Título: LIZARDS & SNAKES
Pairing: Sakurai Atsushi x Hayashi Yoshiki ou.... Hayashi Yoshiki x Sakurai Atsushi ? Who knows ;D .... + outros.
Gênero: Ação? Ação.... XD Ação ;3 (?)
Classificação: PG-Seiteki (indefinido por enquanto XD)
Sinopse: Notórias e poderosas, duas máfias rivais lutam pelo poder no submundo de Tóquio... (e do resto do mundo, ou até onde suas ambições permitirem) São eles: os LIZARDS, liderados por Hayashi Yoshiki, e os SNAKES, sob o comando de Sakurai Atsushi.
Autoras: Mô-chan (Sakurai Atsushi) e Scarlet Mana (Hayashi Yoshiki).
Capítulo: L3 - .Interiores da TOCA. - Por Scarlet Mana.
Capítulos Anteriores:
01,
02,
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08,
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10,
11.
OBS: todos os acontecimentos a seguir acontecem enquanto Kyo e Gara estão ausentes no restaurante ;D
- Hmm... ei, faz isso direito, vai.
As vozes vinham fracas pelo corredor, e Sugihara as seguia, para dentro de uma área daquele casarão que era conhecida como Oásis. Abaixo de seus pés, no subsolo, funcionava o esconderijo dos Lagartos. Muito provavelmente estivesse pisando sobre o escritório de Yoshiki, lugar onde, na noite anterior, o Líder extravasara toda a sua fúria (ou parte dela) num longo, interminável sermão.
- Um pouco mais pra baixo, huh?
As vozes vinham de uma porta à direita. Caso seguisse em frente, desembocaria na cozinha do restaurante que funcionava de fachada para a familiar "toca" que é o Oásis dos Lagartos. Todo o restante do casarão era propriedade deles... ou melhor dizendo: propriedade de Hayashi Yoshiki.
- Oh... aí mesmo... isso...
Recostou por um instante, enquanto buscava um cigarro e o acendia. Naquele dia o sol não havia saído, e a ampla varanda encontrava-se deserta. O clima pesado já era o bastante para manter cada lagarto dentro de sua toca, bem escondido. A falta de sol não era nem de longe um convite para que eles saíssem de dentro destas. Especialmente seu líder, que havia se trancado planejando alguma desforra que no momento presente pouco importava a Sugizo. Aliás, a lembrança de Tokage recentemente lhe causava um vazio desagradável e dolorido no estômago.
- Heh... você tem mãos macias... alguém já te disse isso?
Risos. O lagarto ouvinte do lado de fora do aposento revirou os olhos, já imaginando a cena que estava prestes a ver. E assim que cruzou a porta a seu lado, encontrou duas figuras familiares e que eram sua perseguição eterna de trabalho. A primeira era um garoto esguio e com um rosto de moleque rebelde, estirado de bruços em um divã, e a segunda, um jovem que não aparentava ser tão novo quanto o primeiro, que estava praticamente em cima deste, aplicando-lhe uma massagem nas costas nuas. Ambos notaram a presença intrusa do terceiro, mas não se deram ao trabalho de interromper sua atividade.
- Olá, Camaleão. Resolveu lembrar que tem companheiros? - foi este o máximo de cumprimento que recebeu, do massageador. O massageado estava ocupado demais emitindo uns baixos barulhos prazerosos.
Sugizo respondeu com uma careta mal humorada, e largou-se sobre uma poltrona larga. Sentiu-se aliviado por aquele não ser um dia de atividade no Oásis, ou aquele salão estaria lotado de pessoas, barulho e fumaça de tabaco. Bastava a dele próprio, e o barulho dos seus companheiros. Conseguia esquecer que aquele ambiente tranqüilo transformava-se num prostíbulo requintado durante as noites.
Não estava mais observando os outros dois, mas sabia que tinham parado e que provavelmente o olhavam, irritados com o seu silêncio. Percebeu quando um deles se aproximou, mas foi tarde demais, não conseguindo evitar que o cigarro que fumava fosse arrancado dos seus dedos e posicionado na boca do ladrão. O de trejeitos rebeldes deu uma longa tragada e sentou-se sem titubear no colo do moreno, que dirigiu a ele um silencioso olhar assassino.
- Ei, camaleão... sabe de onde vem o dinheiro com o qual você compra esse cigarro...? Do meu trabalho -duro-, sacou? - deu mais uma tragada e riu, acompanhado pelo outro, que agora estava sentado em uma rede na ponta oposta do salão.
- Se eu bem me recordo, você não é o único garoto de programa deste prostíbulo, Miyavi. E o Oásis não é a única fonte de renda dos Lagartos. Então devolve o meu cigarro e dá o fora... sacou? - remendou Sugizo, arrancando o fruto da discussão das mãos do jovem, que, teimosamente, permaneceu sentado sobre seus joelhos.
- Ouvi dizer que perdemos um acontecimento e tanto na noite passada. Eu estava de segurança aqui, e Miyavi... Se bem que... você também estava em outra função, não é? Estava de serviço com o Tokage. - questionou o lagarto na rede, não percebendo que o lagarto na poltrona remexia-se com algum tipo de incômodo.
- Ei, Taka. Ando deu um tiro no cadáver do Shinya. Consegue imaginar a cara do Tokage quando viu o morto? - relatou Miyavi, levantando-se, para alívio de Sugizo.
- É mesmo, huh? Isso deve ter sido um problema e tanto para os que estavam responsáveis.
Enquanto os outros dois camaleões se engajavam numa conversa a respeito de cadáveres sangrarem ou não, Sugizo enterrou o restante do cigarro no cinzeiro, deitando a cabeça, soltando um longo suspiro e falando consigo mesmo:
- Talvez eu devesse pedir transferência para o salão do Oásis também.
XXX
- Adivinha quem está de volta à ativa, sem nem ter saído em primeiro lugar? Haha!
Adentrou o grande Salão do Oásis, que àquela hora da manhã encontrava-se quase que completamente vazio. Tendo o silêncio como resposta, insistiu:
- Onde está o meu garoto favorito? Huh? Olha só o que eu trouxe! Uma deliciosa caixa de bombons!!~~ - anunciou, divertindo-se com o próprio modo como falava, tão diferente do que ele usualmente costumava soar.
Não obtendo resposta, o loiro suspirou, largando a pequena caixa sobre uma mesinha do salão e dirigindo-se rumo a um grande volume na rede que acusava a presença de um ser humano deitado ali. Ser humano esse que tentava a todo o custo ignorá-lo, tapando o rosto com o braço que estava apoiado em uma tipóia, protegido por camadas de faixas. Ao sentir que o companheiro lagarto se aproximava, bufou, contrariado.
- Dá o fora.
Ordem totalmente ignorada quando o loiro sentou-se na rede, recostando sobre o outro e puxando o braço com tipóia para longe daquele rosto, que se mostrou irritado e abatido, como o lagarto intruso já esperava.
- Chisato-chan... - recomeçou o jovem, numa entonação sarcástica e com um sorriso malicioso nos lábios. - se não for um bom menino não vai ganhar chocolate, hein?
- Corta essa, Hakuei! - berrou exasperado o outro lagarto, não conseguindo levantar-se diante do peso do corpo do outro e irritando-se mais ainda diante disso. - Você acha que é divertido ficar feito um bibelô inválido no Oásis, enquanto todos estão lá fora fazendo coisas e participando de Ações? E agora veio esfregar na minha cara que o seu castigo foi suspenso pelo Tokage?! Hah! Que ótimo pra você!
Hakuei assistiu calado ao desabafo do único lagarto no Oásis que podia falar alto e ríspido com ele sem que o loiro respondesse com um soco na cara - com a exceção de Tokage, é claro. Observou quando o moreno cobria novamente o rosto com a tipóia, e esticou um braço em direção à sua cabeça, afagando de leve os cabelos dele.
- Você deslocou o tornozelo, teve uma luxação no braço, uma concussão e quase quebrou uma costela. Está tão ansioso assim pra receber um tiro pra juntar na sua coleção de ferimentos? Você está parado não fez nem uma semana ainda. Reclame daqui a um mês.
Chisato não removeu o braço que cobria seu rosto, mas que não escondia o sorriso que lhe havia escapado. E que foi muito bem percebido por Hakuei.
- Como consegue informações tão detalhadas a respeito dos inimigos dos Lagartos, huh?
- Tenho minhas cartas na manga. - sorriu vitorioso o belo loiro. - Agora anda ouvindo por detrás das portas também, Chisato?
- Aprendi com você.
O sorriso de antes apenas acentuou-se no outro, que removeu com cuidado o braço que ocultava aquele rosto que ele achava bonito demais para ficar escondido. Seus olhares se encontraram:
- O que mais você aprendeu comigo, hmn? - o loiro sussurrou, aproximando-se mais e mais, até que seus rostos estivessem muito próximos e seus lábios quase se tocassem. Reparou que o moreno tremeu, surpreso, e que as maçãs daquele rosto já exibiam um tom vermelho, e riu, divertindo-se com aquilo. Desviou a posição de seus próprios lábios e deu um beijo rápido em uma daquelas bochechas mornas, afastando-se e saindo da rede logo após.
- Não se esqueça de comer os bombons, ou eu não te compro mais nada. - Ameaçou, antes de desaparecer pela porta de entrada do Salão.
Chisato observou o amigo ir embora, ainda recobrando o controle da situação. Ergueu-se com certa dificuldade, sentindo as mesmas pontadas doloridas na costela que lhe acompanhavam desde a noite no Cassino, quando fora pego por um dos seguranças na hora da fuga. E nas memórias que voltaram a ele, relembrou-se de que, pouco antes de desmaiar sob uma concussão na cabeça, havia avistado um loiro familiar, com a blusa branca completamente ensangüentada, atirando-se sobre o segurança e golpeando-o até que este também caísse nocauteado. E que quando fora carregado em direção ao carro, sentiu aquele perfume familiar e bom, misturado ao suor e sangue de ambos.
E não era nem a primeira vez em que Hakuei havia salvado a sua vida. Muito antes de os Lagartos chegarem até ambos...
- Ele nunca vai levar nada do que você diz a sério enquanto você for tão dependente. - falou o jovem esguio que recém entrara por uma das portas do Salão que desembocava nos quartos principais, usando nada além de uma toalha na cintura.
Miyavi recolheu umas peças de roupa largadas sobre a poltrona e encarou silencioso o outro moreno, que parecia não se importar muito com qualquer palavra do que ele dissesse.
- Hakuei não dorme com pessoas que ele não respeita. Ou por quem ele tenha um mínimo de respeito, pra todos os efeitos.
- Do que você está falando, seu imbecil?!!! Continue usando os seus neurônios para escolher as suas roupas e não fale merda sobre o que não sabe! - explodiu, não se levantando apenas porque não conseguiria fazer isso de maneira tão rápida quanto foi sua resposta.
O mais magro deu de ombros, indiferente, e foi-se. Chisato recostou-se novamente na rede, fechando os olhos por alguns segundos e envolvendo com o outro o braço ferido.
- Não é sobre ser dependente, nunca foi.
A caixa de bombons depositada sobre a mesinha de centro tinha um formato circular, papéis delicados numa cor vermelha, típica dos tipos de chocolate finos que eram os preferidos de Chisato. E já estava aberta, denunciando que alguns bombons haviam sido retirados.
“- O que há, você não gosta de amêndoas?
- De jeito nenhum.
- Posso ficar com estes, então?
- Nem precisa pedir, pega.”
Chisato sorriu, lembrando de uns tempos que não eram tão distantes assim, mas que haviam caído num passado sem volta.
- É porque ele sempre soube.
XXX
O homem de cabelos longos e pretos posicionou-se diante da mesa repleta de papéis bagunçados, admirado diante da desorganização de quem ele conhecia como sendo um dos líderes mais organizados do submundo. Ele mesmo não era um lagarto, como denunciava a tatuagem abaixo de seu pescoço, mas compartilhava de muitas informações de dentro do Oásis, vindas de, dentre outros informantes, o próprio Tokage.
O Lagarto em questão empurrou-lhe um pequeno envelope por sobre a superfície bagunçada da mesa. Os dedos de Morrie retraíram-se, numa negação do objeto que simbolizava o seu pagamento.
- Eu não quero o seu dinheiro, Tokage.
O Líder dos Lagartos levantou uma sobrancelha, contrariado. Ajeitou seu terno branco, e ergueu-se da cadeira em que estava sentado. Os dois homens encararam-se longamente.
- Eu não quero dever -nada- a você. - a frase poderia exibir desprezo a ouvintes mais desacostumados, mas foi proferida de maneira calma e polida pelo homem de branco. O Escorpião não fez nada mais que sorrir brevemente, curvar de leve a cabeça e recolher o envelope, sem checar o seu conteúdo, guardando-o no bolso interno do sobretudo.
- Você tem maneiras muito exóticas de dizer “obrigado”, lagarto. Muito cuidado com isso.
Um barulho anunciou que ambos não estavam sozinhos, e distraiu Yoshiki de responder ao conselho de Morrie. Niikura Kaoru adentrara o escritório, e desviou prontamente o olhar do Escorpião, incomodado:
- Achei que estivesse sozinho. - falou baixo em direção a seu líder, não querendo que aquilo soasse exatamente como um pedido de desculpas.
- Algo importante? - indagou Tokage, podando o assunto intromissão. Na verdade considerava oportuna a entrada do subchefe, ou de qualquer um que o privasse de ser alfinetado pelo outro moreno.
- Hai. - o subchefe respondeu num monossílabo e posicionou um jornal aberto na mesa de Yoshiki, com uma determinada manchete que sugou a atenção dos dois homens imediatamente.
- Não acho coincidência o filho e um dos funcionários mais importantes do dono do Cassino que atacamos serem seqüestrados após o sumiço da Chave. Obviamente a imprensa não sabe da existência dela... mas a família que dirige esse Cassino sabe muito bem do que se trata, e não vai deixar isso passar batido. - Niikura sintetizou os pensamentos de Tokage, antes que o próprio pudesse exprimi-los. Talvez fosse a convivência.
Yoshiki percorreu os olhos rapidamente sobre o artigo, a busca de algum detalhe mais importante. Nada. Não importava. O Líder não tinha a menor sombra de dúvida sobre a autoria do seqüestro, e não necessitava de detalhe algum que confirmasse tal suspeita.
- Eles estão agindo rápido. Mas desta vez não há nada que os meus escorpiões possam fazer por vocês. Não é a nossa especialidade, digamos. - disse Morrie, dirigindo-se à porta. Ao passar pelo subchefe, este afastou-se bruscamente, evitando qualquer contato entre ambos. Sorriu para ele, sabendo que jamais obteria resposta parecida. - Até mais ver, Tokage.
- Até. - respondeu cinicamente Niikura, fechando com violência a porta na frente de Morrie assim que este passou por ela.
Diante da cena inusitada, Yoshiki riu, deixando o subchefe sem jeito.
- Eu gostaria de fazer isso eu mesmo, se isso não fosse arruinar as relações ‘diplomáticas’ dos lagartos com os escorpiões.
- Pra que preservar uma relação dessas? - perguntou um tanto irritado, enquanto apontava para a porta agora fechada.
Tokage voltou a sua pose séria, desfazendo aquele breve momento de descontração. Balançou a cabeça negativamente. Andou até o sofá e deixou seu corpo cair sobre o confortável móvel, dando um longo suspiro. O Subchefe podia praticamente sentir a sua exaustão vinda do estresse e das várias últimas noites mal-dormidas.
- Você não pode sobreviver como gangue por muito tempo agindo com auto-suficiência e confiando demais no próprio orgulho. É esse o problema de Sakurai Atsushi. Você pode ser pequeno e poderoso, mas por quanto tempo? Uma hora ou outra, alguém vai crescer mais e engolir tudo aquilo que você construiu. Aprender a usar os contatos disponíveis em virtude própria é o conhecimento mais importante que um líder deve ter.
“Uma hora ou outra, alguém vai crescer mais e engolir tudo aquilo que você construiu.”
Aquela frase ecoava nos pensamentos de Kaoru, e ele manteve-se calado, sem saber o que responder. Para as pessoas que haviam perdido tudo uma vez na vida, não havia nada a dizer.
- Devo entrar em contato com...? - perguntou Niikura, enquanto se sentava no sofá, ao lado do líder.
- Não há problema. -Ele- já estava aguardando o nosso contato, de qualquer maneira. Morrie tem razão. Não podemos usar escorpiões num trabalho de aranhas.
- Certo...
Um momento meio longo de silêncio se seguiu, e o subchefe continuava observando a porta que ele havia batido. Respirou fundo, planejando o que faria assim que se levantasse. Precisava fazer algumas ligações e buscar a planta subterrânea de um certo museu. Sim, pensou, era o melhor a ser feito.
Quando fez menção de levantar-se, sentiu um peso sobre seu ombro.
- Yoshiki...?
Piscou incrédulo ao avistar a cabeça do líder, que agora parecia dormir profundamente, repousando caída em seu ombro. O Subchefe fez uma careta irritada.
- Inacreditável, Hayashi Yoshiki. Eu poderia matá-lo enquanto dorme, sabe.
Avançou com a mão direita para perto do líder, mas parou-a no ar, pensativo. Depois de breves segundos, balançou de leve a cabeça, desistindo do que quer que fossem os pensamentos que estava tendo. Pousou-a sobre a cabeça do líder e removeu os fios de cabelo que caíam sobre seus olhos.
- Mas acho que não seria uma vingança de verdade se eu te matasse agora.
Buscando uma almofada, substituiu seu ombro por ela, e deitou o líder com cuidado no sofá. Talvez nem precisasse de toda aquela cautela, o nível de cansaço do chefe era tamanho que talvez precisasse de muito barulho para acordá-lo. O líder dos lagartos remexeu-se de leve em seu sono, sua respiração voltando ao seu padrão profundo e tranqüilo logo depois.
Niikura levantou-se, e antes de deixar o escritório apanhou o jornal que havia trazido consigo, pensativo. Abriu a porta e deu uma última olhada ao lagarto que havia adormecido no sofá.
- E eu mal consigo odiar totalmente o homem que destruiu a minha vida. Eu devo ser o maior dos idiotas. - sorriu sem muita vontade, e por fim, fechou a porta.
***