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Fic: Days ‘After’ You Came - 06
Autora:
molkitaBeta: Ninguém! D: Então, desde já, vão desculpando os erros.
Fandom: Placebo
Par: Nenhum nesse capítulo.
Classificação: PG-13 (pela temática, slash e uma ou outra palavra inapropriada)
Sobre a fic: Seqüência da fic
Days Before You Came (é melhor lê-la antes de começar essa aqui), fala sobre a formação e início da banda.
Nota: Essa fic ainda está incompleta (escrevi-a há anos e até hoje não consegui a terminar - perdi dois capítulos que não havia postado em um backup e acabei ficando sem ânimo e inspiração para reescreve-los), mas como ando em Placebo!mood esses dias vou ver se consigo continuá-la, até o momento a fic conta com 20 capítulos, então já é bem grandinha. Resolvi escrever essa fic no ápice de meu vício pela banda, nada do que escrevi é real, mas tudo está bem embasado nos relatos e entrevistas que li. Usei todos os meus conhecimentos sobre os meninos para escrever isso! xD Não conheço os moços da banda, não estou ganhando dinheiro com essa fic e nada disso aconteceu de verdade (Se bem que de certa forma aconteceu sim! O.o Só não foi exatamente assim como descrevi! xD). Postei essa fic originalmente no fórum brasileiro do Placebo.
Days ‘After’ You Came - 06
“Ashtray Heart?! Quem teve a idéia pra esse nome idiota?”
Brian semicerrou os olhos. Menos de meia hora tinha se passado desde que haviam chegado do aeroporto e ele já tinha a certeza de que o ‘ódio à primeira vista’ existia. O tal Robert estava se mostrando um imbecil, completamente insuportável.
“Não vemos nenhum problema no nome.”
“Pelo amor de Deus! Vocês não sabem que nome de banda tem que ser mais compacto? Será que não vêm os nomes das bandas da atualidade? Codeína e Morfina, por exemplo, são nomes compactos e descolados. Vocês deveriam repensar o nome, não quero tocar em uma banda que tem um nome tão patético.”
Brian gargalhou. “Okay, talvez Ashtray Heart não seja um nome assim tão ‘descolado’, mas por que motivo eu colocaria o nome de uma droga em nossa banda?”
Robert lançou um olhar ameaçador para Brian. “Eu não vou tocar com vocês se continuarem com esse nome estúpido.”
Stefan percebeu que Brian estava a ponto de explodir e decidiu que já era hora de interferir. “Robert, nós vamos pensar melhor em sua proposta, mas isso não é assim tão simples de se resolver, vai ter que nos dar algum tempo.”
Robert levantou. “É, eu sei. Bem, acho que vou dar uma olhada por aí, ver se encontro um apartamento para alugar em outro prédio... Um que tenha um nívelzinho melhor que esse de vocês.” Falou em tom brincalhão.
~x~
“Acho que você não simpatizou muito com ele, não é?” Stefan perguntou meio sem jeito assim que a porta foi fechada, percebendo o olhar irritado de Brian.
“Oh, mas o que é isso, Stefan! Eu A-DO-REI aquele retardado mental!” Brian moveu a cabeça negativamente. “Sinceramente, acho que com esse aí as coisas não vão dar muito certo.”
“Tenha calma, dê uma chance a ele, afinal é o único baterista que temos no momento. Ao menos ele toca bem.” Suspirou. “E não esqueça que o Festival já é próximo mês! Precisamos ensaiar o quanto antes.”
“Você está certo. Vou tentar ser mais paciente, é a única solução.” Foi a vez de Brian suspirar. “Vai se difícil, mas prometo que vou me esforçar, pelo bem da Ash... quer dizer, pelo bem da banda.” Revirou os olhos. “E mais essa! Agora sequer temos um nome para a banda.”
Stefan puxou uma cadeira da mesa e sentou-se ao lado do amigo. “Não fique tão chateado, pode ser até que a gente encontre um nome ainda melhor para a banda.” Ofereceu as palavras de consolo, soando esperançoso.
“Só não sei onde poderemos encontrar um nome melhor, Stef. Sinceramente não tenho nenhuma idéia e com certeza não iremos achar algo que faça sentido em meio aos nomes de drog-”
Stefan assustou-se quando Brian parou de falar abruptamente, alargando os olhos e batendo na mesa com as duas mãos.
“Já sei!” Exclamou eufórico, um sorriso radiante enfeitava seu rosto.
O rapaz alto continuou a olhá-lo surpreso.
“Nosso som é alternativo, concorda?”
Stefan apenas assentiu.
“E provavelmente apenas os ‘undergrounds’ e ‘outsiders’ vão gostar de ouvir nossas músicas, apesar dessa ser a real arte.” Brian falou as últimas palavras em tom brincalhão, com certo ar esnobe.
“Não estou entendendo aonde você quer chegar.”
“Musicas alternativas são consideradas sem valor por muitos, são vistas como algo que funciona para a indústria musical, estou certo?”
“Está sim, mas...” Stefan deu um meio sorriso. “Ainda não estou conseguindo acompanhar seu pensamento, o que isso tem a ver com o nome da banda?”
“Bem, querido Stef, o que estou querendo dizer é,” Os olhos de Brian brilhavam daquela forma intensa com a qual Stefan já havia se acostumado, eles sempre brilhavam assim quando Brian tinha alguma idéia que achava realmente boa, ou quando ele estava muito empolgado com algo. “Já que essas ‘bandinhas-comerciais’, que fazem música apenas para ganhar dinheiro, tocando o que a maioria das pessoas gosta de ouvir e não o que eles realmente gostam de tocar, estão usando nomes de drogas que funcionam para ‘batizarem’ seus projetos,” Enfatizou o batizarem fazendo aspas invisíveis no ar com seus dedos. “Nós, que realmente sabemos o que é amor pela música e não nos importamos se nossas canções vão ser hits ou não, poderíamos muito bem utilizar o nome de uma droga que não funciona para nossa banda ‘não-comercial’, ou seja, que não funciona para vender.” Brian falou a enorme sentença de uma só vez e só quando terminou permitiu que o ar entrasse em seus pulmões, olhando triunfante para o seu amigo que o encarava de forma pasma. Ele sorriu largamente, estava orgulhoso de sua própria idéia. “Criativo e mais do que ‘descolado’.” Terminou tentando imitar o tom de voz de Robert.
“E eu pensando que você nem ia considerar essa coisa de ‘nome-de-drogas’.” Stefan declarou retribuindo o sorriso. “Você sempre me surpreende com suas idéias, Brian.”
O menor dos rapazes bateu na mesa com bastante força mais uma vez, assustando Stefan novamente. “Placebo!” Declarou em meio ao riso. “Até que soa bem, não acha?”
“Acho!” Falava passando a mão direita freneticamente por seu peito esquerdo. “Eu acho! Só não me assuste assim outra vez, pelo amor de Deus!”
Brian começou a gargalhar e logo Stefan estava rindo também.
~x~
“Boa sorte.”
“Desejaria o mesmo pra você, mas isso não é necessário, você não precisa de sorte para se sair bem.”
Ele sorriu, agradecido pelo elogio, estava mesmo precisando daquilo, às vezes um pouco de mimo ajudava a aumentar a auto-estima, diminuindo um pouco o incômodo nervosismo.
Eles se abraçaram fortemente.
“Ah, um abraço em grupo! Ótima idéia, uma vez me disseram que isso dá sorte!” O baterista deu um jeito de participar também, envolvendo os outros dois de uma só vez em seus braços, o que não era algo assim tão difícil julgando-se pela massa muscular dos outros dois integrantes da banda Placebo.
Brian desvencilhou-se do abraço. “É melhor começarmos a nos aquecer.” Disse com uma ponta de raiva em seu tom de voz, por mais que ele se esforçasse para ser paciente Robert sempre acabava achando uma maneira para irritá-lo, isso já era tão comum que qualquer coisa que ele fazia era motivo suficiente para que Brian começasse a perder seu bom humor. Como agora, o vocalista estava apenas esperando o comentário idiota que sairia da boca do baterista cedo ou tarde, era sempre assim, isso ele podia garantir. Algumas coisas nunca mudam.
“Que batom ridículo, Molko!”
Aí está! Brian pensou.
“Como se já não bastasse o papelão que pagamos graças a essa sua obsessão ridícula por maquiagem, você ainda tem coragem de colocar essa coisa horrível na boca?” Robert riu com sarcasmo. “Às vezes eu realmente acho que você nunca se olha no espelho, não faria esse tipo de palhaçada se olhasse.”
Brian não sabia o que falar, tudo o que ele queria era xingar Robert naquele momento, mas havia prometido a Stefan que tentaria se controlar. Quem Robert achava que era para ter o direito de dizer tal coisa a seu respeito?
Stefan olhou preocupado para Brian, abriu a boca para falar, mas Brian foi mais rápido:
“Se você quiser o batom emprestado é só dizer, Robert, não precisa ficar com tanta inveja, só não creio que rosa cintilante seja exatamente a cor ideal pra você, já que uma cor tão delicada não foi feita para ser utilizada por orangotangos.” Terminou a frase com um enorme sorriso estampado no rosto, seus olhos faiscavam em fúria, seu semblante era puro sarcasmo.
O rosto de Robert contorceu-se em uma máscara de raiva. “Bastardo!” Tentou avançar no rapaz em sua frente, mas foi detido por Stefan.
Brian gesticulou um beijo para o homem enfurecido e começou a caminhar lentamente em direção ao seu camarim. Porém, antes de alcançar o seu destino virou-se novamente e lançando seu olhar na direção do homem mais alto. “E vê se não fica muito tempo perto desse selvagem, Stef, a ignorância dele pode ser contagiosa.” E, dessa vez, o beijo gesticulado e a piscadela foram para Stefan.
O baixista fez o possível para que o furioso baterista não notasse o seu sorriso de divertimento.
~x~
A adrenalina percorria todo o seu corpo, sentia suas pernas formigarem, seu coração bater de forma frenética, o sorriso que parecia que não mais deixaria sua face. Aos seus olhos tudo parecia ter ganhado uma beleza única, tudo estava mais belo. É maravilhoso! O show havia sido maravilhoso, ainda melhor do que o esperado. E mais uma vez ele pôde ter a certeza de que era aquilo o que ele queria fazer; expressar-se através da música, a sua música, poder conversar com milhões de pessoas e dizer um pouco do que ele pensava, tudo de uma só vez.
“Eu amo isso.” Sussurrou para si mesmo e acenou uma última vez para a massa de corpos suados e agitados que gritava à sua frente antes de começar a se retirar do palco.
Já estava secando o rosto em uma toalha branca quando Stefan chegou e o abraçou por traz sem maiores avisos, o que o fez dar um pequeno grito de surpresa.
Stefan gargalhou. “Desculpe, não queria te assustar.”
“Mas assustou!” Brian disse em tom fingido de raiva e jogou a toalha no rosto de Stefan, que simplesmente atirou-a no chão e voltou a abraçá-lo, ainda com mais força dessa vez.
“Hey, isso é tudo?” Questionou em tom brincalhão. “Nós acabamos de fazer um show maravilhoso e esse abracinho é tudo o que você me oferece para comemorarmos? Onde está a sua força, Olsdal? Esse tamanho todo é só fachada? ”
“Abracinho?” Ergueu uma sobrancelha. “Se eu te apertar mais receio que possa te partir ao meio!” Brincou.
Brian sorriu. “Nah, não se preocupe, eu não quebro, posso te garantir. Agora vamos, me mostre um abraço que realmente valha a pena.”
Stefan abraçou-o com toda a sua força, erguendo-o um pouco, fazendo com que Brian ficasse nas pontas de seus pés. “Esse show significou muito para a nossa banda, Brian... nesse instante alguém pode ter nos visto e realmente se interessado por nós. Eu fico feliz por ter a certeza de que demos o nosso melhor.”
Brian apenas assentiu, seu semblante relaxado, o rosto recostado de encontro ao ombro do outro.
“Viram como o abraço em grupo deu sorte?” A voz de Robert fez Brian revirar os olhos.
O baterista já estava se aproximando, provavelmente para tentar fazer parte do ‘abraço em grupo’ novamente, quando Stefan sugeriu que fossem embora o quanto antes para poderem comemorar.
Para mostrar o quanto estava agradecido pela idéia brilhante na hora mais necessária, Brian esticou-se um pouco mais e plantou um leve beijo na bochecha direita de Stefan. “Claro! Hoje eu quero encher a cara!” Declarou sorrindo.
“Mas vocês não vão esperar para ver as outras bandas?” Robert questionou surpreso.
“Ah, acho que hoje não, estou eufórico demais pra conseguir prestar atenção em qualquer outro show.” Disse o vocalista.
“É, além disso, só mais duas bandas vão se apresentar.”
“E uma delas é aquela porcaria de banda daqueles idiotas com quem eu tocava antes.” Brian completou. “Não vamos perder nada muito interessante.”
“Pois eu vou assistir ao próximo show, gostei do nome da banda.” Robert falou olhando o folheto que continha a programação do Festival.
Brian liberou uma risadinha. “E isso me dá a certeza de que eu realmente não vou nem mesmo querer saber o nome dessa banda.” Disse mais para si mesmo do que para os outros. “Stef, eu vou chamar um táxi, ok?”
O baixista assentiu e de imediato, o menor dos rapazes se retirou do camarim onde eles estavam.
“Vocês vão ter que começar a festinha sem mim.” Robert disse batendo no ombro do outro. “Mas não se preocupem, acho que não vou demorar tanto assim, não vou assistir ao último show.”
Sem saber o que falar Stefan apenas assentiu novamente, ele nunca fora de falar muito de qualquer forma...
“Tem certeza de que não preferem esperar para irmos todos juntos?”
“Não, Rob, acho melhor irmos, tenho certeza de que Brian realmente não vai ter paciência para esperar por muito mais tempo.”
“Ah, então deixa ele ir.” O baterista falou erguendo uma mão no ar. “Aquele cara é um chato e nós dois sabemos disso, eu sei que você quer ficar! Vai se divertir bem mais por aqui, eu sei disso!”
Stefan quase riu, mas como sempre, não ousando ser mal-educado, apenas sorriu e respondeu em tom amigável: “Acho que prefiro ir pra casa, estou um pouco cansado.”
“Casa?! E vocês não vão sair pra beber?!”
“Não sei, talvez... mais tarde. Acho que vamos beber em casa mesmo, estou cansado demais para sair agora, mas quem sabe mais tarde, depois de um bom banho e tudo o mais.”
Robert fez careta. “Cara, você tá aprendendo com o Molko, ou será que eu nunca notei que você era tão sem graça?”
“Acho que cabe a você decidir.” Deu um meio sorriso.
“Steffy! O táxi chegou, vamos?” Brian gritou sem sequer abrir a porta do camarim.
“‘Steffy’?!” Robert gargalhou. “Meu Deus, Stefan, você vai precisar de mais paciência e de um ‘boa-sorte’!” Declarou ainda sorrindo e abraçou o homem alto em sua frente. “Viver com esse viadinho não deve ser fácil, realmente não entendo como você agüenta. De qualquer forma, acho que não vou mais aparecer lá no AP de vocês, vou sair pra beber e ver se arrumo alguma mina. Caso você mude de idéia, dá um toque pro meu cel, ok? Tenho certeza que as meninas aí fora estão todas loucas pra dormir com um dos rockstars que tocaram hoje, você está desperdiçando a sorte grande, Stefan!”
Stefan forçou um sorriso. “É, eu sei. De qualquer forma, fica pra próxima, eu realmente estou exausto hoje.”
“Você que sabe.” Robert terminou a frase com outro tapa no ombro de Stefan.
“Boa sorte com as ‘minas’.” Disse a última palavra com certo tom de sarcasmo, que sequer foi percebido pelo baterista, que apenas acenou um ‘tchau’ para o rapaz mais alto.
~x~
“Você não tinha dito que o táxi havia chegado?” Stefan falou sentando-se ao lado do amigo em um banquinho de pedra, do lado de fora do prédio.
Brian tentava em vão tirar seus cabelos do rosto, mas o vento frio não estava colaborando. “Você acha mesmo que eu iria voltar para aquele camarim com aquele estúpido falando asneiras lá dentro?” Sorriu e uma mecha de cabelos atacou sua boca no mesmo instante. “Mas que droga!” Passava as mãos pelos cabelos repetidas vezes, puxando-os para trás.
Stefan sorriu. “É, eu também não estava agüentando o falatório dele... Sua mentira me salvou, tenho que admitir.”
Brian olhou para ele, sorrindo. “Nem toda mentira é feita para o mal, viu?”
O vento soprou com violência e Brian pôs as mãos no rosto, protegendo-se contra o ataque iminente de seus próprios fios de cabelo, detestava estar com o cabelo curto demais para prender e comprido demais para permanecer sob controle. Durante o dia inteiro o céu esteve coberto por nuvens escuras, sorte não ter chovido, de outra forma o primeiro show do ‘Placebo’ poderia ter sido arruinado.
“Você já chamou mesmo o táxi?” Stefan perguntou passando as mãos pelos cabelos do outro, começando a incomodar-se também com toda a ‘revolta’ das madeixas negras.
“Chamei sim. Ele já deve estar chegando.” Brian declarou olhando para Stefan, permitindo que o rapaz alto tentasse, sem muito sucesso, prender seus cabelos com os próprios fios.
“Brian?” Stefan falava em tom baixo, ainda mexendo nos cabelos do amigo. “Você acha que eu deveria dizer a Robert que sou gay?”
“Claro que não!” Virando-se, sentando de lado para poder encarar Stefan.
“Mas eu estou me sentindo um falso, fico fingindo enquanto ele fala mal de você pelos cantos, não gosto dessa situação. Além disso, se vamos ser mesmo uma banda, precisaremos ter uma conversa com ele, Robert tem que nos aceitar do jeito que somos, se não nos unirmos nunca vai dar certo.”
“Eu sei, Stef, eu sei. Mas tudo tem o seu tempo, não sei se ele vai se agradar muito se você chegar dizendo de uma hora para outra que é gay, Robert já te conhece há algum tempo e nunca desconfiou de nada, iria ser um choque. É melhor esperarmos um pouco, ver se ele se acostuma com a idéia de eu não ser exatamente um homem com ‘H-maiúsculo’ primeiro, depois nós pensamos em algo. Não acha que assim vai ficar mais fácil pra ele?”
“É, faz sentido.” Stefan concordou, finalmente desistindo de prender o cabelo do outro.
Brian sorriu e apontou para a esquina. “O táxi chegou.”
Continua...