Title: Habits
Autora: Pollyweasley
Ships: Harry/Draco, side Ron/Hermione, Blaise/Ginny, Pansy/Luna, Oliver/Percy
Rating: NC-17
Contagem de Palavras: 13k
Sinopse: Ele odiava os clubes, odiava a bebida, odiava os caras com quem dançava e caia todas as noites, e odiava os dias seguintes. Mas ele não conseguia parar. Ele não conseguia parar simplesmente porque estar sóbrio era muito pior do que estar de ressaca. Pensar na dor de cabeça, no gosto de bile e no esporro que levaria de Pansy era melhor do que a dor que constantemente estava ali. Que não saia mesmo depois de um orgasmo com um cara delicioso. Que não se dissipava mesmo quando ele estava rindo e dançando. Ele precisava ficar adormecido para não pensar. E fazia isso noite, após noite, após noite...
Avisos: Vício, promiscuidade, uso abusivo de remédios, TEPT, angst, amigos sendo fofos, (eu tentando ser realista).
Disclaimer: Os personagens de Harry Potter são propriedade de J.K. Rowling e Bloomsbury/Scholastic/Rocco. Fic sem fins lucrativos, feita apenas pra diversão.
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|| You're gone and I got to stay high
All the time to keep you off my mind
Spend my days locked in a haze
Trying to forget you babe, I fall back down
Gotta stay high all my life to forget I'm missing you||
- Habits (Stay High) - Tove Lo
Novembro de 2006
A luz furava seus olhos através das pálpebras como navalhas. Havia um gosto horrível e amargo em sua boca e seu corpo inteiro doía. A posição em que estava era desconfortável, mas ele não se sentia com energia o suficiente para se mexer. Lentamente ele ia abrindo os olhos, e o mundo aparecia em sua frente como uma fotografia mal tirada. Ele não conseguia ver direito pois tudo estava embaçado. Sua cabeça latejava e alguém tentava falar consigo. O mesmo alguém o empurrava no ombro com certa insistência. Céus, ele só queria morrer.
Piscou os olhos algumas vezes, tentando tirar a ressaca dos olhos ao menos, e Pansy apareceu em sua linha de visão.
- Eu vou te jogar pela varanda se você não levantar agora. - A voz dela ameaçou e ele girou os olhos, sentando-se no enorme sofá onde estava. Que não era em sua casa. Por um momento, ficou desorientado. Não estava em casa. Depois as imagens começaram a voltar conturbadas em sua mente. Ah. O clube. Ele saiu com Pansy, Blaise e Theo. Bebeu horrores, dançou com várias pessoas, e depois disso as coisas começaram a desaparecer. Como sempre. Ele não se importava mais. Mas aquela dor de cabeça...
Draco sempre se sentia um merda quando acordava nos dias seguintes. Isso não o impedia de fazer tudo de novo, no entanto. Ele apoiou os cotovelos nas coxas e o rosto nas mãos, olhando por um tempo para o vazio antes de levantar-se. Suas pernas estavam fracas, mas ele estava acostumado com a sensação. Foi até o banheiro e olhou seu rosto do espelho. Ele estava uma bagunça. Os cabelos loiros estavam assanhados, e tinha glitter por todos os lados. Suas olheiras estavam profundas e seus lábios rachados. Havia manchas roxas em seu pescoço, onde alguém certamente havia se empolgado, mas ele não lembrava. Engoliu em seco, piscando e limpando rapidamente uma lágrima que escorreu. Respirou fundo antes de começar a tirar as roupas destruídas. Tinha uma coleção delas na casa de Pansy, onde acordava muitas vezes.
A verdade, ele pensou enquanto deixava a água do chuveiro cair sobre seus músculos maltratados, é que ele odiava essa vida. Ele odiava os clubes, odiava a bebida, odiava os caras com quem dançava e caia todas as noites, e odiava os dias seguintes. Mas ele não conseguia parar. Ele não conseguia parar simplesmente porque estar sóbrio era muito pior do que estar de ressaca. Pensar na dor de cabeça, no gosto de bile e no esporro que levaria de Pansy era melhor do que a dor que constantemente estava ali. Que não saia mesmo depois de um orgasmo com um cara delicioso. Que não se dissipava mesmo quando ele estava rindo e dançando. Ele precisava ficar adormecido para não pensar. E fazia isso noite, após noite, após noite...
Sua conta em Gringotts estava sofrendo com seus excessos constantes. Sua saúde também. Ele não se importava. Existiam dias em que ele se perguntava se seria naquele dia que ele finalmente não iria acordar mais. Era dramático, sabia. Ele sempre acordava no dia seguinte. E isso só o fazia querer beber mais.
Quando chegou na cozinha do apartamento moderno da amiga, situado praticamente no centro de Londres, ele se sentia melhor. Vestia uma calça jeans que ele sabia que servia perfeitamente em seu corpo, mas não se preocupou em vestir uma camisa. O cheiro de chá era maravilhoso, mesmo de longe, e quando ele sentou à mesa, Pansy colocou uma xícara fumegante à sua frente. Sua expressão, no entanto, era severa.
- Draco, você tem que parar. - Ela disse, suspirando e sentando-se ao lado dele. Draco não conseguiu evitar que seus olhos girassem.
- Pans, eu já...
- Draco, eu estou falando sério. - Pansy o interrompeu, e por um momento ele percebeu que ela não era mais sua amiga adolescente. Pansy era uma mulher de 25 anos. Céus. 25 anos e já parecia uma adulta. Ele queria morrer. - Theo teve que te tirar de um carro ontem. De um trouxa. Você tem noção de quanto isso é perigoso?
- De um trouxa? - Draco riu, querendo lembrar, mas sem realmente fazer nenhum esforço.
- Drake, é sério. Por favor. - Ela franziu as sobrancelhas. - Está todo mundo preocupado. Você só fica pior. Não é mais divertido. Ou você supera isso ou a gente vai ter que te internar por vício.
- Pans, por favor. Sem exagero. Eu estou bem, não estou?
- Não por vontade própria! - Ela praticamente gritou, os olhos enchendo-se de lágrimas. Ele se sentiu um pouco culpado. - Quer parar de tentar se matar? Está todo mundo tentando, aqui. Não é fácil pra ninguém. Mas você parece querer afundar e arrastar todo mundo junto!
- Então não vá comigo! - Ele devolveu na mesma medida, levantando-se com raiva.
Pansy ficou o olhando por algum tempo, magoada. Ela fungou, limpando os olhos e tentando se acalmar.
- Draco, eu te amo. Eu te amo tanto. Mas você TEM que parar. Eu não quero enterrar mais alguém. - Ela disse com a voz fraca, e ele caiu mais uma vez sobre a cadeira, escondendo as mãos no rosto. Sentiu a mão quente dela em suas costas, e suas unhas fazendo círculos tranquilizantes em suas costas. - Você poderia falar com ele...
- E estragar a vida perfeita dele, Pans? - Draco ergueu o rosto, rindo no meio das lágrimas que escorriam em seu rosto. - Faz anos. Não faz mais diferença.
- Faz pra você.
Draco não podia negar. Ele negou por um ano inteiro depois do "incidente", e tentou viver como se não estivesse magoado. Como se não estivesse vazio. Como se não estivesse morrendo por dentro. Agora ele já não podia negar. Todas as noites eram difíceis, mas quando o nome dele era citado, era sempre pior. Quando via notícias suas no Profeta, ele não conseguia parar de pensar "e se...". E se ele tivesse tomado decisões diferentes três anos atrás? Se ele tivesse admitido para si mesmo o que sentia naquele momento? Se ele não tivesse tido tanto medo... Se... Se... Agora ele não podia fazer nada. Os caminhos já haviam sido traçados, em direções bem diferentes, e Draco não podia simplesmente virar de costas e voltar. Como voltar para uma direção que você já tinha perdido há tanto tempo?
- Ele nem lembra de mim. - Sua voz soou falsa até para si.
- Você é Draco Malfoy. Ele é Harry Potter. Se tem alguém de quem ele lembra, é de você. - Ela disse simplesmente, e puxou-o para um abraço que ele negaria para sempre que estava precisando, mas que demorou longos minutos para terminar.
|| First line, take mine; I'm fine as fuck
Love myself tonight and I think you can feel the same
Moonshine, good time; babe, you're in luck
'Cause I will do whatever comes to mind
You'll go insane ||
- Influence - Tove Lo
Julho de 2003
Draco não podia acreditar em seus olhos. Aparentemente, Pansy e Blaise também não. Eles estavam em seu pub favorito, o Dedo de Fada, convenientemente localizado em uma parte escondida da Londres Bruxa. Depois da guerra, Draco encontrara o pub quando estava procurando por algum lugar para comemorar sua liberdade depois de cinco meses de serviço comunitário - sua pena grandemente diminuída por influência de certos heróis - e hoje ele era um frequentador assíduo do local. Era aconchegante, e ao mesmo tempo tinha uma classe que ele achava adequada para alguém em sua condição - seu nome estava na lama, mas ele continuava sendo rico, então não queria frequentar o Caldeirão Furado como qualquer bruxo por ai. Ele deveria ter percebido que aquele dia era especial porque... Bem, primeiro, era fim de mês. As pessoas estavam na rua gastando o dinheiro recém-recebido. E por algum motivo havia festa em todos os lugares.
Ao entrar no bar, Draco percebeu o porquê. Era aniversário do Grande Salvador do Mundo Bruxo, e este mesmo Salvador estava completamente bêbado em cima do palco de karaokê, cantando Celestina Warbeck a plenos pulmões. Granger parecia estar chorando de rir numa mesa próxima, e Weasley estava de pé na cadeira, cantando junto, ainda que a voz fora de ritmo de Potter sobressaísse sobre todas as vozes que cantavam a mesma música.
Draco olhou a cena primeiro com desprezo, depois com desgosto, e depois não conseguiu mais controlar o riso. Potter fazia caras e bocas, praticamente abraçando o amplificador como se este fosse o amor de sua vida. E quando Draco começou a rir, por algum motivo, foi o momento em que Potter decidiu abrir os olhos e direcioná-los diretamente para si.
- Draco Malfoy! - Ele falou, ao invés de cantar, e muitas cabeças viraram-se para a entrada. - Você veio me dar parabéns! Obrigado! Você é lindo! - Potter disse, e Draco começou a rir ainda mais, as bochechas queimando. Pansy ria tanto que praticamente empurrava Blaise para baixo. - Hermione! Eu quero ele de presente!
Draco viu quando Granger subiu no palco para tirar o amplificador das mãos do amigo, que parecia relutante em soltar o objeto. Se Draco soubesse que no fim daquela noite estaria sendo empurrado contra uma parede e sendo assaltado sem nenhuma piedade pelos lábios insistentes de Harry Potter, ele provavelmente teria dado meia volta naquele momento e ido embora para casa. Mas como ele não sabia, ele apenas riu quando Pansy bateu em seu ombro e perguntou em tom jocoso:
- E então, Drake? Você vai dar a Potter o presente que ele quer?
Depois daquele dia, foi fácil aceitar as investidas de Potter. Draco não devia nada a ninguém, estava livre, o próprio Potter o havia libertado de suas amarras com o Ministério e, apesar da tatuagem ainda presa em sua pele, o moreno parecia não se importar nenhum pouco com o passado. Ao menos era o que parecia quando sua boca marcava a pele fina do pescoço de Draco antes mesmo que ele abrisse a porta de seu apartamento.
Eles tiveram três primeiros encontros. No dia do aniversário de Potter, Draco foi deliciosamente atacado no bar, e percebeu com deleite que Potter não se importava nenhum pouco com público, considerando que suas mãos não sairam nenhum segundo de sua bunda e, se saiam, era para apertar sua perna, sua cintura ou seu pescoço. Ele teria o levado para casa se Granger e Weasley não o tivessem arrastado embora, afirmando que Potter estava "bêbado demais para saber o que estava fazendo". Fora isso, no entanto, eles não pareceram se importar que seu precioso Santo Potter estava se atracando com um Malfoy contra a parede de um bar. Na verdade, eles sairam rindo.
Estranho.
No segundo encontro, no entanto, Harry estava sóbrio. Ele estava num clube novo que havia aberto há poucas semanas e estava tendo um boom de estreia. Potter estava sozinho e sentou ao seu lado com duas bebidas e um sorriso bem humorado nos lábios. Aparentemente, Potter estava curioso porque, apesar de ele ter tido alguns casos, ele nunca tinha ido para cama com nenhum homem. Draco estava mais do que feliz em ajudá-lo com esse problema. Potter o levou para seu apartamento, que ele aparentemente tinha comprado num impulso, e caso não soubesse de antemão, Draco julgaria que ele era profissional. Potter sentia prazer em dar prazer, e Draco perdeu a pose de professor depois dos cinco primeiros minutos. Potter não era tão bom em chupar, é verdade. Ele não conseguia ir muito fundo e tinha pouco cuidado com os dentes, mas o mesmo não podia ser dito de sua capacidade de lamber. Draco chegou até a se envergonhar da forma como os gemidos sairam de sua boca, confusos e cheios de saliva, enquanto Harry o empurrava contra o colchão, suas mãos abrindo suas nádegas obscenamente enquanto ele lhe aplicava uma de suas melhores demonstrações de um beijo grego.
Isso sem falar em todo o resto, claro. Potter era maravilhosamente bem dotado - 23 centímetros e meio, se ele lembrava bem das palavras do moreno - o que era irônico, já que Harry era quase dez centímetros mais baixo que si. Draco orgulhava-se de seus quase 17, mas também era o que se chamaria de sizequeen, então ele podia dizer que fez questão de aproveitar muito bem a noite. Na verdade, quando acordou eram quatro da manhã, e ele se sentia ardido, dolorido nos melhores lugares e completamente exausto. Ele nem queria dormir. Odiava ficar de conchinha depois do sexo, e odiava dar a impressão errada. Mas lá estava ele, de madrugada, tentando se desvencilhar dos braços de Potter, que mais pareciam tentáculos tanto que o apertavam.
Quando chegou em casa, no entanto, Draco tinha um sorriso no rosto.
No terceiro encontro, Potter mal precisou chamá-lo. Terminaram a noite contra a parede dos fundos do bar, as calças de Draco na altura dos joelhos e Potter ajoelhado atrás de si. Malfoy não sabia que gostava tanto daquilo até aquele momento, e quem seria ele para negar algo que decididamente Potter adorava fazer e era terrivelmente bom em?
A partir daquele dia, eles acabaram criando um ritual, ainda que não explícito. Todas as sextas-feiras, eles acabavam se encontrando no Dedo de Fada casualmente, e terminavam a noite juntos no apartamento de Potter para outra sessão de sexo. Não podia-se dizer que eles eram amigos. Eles mal se conheciam. Draco poderia descrever detalhadamente os métodos preferidos de Harry quando ele o preparava para ser penetrado. Também podia dizer que tipo de lubrificante ele gostava, e que Potter odiava feitiços de proteção, mas como Draco se recusava a usar aquelas coisas trouxas, ele se resignava a usá-los - Draco suspeitava que não era pelo feitiço em si, mas porque Potter sempre precisava pedir para Draco conjurá-los, o que meio que quebrava o clima. Depois de perceber isso, Draco simplesmente o fazia sem que fosse pedido, e Potter não mais reclamou sobre o assunto. Se ele reclamasse, no entanto, Draco seria insistente. Ele não queria nada entre seu corpo e aquela obra-prima que era o pênis de Harry Potter. Fora esses assuntos, Draco não fazia ideia se Potter preferia fermentados ou destilados, ou se ele torcia pelo Puddlemore ou pelos Cannons, como o resto dos Weasleys. E estava bem com isso. Potter era uma diversão, uma garantia de sexo no final da semana que ele gostava de pensar como um recurso caso ele não conseguisse alguém melhor.
Draco não deixava de sair com outras pessoas, claro. Nem de ir para clubes ou dançar até cansar. Ele era jovem, desimpedido. Seu pai estava em Azkaban, sua mãe não dava a mínima foda para o que ele fazia de sua vida, e Draco queria aproveitar isso. Queria aproveitar essa liberdade antes de ter que fazer o que quer que adultos faziam. Casar, criar uma família, ter um emprego ou o que fosse. Ele tinha 22 anos e estava muito feliz em fazer o que absolutamente quisesse. Entretanto, ele deveria ter percebido quando as coisas começaram a mudar. Como sempre, ele deixava esses detalhes importantes passarem.
|| Now if we're talking body
You got a perfect one, so put it on me
Swear it won't take you long
If you love me right
We fuck for life, on and on and on||
- Talking body - Tove Lo
- Ei, Malfoy. - Potter sentou-se ao seu lado casualmente, sem se importar com as sobrancelhas erguidas de Theodore Nott para sua intrusão da mesa dos sonserinos. Era de comum acordo que nem os sonserinos nem os grifinórios atrapalhassem os encontros entre seus dois membros, mas eles não se misturavam. Harry sorriu para Pansy, que sorriu de volta, e bateu no ombro de Blaise como se fossem melhores amigos. - Quinta. Você tem que ir. É seu time, não é? - Potter falou, estendendo o que parecia um ingresso para ele.
Draco franziu as sobrancelhas, pegando o ingresso e lendo-o. Era o jogo de Puddlemore que iria acontecer naquela quinta. Os ingressos esgotaram na primeira hora de abertura e Draco só ficou sabendo sobre o jogo no dia seguinte.
- Você está me chamando pra ir? - Ele perguntou, e Potter assentiu com a cabeça como se não fosse nada, virando sua cerveja nos lábios antes de responder.
- Sim. Eu teria chamado vocês também, mas me deram de cortesia e só foram dois. - Ele explicou-se para os outros. Virou-se para Draco e sorriu. - Te vejo quinta, então. No meu apê. - E com um beijinho no canto de sua boca, ele levantou-se e foi para sua mesa.
Draco ficou olhando o ingresso em sua mão, sem realmente saber o que fazer, então só o enfiou dentro do bolso da calça e voltou a beber seu coquetel.
- Potter acabou de te chamar pra um encontro? - Theodore perguntou, e Draco riu.
- Ele tem uma péssima ideia de encontro, então. Um jogo de quadribol é tudo, menos romântico. - Ele falou.
- Mas tem um monte de homem gostoso fazendo movimentos brutos. - Pansy apontou, e Draco riu mais ainda.
- Bem, se ele me quisesse só pra ele, ele dificilmente estaria me mostrando mais homens gostosos, não é? - Ele perguntou, e Blaise fez uma careta para sua bebida.
- Vamos parar de falar sobre essas coisas? Existe alguém nessa mesa que não tem preferência por pênis. - O homem reclamou e Theo virou-se para Pansy.
- Decidiu sair do armário, Pans? - Ele perguntou, e precisou pular da mesa para evitar o chute que Blaise direcionou para suas pernas, enquanto Pansy tentava desengasgar enquanto ria ao mesmo tempo.
Naquela noite ele não voltou para a casa de Potter para mais uma sessão de sexo, o que foi uma mudança estranha em sua rotina, mas Draco dispensou os pensamentos sobre isso. Era só uma semana sem beijar Potter. Ele já passara muito mais tempo sem fazer isso e não foi o fim do mundo. Era relativamente cedo quando voltou para a mansão, e ele não resistiu a ficar olhando o ingresso por um tempo. O que havia demais? Ele gostava do Puddlemore, aparentemente Potter também. Obviamente ele não poderia levar Weasley com ele, e era de conhecimento geral que Granger não era fã do esporte. Draco não sabia sobre os outros amigos de Potter, mas acreditava que a melhor opção do moreno era ele e pra quê deixar um ingresso se estragar se ele podia levar alguém que iria aproveitar o jogo tanto quanto ele?
Draco decidiu que não queria mais pensar sobre isso. Trocou de roupa e saiu para uma boate qualquer. Bebida, dança, e talvez algum sexo casual fosse aliviar seus pensamentos. Algumas horas depois, ele estava num quarto de hotel com um rapaz de cachos castanhos e corpo de surfista, bronzeado e torneado. Draco se divertiu, mas ele não era excepcional e certamente não tinha 23 centímetros e meio. Poucos minutos depois, ele estava se vestindo e logo voltava para casa. Foi bom para se distrair, mas quando deitou a cabeça em sua cama, Draco não dormiu imediatamente. Ele só conseguiu relaxar depois que decidiu com que roupa iria para o jogo na quinta-feira, ainda que faltassem muitos dias até lá.
Quando quinta chegou, Draco estava pronto antes mesmo do almoço. Claro que era porque ele precisava se mostrar perfeito, como sempre. Potter provavelmente estaria vestido em jeans e camiseta, então ele tentou não se vestir de forma clássica. Uma calça negra, botas de couro italiano e um suéter de um azul clarinho pareciam completamente apropriados. O dia estava frio, mas quando Draco tocou a campainha, seu casaco estava em seu braço ao invés de vestido. Ele não queria parecer tão formal, nem tão casual. Potter logo abriu a porta, e Draco não estava errado quando pensou que ele estaria vestido de forma bastante casual. Isso não significava que Potter não estava delicioso. Ele usava uma calça jeans azul, meio desbotada, botas de trilha e uma camisa do Puddlemore United, que era do tamanho exato para cobrir seu corpo e ao mesmo tempo revelar cada músculo em seu tórax, abdomen e braços.
Draco o olhou sem realmente tentar disfarçar, e quando ergueu os olhos para o rosto de Harry novamente, havia um sorriso presunçoso em seus lábios. O loiro percebeu que Potter tinha os incisivos um pouco pontudos, e um deles era levemente torto. Não conseguiu evitar de achar adorável.
- Hey. - Ele cumprimentou, e Harry o puxou pela cintura e o deu um beijo ali mesmo, na porta, para a surpresa de Draco. As mãos grandes do moreno estavam quentes dos lados de sua cintura, e ele inconscientemente se encostou ao corpo dele, o braço livre apoiando-se em seu peito. Potter tinha um beijo delicioso, sempre longo, com língua e pequenas mordidinhas e chupões em seus lábios.
- Hey. - Potter disse contra sua boca, e Draco sorriu de lado, erguendo uma mão e puxando levemente os cachinhos que formavam-se na nuca do mais novo.
- Mudando de ideia sobre o jogo? Prefere ficar em casa? - Draco perguntou, sentindo seu corpo esquentar facilmente com a perspectiva de sexo, mas Potter deu-lhe um selinho nos lábios antes de se afastar.
- Está louco? Pudd vai jogar contra os Arrows e eu pretendo vê-los completamente destruídos no final do dia. - Ele disse, empurrando Draco um pouco mais para o corredor, antes de puxar seu próprio casaco e fechar a porta do apartamento. - Não quer dizer que eu não adoraria ver você completamente destruido no fim do dia também. - Ele piscou um dos olhos, e Draco revirou os seus, seguindo o outro para o ponto de aparatação.
Aparataram para o local onde pegariam a chave de portal e, cerca de meia hora depois, estavam subindo os intermináveis degraus do campo de quadribol dos Arrows. Puddlemore jogaria fora de casa, mas a maioria dos expectadores no campo estavam vestindo azul, pelo menos até agora. Depois de longos minutos subindo, finalmente chegaram à área VIP, onde havia pequenas cabines onde poderiam ficar longe dos olhares do grande público e aproveitar o jogo sem todo o empurra-empurra que sempre acontecia. Ele e Harry ficariam sozinhos por sabe-se lá quanto tempo dentro daquela cabine, e a mente de Draco fervilhou com ideias nada castas. Assim que Harry sentou-se numa das cadeiras confortáveis, olhou para Draco, esperando que ele sentasse na outra, mas o loiro tinha outra ideia.
Sentou-se sobre o colo de Potter com uma perna de cada lado e, aproveitando a surpresa do mais novo, segurou-o pelos cabelos, beijando-o com fome. Potter gemeu entre a surpresa e prazer, as mãos imediatamente indo para sua bunda, como Draco sabia que elas fariam. Potter tinha uma fascinação pelo seu traseiro e não conseguia disfarçar nem minimamente; Draco aproveitava-se disso sempre que possível. Sentiu as mãos do homem subirem por suas costas, entrarem por baixo de seu suéter e arrastarem-se sobre a pele quente. Draco mordeu seu lábio inferior, sugando-o depois, para então dar o mesmo tratamento ao de cima antes de perdê-los completamente. Potter atacava seu pescoço, e Draco sorriu, os olhos fechados. Sabia que aquela tarde seria muito prazerosa. Perdeu-se nos beijos e nas mãos de Potter, mas os beijos pararam quando o apito indicando o início do jogo soou. Potter estava arfante e sorria, mas empurrou-o gentilmente, fazendo Draco sentar-se na cadeira ao lado. Suas jeans não disfarçavam a enorme ereção em suas calças, e Draco quis ajoelhar-se entre suas pernas e libertá-lo de seu confinamento, mas os jogadores voando na sua frente chamaram sua atenção.
Bem, ele pensou. Temos o jogo inteiro. Logo vamos estar nos pegando de novo.
Quatro horas depois, Draco estava rindo de orelha a orelha e descendo as arquibancadas. Sua garganta ardia e sua voz estava rouca, mas por diferentes motivos do que ele havia imaginado. O jogo foi relativamente rápido para uma partida entre Puddlemore e Appleby Arrows, mas extremamente empolgante. Draco tinha esquecido o quanto amava quadribol até aquele momento. Depois de meia hora de jogo, viu-se gritando, rindo e vibrando a cada curva dos jogadores, xingando movimentos errados e comentando cada passo com Potter, que estava tão empolgado quanto ele. Mal viram o tempo passar, e os beijos foram esquecidos em favor da comemoração quando o apanhador dos Arrows pegou o pomo sem querer, terminando o jogo e fazendo Puddlemore ganhar por mais de 130 pontos à frente.
Estava escuro, e agora ele estava com fome. Eles seguiam o fluxo da multidão, e Harry segurava-o pelo pulso para que não se perdessem entre o mar de pessoas. Era bom sentir a palma quente ao redor de seu pulso, tranquilizante, e ele não conseguia parar de rir e comentar seus momentos favoritos, praticamente gritando para ser ouvido no barulho que a multidão fazia.
- Aquela finta de Jacobson foi maravilhosa! Eu já a vi antes, mas ele fez tão bem que eu realmente não percebi até o momento! - Draco disse, impressionado, tentando gesticular pouco com as mãos devido ao pouco espaço.
- O melhor foi Thomas tentando se recuperar depois dela. - Harry riu, e por alguns segundos, Draco se perdeu naquele sorriso despreocupado. Cruzaram os portões, e Draco conseguiu respirar melhor com a dispersão da multidão.
- Eu estou esfomeado. - Potter disse, soltando o pulso do outro agora que estavam mais livres, e Draco desejou estarem apertados novamente pois sentiu falta do contato. - Tem uma lanchonete que eu adoro. Quero dizer, vende cachorro-quente e hamburguer, mas podemos ir pra um lugar mais refinado se você quiser.
Draco revirou os olhos, esmurrando o moreno no ombro de brincadeira.
- Eu consigo apreciar um hambúrguer tanto quanto qualquer pessoa, ok?
- Me desculpe por pensar que o Grande Draco Malfoy não conheceria as maravilhas de fast food trouxa. - Harry ergueu as mãos como se estivesse se rendendo, e Draco riu idiota da ação dele.
Pegaram a chave de portal e logo estavam novamente em Londres. Aparataram perto da lanchonete, num beco escuro, e logicamente aproveitaram alguns minutos para se agarrar contra a parede. Estava mais frio agora à noite e ambos usavam seus casacos, mesmo quando entraram na lanchonete, um pouco mais quente por dentro.
Sentaram numa das mesas perto da parede, onde os bancos eram alcochoados e podiam ficar um do lado do outro. Fizeram seus pedidos e acabaram tirando os casacos enquanto esperavam, pois começava a ficar quente. O local estava relativamente vazio e eles se sentiam mais à vontade para conversar sobre o jogo sem atrair a atenção de trouxas desinformados. Comeram e Harry não resistiu a provocar Draco com as batatas fritas, fazendo-os começar uma mini-guerra até que Draco aceitasse em demonstrar até onde ele conseguia enfiar um cachorro-quente na boca.
Eles estavam se divertindo tanto que só foram perceber um homem resmungando do outro lado da lanchonete já no fim do lanche. Draco teve a certeza de ouvi-lo falar algo como "malditos veados" contra sua bebida, e olhá-los com uma expressão nada amigável. O que era engraçado porque, até aquele momento, eles não tinham se tocado, beijado, abraçado ou algo do tipo. Draco cutucou Potter e apontou o homem com os olhos, fazendo Harry perceber e sorrir de um jeito sonserino demais para o gosto de Draco. O moreno deu um último gole em sua coca-cola antes de virar-se meio de lado e, sem nenhum aviso, atacar o pescoço do loiro num beijo aberto, passando a língua pelo músculo e chupando o local com força o suficiente para Draco saber que ficaria roxo mesmo que ele curasse com magia. Foi difícil para controlar um gemido ao sentir a boca de Harry trabalhando em seu pescoço, e ainda mais quando a mão dele pousou nada discretamente em sua coxa, próxima demais de sua virilha. Draco praticamente fechou os olhos, os lábios entreabertos e a respiração pesada, mas então viu que o homem do outro lado estava com os olhos arregalados e horrorizados, mirando-os.
O sorriso que Draco abriu foi grande o suficiente para que o irritasse ainda mais. A mão de Harry subiu para dentro de seu suéter, indiscretamente subindo e descendo por sua barriga, e Draco ergueu uma mão, enfiando-a nos cachos malfeitos do moreno, expondo ainda mais seu pescoço sem pudor. Em instantes, Harry puxou seu rosto e sua boca logo estava recebendo o mesmo tratamento. Draco esqueceu o motivo daquilo quase que imediatamente, e eles se afastaram somente quando ouviram alguém pigarreando perto deles.
Draco afastou-se de Potter, seus lábios inchados e vermelhos, e olhou para cima. Uma garçonete tentava parecer séria, mas estava meio nervosa para isso.
- Desculpe, mas... Eu preciso pedir para que vocês parem. Os outros clientes estão se sentindo desconfortáveis. - Ela disse, sua voz quebrando um pouco, e Draco riu com ironia. Os "outros clientes" eram um casal de punks que estavam fazendo exatamente o que ele e Harry estavam fazendo há poucos segundos e o homem do outro lado. Antes que pudesse falar qualquer coisa, no entanto, Harry ergueu-se, puxando-o consigo.
- Não se preocupe, Daisy. - Potter falou com sua voz deliciosamente rouca, como quando ele usava quando descrevia o que iria fazer com ele enquanto tirava suas peças de roupa. Potter tirou sua carteira do bolso, pegando várias notas de dinheiro trouxa, dobrando-as e enfiando no bolso da frente da camisa da moça, onde estava pregado seu nome. - Estamos indo embora. - Ele concluiu, empurrando Draco para fora do espaço para que pudessem sair. Pegou os dois casacos que estavam sobre o estofado e sorriu de um jeito provocador para ela. Draco não soube se gostou realmente de ver aquele sorriso direcionado para outra pessoa. - E se quer saber... Eu faria o mesmo com você. - Ele disse, dando um beijinho na bochecha dela, que claramente a fez se derreter, antes de pegar Draco pelo pulso mais uma vez e puxá-lo para fora da lanchonete.
Quando o frio da noite os atingiu com força no rosto, Potter estava gargalhando de forma liberta, como se não houvesse nada de errado no mundo. Talvez não houvesse mesmo. Draco não resistiu a gargalhar junto com ele.
- Você viu a cara dele? - Potter perguntou, virando o rosto sorridente para Draco e lhe entregando seu casaco, logo depois vestindo o próprio.
- Ele nunca mais vai esquecer a visão mais quente que ele já viu. - Draco comentou, e riram até o ponto de aparatação.
Tudo estava silencioso quando chegaram, e um sorriso ainda brilhava nos olhos deles. Sem pressa, Harry segurou Draco pela cintura e o empurrou contra a parede, beijando seus lábios devagar, quase de forma casta. Os braços de Draco envolveram o pescoço do mais novo, um pulso apoiando-se sobre o outro displicentemente, e ele deixou que o corpo do outro se apoiasse no seu. Ele perdeu-se naquele beijo e nas mãos que o seguravam firme no mesmo lugar, sem se preocupar em quanto tempo ficou ali, os olhos fechados, os lábios movendo-se contra os de Potter, as línguas arrastando-se uma sobre a outra, e pequenas mordidas ocasionais.
Quando Potter se afastou, seus olhos estavam quase fechados, mas o verde brilhava com uma vibração sensual e queimava os olhos de Draco da maneira mais quente que o loiro já tinha sentido.
- Eu vou te foder tão gostoso que você vai lembrar da sensação do meu pau saindo e entrando em você até ano que vem. - Potter disse antes de aparata-los dali.
Draco deveria ter desconfiado da veracidade dessas palavras. No momento, no entanto, ele tinha ficado tão duro que não pensava em nada além de sentir Harry saindo e entrando em seu corpo.
Se tinha algo em que Draco havia concordado nessas últimas semanas era que Potter era bom em sexo. Não. Não bom. Ele era excepcional. Para o moreno, não havia momento errado para sentir prazer. Saber que tinha sido o primeiro homem dele fazia maravilhas para o ego de Draco. Ele não sabia se era o único, e pensar naquilo o deixava pensativo, mas ele não queria ficar tendo segundos pensamentos sobre o que Potter fazia ou deixava de fazer quando não estava consigo. Era a vida dele, afinal.
Além do mais, quando foi despido pelas mãos ávidas do moreno e teve seu membro engolido pelos lábios dele, Draco perdera sua linha de pensamento. Potter ainda não era maravilhoso em fazer um boquete, mas ele certamente se esforçava em melhorar. Draco segurou-o pelos cabelos, mas deixou-o seguir seu próprio ritmo. Potter o segurou pelas coxas, abrindo suas pernas e parando por um momento com o movimento de sua boca. Draco o olhou por um tempo, sorrindo quando Potter alcançou o pote de lubrificante antes de voltar ao que fazia com ainda mais determinação.
Draco gemeu alto quando sentiu dois dedos molhados penetrando deu corpo, abrindo as pernas ainda mais e empurrando-se contra a boca de Harry de forma involuntária. Ele não engasgou, então Draco não parou, perdido no prazer delicioso que estava sentindo. Harry ia e vinha no ritmo de seus dedos, e quando o terceiro entrou, menos lubrificado que os outros e causando uma ardência que fez Draco perder-se. Seu corpo arqueou-se e ele foi assolado por um orgasmo que fez seus dedos do pé se contraírem, as mãos apertarem o lenços e seu corpo fazer um arco fora da cama. Harry não parou de suga-lo durante todo seu orgasmo, engolindo cada gota de seu prazer, fazendo Draco ver estrelas.
Quando acabou, ele estava completamente amolecido, mas os dedos continuavam saindo e entrando de seu corpo. Ele sorriu, abrindo ainda mais as pernas e segurando-as por baixo das coxas, exibindo-se sem nenhum pudor. A respiração de Potter ficou ainda mais pesada, e com ajuda de mais lubrificante, ele enfiou un quarto dedo, fazendo Draco gemer alto demais.
- Você gosta disso? - Harry perguntou, sua voz soando rouca e meio insegura. Draco assentiu com a cabeça, incentivando-o a continuar, ainda que ele estivesse incapaz de qualquer pensamento coerente. - gosta de saber que vai ficar aberto e molhado... Pra ser usado como eu quiser?
- A-ah! S-sim! - Draco gemeu de forma perdida, os dedos apertando as próprias coxas com tanta força que as marcavam. - Eu quero ficar... Ah... Bem aberto pra você...!
- Tão aberto que só meu pau seja bom o suficiente pra te foder? - Harry pareceu mais imponente agora, e Draco arqueou o corpo mais uma vez. Ele nunca foi muito apaixonado por conversa suja ou possessividade, mas o prazer corria em jorros pelo seu corpo, e ele se viu concordando mais uma vez.
- Sim...! Só seu pau enorme vai caber em mim...! - Ele gemeu, apertando os olhos e deixando uma perna escapar de sua mão suada. Potter a empurrou contra seu peito com a mão livre, fazendo Draco praticamente dobrar-se contra si mesmo, enfiando os quatro dedos ainda mais fundo e acertando diretamente em sua próstata. Draco urrou de prazer, seu pênis mais uma vez duro e escorrendo em cima de seu abdomen.
- Eu vou te foder bem devagar, Malfoy... E vou gozar tão fundo dentro de você que quando eu te foder semana que vem, você ainda vai estar molhado com a minha porra. - Potter rosnou perto de sua orelha e Draco sentiu suas pernas tremerem sem controle. Céus, ele sabia que o que Potter estava falando era fisicamente impossível, mas seu pau acreditava ser verdade e estava latejando furiosamente, pedindo um alívio.
- P-Potter...! - Ele implorou, mas Harry não parou com seus dedos.
- Não. Potter não.
- Ugh...! H-Ha... Aah... Porra! Ha-Haaaag...! - Draco estava tentando. Ele realmente estava tentando, mas ou ele falava, ou controlava-se para não gozar só com os dedos do moreno. - Haaa~rry! Por favor...!
- Por favor o quê, dragãozinho...? - O maldito sádico provocou, e Draco sentiu o orgasmo começar a nascer dentro de si. Ele iria precisar desistir do desejo de gozar enquanto Harry o fodia.
- Me come... - Draco soltou, rouco e baixo. - Me come.. Me come... Me foo-hde! Aaah ! Harry...!
Ele estava prestes a explodir quando os dedos sairam de seu corpo e a energia se dissipou, fazendo seu corpo tremer de forma tão violenta que Potter precisou empurrá-lo com as duas mãos e penetra-lo de uma vez só sem ajuda das mãos. Ele não precisaria, no entanto. Seu pau estava tão duro e Draco tão deliciosamente aberto que foi uma tarefa relativamente fácil.
Apesar dos dedos, Draco sentiu o pênis do outro o abrir ainda mais, e aquilo foi sua perdição. Ele gritou, gozando entre os dois, jatos fortes pintando-o de gozo em cima de seu peito e pescoço, suas unhas enfiando-se em suas coxas com tal força que afundaram-se na pele. Harry não parou, no entanto. Estocava contra ele violentamente, e Draco conseguiu abrir os olhos exatamente no momento em que Harry entregou-se ao próprio orgasmo, seu peito e rosto vermelhos com o excesso de sangue, os braços ainda empurrando suas pernas e um gemido gutural saindo de sua garganta.
Potter deixou suas mãos libertarem suas pernas e lentamente Draco as abaixou, sentindo sua coluna reclamar, mas seu corpo estava tão exausto que ele mal percebeu quando apagou, mais uma vez, na cama de Potter antes mesmo que o moreno pudesse sair de dentro dele.
Pelo menos daquela vez ele não desmaiou por horas, somente alguns minutos. Quando acordou, Potter estava ao seu lado, ainda meio suado, com um leve sorriso e observando-o.
- Gostou do passeio? - Ele perguntou, e Draco soltou uma risada meio cansada, meio dolorida. Céus, seu corpo inteiro estava implorando para que ele não se movesse, mas ele se sentia bem. Verdadeiramente bem, como se nada pudesse tocá-lo naquele momento.
- Se todo passeio com você terminar na cama, Potter, seus amigos devem ser muito felizes. - Draco provocou, e Harry riu, aproximando-se e beliscando-o de leve na cintura.
- Nenhum deles tem uma bunda como a sua para que eu queira terminar o dia assim com eles. - Potter falou, mordendo o ombro de Draco e dando-lhe um sorriso enorme, satisfeito.
Draco não tinha como contestar aquilo, então ele riu e aceitou o beijo lento que recebeu.
Depois de alguns minutos aproveitando o resto de energia sexual que ainda tinha com alguns beijos, Draco vestiu-se e foi para casa. Tomou um longo banho de espuma, e quase dormiu na banheira. Quando deitou-se em sua cama enorme, só de cueca, ele apagou quase que imediatamente, mas um sorriso ainda brilhava em seu rosto.
|| I don't know how it led to this
I felt a tremor in your kiss
Earth shakes, and I answer it, my body realigns
It's too much, I cannot handle this
I taste the pleasure on your lips
You make planets start to spin
I'm ready to ignite||
- Meteorite - Years and Years
- Você parece feliz. - Pansy disse quando Draco a encontrou na outra noite para que pudessem ir para uma boate nova com Theo e Blaise.
- "Bem fodido" é o mais correto. - Draco disse, rindo. Estavam caminhando do ponto de aparatação até a boate. As calças negras de couro apertavam as pernas do loiro e ele praticamente desfilava com sua jaqueta aberta com uma camisa transparente por dentro. Ele estava tão animado que queria dançar e beber pela noite inteira.
- Ontem não foi o seu encontro com Potter? - Theodore perguntou, e Draco riu pelo nariz.
- Assistimos ao jogo. Mas depois nos agarramos numa lanchonete barata e fodemos até desmaiar. Foi um bom dia. - Ele disse, sorrindo convencido para Theo, que balançou a cabeça.
- Será que você não pensa em outra coisa além de sexo? - Blaise perguntou, e Draco o olhou com desdém.
- Você pensa?
- Céus, homens! Têm o cérebro na cabeça do pau. - Pansy revirou os olhos, e Draco a abraçou pelos ombros.
- E você tem o seu nos peitos. Por isso usa tanto decote. - Ele disse, apalpando um dos seios dela e fazendo-a tentar escapar de seu braço, rindo e batendo na mão dele.
- Quer parar de tocar? Eu sei que você queria um par dessas belezinhas, mas infelizmente nasceu com um par de bolas. - Ela o empurrou pela cabeça, fazendo-o tropeçar, mas rir ainda.
- Por que você deixa ele te apalpar, mas não a gente? - Theodore perguntou, indignado.
- Porque quando eu pego neles, meu pau não fica duro. - Draco respondeu simplesmente, fazendo Blaise rir.
Entraram no clube, e Draco deixou que o ritmo o levasse embora. Ele dançou, perdeu a conta de quantas bebidas tomou ou de quantos rapazes beijou. Dançou em cima do bar, perdeu a jaqueta e fez um lapdance para Pansy, que colocou galeões em seus bolsos. Draco sentia-se verdadeiramente feliz. Livre.
Merlin, ele se sentia livre. E aquela era a melhor sensação do mundo.
Os dias se passaram, e ele acabou se vendo numa rotina imprevisível. Todas as sextas feiras ele se encontrava com Potter, jantavam ou comiam alguma besteira, mas sempre terminavam o dia na cama. O moreno estava ficando cada vez melhor em seus boquetes, e cada vez mais seguro de si no sexo. Draco percebia a cada semana que Potter era cheio de fetiches, e que tentava realiza-los sempre que possível.
De vez em quando se encontravam nos clubes, e dançavam juntos fora de ritmo. Potter não era realmente um bom dançarino, mas era gostoso se esfregar contra ele e sentir suas mãos tocando seu corpo sem pudor. Normalmente saiam do clube separados. Potter sempre primeiro, e Draco muito, muito mais tarde com alguém no braço para uma sessão de sexo que nem de longe era tão intensa quanto com Potter, mas que o faziam dormir sorrindo.
Estavam quase no final de Novembro quando Draco começou a notar algo diferente. Não estranho, mas diferente. Desde o início do mês que ele tinha diminuído o número de suas conquistas em um bem menor, mas aumentado exponencialmente seus encontros com Potter. E eles estavam saindo de dia. E nem sempre estavam fazendo sexo.
Draco tentava não pensar muito sobre isso. Vez por outra, ele ainda voltava para casa com alguém que não era Potter, e ainda que os dois estivessem conversando muito mais, frequentando restaurantes e lanchonetes juntos, era só o curso natural das coisas. Draco não se deixava preocupar. Ele achava Potter gostoso, o sexo era ótimo e ele tinha 23 centímetros e meio. Era tudo o que Draco precisava na vida.
|| Is it desire
Or is it love that I'm feeling for you?
I want desire
'Cause your love only gets me abused
Is it desire (is it desire)
Or is it love that I'm feeling for you?
I want desire
I wanna see what you're willing to lose||
- Desire - Years and Years
Draco não diria que estava questionando seu acordo silencioso com Potter. Não. Ele estava apenas se perguntando se não estavam se importando demais um com o outro. Certa vez, Harry o questionou porque ele ainda ia aos clubes, e Draco achou que era uma pergunta muito estúpida para se fazer. Porque ele podia. Porque era bom. Porque ele era jovem, rico e tinha seu cérebro em suas partes íntimas. Ao mesmo tempo, ele queria fazer exatamente a mesma pergunta a Potter. Ele queria saber por que diabos ele ainda continuava indo para os clubes.
Ele nunca via Potter dançando com outras pessoas além de si. Será que ele também tinha encontros com outras pessoas além de Draco? Será que ele tinha algo tão intenso quanto o sexo que tinham com outra pessoa? Será que Potter estava apenas usando Draco para se descobrir? Era possível.
Draco não queria admitir, mas algumas vezes - só algumas - aquelas perguntas o deixavam muito tempo acordado à noite. Quando ele pensava em Potter com outra pessoa, ele sentia uma onda de ciúmes passando pelo seu corpo. Onda que ele tentava controlar a todo custo. Ele não poderia pedir fidelidade de alguém que não era seu namorado, muito menos quando ele não oferecia fidelidade a ninguém. Ainda assim, o sentimento de egoísmo estava ali. Ele tinha Potter em sua cama e não queria dividir aquele talento sexual com ninguém. Ele não gostava da ideia de alguém ter Potter tão intimamente quanto ele tinha, e isso o deixava nervoso.
Portanto, a solução era sempre mais bebida, mais clubes, mais rapazes. Em janeiro, Draco passou o Ano Novo fodendo com Sabe-se lá Quem, que tinha uma tatuagem linda de uma raposa na coxa esquerda, para a qual Draco olhou por muito tempo antes de realmente conseguir fazer um oral no cara deitado sob si. O sexo não era tão bom quanto com Potter, mas ele sempre tinha as sextas, então ele não ligava de pegar alguns caras estúpidos enquanto esperava.
Na segunda semana de janeiro, no entanto, Harry disse que não poderia encontra-lo na sexta. Ele tinha uma comemoração de alguma coisa que Draco não prestou atenção com seus amigos e os Weasleys, então iria faltar. A não ser que Draco quisesse ir.
Draco, obviamente, foi beber e transar com desconhecidos.
No final da noite, no entanto, enquanto se vestia, Draco tentava desesperadamente lembrar o que Harry estava comemorando. Fosse o que fosse, agora ele percebera que queria fazer parte disso, mas tinha dito um "parabéns, Potter" seco quando o moreno lhe falara, para depois negar o convite.
Na outra semana, no entanto, ele estava determinado a saber o que tinha perdido. Potter o encontrou no Dedo de Fada, como sempre, e eles beberam algumas cervejas e conversaram entre seus grupos de amigos. Depois de meses nessa mesma rotina, eles já não se sentiam desconfortáveis entre as duas mesas, e Draco precisava se controlar para não ficar chocado ao ver Ginny Weasley sentada no colo de Blaise Zabini como se fosse uma rainha sentada num trono.
Bem, Draco tinha seu próprio trono.
No momento, ele estava olhando o rosto de Harry com fascinação. O pênis do moreno estava praticamente enterrado em sua garganta, e Draco ia e vinha, sentindo sua mandíbula doer com os movimentos repetitivos, sua boca aberta quase impossivelmente, a língua arrastando-se pela parte de baixo do membro grosso, o gosto agridoce do outro arrastando-se em sua boca. Suas unhas estavam enterradas nas coxas musculosas do outro e ele não controlava um gemidinho sempre que Harry puxava seus cabelos de leve, perdido no próprio prazer, os lábios carnudos abertos e os olhos fechados em puro deleite. Draco sentia algo em sua barriga, como borboletas, quando pensava que era ele quem causava essas sensações em Harry. Era ele quem dava esse prazer a ele.
Draco queria mais, no entanto. Ele queria deixar Potter completamente à sua mercê. Por isso ele afastou-se, sua respiração instável. Aquilo chamou atenção de Potter, que abriu os olhos e engoliu saliva.
- Dray... - Ele murmurou com voz rouca, e Draco quase gozou só de ouvir sua voz recheada de tanto prazer.
- ‘Arry... - Draco tentou falar, mas sua língua estava pesada. Ele engoliu a própria saliva, espessa, com um gosto que era definitivamente Harry. - Fode minha garganta...
- Draay... Não... - Harry tentou negar, seu pênis latejando dolorosamente entre os dedos de Draco. - Não pede isso... A-Ahh...
- Eu preciso... Harry... Fode minha garganta... Fode minha boca igual você faz com minha bunda... Fode minha boca, me deixa engolir sua porra... Harry... - Ele implorou, e Harry apertou os olhos, segurando os cabelos de Draco mais uma vez e enfiando seu membro em sua boca ansiosa. Ele esperou apenas que Draco o olhasse, dando permissão, antes que ele movesse seus quadris com força, segurando os lados da cabeça dele e enfiando até o fim.
Draco precisou se concentrar para não engasgar e aguentar tudo, mas não esperou muito. Harry contorceu-se sobre o sofá, esvaziando-se tão fundo dentro da garganta do mais velho que Draco não conseguiu sentir seu gosto em sua língua.
O loiro afastou-se, sorrindo enquanto limpava sua boca, seu ego crescendo maravilhosamente enquanto via Harry perdido no sofá, olhando para o teto com um ar aéreo, como se tivesse usado drogas. Bem... Sexo era tipo uma droga, mesmo. Draco sabia o quanto era viciado.
Draco subiu no colo do moreno, uma perna de cada lado, e fechou os olhos quando os braços quentes de Harry abraçaram seu corpo nu, puxando-o para si e passando alguns segundos de olhos fechados, ouvindo o coração de Draco bater. O loiro riu, acariciando os cabelos incrivelmente macios de Harry. Draco tinha gozado duas vezes naquela noite. Da primeira, Harry o fizera sentar em seu colo, de costas para si, e o fodeu com seus dedos enquanto falava o que quer que fosse em língua de cobra em seu ouvido. Draco não entendeu absolutamente nada, mas ele nunca tinha ficado tão excitado com Harry falando em seu ouvido como naquele momento.
Depois, aproveitando que Draco estava aberto e lubrificado, Harry fez com que ele o cavalgasse até que gozasse mais uma vez, tremendo e gritando. Só depois ele pediu para que Draco o chupasse até que ele finalmente tivesse sua vez. Quem seria Draco para negar isso a ele?
Agora ele sentia-se bem naquele abraço, e percebeu que era uma hora maravilhosa para começar com seu plano de descobrir o que Harry fizera para ser comemorado. Bem, foi mais fácil do que ele esperava.
- Hey, será que a gente podia mudar nossos encontros pro sábado? - Harry perguntou, afastando-se apenas para olhá-lo no rosto.
- Ué, por quê? - Draco perguntou, meio confuso. - Todo mundo se encontra na sexta.
- Eu sei. Mas eu conversei com o pessoal e tudo o mais, e eles decidiram que não tinha problema. Quero dizer, é que mês que vem eu vou começar o treinamento no St. Mungus e vai ser muito puxado, sabe? Disseram que o primeiro ano de Curandeiro é o pior. Medibruxo é mais fácil, mas né... - Ele sorriu, e Draco mirou aquele dentinho torto antes de direcionar os olhos para os do moreno.
Ele tinha passado para o treinamento Curandeiro do St. Mungus. Merlin, como ele tinha conseguido aquilo sendo tão ruim em poções?
Curandeiro.
- Woa, bem. - Draco ficou sem palavras por alguns instantes. Mas, bem, eles não eram namorados. Não era sua obrigação ter participado de nenhuma festa de Potter com seus amigos, afinal. - Tudo bem. Se o meu pessoal não se importar...
- Eu falei com Pansy e Ginny falou com Blaise. Pra eles tá ok. - Harry sorriu de lado. - Eles estavam na festa. Semana passada.
- Ah. - Draco ergueu-se do colo do outro, meio sem jeito. Sentiu suas bochechas quentes e esperou que a luz fraca das velas que tinha conjurado não fosse o suficiente para mostrar. Começou a procurar suas roupas espalhadas pelo chão e as vestir. - Bem, tudo bem então. A gente se vê próximo sábado?
- Se você puder. - Harry disse, e Draco achou que sua voz parecia um pouco seca. - Por que não fica aqui?
- Eu estou cansado. E bebi muito. - Draco riu, enquanto abotoava a calça e vestia a camisa. - Vou pra casa dormir.
- Você pode dormir aqui. - Potter insistiu.
- Eu gosto da minha cama.
Potter não disse nada. Na verdade, ele também ergueu-se, vestindo as próprias roupas e aproximando-se de Draco, dando-lhe um beijo na bochecha sem olhar em seus olhos.
- Até semana que vem, então.
Draco não conseguiu dormir naquela noite. Ele já estava começado a ficar frustrado com aquilo. Potter parecia feliz e satisfeito numa hora, depois parecia seco, como se não tivesse gozado o suficiente. Isso fazia Draco questionar o que diabos estava acontecendo entre eles. Talvez fosse estresse por parte do moreno. Ele sabia que para entrar no treinamento de medibruxo, era preciso fazer uma prova complicada em três etapas. Ele provavelmente ainda estava estressado com aquilo. Draco abraçou o travesseiro, pensando que tinha sorte em não precisar trabalhar.
Ele sabia que Potter tinha uma fortuna considerável, e pensou no porquê de ele precisar trabalhar, mas não passou muito tempo pensando nisso. Se Potter queria estragar sua juventude enfiado num hospital, não era problema seu.
Ele não se importava nenhum pouco.
Os encontros semanais com Potter voltaram ao que eram. Pelo menos Draco achava que sim. Eles se encontravam, agora no sábado, riam, conversavam, bebiam, iam para casa de Potter - ele tinha tido um pequeno ataque de pânico quando Draco mencionou visitar a mansão -, faziam sexo e Draco voltava para casa.
No dia 14 de fevereiro, no entanto, algo mudou. Draco não pensou realmente na consequência de suas ações naquele dia. O encontro no sábado tinha sido cancelado porque a maioria dos seus amigos queriam sair com seus respectivos namorados e namoradas, e os solteiros que fizessem o que queriam. Draco não gostava realmente do dia dos namorados, mas a aura romântica do dia fez com que ele decidisse sair. Foi ao bar, bebeu um pouco e conheceu um rapaz que tinha cabelos castanhos bem claros, quase loiros, e Draco decidiu que voltaria pra casa com ele. Quase depois da metade da noite, quando Draco já estava meio bêbado e mais sentado em cima do seu par da noite do que no banco, Potter apareceu.
O primeiro pensamento de Draco foi que ele estava delicioso. Aquelas calças jeans apertavam ele nos melhores lugares, e Draco amava aquela jaqueta preta de couro com ziper. O moreno sorriu quando o viu, mas seu sorriso morreu ao ver o rapaz com quem Draco estava.
Potter aproximou-se, parecendo inseguro, e Draco o cumprimentou.
- Hey, Potter! Também foi abandonado hoje? - Ele perguntou, e Potter pareceu confuso.
- Achei que sábado fosse nosso dia. - Ele comentou, meio baixo, e Draco franziu as sobrancelhas.
- Mas não foi cancelado?
- Eu quis dizer... Bem, achei que você fosse...
- Oh, ficar com você? - Draco pareceu entender, e soltou um muxoxo. - Céus, desculpe, eu deveria ter avisado. Agora eu já marquei com o... hm...
- Ivan. - O rapaz respondeu, e Draco riu pelo nariz.
- Ivan. - Ele disse para Potter. - Eu te mando uma caixa de chocolates de presente, ok? - Draco provocou, e ergueu uma mão para tocar o rosto do moreno, mas Potter parecia magoado.
- Deixa pra lá. - Ele lambeu os lábios, e Draco quis beijá-lo. Talvez ele o beijasse. - Escuta... Eu posso conversar com você?
- Hm? Pode dizer. - Draco virou a bebida em sua mão, tomando o resto do conteúdo com três goles grandes, depois piscando os olhos para Potter.
Harry enfiou as mãos nos bolsos, olhou para o chão por alguns segundos antes de apertar os lábios.
- Eu quero parar. - Ele disse, simples, e Draco franziu as sobrancelhas.
- Parar o quê?
- Nossos encontros, Malfoy. Acabou. Vamos ficar só nas bebidas, pode ser? - Ele disse, e Draco pareceu confuso.
- Você diz... Sem sexo? - E depois riu, meio nervoso, balançando a cabeça. - Potter, você vai morrer sem sexo.
- Eu não disse que vou ficar sem sexo. Disse que não vou fazer com você.
As palavras de Potter doeram como se fossem um soco direto em seu nariz, mas Draco sorriu, dando de ombros.
- Bem, se é isso que você quer...
- Não é o que eu quero. Mas é o que eu preciso. Eu não vou ter mais tempo pra joguinhos, Malfoy. - Ele soou bravo, e Draco assentiu com a cabeça.
- Você vai ser curandeiro. Sim. Claro. Sem tempo pra foder. Bem, espero que aproveite. Eu certamente vou aproveitar hoje. - Draco disse. Seus olhos ardiam, mas era a fumaça. Devia ser a fumaça do bar.
- Espero que sim. - Potter bateu em seu ombro, e virou-se para sair. Draco quis pedir para ele ficar. Quis virar-se e dizer para Ivan que tinha outros planos. Queria ao menos sentir o tecido daquela jaqueta em sua mão novamente. Algo lhe dizia que aquela seria a última vez.
- Potter! - Ele gritou, num último ato de coragem. O moreno virou-se, os olhos verdes brilhando com alguma emoção que Draco não conseguiu entender. - Eu vou sentir saudades do seu pau!
Potter riu. Daquela distância, Draco não podia ver seu dentinho torto. Potter virou-se e foi embora.
Draco quis morrer.
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Chapter 2 Chapter 3