Título: Admirável Mundo Novo
Banda: BUCK-TICK, X Japan
Pairing: YoshikixAtsushi; AtsushixYoshiki
Gênero: Geral
Classificação: PG
Sinopse: Entre eles havia pura admiração e respeito mútuo, porém apenas isso. Mas graças a pequenos acidentes, um novo cenário de possibilidades vai se descortinando.
Nota: SPIDER se reportando para publicar a parte designada da chantagem da máfia! xD Enton, na chantagens da máfia d'AS QUATRO DE QUATRO que está rolando, eu fui encarregada de escrever a chantagem da SNAKE, assim como ela está escrevendo a tri.ângulos que é a chantagem que a SCORPION fez para ela. Anywayz. XD Não vou divulgar as exigências que ela fez para não estragar a surpresa, mas só digo uma coisa: a classificação vai subir. >3 E ah! Esta fic não tem NADA a ver com a obra homônima de Aldous Huxley.
A primavera havia começado há poucos dias, o que não significava que a
temperatura em Tokyo já estava mais amena. Confortavelmente instalado no
seu grande escritório dentro do prédio da sua própria gravadora, Hayashi
Yoshiki simplesmente parecia imune ao frio e ao barulho que vinha da rua do
lado de fora.
O sistema
avançado de som daquele cômodo reproduzia as faixas do CD que o antigo
baterista e agora produtor organizara em homenagem ao falecido amigo e
companheiro de banda, Matsumoto Hideto. Ele havia se surpreendido com o
resultado, no final; artistas que nem tinham muito contato com o X Japan ou
com o próprio hide na época se empenharam nas suas versões de famosas
músicas do guitarrista, e ele mesmo admitia que algumas haviam ficado até
melhores que as originais.
Enquanto
o CD rodava, o loiro virava as páginas de uma antiga revista de música que,
por algum motivo que o ex-baterista desconhecia, sobrevivera à intensa
arrumação feita no prédio há dois meses. E lá estava a preciosidade de 1994
sendo folheada mais uma vez, como em antigos tempos de glória.
Enquanto
diferentes entrevistas e fotos se sucediam na frente dos olhos escuros de
Yoshiki, ele notava quantas das bandas que estrelavam aquelas páginas já não
estavam mais na ativa, contando a sua própria criação. Suspirando com pesar,
os ouvidos do músico registraram brevemente a mudança de faixa no CD
quando seu telefone celular vibrou no tempo da mesa, como se fosse uma
criatura viva que tentava chamar sua atenção a qualquer custo.
O
ex-baterista se assustou, usando a mão direita para agarrar o aparelho depois
do tempo que equivaleria a dois toques. Ele apenas usou um controle para
baixar a música enquanto atendia a ligação sem olhar para o número que o
chamava.
- Moshi
moshi.
- Ah,
finalmente você atendeu! Só caía na caixa postal... - a voz do outro lado da
linha reclamou, embora fosse um pouco difícil de ouvi-la com todo aquele
barulho de carros e buzinas - Eu sofri um acidente e meu carro simplesmente
não anda mais. Eu vou ter que esperar por aqui até a seguradora aparecer e
vou chegar atrasado ao ensaio.
- Eu...
- Eu sei
que logo hoje você queria passar as alterações do Hide, mas... - Yoshiki
congelou ao ouvir aquele nome. Quem diabos estava falando com ele, ainda mais
de hide? No entanto, agora que ele havia se indagado, o ex-baterista começou
a achar aquela voz ligeiramente familiar...
- Chotto
matte, ne. Quem está falando?
A voz que
relatava acontecimentos em série se calou de repente, a linha sendo
preenchida apenas pelos ruídos de veículos que passavam perto de quem havia
ligado para ele. A música no escritório de Yoshiki continuava, e como num
passe de mágica, ele reconheceu o outro.
-
Sakurai-san?
- ...Hai.
Quem é que está falando? - veio a réplica, e o ex-pianista não conseguiu
segurar um pequeno riso.
- Yoshiki
desu.
-
Hayashi-san? - a surpresa e o embaraço eram palpáveis na voz do vocalista
que se encontrava no trânsito, quase deixando o celular cair da mão - Gomen
nasai! Eu poderia jurar que estava falando com Imai.
- Hisashi
Imai, não é?
- Hai. Eu
sofri um acidente e... - Atsushi suspirou - Eu acho que já contei toda a
história.
- Você se
feriu, Sakurai-san?
- Não,
está tudo bem. Só o meu carro que não está em condições de andar... - ele
parou de falar e Yoshiki supôs que ele estivesse examinando o pobre veículo -
Obrigado por perguntar, Hayashi-san.
- Onde foi
a batida?
- Ah... Boa
pergunta. - o produtor podia ver o outro homem olhando ao redor em busca de
alguma sinalização - Eu passo direto aqui, mas não lembro o nome.
Enquanto
Atsushi descrevia a rua, o ex-baterista se levantou da sua confortável
poltrona, dando quatro passos até uma janela que ele costumava manter
fechada por causa do sol da manhã. Ainda com o aparelho celular no seu
ouvido, o antigo pianista deixou seus lábios se abrirem em um pequeno sorriso
após utilizar um outro controle remoto para subir as venezianas.
- Eu posso
ver você, Sakurai-san. Parado ao lado de uma padaria, com o telefone celular
no ouvido?
- Eu... -
Yoshiki controlou um riso enquanto observava a figura pequena do vocalista
daquela distância, e percebeu que ele havia reconhecido o fatídico prédio
branco da Extasy Records - Entendi. Eu não acredito nisso.
Silenciosamente do outro lado da linha, o eterno loiro concordou com a cabeça. Vendo que seu CD já havia avançado outras faixas e que sua
manhã estava praticamente desocupada e quase se transformando em algo
tedioso, ele resolveu descer.
- Eu já
estou descendo, Sakurai-san. Verei o que posso fazer para ajudar.
-
Hayashi-san, não precisa. - o vocalista replicou no pequeno aparelho que ele
carregava na mão direita agora, depois dos dedos da mão esquerda terem
chegado perto de congelar - Não se preocupe, a seguradora já deve estar
chegando.
-
Sakurai-san, uma vez bati meu carro por causa da neve... - ele começou a
contar a história enquanto já desligava seu CD player e aquecimento no
escritório, além de apanhar um casaco grosso que havia deixado sobre uma
poltrona antiga porém de estimação que ele possuía - E o guincho chegou no dia
seguinte.
- ...Não
vou dizer que não esteja esperando pelo pior também. - Atsushi riu de leve,
pela primeira vez parecendo menos embaraçado no telefone e aproveitando
para se encostar perto da entrada da padaria; ainda bem que haviam
ajudado-no a estacionar em uma vaga, mesmo depois de quando seu carro havia
desistido de funcionar - Mas eu acho que vou tomar um café enquanto isso.
Realmente, não precisa se preocupar.
- Se
aceita um conselho meu, não tome café nessa padaria. É um importado barato e
sem gosto, parece com água suja, no máximo.
- Eu não
sabia que café era tão importante para você, Hayashi-san.
- Eu
também não, até me tornar músico.
- Familiar.
- Atsushi deu um assobio baixo - Se bem que eu acho que essa parte de vício
em café por causa da banda sobrou para o Imai.
- Eu
imagino. Quer dizer que você tem outro tipo de vício pelo nosso café,
então?
- Eu me
vicio no que é bom, Hayashi-san.
- Então
definitivamente não prove o café daqui. - o loiro concluiu e de repente, era
como se a voz de Yoshiki estivesse mais próxima do que antes.
Piscando,
Atsushi encontrou o outro homem de pé na sua frente, agasalhado e desligando
um dos últimos modelos de telefones celulares. Colocando as mãos nos bolsos,
ele sorriu para o vocalista e olhou de relance para o carro.
- Eu acho
que mais de um café será necessário para passar o tempo.
- Com
certeza. - o moreno concordou e devolveu o próprio celular para dentro de um
dos bolsos, aquecendo as mãos também - Me desculpe por tirá-lo do seu
trabalho, Hayashi-san.
-
Sakurai-san... Acredite, não está me interrompendo. E depois, eu prefiro
adiantar meu café de hoje para ter a sua companhia. - ele sorriu com simpatia
e o vocalista retribuiu - Vamos, então? Fica a um quarteirão daqui, do outro
lado da rua.
- Certo.
Mas só se depois eu puder pagar um almoço ou jantar em troca.
- Isso é
bem mais do que um simples café no meio da manhã, Sakurai-san! - Yoshiki
exclamou, virando-se para a esquerda a fim de encarar o moreno.
- Não,
não. Não quando se está frio e sem carro.
Os dois
riram e foram em direção ao pequeno café, onde, vinte minutos depois, o
telefone de Atsushi tocou. Ao ver a expressão do moreno ao desligar, Yoshiki
sabia que ele havia levado uma grande bronca, provavelmente do líder do
BUCK-TICK.
- Era
Yagami-san, não era?
- Sim. - o
outro fez uma careta - Esqueci de tentar ligar no celular dele mais cedo e...
Como você sabe? - Atsushi franziu o cenho.
- Era eu
quem costumava causar essas expressões no rosto de todo o resto da banda. -
murmurou o ex-baterista com os lábios escondidos por detrás de sua xícara
depois de piscar um olho de forma cúmplice.
Atsushi
não conteve uma pequena gargalhada, sacudindo a cabeça e logo pedindo
muffins para acompanhar os cafés. Era claro que o vocalista ainda tinha ensaio
naquela tarde e Yoshiki tinha seus compromissos agendados, mas naquele
momento, por mais que fosse o horário indevido, os dois homens tiraram a
manhã para conversar.
E apenas
isso.
Continua...