to cross the red line

Apr 14, 2010 11:01

O escritório em que eu trabalho mudou de endereço e eu passei a fazer metade do meu trajeto matinal via linha vermelha do metrô. E tipo que eu era uma pessoa feliz na linha azul e não sabia. Uma boa analogia para exemplificar a idéia da linha vermelha é a de se ir para o meio da rodinha mosh pit de um show de blackmetal. A linha vermelha é a prova de que dois corpos ocupam, sim, o mesmo lugar no espaço. Tenho certeza de que um dos pontos finais é Dachau e o outro é Auschwitz. É toda uma experiência involuntária de se entregar ao calor humano do próximo que, puta que me pariu, está excessivamente próximo de você. Não vou passar incólume por essa, vou quebrar uma costela, fraturar o dedinho ou, tragédia, o empurra-empurra vai me fazer cair dentro do vão bem na hora em que o trem estiver chegando. Guardem minhas palavras.

Mas a melhor parte é que no meu trajeto de debut eu só conseguia pensar em versos de We are the world e fiquei rindo que nem uma retardada até chegar à minha estação. Fato é que desgraça por desgraça, ao menos eu sou uma pessoa que precisa de muito, mas muito pouco para se divertir sozinha.

transporte público, morri, wftcw, trash, glamour de guerra

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