Título: The Code of Vulgar [ism]
Autora: Mystik
Gênero: Yaoi, Lemon, Darkfic, Ação? o.O
Banda: Dir en Grey
Pairings: DiexKaoru, Die+Toshiya, Kyo+Toshiya
Rating: NC-17
Sumário: Niikura Kaoru decide começar um nova vida, fugindo de tudo que conhece. Mas ele não sabe que sobreviver no submundo da capital japonesa não é apenas questão sorte. É questão de seguir o código. O código da vulgaridade.
Nota: Desculpa a demora. 8x Eu tava fora do país, e também...não tinha idéia pra onde seguir com a história. 8D Mas, agora que terminei esse capítulo eu já sei. xD Espero que gostem. o.o
Capítulos anteriores:
Prólogo |
01 |
02 |
03 |
04 - ... - Kaoru franziu o cenho, apagando o que acabara de escrever, voltando a murmurar a melodia na cabeça. Ele sorriu e escreveu o que tinha acabado de criar num pedaço de papel.
Aquele era um dos raros momentos livres que o jovem de cabelos roxos tinha, devido suas aulas de tiro ao alvo com Die. E Toshiya arrastando-o para todos os lugares possíveis. Ele estava começando a repensar suas atitudes, uma delas sendo ter fugido de casa.
Não que ele se sentia mal ali, pelo contrário. Após cinco dias vivendo naquele local, já conhecera quase todos os membros da gangue e se dava bem com todos eles. Sua mira também estava ficando melhor.
Mas não era isso que queria para sua vida. Ele desejava voar mais alto, desejava criar e tocar sua música, desejava virar um artista. O que era difícil se continuasse ali. Kaoru suspirou novamente e fechou o caderno onde tinha suas anotações musicais desde seus treze anos e levantou-se da cama, indo até o pequeno espelho do outro lado do quarto.
Ele parou em frente o espelho e mirou seu corpo refletido naquela superfície com algo próximo a curiosidade. Ele usava uma calça qualquer de moletom e uma camiseta regata preta. Seus braços, antes finos, pareciam mais delineados, talvez graças a todo aquelas aulas com Die.
O jovem suspirou, olhando para o teto. Ele já percebera que sua mente passava no máximo vinte segundos sem voltar a pensar no ruivo.
- Está ocupado Kaoru?
Ele virou seus olhos para a porta, achando muito estranho Toshiya ter perguntado isso, sem sequer ter escancarado a porta como ele normalmente faria. Dando uma última olhada no espelho, ele virou-se e se aproximou da porta, abrindo-a.
- O que foi Totchi?
O jovem de cabelos azuis sorriu levemente, mas tinha um quê de seriedade em seus olhos que Kaoru nunca vira antes.
- Red Devil quer falar com você. Parece importante.
O jovem de cabelos roxos piscou. Devia ser algo muito sério para ter deixado Toshiya daquele jeito. Ele apenas acenou com a cabeça e seguiu-o para fora do quarto.
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- Preciso que faça algo por mim.
Kaoru mal entrou na sala e escutou aquelas palavras. Ele encarou o ruivo e viu o semblante sério e praticamente profissional do outro e resolveu engolir qualquer resposta que tinha na ponta da língua.
- O que quer? - disse, sua voz neutra.
- Sabe preparar coquetéis?
Kaoru arqueou a sobrancelha diante de tão estranha pergunta. Ele se aproximou da cadeira em frente a escrivaninha onde Daisuke se encontrava sentado e colocou ambas a mãos no encosto da cadeira. Encarou o ruivo por alguns momentos antes de sorrir levemente.
- Sei preparar muitos coquetéis na verdade.
- Ótimo. - Die sorriu e ergueu-se, mas seu sorriso, pela primeira vez, não atingia seus olhos - Preciso que você se infiltre numa boate pra mim e descubra algo.
- O...que? - diz Kaoru devagar, seus olhos se arregalando levemente.
- Todas essas aulas de tiro tem um propósito, sabe? - comentou o ruivo, dando a volta na mesa.
Kaoru balançou a cabeça, saindo do seu estupor e logo observou enquanto o líder da Cage abria um armário e pegava um folder grosso. Ele voltou a mesa e colocou a pasta lá.
- Preciso que você descubra tudo sobre essa pessoa.
O jovem de cabelos roxos pegou o folder e abriu-o, dando de cara com uma foto de um loiro. O olhar daquele homem lhe dava calafrios.
- Quem é?
- O nome dele é Kyo e isso é tudo que você precisa saber por enquanto. - respondeu Die, encarando-o, sério.
Kaoru encarou-o, igualmente sério, ponderando o que ia falar. Por fim ele suspirou.
- O que eu preciso descobrir sobre ele?
Die sorriu, mas era um sorriso quase predatório, sem humor algum.
- Seus horários, seus hábitos e principalmente...com quem ele conversa e porque.
- O que ele fez pra você? - perguntou Kaoru finalmente, sem conseguir se conter.
O ruivo encarou-o e apenas arqueou a sobrancelha.
- Isso você vai descobrir quando investigar tudo isso pra mim.
O jovem de cabelos roxos esperou Die sair da sala para dar um quase grito de frustração, socando a mesa.
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Aparentemente os donos da boate estavam desesperadamente procurando por empregados, pois conseguir aquele emprego de barman nunca foi tão fácil assim. Claro que Kaoru já trabalhara antes em boates; anos e anos de festas enfadonhas do seu pai tinha lá suas vantagens. Ele sabia o nome e a preparação de mais coquetéis do que conseguia descrever. E o emprego no clube mais caro de Harajuku, sem que seu pai soubesse, certamente ajudou.
- Quando pode começar Kaoru-kun?
O jovem de cabelos roxos sorriu levemente, um gesto mecanicamente treinado.
- Assim que você quiser.
- Ótimo! - o dono da boate, um senhor gordo com aproximadamente sessenta anos, bateu uma mão contra a outra - Venha esta noite. Temos um convidado especial.
- Claro.
Isso fora há cinco horas atrás. Kaoru trabalhava num ritmo acelerado, meio que gostando do ambiente da boate, onde podia ouvir a música tocar em alto e bom som e ao mesmo tempo servir todas aquelas pessoas exóticas e diferentes. Certamente era um lado de Tokyo que estava adorando conhecer.
Quase duas horas dentro do trabalho, seu chefe veio atrás do balcão, parecendo afobado. Ele parou seu processo de preparar um martini e murmurou:
- Pare tudo que estiver fazendo e vá para a sala vip com a melhor vodka que tiver no estoque. Ele está aqui.
- Ele?
- Nosso convidado especial. - respondeu o homem, piscando divertido.
Kaoru franziu o cenho, mas obedeceu seu chefe, pegando a garrafa de vodka do compartimento atrás de si e seguindo-o para a sala vip, no segundo andar. Ao chegar lá, viu que algumas pessoas já se reuniam no local, a maioria delas jovens frágeis e esguios, muito parecidos com...Toshiya. Perceber isso fez um pressentimento ruim se instalar em seu coração.
- Niimura-sama, trouxe sua bebida favorita e nosso novo empregado para servi-lo. Espero que não se importe.
O jovem de cabelos roxos ergueu os olhos e seu coração falhou uma batida. Era o homem da foto que Die lhe mostrara. Niimura Kyo, mais conhecido como Psycho, o homem que ele supostamente deveria investigar.
- Quanto tempo vai ficar aí parado novato? Aproxime-se.
Kaoru viu que o loiro o encarava com malícia, seus braços estendidos displicentes nas costas do sofá de couro. Ele usava apenas uma calça de couro, preta, e em um de seus dedos uma adaga prateada era manuseada habilmente. O jovem respirou fundo e se aproximou e começou a servir o copo dele, depositando a garrafa de vodka na mesa.
- Aqui está.
Kyo subitamente inclinou-se para frente, puxando-o pela gola da sua camisa. Kaoru desequilibrou-se e caiu no sofá, ao lado dele. O loiro riu, seus piercings brilhando na penumbra.
- Você não faz muito meu tipo, mas está convidado a sentar e apreciar a bebida junto conosco.
O jovem de cabelos roxos endireitou-se no sofá, mantendo sua face neutra. Ele era muito bom nisso, tinha experiência de anos.
- Pelo que eu vejo aqui, eu não sou seu tipo mesmo.
Kyo riu, tomando em um gole, metade da vodka no copo reservado para ele. Ele chamou um dos meninos com o dedo, o jovem sentando no colo dele. Ele deslizou a adaga pelo peito nu do jovem e Kaoru conteve o arrepio que apareceu em sua espinha.
- Na verdade todos eles me lembram alguém...alguém que foi meu há muito tempo atrás. - murmurou Kyo, como que confidenciando algo - Mas estou prestes a recupera-lo, por isso eles são uma substituição temporária.
Kaoru pegou a garrafa e encheu o copo dele mecanicamente. Nas festas de seu pai, quanto mais as pessoas ficavam bêbadas, mais elas contavam sua vida inteira. Kyo não poderia ser muito diferente, certo?
- Mesmo? E como pretende fazer isso?
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- E então o que descobriu?
Kaoru arqueou a sobrancelha do jeito direto com que Die lhe abordou, o ruivo simplesmente entrou no seu quarto, sem bater nem nada. Esperava aquilo do Toshiya, mas do ruivo...
- Primeiro eu quero que você me responda algo.
Die revirou os olhos e sentou-se na cama ao lado dele, batendo os dedos impacientemente na coxa esquerda. O jovem afastou as mechas roxas do rosto, recostando-se na cabeceira, respirando fundo.
- O dono da boate me fez servir Kyo hoje.
Ele viu a mão de Die travar e aquilo era o sinal que esperava. Desde que toda aquela ‘missão’ começou, Kaoru tinha um certo pressentimento sobre aquilo e ele precisava confirmar.
- Ele estava rodeado de garotos. Quase ilegalmente jovens...e todos perturbadoramente parecidos com Toshiya.
Die apertou os dedos contra a calça jeans. Mau sinal.
- Ele conhece o Toshiya não é? Afinal quem é ele Daisuke?
Num movimento rápido o líder da Cage voltou seu olhar para Kaoru, puxando-o pela gola e encostando-o contra a cabeceira, o impacto fazendo sua cabeça bater contra a parede, num baque surdo.
- Sabe aquela mancha que Totchi tem em volta do olho esquerdo? Cortesia do Kyo. Sabe porque Totchi apenas se abre comigo e agora com você? Cortesia do Kyo. - ele empurrou-o mais contra a parede - Então não aja como se soubesse de algo seu playboy fugitivo, porque você...não...sabe.
Kaoru segurou os dedos de Die, tentando se soltar do aperto em sua camisa, com dificuldade.
- Também não sou obrigado a investigar esse tal de Psycho, ou que quer que ele tenha sido. O mínimo que você pode me dar são algumas respostas!
Os olhos castanhos do ruivo brilharam por segundos antes dele solta-lo e erguer-se da cama, indo em direção a porta. Mas Kaoru não ia deixar ele escapar tão fácil assim, não dessa vez. Ele seguiu-o e dessa vez foi ele quem prensou o ruivo contra a porta fechada.
- Não dessa vez Daisuke! Eu estou aqui há quase uma semana e se você está pedindo para eu fazer algo arriscado, eu exijo respostas e exijo agora!
Die segurou seus pulsos e encarou-o longamente. E então avançou tomando seus lábios num beijo ardente. Kaoru paralisou com aquilo, não esperando aquela reação, mas seu corpo se recuperou bem mais rápido que sua mente e ele logo beijou o ruivo de volta. Numa virada de corpo, Die prensou-o contra a porta, pegando seus pulsos e imobilizando-os acima da sua cabeça. Kaoru gemeu dentro do beijo, mordendo a boca de Die com vontade, sentindo um gosto metálico de sangue logo em seguida. O ruivo soltou seus pulsos e puxou-o pela cintura, seus corpos se colando por completo.
Como se toda e qualquer racionalidade fosse jogada ao vento, ambos os jovens entraram em comum acordo com seus corpos. Num movimento surrealmente sincronizado eles se afastaram da porta, ainda se beijando, suas mãos afoitas apertando em qualquer pedaço de corpo disponível, numa necessidade quase desesperada.
Kaoru empurrou Die de si, o movimento fazendo o ruivo cair na cama. Ele subiu no colo do outro, voltando a beija-lo, segurando-o pela gola da camisa. Die retaliou puxando-o pelas nádegas, com vontade, arrancando um grunhido do jovem de cabelos roxos, engolido pelos lábios de Die. No momento em que seus membros, ainda cobertos pelas calças, se tocaram, um choque transpassou o corpo de ambos. Mas aquele choque foi o que fez Kaoru despertar do torpor de desejo em que se encontrava. Ele levantou-se do colo de Die, se afastando o máximo que podia.
- Sai daqui.
O ruivo levantou, seu corpo ainda amortecido com o que acabara de acontecer, mas seus olhos arregalados em surpresa.
- O...que?
Kaoru passou as mãos pelos cabelos, olhando para qualquer canto, menos para Die.
- Sai daqui! Agora!
O líder da Cage estreitou os olhos, antes de passar por ele, seus ombros se roçando levemente. Die parou no batente da porta e sussurrou.
- Isso não acabou. Ambos os assuntos.
Kaoru fechou os olhos, seu corpo estremecendo inconscientemente quando ele ouviu o bater da porta.
Do lado de fora, Die pegou o celular do bolso da calça cargo e discou o número já gravado na memória. Após dois toques a ligação foi atendida. Ele dispensou os bons modos.
- Preciso me encontrar com você Yoshiki. Hoje.
Uma pausa na linha.
- Consegue me encontrar em duas horas?
Die voltou a olhar para frente, mas seus olhos castanhos estavam frios.
- Estarei aí.
O ruivo nem se deu ao trabalho de dizer adeus, apenas encerrando a ligação e voltando a andar com passos firmes pelo corredor vazio.
CONTINUA...