Título:ススメ ピラテス(Susume pirates)
Autora:
nima_Banda: Aikaryu
Casais: DaikixShagrath/ TeruxKaworu
classificação: PG-13
Nota: Essa fic foi escrita para o aniversário do Daiki, hoje (17.03). E como a Lahy é a pessoa mais malvada do mundo porque me viciou em Aikaryu essa fic vai se homenagem pra ela, apesar de estar uma caquinha, e também para a Kiira-papy-fofa que dá os ataques comigo /o/~e também pra todo mundo que lê Estrela cadente, enfim, acho que é isso.
ススメ ピラテス- Aikaryu
O jovem acordou com o toque do despertador. Odiava aquele som, mas sabia que sem ele, o jovem não acordaria na hora, e perderia muitas coisas frescas na feira. Entrou no banheiro apertado e tomou um banho para acabar de fez com a preguiça e com o sono. Saiu do banheiro com uma toalha tapando as partes íntimas, e mesmo morando sozinho ele tinha vergonha de mostrar que era um homem, se achava tão bonito como mulher. Abriu o armário e pegou o vestido que comprara no dia anterior. Ele era preto com rendinhas. Escolheu uma tiara de laço preto e fez um penteado com cachinhos atrás, pôs a tiara e ajeito o vestido, pegou uma bolsinha, também preta e saiu para a tão esperada feira.
O jovem era bonito, não muito alto, seu cabelo era seu maior orgulho, ele achava que era ele que o fazia parecer mais bonito, mais feminino. O jovem morava sozinho num apartamento minúsculo e de vez em quando recebia a visita de sua mãe, pessoa que respeitava muito.
A feira não era uma das mais limpas e nem das mais cheirosas, muito pelo contrário, parecia que todo lugar fedia a peixe, mas se o loiro quisesse fazer o jantar que planejou naquela semana todinha, ele teria que enfrentar isso.
Andando um pouco pela feira, o jovem acabou pisando em alguma das entranhas que os peixes tinham. Ele olhou para a sola do sapato com cara de nojo, não pela visão que aquilo proporcionava, mas pelo cheiro que aquilo exalava.
Os pescadores ofereciam seus peixes, grandes, pequenos, de diversos tipos, mas o jovem não conseguia achar o peixe que procurava. Não podia ser um peixe qualquer não! Tinha que ser aquele peixe, afinal, era um jantar especial.
Observava bem a cara de todos os peixes, mortos. Os pescadores que também vendiam os peixes começaram a notar a presença do bonito homem que mais parecia uma mulher ali na feira, e logo, começaram o alvoroço.
- Mulher bonita não paga, mas também não leva - Gritou um pescador, direcionando seu olhar para o jovem.
E o jovem passava reto, não sabia se ele ignorava o comentário ou se não entendia.
Já tinha percorrido praticamente a feira todo e não encontrou nem sombra do peixe. Já estava desistindo e indo em uma peixaria especializada, porque mesmo que fosse muito mais caro, ele tinha certeza que lá ele encontraria o que procurava.
E decidindo dar meia volta e ir procurar uma peixaria, o jovem esbarrou com um homem loiro e alto, com vestes esfarrapadas, calça até embaixo do joelho e um cinto improvisado de pano, o jovem pediu desculpas e já ia quando esse mesmo homem alto bloqueou sua passagem.
- É você? - Perguntou o mais alto, mostrando uma imensa surpresa.
- Não sei, acho que eu sou eu... - Respondeu o loiro por educação, mas coçando a cabeça.
- É você mesma? - perguntou o alto novamente, tirando um paninho do bolso e uma ampola de algum lugar no cinto de pano.
- Ah, você deve estar enganado... Eu não sou uma--- - O jovem não conseguiu terminar a frase, pois o mais alto pôs o pano com o produto tirado da ampola em seu nariz e após o mais alto tapar também sua boca, o jovem desmaiou.
***
Um pouco antes...
Um homem dava ordem aos tripulantes, enquanto manuseava o barco através do leme de madeira maciça e extremamente escura, sem sequer tirar os olhos do porto onde ancoraria o barco, pronto para a missão de sua vida.
O capitão de cabelos esverdeados e chapéu preto na cabeça pulou da popa direto para o convés, ao invés de utilizar a escada que mantinha-se quase inutilizada por ele. O capitão parou a frente de seus dois melhores homens. Um deles era alto, cabelos loiros, que até alguns anos era castanhos, mas acabou queimado demais pelo sol, perdendo sua cor original. O outro usava uma máscara de caveira e mantinha a cabeça protegida por uma bandana de cor avermelha, meio surrada. Ambos não tinham uma aparência amigável, vestiam vestes surradas e estavam aparentemente sujos.
- Vocês já sabem o que têm que fazer. - Disse o capitão sorrindo - Uli vai para o Sul e Daiki para o Norte, quero que relatem tudo que encontrarem semelhante ou que diz respeito a Ela.
Em poucos instantes o barco foi parando. Uli jogou a âncora no mar e assim que o Navio finalmente parou ele pulou para o porto, seguido por Daiki que começaram sua missão, correndo no meio das pessoas, tomando lados completamente opostos em questão de segundos.
Kaworu observava tudo ainda no navio. Tinha orgulho daqueles dois, eram tão determinados e sonhadores quanto ele. O capitão retirou-se da borda do navio para seu gabinete.
O local era um tanto quanto apertado, mas aconchegantes. Milhares de pergaminhos eram organizados naquele cômodo, todos com devida ordem e cuidado, mas um era especial, o que trazia a imagem, belamente desenhada da mulher mais bonita dos mares, a pirata mais habilidosa de todos os tempo.
Essa era uma personagem muito conhecida no meio dos piratas. Era uma lenda curta e triste, sem um final definido. Contava a história de uma mulher muito bonita que, por ser mulher era completamente desprezada no meio da pirataria. Começou como recruta que limpava os convés de um navio que quase não roubava. Em uma de suas raras aventuras foi seqüestrada por engano por um outro grupo de piratas que a amarraram e tentaram abusar dela, mas por algum motivo não conseguiram e a jogaram no mar. Ela sobreviveu três dias até ser encontrada por um barquinho de um navio que explodiu a muitos metros de onde ela foi jogada. Os três piratas que tinham sobrevivido socorreram-na e ela ajudou-os a construir um novo navio, e assim ficou muitíssimo famosa, pois em menos de um mês eles foram os piratas mais conhecidos do mundo. Mas o engraçado é que ninguém sabe o que aconteceu com ela. Uns dizem que ela tornou-se Capitã do navio, mas pelo mesmo motivo que impediu os piratas de abusar dela, ela se prendeu na cabine do navio e nunca mais saiu. Outros dizem que ela preferiu voltar a uma vida pacata, numa cidadezinha pequena e é seguindo essa última hipótese que Kaworu decidiu procurá-la em qualquer canto do mundo.
***
O jovem abriu os olhos, tentando raciocinar onde estava. Via um chão de madeira, ouvia o som do mar. De repente percebeu que não conseguia mexer as mãos e muito menos os braços. Levantou a cabeça e sentiu um pouco de dor. Viu o horizonte, o mar, mas não encontrou o porto e muito menos a feira na qual ele se encontrava.
Daiki, o homem alto com quem o jovem se deparou, andou em sua direção, constatando que este já havia acordado.
- Acordou bela adormecida? - Perguntou o mais alto, aproximando-se mais do jovem, olhando bem para seu rosto.
- Onde eu estou? - Perguntou o jovem olhando de um lado para o outro, encontrando apenas o mar, algumas gaivotas, as nuvens e aquele próprio navio.
- BEM VINDA DE VOLTA AO MAR - Disse Daiki, estendendo os braços.
Ao ouvir o escândalo do outro, Uli também se aproximou do novo prisioneiro do navio.
- Engraçado, na pintura ela não parece tão alta assim... - Comentou Uli com Daiki, que também parou para pensar.
- Tem razão, mas eu tenho certeza que é ela, a não ser que tenha duas pessoas iguais no mundo, ou elas são gêmeas...
- Ah, desculpe, acho que houve um engano eu não sou uma... - Começou o jovem ainda preso em algum lugar que ele nem se deu ao luxo de olhar.
- PRINCESA DOS SETE MARES - Começou o capitão Kaworu, juntando-se ao trio. - Dormiste bem? - Perguntou o Capitão, passando a mão no rosto do jovem - Desculpe esse bruto que acabou batendo em sua bela cabeça, ele nunca mais fará isso, querida princesa.
- Anh... desculpe, mas eu não sou...
- Daiki! Desamarre nossa princesa e a leve ao meu cabinete. - Disse Kaworu, virando-se para os dois - E Uli, arrume um lugar descente onde a princesa possa passar a noite. - Com isso o capitão retirou-se para conferir o resto do navio, carregando a bandeira num mastro que lhe servia de apoio.
Uli, o pirata um pouco mais baixo e mais troncudo retirou-se para realizar a ordem do capitão, enquanto Daiki começou a desatar a corda que prendia firme os pulsos do jovem.
- Eu não perguntei, qual é o nome da senhorita? - Começou Daiki, enquanto tentava desatar os primeiros nós.
- Era isso que eu tava tentando falar... Não sou uma senhorita...
- NÃO - Perguntou Daiki surpreso, parando de desatar o Nó e chamando a atenção do resto dos piratas - ... Eu esqueci como desfazia esse nó... ah! Lembrei... - Disse pra tentar disfarçar e continuou a conversa. - A senhora... então não é mais... anh...
- Não, não - Começou o jovem, balançando seus cabelos loiros para tirar a franja que o vento insistia em grudar em sua testa - Eu sou um homem...
- Um... HOMEM? - Assustou-se Daiki, mesmo assim controlou sua voz para que os outros não ouvissem - Mas você usa vestidos...
- Eu sei, eu acho que fico bonito com eles...
- É... eu também acho... - Disse terminando de soltar o loiro
- Obrigado. - Disse o jovem, com as mãos para trás e um sorriso meigo no rosto.
- Mas eu ainda não sei... qual o seu nome? - Perguntou Daiki.
- Tetsu... Mas eu prefiro que me chamem de Shagrath.
- Shagrath? Que nome mais estranho
- E você é o Uli... - perguntou, pendendo a cabeça para o lado, meigamente.
- Daiki - corrigiu o mais alto.
- Uli Daiki é um nome mais estranho que Shagrath...
- É porque não é Uli Daiki, é só Daiki, Uli é o outro, o fortão, sabe...
- Ah... aquele que vai arranjar um quarto pra mim?
- Sim... esse mesmo...
- E o cara estranho lá? Aquele que está carregando uma bandeira...
- Aquele é o capitão do Navio... Kaworu
- Kaworu é ainda mais estranho... mas vamos Daiki-san! - Disse o loirinho, segurando o braço do pirata mais alto do navio.
- Vamos? Vamos para onde? - Perguntou Daiki tentando equilibrar-se enquanto Shagrath o puxava para alguma parte do Navio.
- Ver como está ficando o meu quarto oras... - Disse o loiro, parando de caminhar e olhando a cara de Daiki que logo foi tomado por um tom avermelhado.
- Seu quarto fica pro outro lado... - Disse Daiki, abaixando a cabeça e apontando para o lado oposto a qual estavam seguindo.
- Anh... Certo! Então vamos conhecer o meu quarto! - Disse Shagrath saltitando pelo convés, puxando Daiki consigo.
Uli terminava de arrumar a cama para a princesa, quando Shagrath e Daiki apareceram. Shagrath olhou bem o quarto e acabou pulando na cama recém-arrumada por Uli...
- Uli... - Sussurrou Daiki, para que Shagrath não pudesse ouvi-lo. - Eu me enganei... essa daí não é a princesa...
- Claro que é Daiki! Olhe para ela, tão delicada... - Respondeu Uli, enquanto via Shagrath pular em cima da cama de mola e desarrumá-la toda.
- Não, Uli seu baka... Ela não é ela... É ele! - Disse Daiki ainda sussurrando.
- COMO ASSIM? - Perguntou Uli, chamando a atenção de Shagrath, que desceu da cama e começou a encará-los, sem que nem Uli e nem Daiki percebessem. - Você está querendo me dizer que a Princesa que imaginávamos ser princesa na verdade é um homem? Daqueles barbudos e fedidos?
- Não, baka! Eu disse que este ser não é a princesa, porque ele é um homem... Nós pegamos a pessoa errada!
***
Kaworu se jogou na cama. Haviam imagens da princesa em toda parte do aposento. Desenhos feitos por ele, copiados da imagem original tantas vezes que não era nem preciso mais olhá-la, e os traços do desenho já saiam automaticamente. O capitão suspirou. Uma parte do seu plano já tinha foi feita. Raptar a princesa. Agora era só fazer com que ela se apaixonasse por ele para que os dois pudessem se casar.
Uli entrou no aposento, fazendo com que Kaworu se levantasse rapidamente.
- Capitão eu preciso te falar uma coisa! - Disse o pirata tentando recuperar o fôlego.
***
Shagrath continuava pulando na cama. Daiki continuava a observá-lo.
- Daiki-kun, não fique aí parado! Venha cá! - Disse o loiro, estendendo os braços.
Daiki caminhou lentamente até a cama, onde sentou, ao lado de Shagrath, que mantinha os braços abertos, esperando que o mais alto se aconchegasse neles. Como Daiki não o fez, Shagrath acabou abraçando o outro de qualquer jeito estralando um beijinho em sua bochecha e o deixando vermelho.
- Daiki-san... eu não te falei, mas eu tenho que estar de volta em casa antes da meia-noite - Disse Shagrath lembrando-se do jantar que tinha que fazer.
- O que? Você é lerdo? Não sei se você percebeu, mas você foi raptado pelos piratas desse navio, talvez você nunca mais volte para casa.
- Mas eu tenho que voltar... quem vai fazer o jantar?
O mais alto suspirou. Seria inútil tentar explicar para o outro que ele não voltaria para casa tão cedo.
De repente o Navio começou a balançar como se uma bomba o tivesse atingido. Daiki acabou caindo sobre Shagrath, fazendo com que os dois lábios se colassem. Daiki separou-se de Shagrath rapidamente, e virou o rosto escondendo o quão vermelho ele estava. O loiro ficou estático, ainda tentando raciocinar o que tinha acontecido quando um barulho estrondoso atrapalhou seus pensamentos, fazendo-o se jogar para cima do mais alto.
Daiki ficou sem reação quando viu o mais baixo abraçar-lhe a cintura e se sentiu suas bochechas queimarem ainda mais. De repente o pirata Uli abriu a porta, chamando-lhe a atenção.
- Dai--- Desculpa atrapalhar vocês... eu volto em outra hora - Disse Uli, ao ver a posição em que os dois se encontravam.
- Ei Seu baka! Não é nada disso que você está pensando! - Gritou Daiki, meio embolado pela vergonha que sentia.
- Ah! Que bom... Seguinte, estamos sendo atacados por um navio desconhecido! - Recomeçou o outro com desespero, enquanto bombas ao fundo fazia a trilha sonora mais emocionante.
- Um navio desconhecido? Impossível! Kaworu-sama conhece todos os navios que existem! - Disse Daiki, levantando-se e correndo para a porta, junto a Uli - Desculpe Shagrath, mas é mais seguro você ficar por aqui! - E assim Daiki fechou a porta.
***
Kaworu saiu de seu gabinete para ver o que seriam aqueles estrondos que atrapalhavam seu sono de beleza. Ele pegou o binóculo e mirou para a fonte das balas que teimavam em querer atingi-lo. Kaworu focou no navio, surpreendendo-se logo depois. Não reconhecia a bandeira. Era a primeira vez na vida que não reconhecia aquela bandeira, e do jeito que eles atiravam provavelmente seria a última.
- Uli, eu quero que você chame o Daiki, ele tem boa postaria e vai conseguir acertar aquele navio antes que ele nos acerte! - Gritou Kaworu para o pirata que ainda estava estático na frente de seu gabinete.
Em poucos instantes Daiki estava preparando um dos canhões, junto com outros marujos do navio.
Mesmo com a ótima pontaria de Daiki, o navio de Kaworu não conseguiu atingir o inimigo, e este estava se aproximando cada vez mais, chegando ao ponto de ficarem lado a lado. Do navio saltaram várias pessoas, todas com armas nas mãos. Mas logo atrás Kaworu reconheceu seu maior ídolo.
- Não é possível! É você? - Perguntou Kaworu, mesmo encurralado. - Mas eu te capturei hoje de manhã... Você estava ali... - Disse o capitão, apontando para onde mandara Uli preparar o quarto do refém.
De repente, Shagrath saiu do quarto, como se nada estivesse acontecendo, chamando a atenção de todos ali presentes.
- TERU-CHAN~ - Disse o loiro, saltitando até a pessoa que estava vestida igual a si.
- Teru... chan? - Questionou-se o capitão do navio, vendo o quanto os dois eram parecidos, principalmente juntos. Agora não poderia dizer quem era seu refém e quem era o seu ídolo.
- Quanto tempo... eu queria fazer um jantar para você, mas eu fui seqüestrado por esses senhores e eu não consegui o peixe... perdoe-me. - Dizia um dos loiros.
- Eu percebi que você foi seqüestrado, eu passei na sua casa e não te encontrei por lá... fiquei desesperado... peguei o navio e vim a toda velocidade...
- Você veio para me buscar?
- Sim, eu estava preocupado...
- Ah que bom! Olha, da próxima vez que formos jantar, podemos convidar o Daiki-san... ele me fez companhia hoje e me parece uma boa pessoa.
Teru olhou para Daiki e deu um sorriso meigo. - Soltem o rapaz... Ele vai voltar com a gente - Disse o loiro mais baixo para um dos piratas que mantinha uma faca em seu pescoço.
- Espere... você é a princesa dos sete mares? Aquela da lenda? - Perguntou Kaworu, antes que os três fossem embora.
- Sim, me deram esse apelido, mas eu não sou uma princesa... eu sou um homem... então, esse título não convêm. - Disse o loiro mais baixo, dando um sorrisinho meigo.
- De qualquer forma... eu... eu.. sou seu maior fan! - Disse Kaworu, decido a não deixar seu ídolo escapar assim, tão fácil.
- Meu ídolo? Nossa eu tenho fans? - Perguntou-se Teru, sorrindo mais meigo que antes. Seus olhos brilhavam de felicidade. - Acho que então não tem problema de você vir jantar com a gente também né Tetsu-kun?
- Não, não, mas aí temos que levar o senhor Uli também, porque eu não quero que ele fique aqui sozinho né...
***
Shagrath abriu a porta de casa e ligou as luzes. Parecia que tanto tempo havia passado desde aquela mesma manhã. Daiki, Teru, Kaworu e Uli entraram na casa. A sala era muito bem organizada e limpa. Tinha um sofá de frente para uma lareira, a cozinha ficava ao lado, separada por uma bancada de pedras, e duas camas mais ao fundo.
Daiki sentou-se no sofá meio encabulado. Fazia muito tempo que não entrava em uma casa. Era difícil se acostumar com o chão. Ele parecia tão... parado. Logo depois, Kaworu sentou-se ao seu lado, pondo a mão na cabeça logo em seguida.
- Nossa! Estou tonto! - Exclamou o capitão.
Teru e Uli foram preparar a mesa de jantar, enquanto Shagrath terminava de preparar o peixe que Teru acabou comprando. Logo todos estavam sentados à mesa. Kaworu se interessava cada vez mais nas histórias contadas pelo seu ídolo, Teru. Daiki não tirava os olhos de Shagrath, e este, sempre que cruzava com o olhar do mais alto dava um sorrisinho meigo, fazendo o outro corar.
- Ah... Acho que eu não vou agüentar ficar longe do meu navio não - Disse Uli, meio bêbado de tanto tomar vinho.
- Teru-chan vai passar a noite aqui... Kaworu-san e Daiki-san também querem? - Perguntou Shagrath terminando o jantar.
- Anh? Eu posso? - Perguntou Kaworu, abraçando Teru, fazendo-o ficar vermelho, parece que o fato dele ser homem não diminuiu a paixão de ídolo que Kaworu tinha para com ele.
- Claro que pode, Teru-chan vai ficar muito feliz! E Daiki-san, também vai ficar?
- Não... acho que eu vou voltar para o navio... - Disse meio sem graça. Não tinha nem a mínima esperança com o loirinho, e tinha que fazer seu coração cair na real com relação a isso.
- Fique, por favor - Disse Shagrath
Foi quando Daiki notou que se ele não ficasse lá, o loirinho ia ficar no meio do recém-casal-supostamente-feliz, e ele não queria que seu capitão ficasse de mau humor no dia seguinte - Tudo bem...- acabou por responder. - Mas tem um problema... nós temos duas camas para quatro pessoas...
- Ah, não tem problema... Aqui dentro é muito quente, nós podíamos dormir lá fora né Daiki-san? - Disse Kaworu para o mais alto.
- Nada disso, Kaworu-san fica aqui, com Teru-chan, Eu e Daiki dormimos lá fora. - Disse Shagrath.
O loiro e o mais alto foram para fora. No quintal de casa tinha uma escada, que dava para o teto, e uma parte coberta, onde já tinham dois colchões prontos.
- Quando você preparou isso?
- Anh? As camas? Faz duas semanas...
- Anh?!?!?!
- É que sempre que o Teru-chan vem para cá, ele traz uns amigos, e de vez em quando eles dormem aqui, aí isso daqui sempre fica pronto.
- Anh... Olha, hoje vai ser lua nova, é perfeito para olhar as estrelas. - Disse Daiki, apontando para o céu.
- Então vamos subir no telhado!
Já em cima da casa, com cobertores e passando frio, Daiki abraçou Shagrath, já que este não parava de tremer e fazer barulho, com dentes batendo. Em poucos instantes, foi possível ouvir um som estranho, vindo da casa. Daiki ficou vermelho, e vendo isso, Shagrath perguntou:
- O que houve? O que é esse som estranho?
- É melhor você não saber... acredite em mim.
Shagrath achando engraçada a resposta, deu um saltinho para alcançar os lábios do mais alto e lhe deu um beijo nos lábios. - Eu acredito em você.
Daiki ainda estava estático, não sabia o que fazer. Sabia que era aquilo que queria, e que por dentro estava um foguetório de artifícios inimagináveis, mas não sabia como agir, não sabia se beijava o outro, ou se deixava quieto, ou se fazia que nem o Teru e o Kaworu... Mas para a sorte dele, Shagrath mesmo começou puxando um assunto.
- Olha... Para lá está chovendo...
- Tetsu... não é chuva, é estrela cadente, um bando dela, faça um pedido!
- Porque está me chamando de Tetsu? Não gosto... E não vou fazer pedido coisa alguma, onde já se viu, fazer pedido para a chuva? - Dizia o loirinho, virando a cara e fazendo bico, reclamando mais consigo mesmo do que com Daiki, que apenas olhava apaixonado a expressão do outro.
Daiki não resistiu muito tempo, levantou o queixo de Shagrath e iniciou um longo e romântico beijo.
~FIM~
2007.03.14
Nota: Okay, eu sei que ficou grande e cortado, mas minha mente é incapaz de fazer uma one-shot, ela passa por uma série e quando eu vejo eu tenho que separá-las em capítulos, ou então eu olho para a cena e digo... Isso é digno do fim do capítulo então para mim foi meio complicado, mas eu prometo continuar tentando viu?