Meu Anjo - Cap3

Apr 22, 2006 02:33

Fic: Meu Anjo
Autoras: Yaoitistas (dupla formada por Belle Malfoy e Kirina_Malfoy)
Avisos: Yaoi! Se não gosta de relacionamentos homem/homem, não leia! Angst, depressão, medo e todo o pacote.
Sumário: Quando você acha que tudo está prestes a desabar...abra os olhos, sempre há uma nova maneira de descobrir o outro lado da felicidade; e um novo lado do amor. Porque os anjos estão onde menos se espera, se você souber ver. YAOI
Notas: O personagem Rafael fica a cargo de Kirina, enquanto que Belle “maltrata” o Tiago ^^’


Capitulo 3

Depois de alguns segundos desacordado, eu me encontrava em um estado meio-consciente. Levei as mãos ao rosto, tentando esfregar os olhos e abri-los. Uma mão quente e certamente acolhedora segurou a minha, fazendo um carinho discreto. Suspirei, querendo morrer. Nada dava certo comigo, nada mesmo! Apertei a mão que segurava a minha e senti-a acomodar melhor minha cabeça em seu colo. Quando abri os olhos, levei um susto grande. Rafael (instantes depois descobri seu nome quando sua amiga o chamou) me olhava preocupado e com um pouco de nojo. Aquilo pareceu mexer comigo de uma maneira diferente. Ele estava completamente dividido do que fazer comigo, e mesmo eu estando acostumado com olhares desse nível, doeu. Ele me encarava seriamente, protestando para que o ajudante da enfermeira me tirasse do seu colo e me levasse para enfermaria. O senti ficar tenso quando, sem querer, entrelacei nossas mãos.

o.O.o

Meu estômago se apertava, uma sensação de medo e repulsa invadindo todo o meu corpo. Ali estava eu, o grande Rafael, o querido das meninas, com o cara por que sentia uma desconfortável atração no colo, não sabendo o que fazer, me agoniando com aquele hematoma, desejando que ele fosse uma garota...tudo seria tão mais fácil.

Fui empurrado dos meus pensamentos quando duas piscinas me fixaram, meio perdidas, confusas com aquele retornar á realidade e foi esse olhar que me lembrou que ainda tinha a sua mão na minha. E o ato que há segundos me confortava agora me enojava. De alguma maneira sei que ele percebeu isso, se encolhendo discretamente, de alguma maneira afetado pelo meu olhar. Quis me esbofetear naquele momento, no meu intimo sabendo que não o podia magoar...que não o queria magoar. E num ato supostamente indeliberado a minha mão entrelaçou a dele, e os seus olhos fixaram os meus.

o.O.o

Eu não podia deixar de olhar para ele, era completamente hipnotizante! Eu me sentia uma débil garotinha apaixonada pelo mocinho da história. Que tudo fosse para o inferno, sentei-me, numa tentativa inútil de me retirar dali e acabar com aquele tumulto. Ele estava sendo olhado com maus olhos, assim como eu. Quando fui me por em pé, tudo rodou e ele me segurou, me abraçando por trás. Fechei os olhos, apenas sentindo os braços dele em volta de meu corpo tremulo, imaginando o quanto ele estaria me odiando por esse ato. Mas tudo bem, eu já era acostumado. Há tempos a mais que eu gostaria. Ele me arrastou até o banco e me fez sentar; o pessoal olhando curiosamente. Juliett trouxe um pano molhado e passou em meu rosto, tentando me tranquilizar. A expressão de pavor dele me deixou em pânico, eu estava tão feio e esculachado assim? O namorado da minha mãe não tinha me batido tanto desta vez!

o.O.o

Um arrepio percorreu o meu corpo quando, o vendo tremer, o abracei. Confesso, me aproveitei da situação, mas era uma vontade antiga, sentir o frágil corpo encostado no meu, saber que eram os meus braços que o apertavam. O braço deve ter durado mais do que uma simples assistência duraria, porque o povo começava a bisbilhotar. Era assim tão difícil se meterem nas suas próprias vidas??

O levei até ao banco mais próximo, obrigando-o a sentar. Tiago estava demasiado frágil, demasiado tremulo para o meu gosto. Habituara-me a velo determinado, mas aquele Tiago tremia, hora se entregado ao meu toque, hora se afastando. Juli passou um pano molhado no rosto dele, tentando o refrescar mas isso só serviu pra tirar a base que ele cuidadosamente havia colocado, estrategicamente posicionada pra esconder o hematoma que lhe ocupava todo um lado da face.

Não liguei para o fato de não sermos amigos, porra nem certeza eu tinha de ele saber o meu nome, e muito menos para o fato de estarmos rodeados de gente que mantinham os olhos em nós. Simplesmente me dei ao luxo, um luxo que mais tarde me iria arrepender, e passei as costas da mão da maneira mais suave que podia pela face magoada, desejando que o meu toque pudesse apagar aquela marca.

o.O.o

Quando senti sua mão percorrer o lado da minha face, eu desabei completamente, não conseguindo mais me segurar! Eu tinha a impressão de que ele, realmente, era a primeira pessoa, da face da terra, que se preocupava comigo. Mas como eu sempre tive a impressão errada de tudo na minha vida, não queria fazer muita questão com isso. Inclinei a cabeça na direção da mão macia e fechei os olhos. Cansado e dolorido, era como me sentia perfeitamente. Rafael me endireitou no banco, enquanto a enfermeira verificava minhas pupilas. Eu realmente gostava dele, só talvez não tenha sido uma boa Idea de ter descoberto isso, no momento.

-Vou ligar para sua mãe e pedi-la para vir lhe buscar, OK? - a enfermeira me olhava com grandes olhos castanhos, e Rafael esperava ansioso pela minha resposta.

-Não! -gritei me descontrolando. Se minha mãe viesse me pegar, provavelmente eu ficaria internado em algum hospital durante uma semana. - Eu só...Eu ‘tava me sentindo meio mal de manha, mas agora, já estou melhor...Não precisa!

Ela depositou o telefone no gancho e me olhou seriamente.

-Tiago, eu sei coisas demais da sua família, mas eu preciso telefonar para sua mãe e avisa-la. É conduta da escola.

Minha respiração saia em golfadas de ar. O que diabos eu faria agora? Entregaria-me, dizendo que o namorado de minha mãe poderia me espancar até a morte?

o.O.o

Os olhos reflectiam mais angustia, mas desespero que um ser humano deveria sentir. O meu peito apertou, talvez ele já soubesse que o meu mundo iria mudar e me tivesse avisando. Não estava pronto para admitir nada mas não podia vê-lo ali, com aquele desespero nos olhos, se abraçando como se tivesse o peso do mundo nos ombros.

- Ele vem comigo!

As palavras saíram da minha boca como se estivessem estado todo o tempo á espera.

o.O.o

Eu ainda não conseguia compreender muito bem suas palavras. Ele tinha me tomado como sua responsabilidade? A enfermeira me olhou estranho e afirmou com a cabeça, enquanto eu somente era capaz de fitar os olhos castanhos de um marrom tão profundo que chegava a ser assustador. Ele parecia ter certeza e bastante segurança do que estava fazendo; e eu não sabia o que fazer ou pensar. Deveria ir com ele? Sem pensar, soltei um ‘sim’ meio tremulo e baixei meus olhos. Era tão estranho, eu mal o conhecia e sentia como se fossemos velhos amigos, de longa data. Eu conseguia confiar plenamente nele, algo que não fazia com muita freqüência.

o.O.o

Kirina: ^___^ E mais um cap, para fazer as pessoas felizes *mood metida* Falando serio, espero que continuem a gostar ^^ Bjs*

[kirina], [original], [belle malfoy], [yaoi]

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