Título: Estrela Cadente
Capítulos: 08/??
Autora:
lahyGênero: angst
Banda: Aikaryu - Whiteblack - Irodori
Pares: Daiki + Shagrath, Tatsuya + Shagrath, Ruri + Kanoe
Classificação: PG-13
Disclaimer: x_x infelizmente eu não tenho os direitos da banda. Eles ainda são deles mesmos e tem contrato com a Crow Music. Isso é apenas um trabalho fictício feito com deturpações de coisas escritas nos blogs e sem nenhum fim lucrativo. A não ser reviews o.o' Reviews sempre são lucro!
Alertas: linguagem ofensiva
Sumário: Um grave acidente pode ser o fim de tudo, ou não?
Comentário: A idéia para essa fic surgiu por causa de um comentário do blog do Daiki, =D obviamente deturpado pela minha mente que vê yaoi em qualquer lugar. Eu também tirei muitas informações sobre o acidente de lá, assim como do blog do Teru e do Shagrath. Algumas foram ligeiramente modificadas, apenas para dar um melhor andamento a fic.
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Estrela Cadente
Capítulo 08
O vocalista andava de um lado para o outro, extremamente irritado. O olhar sempre sério do baterista observava com uma atenção desconfiada.
O fato era que Ruri vinha agindo muito estranhamente nos últimos dias, assim como Kanoe. Mas a intuição de Dai lhe dizia que o problema de Kanoe era verdadeiramente sério. E o de Ruri era algo diferente. Algo que apenas o perturbava.
- Ruri, se você continuar andando de um lado para o outro, grunhindo sons incompreensíveis, eu vou achar que seu problema é falta de sexo. - Dai falou tranqüilamente, nem mesmo se importando com o olhar mortal que o vocalista lhe dirigiu.
- Meu problema é que o Kanoe está morando com o Teru. Justo com o Teru. De todas as pessoas Dai, ele poderia ter escolhido outra não? - o vocalista disse irritado, fazendo Dai arquear uma das sobrancelhas.
- Não vejo qual o problema. Se ele quer morar com o Teru, ele que more.
- Ele que more? E depois vai vir todo mundo falando pra gente que nosso baixista é um veado de primeira categoria! Afinal, é de conhecimento geral que o Teru morou com o Hizaki por anos, e que eles não eram apenas amigos.
- Bom, se for o caso, isso não torna o Kanoe um baixista inferior, não é mesmo? - Dai deu de ombros. Se Kanoe tinha ou deixava de ter um caso com o guitarrista do Aikaryu, isso não era problema para ele.
- Não, não deixa. Mas...
- Mas você não gostaria de ser visto com alguém assumidamente homossexual? - Dai perguntou já sabendo a resposta. Era óbvio que o que estava realmente incomodando Ruri era o fato de ser visto de outra forma.
- É óbvio que não. Ninguém gosta de ser apontado na rua como um gay.
- Bem, eu não vou me incomodar. Kanoe é meu amigo e, sinceramente Ruri, eu acho que o brilho nos olhos dele não chega nem de perto de ser o de alguém apaixonado. - o olhar de Ruri para Dai foi tão estranho, tão repleto de sentimentos incompreensíveis, que o baterista até se assustou.
- Kanoe é um idiota que está destruindo a vida dele. E vai destruir nossa banda junto. - Ruri murmurou, saindo da sala e deixando o baterista sozinho.
Dai olhava sem entender. O que havia dado em Ruri? Ele sempre tinha sido tão gentil com Kanoe, eles sempre foram tão bons amigos.
A porta não demorou a abrir novamente, revelando Itsuki e seus escandalosos cabelos rosas.
- Dai! Você não acredita no que aconteceu! - o guitarrista andava de um lado para o outro, fazendo o baterista revirar os olhos. Desde quando sua banda era tão agitada?
- Diga Itsuki, nada mais me surpreende, pelo menos por hoje.
- O Kanoe está morando com o Teru porque os pais dele o expulsaram de casa! Os pais do Kanoe! Dai, você consegue entender isso? - o baterista olhou realmente surpreso, arrependendo-se por suas palavras anteriores, pois ele realmente havia se surpreendido. Porque os pais de Kanoe sempre tinham tratado o filho com todos os mimos. Adoravam-no e davam a ele tudo que ele desejava. Também não era um hábito deles brigar ou qualquer coisa assim. Pelo contrário, pelo que sabia, e pelo que Kanoe contava, eles tinham um relacionamento invejável.
- Kanoe... Expulso de casa? Calma Itsuki. Como assim? Explique direito.
- Eu não sei o que aconteceu. O Kanoe não quis contar, o Teru não quis contar, mas eu sei que ele sabe de tudo. Só sei que fui buscar meus cds do Hizaki na casa do Kanoe, e os pais dele enfiaram todas as coisas dele em caixas, sacolas, mochilas e me mandaram entregar, porque nunca mais queriam ver o filho lá. - Itsuki falava apressado, enquanto Dai apenas arregalava os olhos em um espanto mudo.
- E quando eu perguntei para o Kanoe porque ele não nos contou, ele disse que era porque Teru o compreenderia melhor... Eu fiquei indignado Dai. Mas aí ele disse que nós o julgaríamos mal, porque ele contou para o Ruri e foi o que ele fez. - o olhar do baterista pareceu ainda mais assustado. Isso explicava porque Ruri vinha tratando Kanoe tão mal?
- O Ruri está furioso porque o Kanoe foi morar com o Teru. Mas eu pensei que era algo temporário, por isso não me importei. Tem certeza de que é algo permanente Itsuki?
- Permanente eu não sei. Mas que é algo longo, sem dúvida é... Dai, você não fica curioso? Para saber o que está acontecendo? - Dai encarou Itsuki, incerto de como responder. Ele não sentia curiosidade, ele sentia apreensão. Sentia que precisava saber para poder ajudar Kanoe.
***
O som estridente da campainha fez o pequeno guitarrista levantar apressado. Estava com fome e Kanoe havia pedido uma pizza para o almoço. Não era um almoço saudável, mas era bastante saboroso.
Pegando o dinheiro que já estava separado, o loirinho foi até a porta, escancarando-a sem nem mesmo ver quem era. Mas, mesmo se tivesse feito isso, seu espanto não seria menor.
- Quero falar com o Kanoe! - Teru foi levemente empurrado, abrindo forçadamente o caminho para que o jovem pudesse entrar.
- O Kanoe-kun está tomando banho Ruri-san. Você vai almoçar conosco? - Teru perguntou em seu tom de voz geralmente gentil.
O olhar do vocalista do Irodori percorreu o guitarrista de cima a baixo, uma expressão de puro asco em seu rosto.
- Você está destruindo a vida do Kanoe. Não sou eu quem vai fingir que apóia isso.
O olhar de Teru era de pura surpresa. Não sabia do que Ruri estava falando. Ele só queria ajudar o baixista. Porque ele e Kanoe eram amigos. Porque Kanoe estava em um momento difícil, e ele já tinha passado por algo parecido. E gostaria de ter tido a mesma ajuda.
- ... Como assim Ruri-san?
- O que você acha que as pessoas vão pensar ao vê-lo andando pra cima e pra baixo com você? O que você acha que elas vão falar ao saber que ele está aqui, na sua casa, morando com você? Essa casa nojenta que você dividia com aquele outro... Onde vocês... Vocês faziam aquelas coisas nojentas.
Teru olhava espantado para o vocalista. Até onde sabia eram amigos. Ruri nunca tinha tratado-o mal até então. Pelo contrário, ele sempre havia sido extremamente gentil.
- E aposto que foi porque você fica por aí, tentando se esfregar no primeiro que passa na frente, que o Hizaki te deixou. - os olhos de Teru se arregalaram. Ruri não tinha o direito de falar qualquer coisa a respeito do relacionamento que ele e Hizaki tinham tido.
- Porque é isso que você é Teru! Pior que uma puta! O Kanoe estava muito bem antes de você ficar induzindo ele a ter esse tipo de comportamento. Com quantos você já fez isso? Pra quantos você já deu o rabo antes de seduzir o Kanoe? Pois saiba que eu não vou deixar! Não vou permitir que você acabe com a vida do Kanoe, com a nossa chance de fazer sucesso com o Irodori. Eu trabalhei duro por muito tempo. E não é um veado de merda que vai destruir isso!
Teru queria revidar. Sabia as palavras que tinha que dizer, mas não conseguia. Era isso que pensavam dele? Era isso que todos diziam nas suas costas? As lágrimas escorriam de seu rosto. Por mais que quisesse dizer umas boas verdades para Ruri, era completamente incapaz. Não conseguia nem mesmo dizer que ele deveria sair da sua casa. Simplesmente não conseguia.
Pela primeira vez naqueles meses, Teru sentiu a falta de Hizaki. Como nunca tinha sentido antes. Hizaki que o apoiava, que o fazia ir pra frente. Hizaki que tinha ido embora. Hizaki seu amigo, Hizaki que tinha amado tanto, que tinha amado-o tanto.
- Mas o que...? - a pergunta de Kanoe ficou no ar enquanto o baixista tentava entender a cena a sua frente. Ruri estava de pé, no meio da sala. Os punhos fechados e uma expressão de pura raiva no rosto. Enquanto isso, Teru estava perto da porta aberta, uma mão sobre sua boca tentando visivelmente abafar os soluços que vinham junto com as lágrimas abundantes.
- Vem Kanoe, pega suas coisas, vamos embora. - Ruri disse, virando-se para o amigo que estava atordoado no corredor.
Teru imediatamente tentou conter as lágrimas, olhando para o baixista. Será que Kanoe iria embora? Porque era de Ruri que estavam falando. O genioso vocalista do Irodori por quem Kanoe era apaixonado fazia anos. E era Ruri querendo leva-lo embora. E, se estivesse no lugar de Kanoe, o que faria? Ficaria com um amigo ou iria com seu amor?
***
Daiki sorriu diante de tanta alegria. Era incrível, mas Shagrath estava mais elétrico do que quando tinham começado a turnê no ano passado. E era mais incrível ainda que, mesmo estando em um hospital, com a cabeça e o braço enfaixados, Daiki ainda conseguia acha-lo fascinante.
A maneira simples como Shagrath via as coisas. A forma pura como ele interpretava o que acontecia ao seu redor. O jeito constantemente desligado e agitado. Tudo aquilo era o que fazia o guitarrista mais novo do Aikaryu ser uma das pessoas mais encantadoras que Daiki tivera o prazer de conhecer.
Mas ele estava excepcionalmente feliz naquele dia. Havia algo mais. Algo que Daiki não sabia o que era.
- Você parece bem Shagrath. - disse, tentando conseguir alguma pista a respeito de tanta felicidade.
- Pareço? Eu estou sim! Hoje é um bom dia. - o guitarrista disse sorridente voltando a dedilhar o violão.
- Mesmo? Você está realmente disposto.
- É porque Daiki veio me visitar, e Tatsuya também - Shagrath sorriu olhando nos olhos de Daiki - Isso é bom não é? Porque eu não gosto de ficar sozinho aqui. Eu fico vendo aqueles programas de culinária e eles são tão desanimadores. Dá vontade de comer ramen, e carne de porco, e eles só me dão essa comida sem sal de hospital. - Daiki riu. Realmente, a maior tortura do hospital havia sido a comida insossa. Mesmo assim, ele não deixara escapar aquelas palavras. Aquelas pequenas palavras que representavam uma esperança. Shagrath estava feliz porque ele havia ido visitá-lo.
- Então, quando você sair, nós vamos comemorar em um restaurante de carnes. Que tal? - Daiki disse sorridente, recebendo um sorriso do guitarrista em resposta, junto com um efusivo aceno de cabeça.
- Sim! Sim! Vamos comer em um restaurante de carnes. E vamos sair pra comer ramen, e tocar juntos, e pegar no pé do Uli, e fazer o Teru corar - Shagrath riu diante da ultima idéia.
- Não é difícil fazer o Teru corar. É só perguntar se quem ficava embaixo era ele ou o Hizaki. - Daiki começou a rir, lembrando de quando havia feito aquela pergunta infame só para pegar no pé do amigo.
- Você não perguntou isso pra ele, perguntou? - Shagrath questionou incrédulo. A cara de pau dos seus amigos ainda o chocava.
- Perguntei. Você precisava ver a cara dele! Pena que eu não tirei uma foto. - Daiki sorriu, vendo Shagrath gargalhar, certamente imaginando a cena.
- Ele não te respondeu, ne?
- Não. E eu continuo me fazendo essa pergunta, porque não da pra ter idéia mesmo. Você consegue dar um chute? - Daiki perguntou e viu Shagrath rir.
- Ahn? Eu?? Eu não! - Shagrath corou completamente. Ele nunca tinha imaginado como seria a vida sexual de qualquer um de seus colegas de banda. - Eu nunca pensei sobre isso. - o tom de inocência na voz do mais novo fez Daiki realmente acreditar naquilo.
- Você gosta de alguém Shagrath? - o baixista criou coragem para perguntar, temendo a resposta que pudesse vir.
Shagraht corou. A pergunta que vinha a sua mente era se podia ou não responder aquilo. Porque gostava de Tatsuya. Muito mesmo. Mas, embora soubesse que seus amigos não tinham tido nenhum problema em aceitar o relacionamento de Teru com Hizaki, ainda se sentia inseguro.
O guitarrista acenou com um gesto positivo de cabeça. Mantendo os olhos baixos e longe de Daiki, que apenas esboçou um sorriso.
- Essa pessoa sabe disso? - o baixista tentou mais uma vez, embora seu coração tentasse lhe dizer avidamente que a pessoa era ele, sua razão ainda pedia para que mantesse a calma.
- Eto... Eu não sei... Eu... - vendo o guitarrista enrolado nas palavras, o coração de Daiki pareceu acelerar. Será? Será que ele tinha alguma chance? Alguma mísera chance de conseguir algo com o mais novo?
- Você já disse? Ou demonstrou de alguma forma? - tentou ainda mais uma vez. Feliz por ter um cérebro capaz de comandar as coisas quando tudo caminhava de maneira incerta e seu coração se alimentava de esperanças.
- E... Dizer, assim, dito com todas as letras, eu não disse... Mas... Nós nos beijamos.
Daiki viu o rosto do guitarrista corar fortemente, assim como todas as suas esperanças se esvaírem. Ele nunca tinha beijado Shagrath. Embora vontade não faltasse. Então, definitivamente, isso reduzia suas chances a quase zero.
- Mas eu pretendo dizer, assim que eu tiver a chance. Você acha que eu devo Daiki? - o baixista olhou para Shagrath. O olhar feliz de Shagrath, o sorriso radiante, aquela alegria de quem sabe ter chances de ser correspondido com igual intensidade.
Daiki forçou um sorriso. Tudo que sua mente processava era que, ele não era uma garota com sorte o bastante para ganhar o coração daquele rapaz.
- Se você gosta dela, você deve dizer sim. - Daiki sorriu, um sorriso triste, mas que aos olhos de Shagrath parecia meigo.
- E você, Daiki? Você está apaixonado? - a pergunta veio com tanta empolgação, que o baixista foi obrigado a rir. Rir da ironia que era aquilo. Se Shagrath ao menos sonhasse, certamente nem estaria falando com ele agora. Porque uma coisa era o fofo e meigo Teru ter um caso com o tão fofo e tão meigo Hizaki. Outra coisa era ele, o desengonçado e estranho Daiki, apaixonado pelo doce Shagrath.
- Estou. Mas a pessoa que eu gosto, já gosta de outra pessoa. - ele disse sorrindo, vendo uma expressão de tristeza no rosto quase sempre sorridente do guitarrista.
- Uhn... Mesmo assim, você devia dizer, Daiki. Pelo menos ela saberia dos seus sentimentos - Shagrath sorriu docemente, abraçando o baixista tentando consola-lo.
E enquanto Shagrath tentava confortá-lo, Daiki sentia-se acuado, desejando estar nos braços dele pra dizer que era ele a pessoa de quem gostava. Mas o baixista sabia que não podia fazer isso. E foi por isso que ele chorou, lágrimas de tristeza. Em um silêncio auto-imposto, enquanto Shagrath o consolava em seus braços. Forçado a permanecer calado, porque as únicas palavras que ele gostaria de poder dizer, eram preciosas demais para serem ditas naquelas condições.
Continua...
2007.2202
Notas: Agradecimento especial a MiWi por ter me ajudado com o final do capítulo x_x
Esse capítulo ficou um "pouco" menor do que os outros, mas enfim, era aí mesmo que ele tinha que terminar o.o
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Irodori - Junsui Naru