Título: LIZARDS & SNAKES
Bandas: BUCK-TICK; X JAPAN (/solo works); Dir en grey; Merry; Kagerou; MUCC; Asagi; Hotei Tomoyasu; Creature Creature; Nightmare; Gazette; Sugizo; Penicillin; L'Arc~en~Ciel; Miyavi; Kisaki Project; La'cryma Christi; deadman; Kirito; Psycho le Cemu; Lareine; Fatima + outros.
Casais: AtsushixYoshiki/YoshikixAtsushi; KyoxGara; TatsurouxDaisuke; AtsushixHakuei; HoteixMorrie + outros. (One-sided: HitsugixYomi; MakoxYomi; HakueixChisato; DiexKaoru; YoshikixSugizo)
Gênero: Ação, Drama, Romance, Humor, Yaoi/Lemon.
Classificação: NC-17
Sinopse: Notórias e poderosas, duas máfias rivais lutam pelo poder no submundo de Tóquio... (e do resto do mundo, ou até onde suas ambições permitirem) São eles: os LIZARDS, liderados por Hayashi Yoshiki, e os SNAKES, sob o comando de Sakurai Atsushi.
Autoras: Mô-chan e Scarlet Mana.
Capítulo: - .The Animal Underworld. - Por Mô-chan e Scarlet Mana.
Capítulos Anteriores:
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17.
XXX
Ele sabia que sua altura (ou a falta dela, que fosse) não impunha muito respeito. Ele sabia que, pra piorar, tinha cara de novinho - e parecia que, com o passar dos anos, ele ficava ainda mais jovem, ao invés de envelhecer.
Mas ele já havia se casado uma vez, quase se divorciado recentemente devido a especulações da imprensa; tinha um filho; era responsável e, quando se tratava de seu trabalho, não gostava nem um pouco que lhe chamassem de incompetente. Nem ele nem sua equipe o eram. Fazia anos que trabalhava naquela área; experiência ele tinha de sobra. Seus homens estavam dando o máximo naquelas investigações, e quem não estava colaborando era justamente a pessoa que agora reclamava da falta de resultados.
- Se você dissesse pra que serve aquela chave... - o investigador começou, lançando um olhar irritado para o dono do cassino em que estavam agora - ...as coisas ficariam bem mais fáceis. Obviamente, o seqüestro de Juka e Kazuno está relacionado ao roubo dela, o que significa que ela será usada para alguma coisa - ele murmurou entre dentes -, em algum lugar, e é muito provável que os dois estejam presentes nesta hora.
Takehito Koyasu fechou a cara; então aquele tal de Takarai pensava que podia lhe dar ordens? Pois o dono do cassino não estava disposto a revelar nada sobre a chave.
Além disso, ele não podia. Além do seqüestro de seu filho, ele não precisava de mais um problema (como, por exemplo, a descoberta de que os quadros do museu que ele possuía eram usados como um meio no tráfico de drogas).
- Hyde - o mais baixo desviou os olhos daquele que virara a causa de seu estresse dos últimos dias e deixou que seu olhar caísse sobre Sakura, que o chamava agora. - O Ken tem novidades; precisamos falar com você.
Hideto Takarai lançou um olhar desdenhoso de vitória sobre o dono do cassino, arqueando a sobrancelha como se o desafiasse a chamá-lo novamente de incompetente. Mas então, ele voltou a ficar sério, mas poder-se-ia dizer que suas feições adquiriram um ar meio suave. - Eu tenho um filho também, e se estivesse no seu lugar, abriria mão de tudo para saber onde ele está.
Sem dar chances para que Koyasu respondesse, Hyde virou-se de costas para ele, enfiando as mãos no sobretudo enquanto caminhava ao encontro de seus colegas de trabalho.
- Espero que as notícias sejam boas - ele disse, assim que entrou na sala de vigia, que vinha sendo usada por sua equipe desde que o roubo da tal chave virara caso de polícia. Às vezes, Hyde tinha a séria impressão de que Takehito se arrependia de tê-los contratado para resolver o caso, mas preferia deixar suas suspeitas de lado enquanto não tivesse evidências mais claras disso.
- Foi confirmado que os responsáveis pelo seqüestro de Juka e Kazuno são os mesmos que roubaram a chave - Ken disse, largando sobre uma mesa já abarrotada de papéis e fitas mais uma pasta, contendo um relatório que ele mesmo acabara de ler.
- E? De que isso adianta? - ele indagou, um tanto descrente, mas folheou o conteúdo da pasta mesmo assim.
- Está aí, mas se você prefere que eu diga... - Ken brincou um pouco, acendendo mais um dos incontáveis cigarros do dia. - Kazuno não trabalhava apenas aqui no cassino. Na verdade, ele passava mais tempo como funcionário de um-
- ...museu. - Hyde completou, ao esbarrar na parte do relatório que mencionava o que o outro acabara de tentar lhe dizer.
- Vá para a página seguinte - a chaminé ambulante instruiu, soltando uma fumaça de tabaco que parecia não ter fim.
Hyde fez exatamente o que Ken disse, e deparou-se com a gravura de uma chave, cujas propriedades eram detalhadamente explicadas, incluindo suas características tecnológicas e o fato de ser impossível usar uma cópia dela, pois esta, diferentemente da original, jamais funcionaria.
Só faltava um dado, que era o que andava inquietando tanto o baixinho quanto seus companheiros:
- O que diabos isso abre, afinal...? - ele balbuciou, olhando fixamente para o retrato do objeto como se assim fosse obter uma resposta.
XXX
Lá estavam, e eram vários. Todos de preto, armados, e não havia necessidade de que tirassem os óculos escuros para saber para onde seus olhares estavam direcionados, com intensa curiosidade e escárnio. O jovem tinha as mãos atadas acima da sua própria cabeça a uma tubulação descoberta pela parede velha daquele barraco, numa posição visivelmente desconfortável e desprotegida. Encontrava-se confuso, não sabia como havia parado naquele local; os arredores não despertavam o menor sentimento de familiaridade, tampouco os rostos masculinos que se desdobravam em sorrisos sarcásticos e risadinhas cruéis diante dele. Ele não sabia nada além daquela única coisa: estava órfão.
- Aquele velho só pode estar de brincadeira conosco. Isso aí é o pagamento? - perguntou um deles, acenando a cabeça com descaso na direção do refém.
- Vai ter que servir. A propriedade que ele ofereceu é uma piada, e todas as outras não são dele, os contratos são todos forjados. Golpista safado... a única coisa sobre a qual ele não mentiu era o fato de ter um filho - um segundo homem deu uma risada forçada e puxou um maço de cigarros e isqueiro do bolso de dentro do terno.
O olhar do jovem parou sobre a tatuagem que havia na mão repleta de anéis do homem. Era de algum animal que ele não conseguiria reconhecer sem um exame mais demorado. Parecia apagada pelo tempo. - Sempre temos lugares para filhotes.
- Ele não é tão novo. Vai nos causar problemas.
- Não penso assim. Parece ter cérebro, coisa que o pai não tinha. - o homem deu uma tragada no cigarro, aproximando-se a passos lentos, e agachando-se em frente ao garoto. Retirou a arma que trazia junto ao cinto, e com o cano ergueu o rosto do jovem, pelo queixo. Um par de olhos escuros o fitava de volta com determinação, e se sentia algum medo, ocultava isto muito bem. - Ele sabe que não sobrou mais opção alguma pra ele. Não é, garoto? E vai se dar bem, inclusive. É a melhor opção de todas.
O homem sorriu malicioso.
- Chamem o tatuador.
(...)
Ele acordou subitamente, e a primeira coisa que sentiu foram as pequenas gotas de suor escorrendo por seu rosto. Ofegou, piscando enquanto tentava reconhecer o lugar onde estava. E foi com alívio que constatou que não estava naquele galpão sujo sentindo a dor de uma agulha golpeada a marteladas que de maneira primitiva e eterna gravava uma imagem na base de seu pescoço. Pousou ali a sua própria mão, afagando inconscientemente o escorpião que ali estava. Voltou a deitar a cabeça no travesseiro, e ao olhar para a sua direita, mesmo na penumbra daquele aposento, notou aquele par de olhos negros, fixos sobre ele. Morrie então esboçou um vago sorriso aliviado, observando o homem esguio que sentava quase de costas para ele, não fosse pela cabeça virada em sua direção. Seu olhar desviou do outro para o grande escorpião negro tatuado naquelas costas nuas. Aquele decerto não era o único escorpião negro dentre os subordinados de Morrie. Mas era o único com duas caudas. O sublíder dos escorpiões.
- Eu te acordei. - Morrie suspirou desanimado, mais numa constatação do que pergunta de fato.
Não houve resposta além do virar de rosto do outro, quebrando o contato visual entre ambos. O líder dos escorpiões passou a mão pelos próprios cabelos longos, inspirando fundo. Com certo esforço, ergueu-se na cama e esticou o braço para ligar a luminária, piscando diante do desconforto que a luz forte proporcionou. Sentou-se, chutando o lençol para a beira da cama, ainda incomodado pelo calor.
- Você falou pra não te acordar, então eu não sabia o que fazer. Resolvi esperar. - era a primeira vez que Morrie ouvia a voz do outro escorpião naquela noite, e não havia tom que demonstrasse que ele estava de mau humor por ter sido acordado pela agitação de Morrie durante o seu pesadelo. - Preocupado com algo, não é?
Morrie fechou os olhos e recostou a cabeça na parede.
Sim, estava. E nada tinha a ver com aqueles pesadelos, fantasmas do passado que voltavam para visitá-lo volta e meia. Com estes, Morrie já estava mais do que acostumado.
- Shinichirou recebeu uma chamada do Koyasu, ontem de tarde. Ele está puto. Quer que façamos algo pra ele, mas eu estive pensando e... acho melhor desmanchar a parceria.
Aquilo pareceu chamar a atenção do outro tatuado, pois este virou-se afinal de frente para Morrie, e olhou-o, sério:
- Morrie, ele não vai querer desmanchar. Koyasu está comprometido até o pescoço, não pode ir até os tiras.
- Pegaram o filho dele e o Kazuno.
O mais alto calou-se, visivelmente chocado diante da notícia. Bufou impaciente, correndo uma das mãos pelo rosto e massageando as têmporas. Morrie prosseguiu:
- Em poucos dias o subsolo do museu vai ser atacado. Por qual deles, não me interessa. Talvez pelos dois, inclusive. E é óbvio que eles vão suceder, e então o Koyasu vai recorrer... adivinha a quem? E então vamos ter que tomar uma posição e perder a aliança do Tokage. Não podemos pagar o custo disso. Não agora.
- Suponho então que o que vai custar nessa história é o dinheiro que o Koyasu nos deve e -não- vai pagar quando a gente desmanchar a parceria. - Morrie não deixou de notar o tom irritado daquela constatação feita pelo outro. - Simplesmente -perfeito-, Morrie. Por que não vamos todos até o Yoshiki e pedimos para ser Lagartos honorários?
O Escorpião líder demonstrou toda a sua apreciação pela ironia do companheiro ao se aproximar e, com um ágil gancho de braço, empurrá-lo deitado na cama, bruscamente. E o escorpião negro de duas caudas só lembrou-se de que Morrie andava dormindo com uma arma embaixo do travesseiro assim que esta foi apontada naquele momento para a sua cabeça:
- Eu não vou dizer isso de novo, Tomoyasu Hotei. - iniciou, ríspido, o clima tornando-se estranhamente tenso. - Se você prefere agir feito um filho da puta, a escolha é toda sua. Mas me avise, daí não vou me preocupar mais em te chamar para tomar decisão alguma junto comigo de novo.
O sublíder parecia não ter entendido que um cano de arma estava apontado contra a sua testa; ou então sabia algo que Morrie ignorava, pois permaneceu quieto e controlado, seus lábios se curvando num sorriso desafiador e inesperado.
- Atira, Morrie.
O Líder se deteve, tentando decifrar as intenções do outro escorpião. Longos segundos se passaram.
- E então? - Hotei cobrou, desafiando-o. Morrie fez uma careta de desgosto, e seu humor retornou magicamente ao de poucos segundos atrás.
- Você sabe, não é. - Morrie suspirou, derrotado, jogando a arma em cima do travesseiro. - Não está--
Foi interrompido por um violento puxão na corrente que usava ao redor do pescoço, caindo por cima de Hotei, que aumentou seu sorriso perverso:
- Ah, eu sei -sim-, Morrie. - não sendo necessário um tom mais alto de voz diante da proximidade de seus rostos, Hotei sussurrou, os lábios próximos da orelha do líder. - Eu sei... que você nunca carrega a pistola que fica embaixo do seu travesseiro. E que você é ótimo em blefes, embora comigo eles nunca funcionem, por exemplo, agora. Ah, e também o fato de que o Koyasu, sendo o cagão que ele é, não é ameaça maior pra nós do que os lagartos seriam. Mas a coisa mais importante que eu sei neste momento... ...é isto - e para demonstrar, o braço direito que estava envolto nas costas da cintura do seu líder apertou-o, prensando seus quadris juntos e ocasionando uma descoberta mútua. Hotei ofegou contra o rosto de Morrie, que remexeu-se diante de um arrepio inevitável. O sublíder sorriu com malícia, fingindo surpresa - Oh! Essa arma sim, está carregada.
- Eu tinha razão, Hotei. Você -é- um filho da puta. - Morrie tentou escapar sem sucesso, preso fortemente pelos braços e longas pernas do escorpião.
- Talvez. - sorriu divertido contra o pescoço do outro, mordendo-o com força logo após e arrancando mais alguns palavrões da boca do líder. - Mas não sou eu quem fica te acordando todas as noites da mesma semana com pesadelos. - dando um impulso, Hotei rolou o outro, invertendo as suas posições. Mas demorou-se demais observando um certo local acima do peito do líder, e este percebeu o fato.
- A segunda tatuagem está mais desbotada que a primeira. Parece praga. - Morrie resmungou, e notou que de repente a expressão de Hotei fechou-se, ganhando certa amargura. Encarou-o por segundos que, para o Líder dos escorpiões, pareceram lentos e perigosos.
- Morrie. Se você quiser, eu arranco a -minha- pele pra colocar no lugar dessa. Só não esqueça o porquê de nós estarmos fazendo isso. Nunca esqueça. E daí eu vou estar do seu lado até o fim. - Morrie abriu a boca para falar algo, mas os dedos de Hotei encostaram em seus lábios, pedindo que ele permanecesse calado. - Eu estou falando sério, Otsuka. Eu vou matar aquele verme. Nós vamos.
E então, diante da renovação da única e antiga promessa entre ambos, o homem com a tatuagem do Escorpião Diabólico Dourado sorriu um sorriso que só aqueles mais sedentos por vingança são capazes de fazer.
XXX
- O que você está fazendo aqui?! - a Aranha indagou, mas deixou que a Cobra entrasse e fechou a porta do aposento.
- ...você não veio ao meu encontro, então eu tive que me deslocar. - o réptil disse, olhando em volta com um tanto de desaprovação. - Então este é o lugar que Kirito reserva para você? Tsc, tsc. Ah, Daishi, eu poderia ter lhe oferecido algo muito melhor...
- Como você entrou aqui?
O outro não respondeu de pronto; ao invés disso, continuou a examinar os interiores do quarto. Uma cama desarrumada num canto, com um colchão baixinho e já bastante gasto; uma cadeira e uma mesa do outro lado, e sobre a última havia um monte de papéis - além de um saquinho cujo conteúdo a Cobra poderia jurar que se tratava de cocaína; um roupeiro de duas portas; e uma porta que provavelmente levava a um banheiro cujas condições era melhor deixar fora da imaginação. O lugar era mal iluminado - a única fonte de luz era uma lâmpada no teto que parecia prestes a perder as forças -, as paredes em si já eram escuras e havia um cheiro de umidade e mofo no ar.
O Hebi se deu conta então de que aquele lugar era perfeito para aracnídeos, e sorriu diante dos próprios pensamentos.
- Imai me deu as indicações - Sakurai disse, numa resposta tardia à pergunta que lhe fora feita. - Posso me sentar?
- Já que você veio mesmo - a Aranha respondeu, encolhendo os ombros. Viu Atsushi passar uma mão sobre o assento da cadeira e fazer uma careta pela sujeira que havia nela, mas de qualquer forma, ele sentou-se ali. - O que você quer?
- Quanta impaciência - o Hebi comentou, com um sorriso nos lábios. - Onde estão seus companheiros? Quero conversar com vocês três.
- Eles não costumam ficar no meu quarto.
- Sabe, Daishi... Se você continuar de má vontade eu vou acabar ficando irritado.
- ...vou buscá-los - ele cedeu, andando até a porta. Parou com a mão na maçaneta. - E não saia deste quarto. Se o Kirito souber que você está aqui, eu sou um homem morto.
- Não se preocupe... - Atsushi disse com calma, ainda que o jeito como o outro lhe dirigisse a palavra estivesse mexendo com seus nervos. Daishi costumava ser atrevido demais; não parecia ter medo de suas reações. No entanto, isso fazia com que Sakurai se lembrasse de um certo Lagarto cheio de tatuagens, o que lhe trazia boas... saborosas lembranças. - ...antes de o Kirito fazê-lo, eu mesmo te mato. - ele completou, fitando-o com seus olhos eternamente selvagens e, no momento, um tanto ameaçadores.
Daishi saiu dali com cara de desgosto, e o Hebi balançou a cabeça, incomodado com o comportamento dele. No fim das contas, talvez fosse melhor mesmo que o outro não tivesse aceitado entrar no Ninho quando Atsushi lhe fizera a oferta, anos atrás. Ele não precisava de Cobras desobedientes; estava satisfeito com o comportamento das suas.
Alguns minutos depois, o Hebi ouviu vozes vindo pelo corredor, e uma das pessoas que falava não parecia conhecer o significado de falar baixo - além de ter uma voz um tanto irritante.
- MAS COMO O TAL DE IMAI SABIA ONDE ERA O SEU QUARTO?!
- ...shhh, Toshi! ...ele costumava negociar drogas com as Aranhas, antes de o Hebi descobrir e cortar o barato dele.
- ENTÃO ELE NÃO USA MAIS?
- ...duh. - a segunda “resposta” veio de Ruka, o mais novo dos três, que abriu a porta do quarto e entrou com os outros dois.
- AH, SAKURAI-SAN. PRAZER EM CONHECÊ-LO.
Atsushi olhou para a Aranha que acabara de cumprimentá-lo, sem saber se ria ou se pedia para que ele fosse mais discreto. No entanto, o Hebi apenas balançou a cabeça, e fez o mesmo com Ruka, que devolveu o cumprimento da mesma forma, com um olhar sério.
- Bem, estes são Toshi e Ruka. - Daishi disse, tendo o olhar de Sakurai sobre si outra vez.
- Hm-hm. - e o Hebi olhou para os dois como se os examinasse, mas procurou falar logo sobre o porquê de estar ali. - O Museu será invadido amanhã à noite. E eu quero que vocês estejam lá.
- Pensei que poderíamos ficar fora disso. - Daishi disse, contrariado. - O Yoshiki vai estar lá e-
- Exatamente. O chefe de vocês infelizmente está do lado dele e, com isso, se tornou um incômodo. Se Kirito não fosse a fonte de informações que você me traz, Daishi, eu certamente teria esmagado essa Aranha maldita há bastante tempo.
- NÓS ESTAREMOS FERRADOS SE OS LAGARTOS NOS VIREM.
- Ferrados vocês estarão se não fizerem o que eu mandar - Atsushi disse com veemência, incomodado com a altura e o tom de voz de Toshi. - Vocês não vão entrar no Museu. Eu quero justamente que vocês fiquem escondidos do lado de fora, vigiando pontos estratégicos pelos quais Tokage e seus Lagartinhos poderiam entrar.
- Por que nós? - Ruka indagou, intrigado. - Por que suas Cobras não podem fazer isso?
- Porque vocês conhecem pelo menos parte dos homens que integram a máfia de Yoshiki - Atsushi disse, deixando transparecer o quão desgostoso ele ficava por ter que depender de outros neste caso. - E minhas Cobras já estão envolvidas nesta Ação. Além disso, eu pago bem - ele acrescentou, olhando diretamente nos olhos dos três. - E eu tenho algo que pode fazer com que toda a droga que vocês têm nos depósitos das Aranhas pareça um grãozinho de areia nas mãos de um gigante.
- DAISHI NOS DISSE QUE VOCÊ ESTÁ COM A CHAVE.
Sakurai consentiu, fitando Toshi com um sorriso de escárnio. - Você consegue ser discreto de vez em quando, não? Porque para o bem de vocês mesmos, é bom que Yoshiki sequer desconfie que haverá Aranhas lá, e Aranhas traindo Kirito.
- Nós damos um jeito. Nem se tivermos que cortar sua língua fora, ne, Toshi? - Ruka brincou, recebendo um olhar ofendido por parte da Aranha mais velha.
- Eu quero que vocês me avisem caso vejam alguma coisa. - o Hebi disse, tirando do paletó negro um pacote que ele deixou sobre a mesa. - Comunicadores - explicou, voltando então a olhar para os três aracnídeos diante de si. - Também creio que não seja difícil identificar os Lagartos; eles estão sempre vestidos de branco... como se fossem anjinhos sobre a Terra.
- E você seria o diabo - Daishi provocou, com um sorriso irônico.
Sakurai riu, achando graça do que, em sua opinião, era pura ingenuidade daquela Aranha. - Ser comparado ao diabo é pouco perto do que eu posso fazer, Daishi. Se eu fosse você, mediria minhas palavras. - e o Hebi levantou-se, andando até a porta. - Amanhã, às onze horas. O pagamento eu entrego depois, se vocês fizerem o trabalho direito.
- ...você não tem medo que Kirito lhe veja aqui? - Ruka perguntou, ainda intrigado com o comportamento daquela Cobra, que ousara adentrar o esconderijo das Aranhas apesar do risco de ser visto e pego a qualquer momento.
- O cagão da história é essa Aranha, não eu. - Atsushi disse, sorrindo com desdém. - Além disso, ele sabe que Tokage quer me matar. Portanto, Kirito não seria capaz de ir contra a vontade dele. Yoshiki certamente ficaria furioso caso alguém pusesse as mãos em mim antes que ele tivesse a chance - e o Hebi lambeu o canto da boca pela duplicidade de sentido das próprias palavras.
XXX
Agame
=
- Cara, minha cabeça dói.
- ...
- A minha também, Taka. Sinceramente, eu não sei como o Sugi ainda está de pé, ele foi o que mais bebeu. - era o Camaleão consorte quem apontava o fato, para a irritação maior do companheiro, que tentava se concentrar enquanto recolhia cacos de vidro duma garrafa derrubada na noite anterior.
Miyavi coçou a cabeça, preguiçoso, olhando a bagunça ao redor. Taka tinha uma vassoura na mão e ocupava-se em limpar o canto esquerdo do Salão, coisa que prometia levar certo tempo, dada a noite que o aposento presenciara. Após um suspiro e uma espreguiçada, o camaleão magrelo se jogou num largo pufe, esticando-se confortavelmente, e isto não passou despercebido por Sugizo:
- O que você PENSA que está fazendo? - resmungou o Camaleão, voltando a atenção para os cacos de vidro e exclamando um palavrão ao fazer um pequeno corte no dedo. - Não vai ficar aí deitado enquanto nós arrumamos tudo. Os banheiros são todos seus.
O lagarto fez uma careta de desgosto ao imaginar a situação dos banheiros.
- Não, valeu 8D. - Miyavi agradeceu irônico, e virou-se para o lado, fingindo que estava dormindo. Isto causou o riso de Taka, que havia parado para observar a cena.
- O Sugizo tem razão, Myv. Tokage não contrata mais gente de fora pra fazer esse tipo de serviço, então paciência... - interrompeu-se para tirar uma garrafa vazia de trás da cortina, olhando o seu rótulo. - Mas por que diabos tem tanto absinto espalhado por aqui?
- Hakuei esteve aqui ontem. - respondeu o Camaleão no pufe, dando-se por vencido e se levantando para ir até o banheiro. Diante da expressão estranha dos seus companheiros, continuou: - É, eu também fiz essa cara. Veio, pegou umas bebidas, sentou atrás do piano e ficou ali um bom tempo.
- Ele e o Chisato brigaram, não foi? - perguntou Taka, arrastando uma lixeira para a próxima área a ser varrida.
- Faz uns dois, três dias, não sei. Só sei que um não olha pra cara do outro.
- O que eles são, estudantes colegiais? Blah, não importa isso, era ele quem devia estar aqui ajudando também. Aliás, não era só ele. Tem mais alguém faltando. - Sugizo levantou-se, mal humorado.
- Faltando o Agame. Aliás, falando no defunto...
Um quarto lagarto, moreno e com um piercing na boca, adentrou o salão naquele instante, dando um aceno silencioso de cabeça como cumprimento, que, assim como esperava, não obteve resposta que não fosse olhares insatisfeitos.
- Você está atrasado. - pronunciou ácido o Camaleão mais alto.
O lagarto sorriu sarcasticamente, sentando-se na rede próxima à porta:
- Infelizmente eu não vim para a faxina, filhotes.
- Ah, entendi, você veio me assistir, Aoi. Mas olha, eu acho que fico mais bonito sem um escovão de limpar privada na mão. - Miyavi gritou do banheiro, rindo. O recém-chegado apenas abriu um sorriso satisfeito, tirando de dentro de uma caixa que trouxera consigo uma pequena pistola, a qual girou destramente pelo gatilho e empunhou:
- Digam olá para o meu novo brinquedo. Linda, não?
- Uma Smith & Welson. Parabéns. - Taka felicitou sem nenhuma vontade verdadeira, apontando para uma vassoura perto de Aoi. - Você pode usar essa mesma. Esta metade do Salão já está limpa, o resto é todo seu.
- Não é só uma S&W. - continuou, contrariado, o lagarto. - É o modelo 327 em titânio. Mil e trezentos dólares. Quando você poderia pagar por uma dessa, hein, Sugizo?
Os olhares dos três camaleões mudaram de brilho no mesmo instante.
- Oh, e por um acaso -você- pode? - Retorquiu sarcástico o lagarto.
- Talvez eu possa. - respondeu o Agame, arrogante.
- É claro que pode, especialmente se o punho dela estiver gravado com as iniciais de Yoshiki. - Taka largou a vassoura, sua expressão subitamente séria. - Ela saiu do depósito da Toca, não foi, Agame? - indagou grave, pronunciando lentamente a última palavra que causou visível desagrado no rosto do outro moreno.
O outro Lagarto parecia divertir-se.
- Você pode provar isso, por um acaso? - Aoi desafiou. - Não há nenhuma inicial aqui, camaleãozinho. Pode checar, se quiser.
Sugizo deu uma risada sarcástica, balançando negativamente a cabeça.
- Pode acreditar que assim que eu conseguir provar, a próxima vez que eu conversar com você, Agame, vai estar dentro de um caixão.
- Você tem inveja, Sugihara. Inveja por que eu sou mais eficiente nas Ações do que você, e Yoshiki está plenamente satisfeito com os meus serviços. - alfinetou o lagarto, guardando a pistola. Observou o controle do outro para conter a sua própria fúria e sorriu. Contudo, seu sorriso morreu assim que o Camaleão rebateu suas ofensas:
- É mesmo? - Sugizo perguntou com escárnio, aproximando-se a passos pesados e lentos. - Então me explique, Aoi... por que o -meu- nome está na lista da próxima Ação... e o seu... não?
Os dois lagartos encararam-se durante longos, pesados segundos, até que um deles acabou por ceder.
- Boa faxina pra vocês. - anunciou com descaso o moreno de piercing, dando as costas e retirando-se insatisfeito do Salão.
Os dois camaleões fitaram Sugizo, que sentou-se no braço do largo sofá, bufando. Taka deu uma batida leve em seu ombro, antes de retornar a seus afazeres.
- Não seria tão irritante se ele não tivesse um pouco de razão. O infeliz tem uma mira desgraçada. - Sugihara resmungou num tom baixo, admitindo aquele fato com bastante dificuldade. Miyavi riu, e foi tarde demais que o Camaleão percebeu a sua proximidade, levando um gancho do mais novo no pescoço e tendo o seu cabelo bagunçado:
- Ahh, Sugi~~ Mas você é um Camaleão, a sua mira também é boa, assim, ó~ - e para demonstrar uma das técnicas mais eficientes dos Lagartos desta espécie, Miyavi deu uma ágil lambida na bochecha do camaleão mal humorado, que surpreendido, caiu no sofá, arrastando o outro junto consigo. Taka riu com vontade ao ver os dois se desequilibrando novamente do sofá e rolando para o chão. - Não, Sugi, não trabalho durante os dias, falei pra não insistir!! - riu malicioso o Camaleão mais novo, fingindo estar sendo atacado. O próprio Sugizo desistiu e riu também da infantilidade do outro, fingindo enforcá-lo com as mãos. Taka tossiu, tentando parar de rir, sem sucesso. Mas o próprio Camaleão acabou parando, um pensamento roubando a sua atenção de Miyavi.
- Lembrei de algo. - Sugizo piscou, ainda sentado em cima do outro, e Miyavi observou-o com cara de interrogação. - Ontem, aqui no Salão.
- O que é que tem? - perguntou Taka, estranhando a demora para o companheiro de trio responder.
- Alguém estava procurando pelo Tokage ontem. Mas eu nunca tinha visto aquele cara.
Miyavi ergueu o corpo, apoiando-o nos braços:
- Um cara de óculos, não é? Chegou depois que o Tokage saiu. Aliás... - Miyavi virou a cabeça na direção de Taka, que se aproximava curioso. - O Aoi sumiu do Salão mais ou menos por essa hora.
- Mas até aí, vários Lagartos já estavam indo dormir. O que tem de mais?
- Não sei. - Foi Sugizo quem respondeu. - Ele comentou algo sobre... se juntar aos lagartos.
- Whoa.
- Mas... como ele -sabe-? Tipo... não saímos distribuindo cartões de visita por aí. Qual o contato dele?
O Camaleão deu de ombros, e os outros dois entreolharam-se.
- Aoi? - perguntou Miyavi, confuso.
- Talvez sim, talvez não. Pra mim já chega de acusações que eu não posso provar, ao menos por enquanto. - O Camaleão mais alto levantou-se finalmente, caminhando rumo à porta. - Voltar ao trabalho, Camaleões. Eu vou buscar uma ajuda de qualquer Lagarto que esteja tomando sol no jardim.
Fosse quem fosse, o trio de Camaleões sabia que o outro iria retornar, a menos que tivesse desistido de seu objetivo. E então eles teriam a resposta para aquela pergunta. E, quem sabe, para algumas outras.
XXX
- Ah, não acredito nisso! Você vai ter uma folga e nós dois teremos que ficar aqui, sem fazer nada...
- Na verdade, nós teremos que nos preparar pra graaande Ação de amanhã à noite.
- Mas isso não é a mesma coisa, Dai. - Tatsurou disse, desanimado. Seu espírito aventureiro estava louco para que ele saísse por aí e fizesse alguma coisa de diferente, fora do Ninho.
- Eu sei - o moreno respondeu, olhando então para Gara, que estava sentado na própria cama, novamente mexendo nas cartas de tarô. - Mas eu também sei que se o Mako-chan pudesse, ele nos levaria junto, ne?
O mais velho apenas consentiu, ignorando o fato de ter sido chamado daquele jeito - por estar concentrado no baralho que tinha em mãos. Ele queria tirar as cartas pra si, mas não podia; alguém teria que fazê-lo para ele e...
Gara olhou para os dois Corais diante de si, mas depois de alguns minutos, balançou a cabeça. Tatsurou era agitado demais e, apesar de interessado em coisas novas, provavelmente não acharia graça no tarô; Daisuke talvez pudesse ajudá-lo, mas Gara não queria dar explicações sobre as perguntas que queria que o baralho lhe respondesse.
- O que foi? - o mais alto deles indagou, curioso pelo olhar que o outro dera a eles.
- Nada. - Gara disse, suspirando apesar de não querer demonstrar sua frustração. Guardou o baralho na parte do roupeiro que era sua e voltou a sentar-se na cama, pensativo.
Daisuke pendeu a cabeça pro lado, mexendo em algumas mexas do próprio cabelo enquanto tentava ler a expressão no rosto do outro. Mas não adiantava; o mais velho conseguia esconder suas emoções muito bem quando queria. - Gara-chan. O que você vai fazer amanhã? Quando sair...?
- Não sei ainda. - ele disse com sinceridade, porque realmente não sabia. Passara por sua cabeça convidar Kyo para sair, mas ele tinha dúvidas sobre a resposta que o outro lhe daria - e também não queria parecer ansioso demais para vê-lo outra vez.
Daisuke e Tatsurou se entreolharam, um com o cenho franzido e outro com um ar maroto no rosto. Este voltou a olhar para Gara, que estranhou o sorriso que lhe era dirigido.
- Acho que a nossa criança vai sair com alguém.
- Eu não sou a criança de vocês. Nem de ninguém. - Gara disse, incomodado.
- Ahhh, mas eu lembro quando nós vimos você pela primeira vez - Tatsurou disse, indo sentar-se ao lado dele. - Mesmo com seus vinte e dois anos, você parecia uma criança... uma criança perdida no meio de um monte de Cobras. - e ele abraçou Gara pelos ombros, sorrindo como se ele fosse o irmão mais velho, e não o contrário.
- E vocês dois pareciam uma dupla de loucos. - Gara respondeu, quase sorrindo.
Daisuke veio juntar-se a eles e deitou o rosto no colo do mais alto dos três, fitando os outros dois de baixo. - Nós ainda somos meio loucos, não é, Tatsu?
O mencionado riu. - Certamente.
- Suas bichonas - veio uma voz zombeteira à porta do quarto, e Daisuke e Tatsurou sorriram ao ver quem era. - Assim dá até vontade de me juntar a vocês.
- Boa tarde, Asagi - Daisuke disse, sentando-se.
- Boa tarde - a outra Cobra respondeu, sorrindo educadamente. - Se vocês me permitem interromper, eu vim a pedido do Hebi.
- Oh! - a reação dramática veio de Tatsurou, que conteve-se pra não rir. - E o que Vossa Majestade deseja destes pobres mortais?
- Ele quer que o pessoal que vai ao Museu amanhã se dirija ao escritório. Parece que ele tem instruções a nos dar.
- Oba! Tô louco pra saber como vai ser isso - o mais alto dos Corais disse, levantando-se.
- Louco você já é, lembra-se? - Daisuke comentou, acompanhando-o. Gara juntou-se a eles e os três caminharam com Asagi pelo corredor.
XXX
Alguns minutos depois, as dez Cobras que participariam diretamente da próxima Ação - incluindo o próprio Hebi - já estavam reunidas em torno da maior mesa que havia no escritório, onde Imai havia colocado um mapa. O subchefe ficaria na Mansão enquanto os outros agissem, e Atsushi pedira para que ele estivesse ali enquanto ele desse as instruções aos outros para que ele também soubesse o que estaria acontecendo no Museu enquanto isso.
- Como vocês podem ver... este é o nosso Mapa do Tesouro - Sakurai disse, sorrindo de canto. - Nós vamos nos dividir em quatro grupos, e todos terão comunicadores entre si pra não haver problemas. Prestem bem atenção no que eu vou falar, porque na hora vocês não terão um mapa desses pra ajudar. Apesar de que lá dentro do Museu há indicações de como chegar a cada sessão, mas as luzes estarão apagadas e eu quero que vocês se garantam por si sós lá dentro.
As Cobras ficaram apenas ouvindo, esperando que o Hebi continuasse.
- Sanaka e Toshiya, vocês entrarão pela saída da esquerda, através desses banheiros - o Hebi mostrou uma flecha que indicava a saída que levaria à exposição sobre Cristóvão Colombo, do lado de fora do prédio em relação aos banheiros mencionados. - Seguindo reto quando saírem dos banheiros, vocês passam as portas que levam à sessão chamada “Sementes da Mudança” e dobram à esquerda. Assim, vocês chegarão à parte infantil do Museu, que leva ao subsolo... onde está nosso tesouro. O objetivo de todos vocês é chegar lá; os caminhos diferentes são para que vocês se livrem dos seguranças e de outros empecilhos, como... Lagartos.
- Lagartos? - Jui perguntou, do lugar em que estava no círculo em torno da mesa - entre Asagi e Sanaka. - Você quer dizer, os tais Lagartos liderados por Hayashi Yoshiki?
- Hai - o Líder respondeu, sério. - Se vocês virem alguém vestido de branco, atirem. Pra matar.
Gara sentiu um calafrio repentino, mas não saberia explicar o que era a sensação estranha que o abatera.
- ...ok. - Jui disse, como se o aviso tivesse sido dirigido a ele, mesmo sabendo que isso valia para todas as Cobras ali presentes.
- Jui, você e o Asagi vão entrar pelo lado oposto: a saída de emergência, que também fica nos banheiros, mas estes são maiores. - o Hebi continuou explicando, e mostrou uma flecha que indicava o tal lugar. - Vocês vão dobrar à direita quando saírem dos banheiros, passar a sessão sobre Répteis... - e Sakurai não conteve um breve riso ao falar isso, sendo acompanhado por algumas das Cobras presentes. - ...a parte das Ciências Marinhas e da Paleontologia, e seguir reto. Vocês vão ver uma escada à direita e, logo adiante, a sessão infantil.
Os dois assentiram, observando com atenção os lugares pelos quais teriam de passar.
- Tatsurou, Daisuke e Gara. Vocês vão entrar pela Porta Principal, ou seja... saindo do estacionamento, vocês chegam diretamente lá. Ao entrar, vocês verão a parte de Informações, e em seguida, uma sala de teatro sobre Naufrágios. Seguindo reto, à esquerda tem um aviso indicando o caminho para a exposição sobre Cristóvão Colombo, por onde o Toshiya e o Sanaka entrarão. Do outro lado, é por onde o Asagi e o Jui vão entrar. Talvez vocês se encontrem no meio do caminho, mas não precisam se preocupar se isso não acontecer. O que importa é que todos cheguem à sessão infantil. Então, Corais, vocês só precisam andar adiante, que vocês a encontram.
Os três consentiram.
- Eu, Hide e Uta entraremos pelos fundos, na saída que dá direto pra sessão infantil. Talvez haja alguns seguranças por lá, mas provavelmente chegaremos antes que vocês, para começar a trabalhar com o chão falso que leva ao subsolo. Juka e Kazuno estarão conosco, porque eles conhecem o Museu muito bem.
Sakurai respirou fundo, fazendo uma pausa. Pegou um copo de vinho que estava diante de si e tomou alguns goles; falar aquilo tudo lhe deixara com a boca um tanto seca.
- Agora ouçam. Cada um de vocês receberá uma chave. - o Hebi disse, estendendo a mão para Hide. Este lhe entregou um saco de veludo negro, cujo conteúdo Atsushi despejou sobre a mesa. - Os Lagartos que vocês encontrarem estarão à procura de apenas uma delas.
- Mas são todas... iguais. - Toshiya comentou, franzindo o cenho.
- E só uma é verdadeira. - Sakurai disse, sem mencionar a chave que ele mesmo levava no pescoço.
- Qual delas? - Tatsurou perguntou, curioso.
O Hebi apenas sorriu enviesado. Deixou que cada uma das Cobras pegasse uma cópia da chave para si e então continuou: - Isso não é necessário que vocês saibam. O que importa é que os Lagartos pensem que existe apenas uma chave, e que caso algum deles encontre um de vocês, bem... vocês façam com que o idiota saiba que vocês estão com a chave. Isso obviamente fará com que ele tente pegá-la, e...
- ...nós deixaremos que ele a pegue.
- Aha - Atsushi disse, sorrindo com satisfação porque Gara havia acompanhado sua linha de raciocínio. - Mas não muito facilmente, pra não ficar suspeito.
- O que nós vamos pegar no subsolo? - Daisuke indagou, ecoando os pensamentos do Coral ao seu lado - Tatsurou estava curioso a respeito.
- Quadros. Nós os levaremos a um “restaurador”, que na verdade... usa esses quadros pra tráfico de drogas.
- Fundo falso? - a pergunta veio de Asagi, que recebeu uma resposta positiva por parte do Líder.
- E isso é tudo, meus queridos. - Atsushi disse, sorrindo de forma irônica. - Imai, você tem algo a acrescentar? - ele indagou ao subchefe, que fez um movimento negativo com a cabeça. - Então tá. Por hora, vocês estão dispensados. - ele disse, dirigindo-se às demais Cobras.
Os nove se retiraram, incluindo Hide e Uta, e então restaram no escritório apenas Sakurai e Hisashi.
O Hebi empurrou o mapa pro lado e escorou-se à beira da mesa, esvaziando o copo de vinho. - Sabe, Imai... - ele começou, passando a língua nos lábios para eliminar as gotas do líquido que haviam restado ali. - Aquele dia... você não foi buscar o que queria - Atsushi disse, referindo-se a quando ele provocara o subchefe quando este treinava tiros. - Sei que eu voltei estressado pelo que aconteceu com a Mamba Negra... mas isso não significa que eu não estivesse disposto a atender você.
Sakurai afastou-se da mesa e aproximou-se de Imai, passando uma mão em seu braço e indo para trás dele. - Ou vai me dizer que você perdeu a vontade...? - ele perguntou contra a orelha dele, movendo a boca sobre seu pescoço e nuca em seguida.
Hisashi pendeu a cabeça pro lado inconscientemente, reagindo às investidas do Líder.
- Ah, eu sabia que você não iria me decepcionar desta vez - o Hebi sussurrou de encontro a seu ouvido, envolvendo sua cintura por trás...
...e depois de todas aquelas vezes em que Atsushi havia provocado-o, em algum momento Hisashi teria que ceder.
Sakurai ficou um tanto surpreso quando Imai virou-se de frente para ele e o beijou na boca; mas o que era surpresa logo transformou-se num sorriso em meio aos lábios do outro. Atsushi puxou-o pela nuca e aprofundou o beijo, sentindo o gosto de cigarro misturado a algo estranho que só podia ser do subchefe.
E Hisashi afastou-se por um momento - Sakurai teria protestado, se não tivesse visto-o trancando a porta. O Hebi mordeu o canto da própria boca, olhando-o de maneira maliciosa, e Imai o surpreendeu novamente, pegando-o desprevenido ao empurrá-lo de encontro à mesa onde estava o mapa.
Atsushi pedira pelo que estava acontecendo, de tanto instigar o outro; não tinha o direito e nem queria reclamar quando Hisashi veio por cima de si e o beijou quase que violentamente, numa fome que o Hebi até então não sabia ser tão intensa. Ah, mas ele estava gostando - gostando de saber que Imai finalmente reagia, finalmente demonstrava o que Atsushi tanto tentara despertar nele.
Seriam longas horas de investigação sobre o mapa que havia embaixo deles.
XXX
Nota: E vamos a mais apresentações. XD
Tomoyasu Hotei e seus 1,90m de altura: Ex-guitarrista das bandas BOOWY e, mais tarde, COMPLEX. Atualmente tem carreira solo (muito boa por sinal 8X), e dentre suas músicas mais “conhecidas” (ou não 8D), estão as que fazem parte da trilha sonora do filme Kill Bill e a versão de ROCKET DIVE no tributo a hide.
Videozinho de uma música dele:
http://www.youtube.com/watch?v=aEiJuOH-BOIfotinho:
http://i6.photobucket.com/albums/y239/r00m_304/hotei02.jpg Morrie: Ex-vocalista da extinta banda DEAD END; fez carreira solo e atualmente é vocalista da banda Creature Creature. A Suka já tinha postado uns links dele na primeira vez que ele apareceu, mas mesmo assim, resolvi deixar uma fotinho aqui de presente; da Fool’s Mate de fevereiro. :3
http://i6.photobucket.com/albums/y239/r00m_304/foolsmate07.jpg Toshi: ex-vocalista da extinta banda X JAPAN.
http://i6.photobucket.com/albums/y239/r00m_304/toshi.jpg Asagi: ex-vocalista da extinta banda Syndrome; atual vocalista da banda D.
http://i6.photobucket.com/albums/y239/r00m_304/03asagi7mn.jpg Jui: vocalista da banda Vidoll; também canta músicas de Kisaki Project.
http://i6.photobucket.com/albums/y239/r00m_304/vidoll05db1.jpg Ruka: baterista da banda Nightmare.
http://i6.photobucket.com/albums/y239/r00m_304/foolsmatefeb07nightmaredk0.jpg Takehito Koyasu: Dublador de animes; dentre os personagens que levam sua voz, estão o Aya (Weiss Kreuz), o Hotohori (Fushigi Yuugi) e o buratsubo (mahou tsukai tai).
http://i6.photobucket.com/albums/y239/r00m_304/koyasu.jpg