Imperfeitos Amores: Capítulo XV - Verdades

Apr 22, 2006 18:16



Título: Imperfeitos Amores
Autora: Ivi ivanabh
Beta:Obrigada, nicolle_snape. Pela betagem rápida e por sempre estar disposta ajudar - mesmo quando está super atarefada.
Fandom: Harry Potter
Pares: Draco Malfoy, Harry Potter, Bill Weasley.
Disclaimer: Nada mudou. Eles continuam pertencendo a ela - J.K. Rowling. Eu bem que tentei negociar a compra do Bill e do Draco, mas não consegui. T-T



Capítulo XV - Verdades

Draco tomou todo o conteúdo do seu copo e pegou outro, antes de circular um pouco pela festa. Estava sem disposição nenhuma para conversas e comemorações. Procurou evitar as caretas de desagrado ao notar o ‘excesso’ de Weasley no ambiente. Afinal, nada mais justo e esperado levando-se em conta que era o noivado da Granger com o Weasel.

Draco ficou bastante surpreendido quando recebeu o convite. Mais ainda quando, logo em seguida, Granger o contatou pela rede Flu. Não esperava ser lembrado quanto mais convidado. Dos amigos de Potter, ela é quem tinha sido a primeira a aceitá-lo. Ela mantinha uma atitude de desconfiança no início, mas depois de um certo tempo, começou a olhá-lo com uma expressão irritante de ‘eu sei e você não sabe’. Durante o contato daquele dia, viu-se conversando e rindo com ela. Quando deu por si, já tinha aceitado comparecer.

Depois do que tinha acontecido aquela manhã na casa de Potter, Draco pensou em não ir. Mas a perspectiva de rever e conseguir conversar com ele, acabou sendo decisiva.

Draco tinha passado todo o sábado tentando entender o que tinha dado errado. Estava se sentindo muito confuso e irritado. Sabia que uma festa não era o local mais adequado para discutirem esses assuntos, mas não suportaria esperar muito mais tempo. Não queria pensar sobre os próprios sentimentos, mas ele sabia o que tinha visto nos olhos de Potter: um desejo tão grande quanto o seu. Não seria com apenas uma transa que conseguiriam apaziguá-lo.

Recusava-se a acreditar que ele era o único a desejar mais, a querer mais. A sentir o corpo incendiar ao lembrar dos eventos daquela manhã. E era baseado nessa certeza que ele pretendia convencer Potter a sair dali com ele. Precisava de apenas uns momentos a sós.

Como a Toca não tinha espaço suficiente e a casa dos pais da Granger estava fora de cogitação, tinha sido alugado o salão do Caldeirão Furado para a festa. Havia muitos funcionários do Ministério, muitas pessoas conhecidas, mas nem sinal de Potter. Finnigan e Zabini também estavam presentes. Trocou algumas palavras com eles, antes de localizar o padrinho em um canto e se dirigir para lá. Conversaram um pouco até que Black apareceu. Era visível que o namorado de Severus não gostava dele. Draco fez questão de irritá-lo, mas logo se cansou da brincadeira. Preferiu voltar a circular.

Quando passava próximo a uma das saletas, viu Potter e o ruivo conversando. Não conseguia ouvir o que diziam, mas sentiu o corpo inteiro retesar de raiva quando os dois começaram a se beijar. Por um momento, imaginou que Potter não o tivesse visto. Logo descartou essa idéia ao ver o olhar que ele lhe lançou quando se separou do ruivo. Encararam-se, furiosos.

Naquele momento, a Sra Weasley o localizou e resolveu que ele estava muito sozinho. Passou as próximas duas horas, sendo carregado de um lado para o outro por ela. Draco não perdeu Potter de vista nem um minuto. Os dois pareciam estar disputando para ver quem bebia mais: a cada copo que o loiro tomava, o ex-Gryffindor tomava outro.

Quando o ruivo grudento finalmente se afastou um pouco de Potter, Draco se aproximou.

- Potter.

- Malfoy. - Harry inclinou a cabeça de leve, em um cumprimento irônico.

Draco procurou se acalmar. Queria levar Potter dali para se entenderem. Com a voz baixa, perguntou:

- Por que está fazendo isso?

Potter tomou o restante de sua bebida e ignorou a pergunta.

Draco parou de frente para ele, encarando os olhos verdes com raiva. Todas as boas intenções que tinha de convencê-lo a ir para outro lugar, foram para o espaço ao notar o olhar desafiante do outro. Aquilo teve o poder de irritar mais ainda ao loiro, que falou:

- Pelo visto não perdeu muito tempo em se enfiar na cama com seu namoradinho, depois que fui embora.

- Como você ressaltou tão bem, Malfoy, ele é meu namorado. A cama dele é onde se espera que eu esteja, não? - A voz de Potter soou carregada de sarcasmo.

- É mesmo? Não foi o que me pareceu hoje de manhã. - Draco notou o lampejo de fúria nos olhos verdes.

Dando de ombros, Harry falou:

- Ora, e o que você esperava? Não queria que eu recusasse o que me foi oferecido tão facilmente, não é? Além disso, Bill tinha viajado e eu estava me sentindo - Potter fingiu pensar uns momentos antes de completar. - necessitado.

Saber que não tinha passado de um substituto para o ruivo foi demais para Draco.

- Não me pareceu lembrar do ruivinho quando gemia meu nome.

- Será mesmo? - A voz de Potter era carregada de deboche.

Aproximou-se mais de Potter, os olhos grises fixos nos verdes, sentindo a fúria tomar conta dele. Mas antes que Draco dissesse alguma coisa, o outro continuou.

- Não estou dizendo que não foi prazeroso. Não me entenda mal. Acho até que poderíamos ter nos divertido um pouco enquanto namoramos. Foi uma transa legal.

- Então, foi isso? Uma transa legal? - Draco estava furioso, mas procurava manter a máscara de indiferença.

- Claro. O que você pensou, Malfoy? Que agora, nós iríamos descobrir que estamos profundamente apaixonados um pelo outro e que voltaríamos a ficar juntos? - Potter falou num tom zombeteiro.

O orgulho Malfoy falou mais alto, quando Draco respondeu.

- Óbvio que não, Potter. Não é por causa de uma trepada que as coisas iriam mudar entre nós, não é? Amor não faz parte do pacote.

Potter apenas assentiu em silêncio e Draco continuou:

- Eu só fico me perguntando o que levaria o ‘Santo Potter’, a procurar outro cara estando tão feliz e satisfeito em seu namoro.

Com tremenda satisfação, o loiro notou que havia conseguido apagar o sorrisinho de zombaria do outro rapaz.

- Qual é a sua, Malfoy? Você não fez outra coisa nos últimos tempos além de dar em cima de mim. Não venha me dizer que sempre foi fiel e nunca cedeu a alguém que se oferecia de maneira tão óbvia. Se eu soubesse que teria tantos aborrecimentos, sinceramente... Não foi tão bom assim que valesse essa encheção de saco. - Cada palavra de Potter era carregada de veneno.

De repente, Draco esqueceu-se de onde estava, ele só queria ferir tanto quanto estava se sentindo ferido agora. Sem pensar duas vezes, deu um murro no ex-namorado que o atingiu em cheio no rosto. Potter o olhou com os olhos verdes brilhantes de raiva, sangue escorrendo do nariz, antes de voar para cima de Draco, acertando-o com um soco certeiro no estômago.

Logo, os dois rapazes estavam embolados no chão, aos chutes e socos, trocando todo tipo de ofensas. Potter, com um movimento, conseguiu se sentar sobre a barriga de Draco, imobilizando os braços dele com as mãos.

Harry estava com um dos olhos muito inchado, o sangue escorria do nariz machucado, por todo rosto e pele via-se hematomas.

- Então, Malfoy, satisfeito em ficar por baixo novamente? - O sorriso irônico de Potter se transformou em uma careta de dor quando repuxou o lábio ferido.

A raiva de Draco tinha chegado ao limite. Fazendo uso involuntário de sua magia, ele fez Potter voar longe e cair sobre uma mesa. Quase simultaneamente, os dois se puseram de pé muito ofegantes, com as varinhas apontadas um para o outro.

Antes que pudessem dizer qualquer feitiço, Severus lançou um expelliarmus, desarmando-os. Finalmente, Draco deu-se conta do que estava acontecendo. Todos na festa olhavam para eles. Sentiu a raiva se esvaindo e ser substituída pela vergonha ao pensar em tudo o que aquelas pessoas tinham ouvido.

Severus aproximou-se, com uma expressão zangada e falou:

- O que pensam que estão fazendo? Não estão mais no quinto ano para agirem como dois trouxas idiotas.

Draco encarou o padrinho.

- Severus, agora não. Minha varinha, por favor. - Pediu, tentando manter um mínimo de dignidade. Tudo o que não precisava era de um sermão naquele momento.

Severus pareceu que ia dizer mais alguma coisa, mas conteve-se. Estendeu as varinhas para eles pegarem. Draco virou-se para sair dali o mais rápido possível, mas foi detido quando Potter o chamou.

- Malfoy.

Draco virou-se para ver o que o outro queria. Quando se encararam, não teve tempo de se desviar do feitiço que foi lançado. Viu Severus se voltar para Potter e o ruivo segurando o braço dele.

Manteve os olhos fixos nos verdes enquanto um calor não de todo desagradável tomava conta de seu corpo. Não prestava atenção ao que as outras pessoas falavam, não conseguia e nem queria ouvi-las. Não sabia o que estava acontecendo com ele. Até que algo nos os olhos esmeraldas mudou e ele soube. Ele entendeu e lembrou. Da mágoa, da tristeza e da decepção que tinha visto refletidas neles quando Potter o encontrou com Seamus.

- Acho que isso responde o porquê de te tratar assim. - A voz de Potter havia voltado a ser fria, contrastando horrivelmente com os olhos escurecidos de fúria e o rosto machucado.

Draco sentiu a cabeça doer e o corpo pesar. Estava muito confuso e, antes que cometesse alguma indignidade, virou-se e foi embora.

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Depois da saída de Draco, a festa virou o maior tumulto. Sirius e Severus levaram Harry para outra saleta. Hermione chegou e tentou curar alguns dos machucados do amigo, mas ele a empurrou.

Harry só queria sair dali o mais rápido possível. Pediu desculpas e se retirou, acompanhado por Bill. Os dois aparataram e não trocaram uma palavra até chegarem a sua casa. Entraram, foram direto para a sala. Harry ainda estava furioso com Malfoy e ficou remoendo as palavras duras que trocaram, enquanto servia dois copos com uma bebida forte.

Ao se virar para entregar um dos copos para o namorado, viu que ele estava parado de costas, olhando pela janela. Parou no meio do caminho, quando Bill disse de repente:

- Está feliz, Harry? Afinal, sua vingança finalmente está completa. Uma humilhação pública fecha seus planos com chave de ouro, não é?

Deixou os copos sobre a mesinha, aproximou-se e tentou abraçá-lo por trás, mas foi repelido com brusquidão.

- Bill?

Quando Bill se virou para encará-lo, Harry se surpreendeu. Já o tinha visto de várias maneiras: alegre, brincalhão, sério, triste, mas nunca tinha visto aquela fúria em seus olhos. Sentiu uma pontada de arrependimento.

- Bill, desculpe. Eu sinto muito. Eu...

- Chega, Harry, Cala a boca! Eu não quero ouvir nenhuma desculpa sua. - As palavras foram ditas lentamente, bem destacadas. - Eu estou farto. Eu ia direto para casa, mas eu quero te fazer umas perguntas antes. Você ainda se lembra o motivo de ter iniciado sua vingança contra Malfoy?

- Eu... claro que lembro.

- Lembra mesmo, Harry? Ou durante o processo, simplesmente esqueceu como foi ser traído por eles?

Harry se afastou, furioso.

- Eu jamais vou esquecer dos dois juntos. De como me senti traído e humilhado.

- Você se sentiu humilhado e traído? Então, você pode me dizer como eu deveria me sentir quando o meu namorado grita, na frente de todos os meus amigos e familiares, que transou com seu ex?

- Bill, desculpe. Eu...

- EU NÃO QUERO SUAS DESCULPAS! - Bill gritou, mas controlou-se em seguida, continuando com suas palavras carregadas de ironia. - Você pensou o que? Que eu não iria me importar? Que o brinquedinho Weasley não ligaria? Então, deixa eu te contar uma novidade: eu também sou um ser humano. Mas você sequer pensou em mim, não é? Em nenhum momento. Eu sempre fui muito útil para te animar, para te ajudar, te apoiar, até para uns amassos. Mas nunca passei disso: uma mentira feita para atingir Malfoy.

Bill respirou fundo e continuou:

- Eu deveria saber que você não agiria de outra forma. O seu namoro com o Draco sempre foi uma farsa. Você nunca investiu de verdade nele. Você sempre esperou o pior. Tanto que, quando aconteceu, você estava preparado. Eu nunca entendi seu sangue frio naquela hora, mas agora eu sei. Você condenou Malfoy por traí-lo, mas você o traiu bem antes disso, quando nunca deu uma chance para vocês. - Bill fez uma pausa e voltou a falar, desolado. - E se era assim com ele, por que não seria com a gente? Apesar do nosso namoro ter muito mais confiança que o de vocês, você também nunca investiu em nós. E se, no começo, nosso namoro era uma mentira, há muito tempo deixou de ser. E você sabe disso. - As palavras seguintes eram carregadas de mágoa. - Ele te traiu e quem ficou sabendo? Apenas as pessoas para as quais você contou. Você me traiu e quem ficou sabendo? Todo mundo! O que eu devo fazer agora? Começar uma vingança contra você?

Harry viu a infelicidade e uma expressão derrotada tomar conta dos belos olhos azuis.

- E sabe de uma coisa? Você agiu mil vezes pior que o Draco. Você não apenas traiu seu namorado, transando com outro, você traiu um amigo e o sentimento que sabia eu sentia por você. E disso, o Malfoy não pode ser acusado.

Harry não sabia o que fazer. Tentou se aproximar novamente, mas foi empurrado. Deixou os braços caírem ao longo do corpo e apenas ficou olhando enquanto Bill ia embora, provavelmente, para sempre de sua vida.

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Espero que tenham gostado do capítulo. Não sei quando atualizarei, vou tentar ser rápida. Mas, em compensação, já está acabando. Deve Ter mais uns dois capítulos apenas.

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