Fic: Days ‘After’ You Came - 07
Autora:
molkitaBeta: Ninguém! D: Então, desde já, vão desculpando os erros.
Fandom: Placebo
Par: Nenhum nesse capítulo.
Classificação: PG-13 (pela temática, slash e uma ou outra palavra inapropriada)
Sobre a fic: Seqüência da fic
Days Before You Came (é melhor lê-la antes de começar essa aqui), fala sobre a formação e início da banda.
Nota: Essa fic ainda está incompleta (escrevi-a há anos e até hoje não consegui a terminar - perdi dois capítulos que não havia postado em um backup e acabei ficando sem ânimo e inspiração para reescreve-los), mas como ando em Placebo!mood esses dias vou ver se consigo continuá-la, até o momento a fic conta com 20 capítulos, então já é bem grandinha. Resolvi escrever essa fic no ápice de meu vício pela banda, nada do que escrevi é real, mas tudo está bem embasado nos relatos e entrevistas que li. Usei todos os meus conhecimentos sobre os meninos para escrever isso! xD Não conheço os moços da banda, não estou ganhando dinheiro com essa fic e nada disso aconteceu de verdade (Se bem que de certa forma aconteceu sim! O.o Só não foi exatamente assim como descrevi! xD). Postei essa fic originalmente no fórum brasileiro do Placebo.
Days ‘After’ You Came - 07
“Primeiro!”
Stefan gargalhou e segurou o braço de Brian antes que este estivesse fora de seu alcance.
“Hey! Mas que pressa é essa, hum? ‘Primeiro’ a quê?” Questionou.
“A tomar banho, lógico!” Brian respondeu sorrindo. “Você não está com nojo de si mesmo?” Perguntou fazendo careta. “Eu acho que nunca estive tão sujo em toda a minha vida! Minha roupa está molhada de suor.”
“Ah, okay.” Stefan falou assentindo. “Droga de apartamento com um só banheiro!” Completou ao sentir seu próprio cheiro.
Brian deu uma risadinha e seguiu seu trajeto. “A propósito, Stef,” Disse antes de passar pela porta. “Eu estou morrendo de fome, você não? Faz um sanduíche para mim, por favor?”
“Pode deixar.” Respondeu com um sorriso de escárnio no rosto. “Algo mais, senhor?” Terminou em um tom que era um misto de brincadeira e sarcasmo.
“Ah, não, não. Só isso mesmo, muito obrigado.” Brian fingiu superioridade.
“Mas você vai preparar os drinks depois, heim!” Stefan falou impedindo seu amigo de chegar ao seu destino mais uma vez.
“Só se depois nós sairmos para dançar.” Brian virou-se para esperar a resposta do amigo.
“Isso já fazia parte dos meus planos, doçura.” Stefan declarou fingido tom galante e piscou um dos olhos para Brian, que simplesmente não pôde evitar gargalhar.
Logo em seguida, Brian finalmente entrou no banheiro.
~x~
Ao fechar o chuveiro Stefan não pôde impedir que um sorriso se estendesse por seus lábios. Em forma de ‘hum-hums’ Brian cantarolava uma das músicas que os dois haviam criado juntos. 36 Degrees, que tinha um ritmo bem alegre para uma canção de temática triste como amor não correspondido e depressão.
O toque do telefone fez com que Brian parasse de cantar. Stefan ouviu-o levantar-se com alvoroço para atender ao chamado estridente.
~x~
“Aaaalôôôw!” Brian exclamou sorrindo de orelha a orelha.
“Molks?” Veio a resposta curta.
Brian prendeu a respiração por um tempo. Seria mesmo a pessoa que ele estava pensando que era?
“Molks? É você?” A pessoa do outro lado da linha insistiu.
“B... Beanie?!” Perguntou incerto de suas próprias palavras.
“Ah, então é você mesmo!” Steve gargalhou. “Tudo bem com você, Sorriso?” (N.A.: Dentre seus apelidos, Brian listou ‘Smiler’, como ‘Sorridente’ iria ficar muito estranho, eu optei por ‘Sorriso’.)
“Aw, Beanieee!” Brian praticamente gritou. “Que saudade! Como você conseguiu meu telefone novo?”
“Ora, liguei pro prédio onde morávamos, como por lá ainda pensam que temos um caso foi fácil conseguir o número do hotel para onde você se mudou. Pra me transferirem até seu apartamento eu disse à recepcionista do hotel que era o seu tio!” Começou gargalhar.
Brian riu também.
“Como foi o show?”
“Ah, você lembrou do show de hoje!”
“Claro, você acha mesmo que eu iria esquecer?”
“Stevie, você é tão atencioso que às vezes fica difícil acreditar que você é hétero.” Brian disse com maldade e continuou sem dar chance alguma para que o outro protestasse. “O show foi fantástico! Steve, você tinha que ter visto, foi tudo perfeito! A platéia pareceu ter gostado muito. Foi maravilhoso! Stefan acredita que não vai demorar até conseguirmos fechar um contrato. Você tinha que ter visto!”
“Eu queria muito ter visto...”
Brian notou a ponta de tristeza na voz do amigo. “Você ainda vai demorar muito para voltar?”
“Ainda não tenho previsão, creio que sim.”
“Que chato, eu queria muito que você visse nossa próxima apresentação.” Brian liberou um longo suspiro. Era melhor mudar de assunto ou ele acabaria perdendo todo o seu entusiasmo e isso só deixaria Steve ainda mais triste. “E a sua turnê? Tem alguma novidade?”
“A turnê está bem, a aceitação do público está sendo animadora. Quanto a novidades...” Steve riu baixinho, algo que Brian não deixou de notar com empolgação. “Eu tenho uma.”
Silêncio.
“Ah, vamos! Fale logo, Steven! Você sabe que odeio suspense e-”
“Estou namorando!” Steve falou antes mesmo que Brian terminasse sua frase.
“Ah! Pensei que fosse uma novidade boa.” Brian declarou em tom fingido de raiva. “Já me trocou por outra, não é?” Fingiu então um tom de mágoa.
“Aw, não fique assim minha Brianna, você sabe que em meu coração só existe espaço para você.”
“Não consigo suportar a falsidade dos homens!” Brian exclamou em tom dramático, o que fez os dois começassem a rir. “Mas, falando sério, Steve, estou com saudades.”
“Eu também.”
“Então trate de ligar com mais freqüência.” Brian advertiu severamente.
“Ok, desculpe.” Steve falou em tom meio embaraçado. “Acho que estava com um pouco de medo de ligar pra você.”
“Medo?” Brian questionou surpreso.
“É, acho que estava com medo de descobrir que você estava chateado comigo.”
“Steve, isso soou meio gay, não acha?” Brian falou em tom brincalhão.
Steve gargalhou. “Eu sei! Mas o que posso fazer? Eu fiquei me sentindo mal por ter ido embora justo quando você precisava de mim, amigos não fazem isso.”
“Steve, não seja idiota e pare de se sentir culpado. Você precisava fazer isso! Não me trate como se eu fosse o egoísta que faço o possível para não ser. Por mais que eu tenha ficado triste, jamais ficaria chateado com você por essa bobagem.”
“Eu sei que não, mas você sabe como é, sempre estamos pensando no pior.”
“Isso é verdade.”
“Sabe do que mais eu sinto falta?” Steve perguntou e sequer esperou pela resposta de Brian. “De nossas longas conversas filosóficas sobre os temas mais absurdos, como o porquê do pão sempre cair com a manteiga para baixo,” Steve riu. “Sinto falta até de seus longos monólogos sobre como o meu gosto musical é ruim, como eu me visto mal, como falo engraçado e até mesmo das vezes em que você estava mais melancólico e resolvia narrar para mim às razões que tinha para achar que o mundo era injusto com pessoas diferentes.”
Brian ouvia tudo com um sorriso nos lábios. “Sempre achei que você não estava dando a mínima para esses meus discursos.”
“Bem, tenho que confessar que nem sempre os ouvia com atenção, mas sempre os ouvia. Você sempre tem uma opinião peculiar sobre as coisas, acho que isso é o que mais gosto de você.”
Brian riu. “Ah, eu também sinto falta de conversar com você, Stevie. Sinto falta de alguém para rir de minhas piadas infames.” Disse e fez com que Steve gargalhasse do outro lado da linha.
“Mas e você, Bri? Como está?”
“Eu estou bem, muito bem. Eu e Stef estamos conseguindo nos virar.” Respirou fundo. “Stefan é um amor de pessoa, ele é muito gentil e carinhoso comigo. Estamos morando juntos.”
“É, eu sei. E espero que ele esteja cuidando bem de você.”
“Ah, vamos, Steve! Não comece a falar como se eu fosse uma criança.”
“Desculpe, mas é força do hábito.” Steve declarou com sarcasmo, ao que Brian respondeu com um som atordoado de reprovação. “Mas e aí? Vocês dois já se acertaram?”
“Acertaram?!” Brian não pôde conter uma gargalhada. “Acho que não estou entendendo bem o que você está querendo dizer.”
“Ah, pois tenho certeza de que você entendeu muito bem.”
“Pare já com isso, Steven!” Brian soou um pouco irritado.
“Ok, ok, eu paro! Mas não entendo o motivo de sua irritação com esse simples comentário se vocês realmente não têm nada.”
“Hewitt!”
“Certo, parei. Só estou me certificando para não ser o último a saber.”
“Confie em mim, não há o que saber, eu e Stef somos amigos, parceiros de banda e moramos juntos para conseguir pagar o aluguem em dia. Nenhum segredo nisso, estou certo?”
“Está. Completamente.” Steve tentou soar sério, mas Brian percebeu o seu tom irônico.
“Ah, não dá para continuar uma conversa sensata quando você começa com suas gracinhas. Até mais, Steve!”
“Calma, Bri, só estou brincando!” Steve declarou em meio ao riso, sabia que tinha conseguido irritar Brian e era melhor mesmo se despedir antes que ele ficasse com raiva de verdade. “Está bem então, ligo pra você amanhã. Dê lembranças a Stefan por mim, ok?”
“Pode deixar. Algo mais?” Brian perguntou sem aparentar real interesse.
“Não, nada mais. Só não quero que você fique com essa cara feia.”
“Eu não estou com cara feia, Steven.”
“Sei que está, Molks. Eu só estava brincando, você sabe que eu te amo, não sabe?”
Brian não pôde conter um sorriso malicioso. “Espero que sua namorada não esteja ouvindo isso.”
Steve gargalhou. “Você não tem jeito, Molks. Nos falamos depois, certo?”
“Já estou esperando, heim!”
“Não se preocupe, você não vai esperar muito, lady!” Steve continuou brincando.
“Até logo Steve.”
“Até.”
Brian colocou o telefone no gancho.
“Era o Steve?”
Brian teve um sobressalto e virou-se para ver Stefan na porta do quarto.
“Era sim.” Respondeu e suspirou. “Ele mandou lembranças.” Disse e suspirou mais uma vez.
Stefan ergueu uma sobrancelha.
“Já estou com tanta saudade dele.” Brian respondeu, entendendo o gesto do amigo.
Stefan aproximou-se com um sorriso amigável nos lábios e sentou-se ao lado do outro no sofá. “Você parece estar precisando de um abraço bem apertado.” Declarou colocando uma mecha de cabelos negros atrás da orelha do amigo.
Brian mostrou um de seus enormes sorrisos de gratidão e envolveu o pescoço do sueco ao seu lado, assentindo.
“Não se preocupe, pequeno (N.A.: “Little One” também foi listado por Brian como um de seus apelidos), ele não vai te esquecer.” Stefan circulou a cintura de Brian com seus braços, retribuindo ao abraço. “E, enquanto ele não chega, eu estou aqui com você, não estou?”
Brian sorriu silenciosamente. Normalmente ele teria ficado irritado por terem o chamado de pequeno, ele nunca fora muito orgulhoso de sua própria altura, mas vindo de Stefan, soou mais como um apelido carinhoso, talvez pelo fato de Brian saber que Stefan não o ofenderia de forma alguma.
“Eu não quero que você fique só ‘enquanto ele não chega’.” Brian ouviu seu próprio sussurro e repreendeu-se mentalmente. Ah, não! Pensou. Já fazia um bom tempo que sua boca grande havia dado uma trégua, ela tinha que voltar a atacar justo agora?
“Quê?” Stefan afrouxou o abraço para poder encarar os olhos do outro.
“Nada.” Brian respondeu rapidamente.
Stefan sorriu. Ele tinha ouvido, a pergunta foi só um impulso, afinal foi pego de surpresa pela declaração. “Então eu não sou apenas um substituto até Steve voltar?” Queria uma confirmação de qualquer maneira.
“Claro que não, Stef!” Brian respondeu de prontidão e sentiu seu rosto se aquecer antes que ele prosseguisse. “Você é tão importante pra mim quanto o Steve... Apesar de conhecê-lo de verdade há menos tempo.”
Stefan ficou olhando-o roer as unhas, completamente sem jeito. Então, quase que inconscientemente, estendeu uma de suas mãos e acariciou toda a extensão da face direita de Brian com as pontas de seus dedos.
“Você também é muito importante para mim.” Disse em meio a um sorriso sonhador, seus olhos nunca deixando os de Brian.
Brian estava a ponto de explodir de tanta vergonha! Aquela situação estava se tornando cada vez mais constrangedora, principalmente porque os comentários maldosos de Steve não saíam de sua cabeça. Talvez em outra situação ele estivesse se sentindo lisonjeado e feliz, mas nesse momento o comentário de Stefan só havia lhe causado uma espécie de ‘dificuldade respiratória temporária’.
“Eu vou pegar as bebidas.” Disse ensaiando um sorriso e seguiu rapidamente para a cozinha.
~x~
Brian ergueu mais um copo de vodka.
Stefan brindou novamente, ele sequer lembrava quantas vezes já tinha repetido esse gesto naquela noite, mas deviam ter sido muitas... Brian estava bêbado, disso ele tinha certeza, o garoto havia acabado de cair em uma nova crise de risos e isso ele havia contado: Essa já era a terceira!
“Quê? Não me diga que você ainda está rindo da piada que contei dez minutos atrás!” Stefan perguntou começando a rir também. Ok, ele pensou, talvez eu também esteja bêbado, tudo está ficando estranhamente cômico pra mim, as risadas histéricas de Brian que estão o impedindo de falar, a mão que ele pôs na barriga numa tentativa de fazer a dor trazida pelas ‘sessões-de-riso’ ir embora, o telefone tocando-
Telefone tocando?
Stefan parou de rir e esforçou-se para ouvir - com certa dificuldade graças a Brian - e confirmar que de fato o telefone estava tocando.
“Bri, o telefone.”
Risos.
“Bri!”
Mais risos.
“Acho que vou ter que atender, certo?”
Brian assentiu freneticamente e pôs as duas mãos na boca, como se estivesse tentando parar de rir. Baixou a cabeça, encostando-a na mesa e escondeu o rosto com os braços, abafando as risadas que ainda quase o faziam cair da cadeira.
Stefan sorriu e seguiu para atender ao telefone, acariciando os cabelos de Brian durante o processo.
~x~
“Alô.”
“Quem fala?”
Stefan ergueu uma sobrancelha. “Hm, com quem você gostaria de falar?”
“Brian Molko.”
“Ah, só um instante, sim?”
“Certo.”
“Brian, é pra você.”
Brian parou de rir tempo suficiente para falar: “Diga que não estou!”
Realmente, Stefan pensou, nesse estado ele não vai conseguir atender a telefonema nenhum. Colocou o receptor do telefone na orelha novamente. “Olha, ele está meio ocupado, mas se você quiser deixar recado-”
“Oh, pelo amor de Deus! Coloque-o na linha! Acha mesmo que não consigo ouvir as risadas dele daqui?” A pessoa do outro lado da linha disse em tom irritado.
Stefan sobressaltou os olhos.
Brian riu ainda mais da expressão do amigo.
O homem alto limpou a garganta, tentando não perder sua paciência. “Posso saber quem quer falar com ele?”
“E eu posso saber quem é você?”
“Não antes de me dizer seu nome.” Stefan falou com sarcasmo.
“Está bem então! Vai insistir em tentar me impedir de falar com meu filho?”
Stefan assumiu uma expressão de puro choque e estendeu o telefone na direção de Brian. “Acho que é a sua mãe.”
Brian parou de rir de imediato.
Continua...