Admirável Mundo Novo (1/?)

Mar 17, 2007 15:04

Título: Admirável Mundo Novo
Banda: BUCK-TICK, X Japan
Pairing: YoshikixAtsushi; AtsushixYoshiki
Gênero: Geral
Classificação: PG
Sinopse: Entre eles havia pura admiração e respeito mútuo, porém apenas isso. Mas graças a pequenos acidentes, um novo cenário de possibilidades vai se descortinando.
Nota: SPIDER se reportando para publicar a parte designada da chantagem da máfia! xD Enton, na chantagens da máfia d'AS QUATRO DE QUATRO que está rolando, eu fui encarregada de escrever a chantagem da SNAKE, assim como ela está escrevendo a tri.ângulos que é a chantagem que a SCORPION fez para ela. Anywayz. XD Não vou divulgar as exigências que ela fez para não estragar a surpresa, mas só digo uma coisa: a classificação vai subir. >3 E ah! Esta fic não tem NADA a ver com a obra homônima de Aldous Huxley.

           A primavera havia começado há poucos dias, o que não significava que a temperatura em Tokyo já estava mais amena. Confortavelmente instalado no seu grande escritório dentro do prédio da sua própria gravadora, Hayashi Yoshiki simplesmente parecia imune ao frio e ao barulho que vinha da rua do lado de fora.
          O sistema avançado de som daquele cômodo reproduzia as faixas do CD que o antigo baterista e agora produtor organizara em homenagem ao falecido amigo e companheiro de banda, Matsumoto Hideto. Ele havia se surpreendido com o resultado, no final; artistas que nem tinham muito contato com o X Japan ou com o próprio hide na época se empenharam nas suas versões de famosas músicas do guitarrista, e ele mesmo admitia que algumas haviam ficado até melhores que as originais.
          Enquanto o CD rodava, o loiro virava as páginas de uma antiga revista de música que, por algum motivo que o ex-baterista desconhecia, sobrevivera à intensa arrumação feita no prédio há dois meses. E lá estava a preciosidade de 1994 sendo folheada mais uma vez, como em antigos tempos de glória.
          Enquanto diferentes entrevistas e fotos se sucediam na frente dos olhos escuros de Yoshiki, ele notava quantas das bandas que estrelavam aquelas páginas já não estavam mais na ativa, contando a sua própria criação. Suspirando com pesar, os ouvidos do músico registraram brevemente a mudança de faixa no CD quando seu telefone celular vibrou no tempo da mesa, como se fosse uma criatura viva que tentava chamar sua atenção a qualquer custo.
          O ex-baterista se assustou, usando a mão direita para agarrar o aparelho depois do tempo que equivaleria a dois toques. Ele apenas usou um controle para baixar a música enquanto atendia a ligação sem olhar para o número que o chamava.
          - Moshi moshi.
          - Ah, finalmente você atendeu! Só caía na caixa postal... - a voz do outro lado da linha reclamou, embora fosse um pouco difícil de ouvi-la com todo aquele barulho de carros e buzinas - Eu sofri um acidente e meu carro simplesmente não anda mais. Eu vou ter que esperar por aqui até a seguradora aparecer e vou chegar atrasado ao ensaio.
          - Eu...
          - Eu sei que logo hoje você queria passar as alterações do Hide, mas... - Yoshiki congelou ao ouvir aquele nome. Quem diabos estava falando com ele, ainda mais de hide? No entanto, agora que ele havia se indagado, o ex-baterista começou a achar aquela voz ligeiramente familiar...
          - Chotto matte, ne. Quem está falando?
          A voz que relatava acontecimentos em série se calou de repente, a linha sendo preenchida apenas pelos ruídos de veículos que passavam perto de quem havia ligado para ele. A música no escritório de Yoshiki continuava, e como num passe de mágica, ele reconheceu o outro.
          - Sakurai-san?
          - ...Hai. Quem é que está falando? - veio a réplica, e o ex-pianista não conseguiu segurar um pequeno riso.
          - Yoshiki desu.
          - Hayashi-san? - a surpresa e o embaraço eram palpáveis na voz do vocalista que se encontrava no trânsito, quase deixando o celular cair da mão - Gomen nasai! Eu poderia jurar que estava falando com Imai.
          - Hisashi Imai, não é?
          - Hai. Eu sofri um acidente e... - Atsushi suspirou - Eu acho que já contei toda a história.
          - Você se feriu, Sakurai-san?
          - Não, está tudo bem. Só o meu carro que não está em condições de andar... - ele parou de falar e Yoshiki supôs que ele estivesse examinando o pobre veículo - Obrigado por perguntar, Hayashi-san.
          - Onde foi a batida?
          - Ah... Boa pergunta. - o produtor podia ver o outro homem olhando ao redor em busca de alguma sinalização - Eu passo direto aqui, mas não lembro o nome.
          Enquanto Atsushi descrevia a rua, o ex-baterista se levantou da sua confortável poltrona, dando quatro passos até uma janela que ele costumava manter fechada por causa do sol da manhã. Ainda com o aparelho celular no seu ouvido, o antigo pianista deixou seus lábios se abrirem em um pequeno sorriso após utilizar um outro controle remoto para subir as venezianas.
          - Eu posso ver você, Sakurai-san. Parado ao lado de uma padaria, com o telefone celular no ouvido?
          - Eu... - Yoshiki controlou um riso enquanto observava a figura pequena do vocalista daquela distância, e percebeu que ele havia reconhecido o fatídico prédio branco da Extasy Records - Entendi. Eu não acredito nisso.
          Silenciosamente do outro lado da linha, o eterno loiro concordou com a cabeça. Vendo que seu CD já havia avançado outras faixas e que sua manhã estava praticamente desocupada e quase se transformando em algo tedioso, ele resolveu descer.
          - Eu já estou descendo, Sakurai-san. Verei o que posso fazer para ajudar.
          - Hayashi-san, não precisa. - o vocalista replicou no pequeno aparelho que ele carregava na mão direita agora, depois dos dedos da mão esquerda terem chegado perto de congelar - Não se preocupe, a seguradora já deve estar chegando.
          - Sakurai-san, uma vez bati meu carro por causa da neve... - ele começou a contar a história enquanto já desligava seu CD player e aquecimento no escritório, além de apanhar um casaco grosso que havia deixado sobre uma poltrona antiga porém de estimação que ele possuía - E o guincho chegou no dia seguinte.
          - ...Não vou dizer que não esteja esperando pelo pior também. - Atsushi riu de leve, pela primeira vez parecendo menos embaraçado no telefone e aproveitando para se encostar perto da entrada da padaria; ainda bem que haviam ajudado-no a estacionar em uma vaga, mesmo depois de quando seu carro havia desistido de funcionar - Mas eu acho que vou tomar um café enquanto isso. Realmente, não precisa se preocupar.
          - Se aceita um conselho meu, não tome café nessa padaria. É um importado barato e sem gosto, parece com água suja, no máximo.
          - Eu não sabia que café era tão importante para você, Hayashi-san.
          - Eu também não, até me tornar músico.
          - Familiar. - Atsushi deu um assobio baixo - Se bem que eu acho que essa parte de vício em café por causa da banda sobrou para o Imai.
          - Eu imagino. Quer dizer que você tem outro tipo de vício pelo nosso café, então?
          - Eu me vicio no que é bom, Hayashi-san.
          - Então definitivamente não prove o café daqui. - o loiro concluiu e de repente, era como se a voz de Yoshiki estivesse mais próxima do que antes. 
          Piscando, Atsushi encontrou o outro homem de pé na sua frente, agasalhado e desligando um dos últimos modelos de telefones celulares. Colocando as mãos nos bolsos, ele sorriu para o vocalista e olhou de relance para o carro.
          - Eu acho que mais de um café será necessário para passar o tempo.
          - Com certeza. - o moreno concordou e devolveu o próprio celular para dentro de um dos bolsos, aquecendo as mãos também - Me desculpe por tirá-lo do seu trabalho, Hayashi-san.
          - Sakurai-san... Acredite, não está me interrompendo. E depois, eu prefiro adiantar meu café de hoje para ter a sua companhia. - ele sorriu com simpatia e o vocalista retribuiu - Vamos, então? Fica a um quarteirão daqui, do outro lado da rua.
          - Certo. Mas só se depois eu puder pagar um almoço ou jantar em troca.
          - Isso é bem mais do que um simples café no meio da manhã, Sakurai-san! - Yoshiki exclamou, virando-se para a esquerda a fim de encarar o moreno.
          - Não, não. Não quando se está frio e sem carro.
          Os dois riram e foram em direção ao pequeno café, onde, vinte minutos depois, o telefone de Atsushi tocou. Ao ver a expressão do moreno ao desligar, Yoshiki sabia que ele havia levado uma grande bronca, provavelmente do líder do BUCK-TICK.
          - Era Yagami-san, não era?
          - Sim. - o outro fez uma careta - Esqueci de tentar ligar no celular dele mais cedo e... Como você sabe? - Atsushi franziu o cenho.
          - Era eu quem costumava causar essas expressões no rosto de todo o resto da banda. - murmurou o ex-baterista com os lábios escondidos por detrás de sua xícara depois de piscar um olho de forma cúmplice.
          Atsushi não conteve uma pequena gargalhada, sacudindo a cabeça e logo pedindo muffins para acompanhar os cafés. Era claro que o vocalista ainda tinha ensaio naquela tarde e Yoshiki tinha seus compromissos agendados, mas naquele momento, por mais que fosse o horário indevido, os dois homens tiraram a manhã para conversar.
          E apenas isso.

Continua...

buck-tick, x japan

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