiu da cozinha, trancando-se no quarto de Teru. Sabia que o guitarrista não iria se importar.

Itsuki olhou para Teru, como se o guitarrista da outra banda pudesse lhe dar as respostas. Mas ele apenas sorriu.

- Fique pra jantar Itsuki-san. O Kanoe precisa de apoio, não de pessoas virando as costas pra ele.

Itsuki assentiu, ajudando Teru a continuar a cozinhar o que Kanoe havia deixado pela metade. Se não podia ajudar Kanoe, ia tentar pelo menos ver o que ele tinha visto em Teru, que poderia ajuda-lo.

***

Havia se passado tanto tempo, quase um ano. Faltavam poucos meses para fazer um ano. Um ano que tinham se conhecido. Um ano que sentia vontade de fazer aquilo. E, finalmente, seu autocontrole tinha se esvaído. Porque ele estava beijando Shagrath. Podia sentir os dedos do guitarrista entrelaçados aos seus. O toque macio dos lábios encostados nos seus. Mesmo assim, tinha medo de dar o próximo passo.

Afastou-se, abrindo os olhos, procurando o olhar de Shagrath. O guitarrista parecia assustado. E tudo que Tatsuya registrou foi que havia feito aquilo sem permissão. Não sabia o que Shagrath ia pensar, se o guitarrista aceitaria ser beijado por outro homem... Se gostaria que Tatsuya o beijasse.

- Desculpe, eu não deveria ter feito isso sem a sua permissão. - Tatsuya disse, porém ele permanecia segurando a mão de Shagrath, fazendo um carinho suave no pescoço do mais novo.

Shagrath sorriu, soltando o braço do violão. Em um movimento inesperado, foi ele quem puxou Tatsuya para mais perto, tomando os lábios do produtor em um beijo mais profundo que o anterior.

Chocado era pouco para descrever como Tatsuya se sentia. Ele nunca esperaria aquela atitude de Shagrath. Nunca. Nunca mesmo. Mas era o que estava acontecendo.

Após se recuperar do susto inicial, o vocalista começou a corresponder em um beijo lânguido e, por que não, apaixonado. Afinal, era assim que se sentia.

Tatsuya ia ao céu quando o sorriso de Shagrath era direcionado para si. Tímido e incrivelmente feliz quando via o guitarrista assistindo os ensaios ou os shows do Whiteblack. Quando os olhos do mais novo estavam voltados somente para ele. Quando via que Shagrath estava prestando atenção nele, e somente nele. Até mesmo porque Shagrath prestando atenção em alguma coisa, ou alguém, era algo realmente raro.

Aos poucos o beijo foi ficando mais exigente, fervoroso. Ambos apenas provando um do gosto do outro. Suas línguas se acariciavam, reconhecendo cada parte da boca do outro...

- Ahem. Não querendo atrapalhar... - os dois se separaram rapidamente, olhando para a porta. Os corações batiam acelerados, não só pelo beijo, mas também pelo susto de terem sido flagrados por alguém.

- Céus! Kaworu! - Tatsuya grunhiu olhando com raiva para o vocalista do Aikaryu.

Kaworu apenas observava, enquanto visivelmente segurava o riso. Não era sempre que tinha a oportunidade de constranger seu amigo, produtor e chefe. Olhou para Shagrath que, apesar de corado, também segurava o riso. Balançou a cabeça, porque se conhecia seu guitarrista, ele não tinha noção de absolutamente nada, inclusive do que estava fazendo e do que isso podia acarretar. E era esse um dos motivos de adorar o caçula da banda.

- Céus digo eu, vocês sabem que isso é um hospital? As pessoas andam pelo corredor, vêem o que acontece nos quartos, principalmente quando a porta está a-b-e-r-t-a. - o vocalista viu o produtor corar mais e o guitarrista levar a mão à boca, escondendo as risadas.

- Kaworu... - Tatsuya disse visivelmente irritado, o que só fez o vocalista do Aikaryu sorrir mais ainda. - Vá ver o Daiki, vá ver o Uli, o Sano, qualquer outra pessoa. E ai de você...

- Minha boca é um túmulo Tatsuya-sama. - Kaworu interrompeu, sorrindo e dando meia volta. Estava feliz, não por ter flagrado os dois se beijando, mas por parecer que iriam se acertar. Fazia tanto tempo que não via Tatsuya envolvido por alguém. E, apesar de não entender o que ele havia visto no seu avoado guitarrista, ficava feliz. Uma pena que ainda não poderia contar nada para ninguém.

Tatsuya foi até a porta, acompanhando a distância os passos de Kaworu, até que ele desaparecesse de sua vista. Sentia vontade de esganá-lo, e só não o fez porque o Aikaryu já estava com um desfalque grande o bastante, não precisava ter seu vocalista assassinado pelo próprio produtor.

Seus pensamentos foram interrompidos pela risada de Shagrath. Voltou seu olhar para o guitarrista, que ainda estava sentado na cama.

- Te-chan... - chamou baixo, tentando obter a atenção do mais novo. O que demorou muito menos do que ele esperava. Embora Shagrath ainda mantivesse o sorriso no rosto, o que fez Tatsuya sorrir também.

- Kaworu vai nos atormentar pelo resto das nossas vidas. - Shagrath disse sorrindo, ajeitando-se na cama, voltando a tentar tocar Sky Fly, mas ainda errando o mesmo acorde de antes.

Tatsuya apenas observou, enquanto Shagrath teimosamente tentava fazer o acorde sozinho.

- Você é teimoso, não devia forçar demais. - Tatsuya sorriu, aproximando-se novamente. No fundo, estava com medo que aquele beijo não passasse de um único beijo. Sentou na cadeira em que estava antes, ainda olhando o teimoso guitarrista tentar fazer o acorde.

- Mas eu quero ficar bom logo. Pra poder voltar a tocar! - o tom de empolgação não deixava dúvidas que, na mente do guitarrista, não existia a possibilidade dele não ficar bom.

Tatsuya segurou novamente as cordas, fazendo com que o som saísse como Shagrath tanto desejava.

- Licença? - a voz de Daiki foi ouvida e os dois dirigiram seus olhares para a porta.

- Daiki! - Shagrath sorriu ao ver o amigo - Olha! Olha! O enfermeiro me emprestou um violão! E o Tatsuya 'tá me ajudando a tocar. Não é, Tatsu? - o vocalista olhou surpreso para Shagrath. Não pela pergunta em si, mas porque ele havia segurado sua mão com a mão que estava livre. E, daquele angulo, Daiki não conseguia ver nada.

- É. Isso mesmo. - Tatsuya sorriu para o baixista, enquanto sentia os dedos de Shagrath acariciarem os seus suavemente. Talvez, tentando tranqüiliza-lo?

- Que música vocês estavam tocando? - Daiki perguntou, aproximando-se.

Tatsuya sentiu seus dedos serem soltos lentamente. Tudo de uma forma que Daiki não conseguia ver de onde estava.

- Sky Fly, é a minha favorita do Tatsuya. - Shagrath sorriu para Tatsuya. No fundo, o guitarrista esperava que ele entendesse o que estava tentando dizer. Um sorriso no rosto do produtor foi o que o acalmou.

- Eu não sabia disso até agora. - Tatsuya respondeu, um sorriso satisfeito em seu rosto.

- Melhor começar com as do Tatsuya. Se você for tentar fazer aqueles acordes do Teru, arrancam esse violão da sua mão e nunca mais devolvem. - os três riram, continuando a conversar e ajudar Shagrath a tocar.

Tatsuya foi o primeiro a ir, apesar da sua vontade de ficar. Sabia que fazia tempo que os dois amigos não se viam e seria bom deixá-los conversar um pouco. E os gestos de Shagrath tinham tranqüilizado-o um pouco. Talvez, seus sentimentos fossem igualmente correspondidos.

Mudando de idéia a respeito de seu trajeto, o vocalista do Whiteblack não tomou o caminho de casa. Pelo contrário, afastou-se, dirigindo em um estado de torpor e felicidade extremos. Precisava contar para alguém, para alguém que não passaria a maior parte do tempo rindo da sua cara, como Kaworu certamente faria da próxima vez que se encontrassem.

Estacionando o carro, ele praticamente correu para a porta da casa que ele sabia ser recém pintada de branco. Tocou a campainha, não se surpreendendo ao ver a mulher que atendeu a porta.

- Tatsu-chan! Oh meu filho, pensei que você estivesse trabalhando. Entre, entre, eu estou assando um bolo. Fique pra comer conosco. - O produtor tirou os sapatos, entrando e não estranhando ser praticamente arrastado para dentro da casa. Estava acostumado com aquele tratamento.

- Eu vim falar com seu filho Nakamichi-san, ele está? - Tatsuya sorriu, vendo a mulher tirar o bolo do forno.

- Ah sim, sim, está no quarto, como sempre. Aquele menino se tranca naquele quarto quando está em casa. Vá lá Tatsu-chan, pode entrar, e chame-o para vir comer o bolo.

Tatsuya subiu as escadas, abrindo a porta do quarto que sabia ser de quem estava procurando. Seus olhos se arregalaram ao ver Hiro só com uma toalha em volta da cintura, o corpo e o cabelo ainda molhados.

- AHHHH! Tatsuya!!!! Quer me matar do coração? Isso é jeito de entrar no quarto dos outros? - Hiro disse, jogando uma almofada na cara do amigo. - E o que você faz aqui essa hora da tarde?

- Credo Hiro, que mau humor. Eu vim porque queria falar com você. - o guitarrista fez uma careta, abrindo a porta do guarda-roupa a procura de algo pra vestir.

- E não tem telefone? Ou é tão importante que precisa ser dito pessoalmente? - Hiro tirou algumas roupas, colocando-as em cima da cama. Enquanto via Tatsuya fechar a porta do quarto e sentar-se na cadeira do computador. - Qual fica melhor? - perguntou para o amigo, mostrando uma camiseta preta e outra azul.

- Qualquer roupa que você colocar vai ficar bem Hiro. - o vocalista disse, acostumado com o jeito excessivamente vaidoso do amigo, que no momento lhe dirigia um olhar mortal.

- Qual fica melhor com as lentes azuis e aquela calça jeans preta que eu comprei em Nagoya? - ele perguntou de novo. - Vamos Tatsu, está frio e eu não pretendo ficar de toalha o resto da vida.

- Não é como se você não fosse um exibicionista. - Tatsuya sorriu da expressão de desagrado do amigo. - Coloca aquela preta com estampa de dragão dourada e aquele casaco que você ganhou no último show.

Hiro sorriu, indo procurar as roupas que Tatsuya havia mencionado.

- E o que você queria dizer? Se o seu assunto importante for de novo os sorrisos de Shagrath, ou qualquer outra coisa do tipo, eu juro que te boto pra fora a pontapés. - Apesar das palavras, o tom de voz de Hiro era de divertimento. Porque ele realmente se divertia com aquele lado de Tatsuya. Aquele lado um tanto infantil que ele raramente mostrava.

- Não, não, nada de sorrisos hoje. Nós nos beijamos. - Tatsuya disse com um sorriso de felicidade, e segurando uma risada já antecipando a reação de Hiro.

Hiro que olhou para ele inicialmente assustado. Depois sorrindo.

- Existem Deuses nesse mundo! Finalmente!! - o guitarrista falou, colocando a camiseta e tirando a toalha.

- Hi-chan, Tatsu-chan venham comer. - A porta se abriu abruptamente pela segunda vez naquela tarde, e o chamado da mulher foi seguido de um grito ao ver Hiro vestindo apenas uma camiseta. - Hiro! Isso são modos!

- Que foi mãe? Você que abre a porta de repente quando eu estou me trocando. Também não é como se você nunca tivesse me visto assim. - Hiro reclamou, colocando a cueca e ouvindo as gargalhadas de Tatsuya.

- Você podia ter um pouco de respeito pela sua velha mãe, não é? Vista-se e venha comer. - ela fechou a porta e Hiro começou a rir também.

- Hoje é o dia de invadirem o meu quarto... Mas diga Tatsu-chan, como foi essa história de você ter beijado o seu tão preciso Te-chan? - Tatsuya corou, começando a contar para Hiro. O guitarrista do Whiteblack podia até ser um pouco mal humorado de vez em quando, mas sem dúvida, era o melhor amigo que ele poderia ter.

Continua...

2007.1702

Notas:
@_@ capítulo escrito em tempo recorde!
Fotos do Hiro tem em algum dos capítulos anteriores, caso alguém já tenha esquecido dessa "detalhe". =D

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