Oct 30, 2008 22:18
Título:Era uma Vez
Autora:Saavik
Pares:Hilson, 14, Chameron e CPI
Classificação: PG-13 (esse capítulo. Ainda não decidi o resto)
-Cameron? Desculpe interromper... Você tem um minuto?
A moça fechou o livro que estava lendo.
-Claro, Lucas. O que houve?
Muita coisa havia mudado no acampamento nas últimas duas semanas. No dia após o seqüestro, a princesa decidira que em uma coisa o bandido dos olhos de safira tinha razão: ela quisera conhecê-lo, não? Então porque desperdiçaria a oportunidade? Logo pela manhã ela saiu para dar uma volta. Mas não avistou House (depois descobriu que ele gostava de acordar tarde), então, vencida pela curiosidade, pôs-se a conversar com outros membros do bando. Ficou chocada e, na hora do almoço, ainda não tendo avistado James, correu à tenda dele.
-É extraordinário!- contou-lhe. -Estive falando com eles, e James... Que vidas horríveis tiveram!
-Alisson, você não pode acreditar no que dizem! São uma corja de...
-Por que eles mentiriam? Já me seqüestraram, por que iriam querer minha simpatia?
-Para que deponha a favor deles caso sejam presos!
-HÁ!- fez House, aparecendo de surpresa. -Eu, sendo preso? Só em seus sonhos, alteza! O que é estranho... Se tivessem me perguntado, eu chutaria que ela é que tem me imaginado algemado.
Silêncio.
-Certo. Vejo que sua alteza continua não falando comigo. Mas a princesa, pelo que eu soube, passou a manhã à minha procura, então vim perguntar-lhe se não quer almoçar comigo. Mas eu a aconselharia a tomar cuidado... Wilson tem razão, todo mundo mente. Eu sei que as histórias que eles contaram são verdadeiras, mas se estivesse no seu lugar não confiaria neles.
Cameron ignorou este aviso e, após um frustrante almoço no qual não conseguiu descobrir nada a respeito dele, passou a tarde da mesma forma que a manhã, e convenceu-se de que ou eram todos mentirosos perfeitos ou era tudo verdade. E nesse caso... House não era tão ruim, era? Quer dizer... A gangue era formada em sua maioria por homens que haviam sido injustamente presos, e tirados por ele da cadeia. Ou por jovens que eram maltratados pelos pais. Ou, simplesmente, por pessoas como Lucas.
Era surpreendente a forma como o rapaz, que antes nem ao menos conseguia abrir a boca na frente dela, logo se tornara seu melhor amigo no acampamento. Ele era, dissera, o espião da gangue. E pela primeira vez, a princesa achou que lhe mentiam, pois apesar de possuir inteligência de sobra para o cargo, ele era desastrado, não conseguia mentir e também não era muito bom com disfarces. Juntara-se a House para fugir da sociedade, como os demais, mas nunca estivera em perigo ou sofrera mais do que algumas piadas cruéis. Enojara-se da maior parte da humanidade, e decidira viver à margem dela, simplesmente.
Cameron não compreendia completamente esta decisão, mas apiedava-se dele. Deles todos. E logo se tornou a pessoa mais popular do acampamento. Apenas House permanecera com ela frio e sarcástico como no primeiro dia.
Quanto a Wilson, passou os dois primeiros dias trancado na própria tenda, resmungando que a amiga estava sofrendo de síndrome de Estocolmo. Mas ela insistia em visitá-lo toda vez que ouvia uma biografia particularmente tocante, e por fim, na segunda noite de cativeiro, atingiu seu objetivo: ele deixou o “quarto”, jantou em companhia de todos e, embora se esquivasse habilmente das provocações de House, aceitou seu convite para uma partida de xadrez. A princesa tentou assistir, porém os dois eram inteligentes demais para que o jogo prosseguisse rápido, e ela acabou indo dormir. Concentrados no tabuleiro, nenhum deles ouviu seu “boa noite”.
Durante os três dias seguintes, esta foi a rotina: Wilson saia da tenda ao meio-dia, almoçava com todo mundo, falando um pouquinho mais a cada dia, e ao fim da refeição ele e House retiravam-se imediatamente para o tabuleiro. Uma de suas partidas chegou a durar a tarde inteira e o princípio da noite. Ninguém possuía paciência para acompanhar os jogos, mas sempre que alguém dedicava um momento a observá-los, encontrava-os trocando ou afiadas farpas verbais ou olhares intensos, como se ambos os homens estivessem tentando ler a mente, ou mesmo a alma do adversário.
A Cameron, Wilson ainda jurava que o odiava. Mas no sexto dia aconteceu algo que, se não fosse trágico, ter-lhe-ia dado plena oportunidade de passar pelo amigo sorrindo e declarar que “de fato... Todo mundo mente”.
A carne começava a escassear, e um grupo de 5 saiu cedo para caçar. No meio da manhã, 4 retornaram aflitos, carregando o outro seriamente ferido. Havia sido atacado por um urso. House repreendeu severamente os companheiros de caça do ferido por ter deixado que isso acontecesse e, para choque do casal de príncipes, cuidou dos ferimentos. Seu tom de voz e comentários eram frios como sempre, mas a preocupação era visível naqueles belos olhos, que tanto terror haviam causado a dois reinos.
-Cameron- dissera ele uma hora, colocando a cabeça para fora da tenda do ferido. - Preciso de uma enfermeira. Você se importaria...
-Claro que não -respondera ela, correndo para dentro. Ajudara-o a completar alguns curativos, depois o mandara descansar, prometendo que não deixaria o paciente por nada. Cumprira a promessa por algumas horas, então se levantara para buscar água. Mas chegando na entrada da tenda, parara, chocada, diante da visão mais inesperada do mundo.
Em um banco próximo, sentados de costas para ela, estavam House e Wilson. O bandido tinha a cabeça baixa e o príncipe, de forma claramente nervosa, colocara um braço em seus ombros. Eles conversavam em voz baixa e ela, sentindo que interrompera um momento muito íntimo, retornou para a tenda sem fazer barulho.
Foi Lucas quem lhe explicou mais tarde que House era médico. Ela não teve chance de perguntar ao próprio ou a Jimmy porque, quando finalmente pôde deixar seu paciente, dois dias depois, eles estavam inseparáveis.
Chegava a ser bizarro... Não porque uma semana atrás eles se odiavam. Com isto ela podia lidar. Mas... Próximo de House, Wilson se transformava em uma pessoa completamente diferente! Como podia ser possível que ela nunca tivesse visto este lado do seu melhor amigo?!?!?!? O lado irônico, sarcástico, capaz de pronunciar palavras que feriam, mesmo que somente a House. O lado que, embora ainda gentil com todos, era capaz de rir de pequenas desgraças alheias, como as que o bandido dos olhos de safira vivia provocando com suas pegadinhas idiotas.
Logo descobriu, porém, que o restante do acampamento estava tão surpreso quanto ela. House, disseram eles, nunca havia sido assim. Os comentários rudes e insultuosos sempre haviam estado presentes, assim como o jeito frio. Mas as pegadinhas, as piadas... Ela era nova ali, eles entendiam que ela o julgasse infeliz. Comparado com o que era antes, porém... Quase se podia dizer que ele estava de bom humor!
Lucas, universalmente considerado o melhor amigo de House, era o único que parecia entender as transformações, mas se mostrava calado se o assunto vinha à tona. Com o passar do dia, Cameron e os rapazes aprenderam a ignorar a mudança. Os dois pareciam felizes, e era tudo o que importava.
Exceto, é claro, em momentos como aquele, quando ela estava lendo tranqüilamente e Lucas a interrompia com um tom de voz inconfundível.
-Claro, Lucas, o que houve?
-Não sei direito. Parece que House pôs açúcar na sopa.
-Ai, Deus!
-Você precisa fazer alguma coisa!
- Eu?!?!?!? Vocês me seqüestram, e ainda esperam que eu bote ordem na bagunça do seu líder?!?- apesar das palavras, o tom era afetuoso e brincalhão.
-Foi você quem atraiu para cá a causa de tudo isso! House está fazendo isso para se mostrar para Wilson, e...
-E o que?
-Nada. É sério, Cameron... Você precisa pedir para Wilson parar o que quer que esteja fazendo para encorajá-lo. Está começando a perder a graça!
-Vou ver o que posso fazer. Mas, sinceramente, vocês deveriam ter seqüestrado a Cuddy. Ela teria muito mais chances do que eu de...
-A rainha de Princetown?
-Sim, e a melhor diplomata que conheço. Aquela mulher é um assombro! Uma vez, ela resolveu um conflito entre...
Quando a princesa concluiu a história, Lucas estava com o queixo caído. Pediu outra semelhante, ela começou a contar, e ambos se esqueceram dos amigos condenados a tomar sopa doce.
-Então, Foreman-disse Chase, daquela forma arrogante que o conde tanto odiava, quando, depois de concluídas as formalidades de boas vindas ao príncipe, os dois se encontraram sozinhos em uma sala de reuniões. -Você está encarregado das investigações.
-Sim. Sou o conselheiro da rainha de Princetown, e suas majestades confiam em mim. Aliás, se me dá licença, tenho muito que fazer a respeito...- ele começou a caminhar em direção à porta, porém foi interrompido.
-Faz duas semanas, Foreman. E vocês não fizeram qualquer avanço. A essas alturas, eles podem ter feito qualquer coisa com a princesa.
-Enviamos investigadores e espiões a todos os cantos deste reino, e boa parte dos vizinhos. - enunciou o conde, friamente, sem se virar para fitar o príncipe. -Oferecemos recompensas astronômicas. Se puder fazer melhor, tem todo o meu apoio.- Finalizou, de forma desafiante.
-Bem, neste caso... Acho que vou apontar uma falha que encontrei na sua investigação.
O conde finalmente voltou-se. A expressão pareceria impassível a um estranho, mas Chase conhecia bem aquele sorrisinho de orgulho e desprezo.
-Mesmo?
-Sim. Você está preocupado demais em encontrar os vilões e a princesa. E quanto ao espião?
-Espião? Do que você está falando?
-Eu sei que o bandido dos olhos de safira é bom... Mas você realmente acredita que ele adivinhou as melhores horas e rotas para penetrar no castelo? Conheço sua teoria de que foi drogado através do vinho, que teria sido adulterado antes de entrar no castelo. Seria uma boa hipótese... Afinal, até que seria possível a um gênio imaginar que vinho seria servido na noite da recepção à rainha Cuddy. E concordo com sua premissa de que os funcionários da cozinha são de absoluta confiança.
-Então qual é o grande erro que apenas vossa alteza, recém-chegado e completamente estranho ao castelo, conseguiu enxergar?
-A princesa Cameron lutou contra os seqüestradores, e o príncipe Wilson foi atrás dela! Os dois beberam o mesmo vinho que todos! Você até poderia argumentar que ela acordou ao ser movida. Mas nada justifica que apenas o príncipe tenha ouvido a luta. A conclusão óbvia é que alguém aqui dentro tomou muito cuidado para que eles não ingerissem o sonífero.
-E você percebe, obviamente, que sua teoria implicaria no absurdo do bandido de olhos de safira querer ser seguido por Wilson.
-Assim como você percebe, obviamente, que a minha teoria se baseia em fatos, e a sua em especulações sobre a mente de um homem que nenhum de nós conhece.
Foreman soltou um risinho.
-Está certo, alteza. Se quer acreditar nisso, tem carta branca para interrogar a todos. Será divertido vê-lo humilhado dessa forma... Não tão bom quanto quando Cameron voltar e recusá-lo, mas...
-Por que tanta certeza de que ela vai me recusar?
-Vamos deixar uma coisa clara: pense o que quiser sobre o bandido dos olhos de safira. Mas Cameron eu conheço. Crescemos juntos, ela é quase uma irmã para mim. Você jamais a viu! Não compreendo porque veio lhe pedir em casamento nestas condições, mas...
-Porque já ouvi o suficiente sobre sua natureza doce, tenra, e ao mesmo tempo determinada quase a ponto de ser rude, para saber que a amarei. E já vi também retratos, que me convenceram de que é uma extraordinária beldade.
-Um baú de moedas de ouro como doce e ternamente, porém de forma incrivelmente rude, ela te recusará terminantemente, e você estará fora daqui, derrotado, uma semana após vê-la.
-Fechado. Bom, meu caro, não quero lhe manter longe de seus deveres... Vá cumprir suas obrigações, e eu cumprirei as minhas.
-Chase, um momento!
-Que é?
-Estou curioso. - Declarou o conde, novamente sorrindo desdenhosamente. -De quem desconfia?
-Ora, mas é óbvio! Da criada de quarto!
O ar divertido evaporou do rosto do outro.
-Deixe Rèmy em paz.
-O que?!?!?!- gritou o príncipe, explodindo em um acesso de riso. -Não! Apaixonado?!?!? Você?!?!?!? Ah, mas é a piada do século!
-Eu não estou apaixonado. Apenas chocado com seu preconceito em ir direto a ela só por se tratar da criada...
-Neste caso, se acalme.- interrompeu o jovem loiro. - Não é por isto que vou procurá-la! Na verdade, meu caro Romeu, a culpa por eu estar na pista da sua namoradinha é toda sua!
-O que você quer dizer com isso?
-Que fiz o dever de casa, e li seus interrogatórios. “Perguntei sua teoria... De certo tem uma. Você me parece uma moça inteligente...”. O que foi isto? Há muitas pessoas inteligentes aqui, e a nenhuma você fez esta pergunta! Pensei que desconfiasse de algo, e estranhei ela ainda não ter sido presa. Mas agora entendo a razão... Bem, até logo, meu caro conde. Caso nos próximos dias perceba que deixou de ser o único nobre perseguindo esta menina, creia que minhas intenções são puramente profissionais, e desejo apenas duas coisas: a bela princesa e seu baú de moedas de ouro.
E saiu, deixando o conde positivamente furioso.
-Você realmente quer que eu acredite que nunca aconteceu nada entre você e a Cameron?- Perguntou House, devorando um peão com a torre. -Noites frescas no jardim do palácio, ela extremamente bonita, a corte ansiosa por deixá-los a sós...
-Alisson é minha amiga.- Cortou Wilson, mandando um cavalo ameaçar a torre insolente.
-Não existe amizade entre homens e mulheres.- Sentenciou House, deixando claro que sua rainha destruiria qualquer um que se aproximasse da torre.
-Não se você tem cinco anos. Entre adultos, porém, é a coisa mais normal do mundo. -Retrucou o príncipe, abandonando aquele conjunto de peças e dedicando-se a um bispo do outro lado do tabuleiro.
-Ou você está blasfemando ou o jogo torrou seus miolos.- Exclamou o bandido, com ar pretensamente desolado. -De qualquer forma, eu acho melhor pararmos por aqui. Está quente demais para xadrez. Quer ir dar um mergulho no rio?
O queixo de Wilson caiu.
-O rio fica fora do acampamento.
-Eu sei.
-Seria muito fácil para eu fugir.
-Eu sei.
-Você está tão desesperado assim para evitar o xeque-mate que acabou de perceber que te darei em três lances?
-Mas que arrogância! É assim que paga o elogio que fiz a seu cavalheirismo?
-Ah?
-Você não fugiria deixando Cameron aqui. Nem ao menos sabe onde está! Quando encontrasse o castelo, eu já teria desaparecido com ela. Não, estou tranqüilo. Você não me escapa. Quer ir ou não?
-Está bem. -Suspirou Wilson, aceitando a derrota. Pelo menos havia testemunhas de que ele derrotara House no xadrez... E seria divertido sair um pouco do acampamento.
Pouco depois, ele e seu antigo inimigo saíram, sozinhos. Ele prestou atenção ao redor, tentando descobrir pistas de seu paradeiro, mas não com desespero. A verdade era que, por mais que não quisesse admitir nem a si mesmo, estava gostando da nova vida. Sentia muito pelo desespero em que deviam estar os que amava mas, afora isso, não tinha tanta vontade de voltar...
Após meia hora de caminhada, chegaram a um belo e caudaloso rio. Despiram-se até ficarem somente com os trajes de baixo, e atiraram-se à água.
Ah, estava deliciosa! Como era bom, após duas semanas banhando-se em uma tina apertada, estar em meio à água corrente! Lamentou que a perna de House não lhe permitisse nadar, pois adoraria apostar uma corrida. Logo, porém, sentiu o outro atirar água em seu rosto e, fingindo irritação, retribuiu. Brincaram desta forma por algum tempo, rindo como duas crianças, até que, empolgado, atirou um jato forte demais, e o amigo engasgou.
-Você está bem?!?- Perguntou, estapeando-lhe efusivamente as costas. House apenas tossiu, por longos segundos, até finalmente conseguir cuspir a água.
-Estou, obrigado.- murmurou, fraco.
Só então Wilson percebeu o quanto se aproximara para ajudar. Durante o acesso de tosse, o outro havia agarrado seu braço, e ainda não o largara. Os olhos, aqueles intensos olhos de safira, miravam os seus. Estavam agradecidos, quase frágeis... E ao mesmo tempo, nunca pareceram mais perigosos. Enquanto os fitava, praticamente hipnotizado, ele se lembrou de várias coisas. Cameron, contando-lhe das vidas que aquele homem salvara. Os cuidados prestados ao colega que fora ferido. A menção, na primeira conversa que haviam tido, a um pai abusivo e uma infância infeliz. Um sentimento estranho dominou seu peito. Uma vontade de cuidar de House, protegê-lo... Algo que era, ao mesmo tempo, idêntico e totalmente diferente de tudo que já sentira por suas donzelas em apuros...
O piar de um pássaro trouxe o príncipe de volta à realidade. Sentindo as faces corarem, ele se afastou de House.
-Acho que para mim chega. Vamos retornar ao acampamento?
-Já enjoou?!? Bem, eu vou nadar mais um pouco.
-Certo. Eu... Eu espero na margem.
Sem responder, House mergulhou. Ao ressurgir, viu que Wilson estava deitado na relva, os olhos firmemente fechados. No que estaria pensando? Poderia ser no olhar que haviam acabado de compartilhar, mas poderia também ser algo totalmente diverso. Seu amigo era para ele um enigma, o mais fascinante que já encontrara. Sentia que era possível passar a vida tentando desvendá-lo, sem jamais conseguir, e sem se frustrar por isso. Wilson jamais seria uma companhia tediosa. A realidade, não dita nem mesmo a Lucas, era que dia após dia, o cruel bandido de olhos de safira sentia-se mais dependente da presença do príncipe, e começava a temer o momento em que teria de pedir o resgate.
Não querendo pensar nisto, mergulhou de novo, e moveu-se embaixo da água o máximo que sua perna permitiu. Repetiu a manobra três vezes, afastando-se lentamente do local onde seu companheiro descansava. De repente, porém, pareceu ouvir um grito abafado e, alarmado, retornou à superfície.
Wilson estava sentado, uma mão apertando firmemente as costelas, o rosto distorcido de dor. A explicação foi visível apenas por uma fração de segundo, na forma de uma cobra que rapidamente desapareceu na mata.