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Fic: Days ‘After’ You Came - 05
Autora:
molkitaBeta: Ninguém! D: Então, desde já, vão desculpando os erros.
Fandom: Placebo
Par: Nenhum nesse capítulo.
Classificação: PG-13 (pela temática, slash e uma ou outra palavra inapropriada)
Sobre a fic: Seqüência da fic
Days Before You Came (é melhor lê-la antes de começar essa aqui), fala sobre a formação e início da banda.
Nota: Essa fic ainda está incompleta (escrevi-a há anos e até hoje não consegui a terminar - perdi dois capítulos que não havia postado em um backup e acabei ficando sem ânimo e inspiração para reescreve-los), mas como ando em Placebo!mood esses dias vou ver se consigo continuá-la, até o momento a fic conta com 20 capítulos, então já é bem grandinha. Resolvi escrever essa fic no ápice de meu vício pela banda, nada do que escrevi é real, mas tudo está bem embasado nos relatos e entrevistas que li. Usei todos os meus conhecimentos sobre os meninos para escrever isso! xD Não conheço os moços da banda, não estou ganhando dinheiro com essa fic e nada disso aconteceu de verdade (Se bem que de certa forma aconteceu sim! O.o Só não foi exatamente assim como descrevi! xD). Postei essa fic originalmente no fórum brasileiro do Placebo.
Days ‘After’ You Came - 05
“Brian não vai gostar nada disso.”
“Eu sei, por isso quero você por perto quando eu contar pra ele... tenho medo da reação, do Molks eu espero tudo.”
“Não sei se vou poder ajudar muito, não estou gostando dessa idéia... Justo quando as coisas estavam caminhando.”
“Eu sei! Mas vocês têm que me entender, ajudei o quanto pude, agora preciso cuidar um pouco de minhas coisas. E já estava mais do que na hora de vocês procurarem uma pessoa que possa se dedicar integralmente a ‘Ashtray Heart’.”
Stefan lançou um último olhar de desconfiança para o outro, respirou fundo e bateu na porta.
Ouviram passos apressados se aproximando, a porta se abriu e um Brian radiante os cumprimentou com um abraço mais do que apertado em cada um deles. Acordou de bom humor hoje... Pena que isso não vai durar muito tempo, Stefan pensava sentindo uma ponta de angústia em seu peito. A notícia que estavam trazendo não era nada boa, especialmente para Brian.
“Não esperava que vocês fossem chegar tão cedo, ainda nem arrumei o apartamento.”
Steve rolou os olhos. “Você nunca arruma esse apartamento, Molks.”
Brian lançou um olhar furioso para ele. “É claro que arrumo! Só que você sempre arruma um jeito de bagunçá-lo.”
“Quem você está querendo enganar, Bri?” Steve perguntou em tom sarcástico.
“Você é muito irritante, sabia? Mas meu humor hoje está ótimo e nem você vai conseguir mudar isso!” Brian declarou simplesmente.
Eu não teria tanta certeza disso. Stefan ressaltou mentalmente.
Brian sorriu para o mais alto dos rapazes, que já havia se acomodado no sofá. “Tenho ótimas notícias, Stef!” Sentou-se no sofá também. “Eu falei com um dos organizadores do evento que vai acontecer próximo mês aqui na cidade e ele disse que conseguiria uma vaga para nossa banda tocar se eu levasse as demos pra ele avaliar.” Fez uma pausa, como se quisesse ouvir algum comentário, mas os outros dois permaneceram calados, então ele resolveu prosseguir. “Bem, eu levei as demos ontem e ele já me ligou hoje dizendo que o nosso lugar estava garantido!” Sua euforia aumentava a cada palavra.
Stefan deu um meio sorriso. Claro, as notícias eram ótimas, em seu estado normal ele já estaria comemorando com Brian, mas o que Steve havia lhe dito era tão incômodo que estragava toda a sua empolgação.
“Nossa, nem um abraço eu mereço?” Brian questionou meio sem jeito. “Esperava que vocês fossem ficar felizes.”
“Ow, não é isso,” Stefan envolveu o pequeno rapaz em um abraço e plantou um beijo em seus cabelos. “É uma ótima notícia, mas é que...”
Brian desfez o abraço e encarou Stefan. “Quê? Aconteceu algo que eu não sei?”
Engoliu em seco e não conseguiu evitar olhar para Steve.
O menor dos rapazes lançou um olhar preocupado para Hewitt. “O que aconteceu, Beanie?”
“Brian, eu...” Steve não conseguiu olhar nos olhos de Brian por muito tempo, baixou o olhar e só então continuou em um tom de desânimo. “Breed vai começar a fazer a turnê...”
Stefan viu a mudança súbita no semblante de Brian.
“É uma turnê por tempo indeterminado e-”
“Mas você volta?” A voz de Brain estava imparcial.
“O pessoal estava planejando se mudar por um tempo para Manchester, onde é maior a nossa concentração de fãs e onde está também a nossa gravadora... Mas isso ainda não é certeza, tudo depende da aceitação da turnê em outros locais e,” Steve olhou para Brian, seu coração estava tão apertado. “Eu não queria. Não queria que isso fosse necessário...”
Stefan estava se sentindo completamente desconfortável, sabia muito bem o quanto Brian gostava de Steve. Iria ser extremamente difícil ficar longe dele depois de terem passado tanto tempo tão próximos. O pior era lembrar de Brian segredando-lhe apenas alguns dias atrás que ainda tinha esperanças de que Steve deixaria de ser apenas uma ajuda para a banda, passando a fazer realmente parte de Ashtray Heart.
Steve se aproximou, ajoelhou-se ao lado do sofá e pôs uma mão no rosto de Brian.
“Você sabe que se dependesse de mim eu ficaria aqui, Molks, ajudando você com sua banda, você sabe o quanto eu gosto de você... o quanto nossa amizade é importante, mas... Eu preciso fazer isso, é para o bem de minha carreira.”
Por um instante Stefan pensou ter visto lágrimas marejarem os olhos de Brian, mas Molko sorriu e envolveu Steve em um abraço.
“Faça o que tem que ser feito, Stevie. Eu entendo.” Disse ainda sorrindo. “Eu vou sentir muito a sua falta, Beanie.” Declarou então, suspirando longamente logo em seguida.
~x~
O céu parecia ter sido pintado de branco, as nuvens chuvosas impediam que o sol exibisse seus raios, apenas a sua claridade fraca esforçava-se por entre as nuvens para anunciar que era dia.
Stefan observava Brian organizar sua caixa de K7s com filmes gravados. Ele estava completamente melancólico hoje, Steve tinha ido embora ontem e desde o momento em que eles se despediram, Brian havia adquirido um semblante de indiferença. Stefan sabia que por dentro ele estava em prantos, com certeza não conseguia se ver sem Steve por perto, mas daqui pra frente seria forçado a conviver com essa realidade.
‘Cuide dele por mim’. Essas tinham sido as últimas palavras que Steve havia direcionado a Stefan.
“Quer ajuda?”
Brian olhou-o e mostrou um meio sorriso. “Não precisa se incomodar, estou fazendo isso justamente porque não tenho nada melhor pra fazer.”
“Não quer ir ao cinema?” Stefan perguntou. “É bem melhor que isso.” Apontou na direção das inúmeras pilhas de fitas de vídeo. “Eu vou te fazer companhia.”
“Muito obrigado, Stef, mas hoje não é um bom dia para ir ao cinema, já olhei a programação e só tem filme de drama passando... Acho que drama não seria uma boa idéia para mim no momento.”
“Entendo.” O rapaz alto declarou e sentou na cama. Era preciso pensar em algo, aquele tédio iria acabar deixando-o depressivo também!
Brian liberou um longo suspiro. “Stef, você já namorou alguém?”
Surpreso, o rapaz alto lançou um olhar questionador para o outro, seus olhos sobressaltados. “Porque essa pergunta agora?”
“Ah, por nada, nenhum motivo em especial, é só que,” Brian olhou para ele. “Vamos acabar morrendo de tédio se ao menos não conversarmos sobre algo interessante, não acha?”
“Concordo.” Declarou. “Só não acho que esse seja um assunto exatamente interessante.”
“Você ainda não se sente à vontade para falar comigo sobre essas coisas, não é?”
“Não é bem isso, é que...” Ele respirou fundo. “Só me envolvi com uma pessoa até hoje. E não foi exatamente um namoro, sabe?”
“Uma?” Brian pareceu surpreso.
“É, soa estranho, não? Mas é que pra mim isso sempre foi complicado, não conseguia me envolver com mulheres e nunca quis aceitar que me sentia atraído por homens.”
Brian colocou a caixa de fitas na estante e sentou-se na cama, o assunto parecia ter conseguido roubar toda a sua atenção. “E essa pessoa era homem ou mulher?”
“Eu já disse que não consigo me envolver com mulheres, não foi?” Corou suavemente “Apesar de ter me esforçado bastante quanto a isso... Muitas meninas bonitas já gostaram de mim, mas eu simplesmente não me sentia atraído por elas.”
“Nossa! Você nunca foi até o fim com uma mulher?”
Stefan ficou ainda mais sem graça. “Eu tentei uma vez.” Olhou para Brian com um meio sorriso. “Mas só comprovei que aquilo não era pra mim.”
Brian riu alto. “Não consigo entender como você pode não gostar de mulheres!”
“E eu não entendo como você pode gostar!”
Os dois ficaram se olhando por um instante, sorrindo.
“Bem, não estou querendo te forçar a dizer nada, mas... E com o cara, como foi?”
Stefan desviou o olhar dos olhos curiosos de Brian. “Aconteceu antes de eu voltar para a Inglaterra. Era um amigo meu da Suécia... Foi no fim do ano passado.”
Os olhos de Brian se alargaram. “Sua primeira vez foi com dezenove anos?!”
“Foi sim, por quê?” Perguntou com uma sobrancelha erguida. “Não tive tanta facilidade em aceitar minha sexualidade quanto certas pessoas, entende? E você? Quantos anos tinha?”
“Quatorze. Foi com uma garota dois anos mais velha e dois anos depois com um garoto também dois anos mais velho do que eu.”
“Quanta coincidência.”
“Pois é, mas... O seu foi tão recentemente, você não teve nenhum envolvimento com ele?”
“Não. Ele é hétero.”
“Hétero?!” Brian perguntou com uma ponta de sarcasmo.
“É, era meu amigo de longa data e acabei contando pra ele sobre minha falta de interesse em mulheres, ele disse que talvez eu fosse gay e de início eu disse que não, mas acho que desde os seis anos eu sabia que era gay.”
Brian sorriu. “Sei como é, também me divertia vestindo as roupas de minha mãe.”
“Exato.” Stefan declarou sorrindo. “Mas enfim, ele disse que eu só poderia saber se vivenciasse esse tipo de contato e se disponibilizou a me ajudar.”
“Aposto que ele também tinha dúvidas.” Brian declarou com maldade.
“É, eu também achei isso de início e, pensando agora, acho que esse foi o principal motivo para que eu aceitasse.” Stefan limpou a garganta. “Para resumir, digamos que essa experiência me ajudou a perceber que homens me excitam bem mais do que mulheres. Pra falar a verdade mulheres não me excitam nenhum pouco.” Disse sorrindo.
Brian gargalhou. “E o seu amigo?”
“Eu tinha me enganado. Ele realmente só tinha a curiosidade, não o interesse. Para ele não passou de uma brincadeira, não o culpo. Depois de um tempo percebi que também não estava exatamente apaixonado por ele, acho que o que sentia era mais parecido com gratidão, se não fosse por ele eu não teria começado a aceitar minha homossexualidade.”
“Sua família sabe, Stef?”
“Não! A sua sabe?”
Brian moveu a cabeça negativamente. “Ainda não.”
“Você pretende contar pra eles?” Soou surpreso.
“Claro, a idéia de ficar escondendo isso pra sempre não me agrada nada, além disso, acho que eles já devem desconfiar, não são burros. Eu só não cheguei pra eles e disse: ‘eu sou gay’, mas nunca deixei de agir como quis na frente deles, a maquiagem é a maior prova disso.”
“Não sei se um dia terei coragem pra contar.”
“Ai, Stef, não leve isso tão a sério, eu sei que não é fácil, mas isso também não é a pior coisa do mundo, é? Não estamos matando ou roubando, estamos?”
Stefan olhou para Brian. “Uma vez eu vi um garoto que foi a um programa de TV para poder contar ao pai que era homossexual, ele disse que assim era a única maneira, já que se dissesse em casa tinha medo da reação do pai e que já não agüentava mais mentir para a família. Bem, no fim, quando o menino finalmente contou, o pai disse simplesmente que aquilo tinha sido a maior decepção de sua vida e que ainda aceitaria se o garoto tivesse roubado ou coisa do tipo, mas que aquilo ele não conseguiria aceitar.” Stefan respirou fundo. “Não sei se quero isso pra mim, Bri.”
“Nem todo pai é tão estúpido quanto esse, Stef.”
“Eu sei... Mas mesmo assim, pensar na reação de meus pais me assusta. Não queria ser uma decepção pra eles.”
“E você acha que eu queria ser assim?” Brian questionou apontando para si mesmo. “A vida seria muito mais fácil se eu fosse uma cópia do meu irmão, como meus pais sempre quiseram. Mas esse tipo de coisa não se escolhe, Stef. Além disso, como alguém pode achar que você é uma decepção? Você é uma pessoa maravilhosa.”
“Obrigado, Brian.”
“Ah, não precisa agradecer.”
“Não estou agradecendo apenas por isso, mas por tudo o que você tem feito por mim.”
Brian lançou um olhar confuso para ele. O quarto havia se tornado mais escuro, as nuvens estavam mais carregadas.
“Você é a primeira pessoa que...” Stefan respirou fundo antes de continuar. “A primeira pessoa que consegue fazer com que eu me sinta especial. Especial pelo que eu sou de verdade, sabe? Eu me sinto à vontade pra não fingir ser outra pessoa quando estou com você.”
Brian moveu-se rapidamente e plantou um beijo na bochecha de Stefan. “E eu não iria querer que isso fosse diferente.” Disse em um sussurro.
Stefan sorriu e o abraçou.
A chuva começou a cair de forma fina e serena.
~x~
Não demorou muito tempo até que os dois estivessem morando juntos. Brian não estava conseguindo bancar muito bem o seu apartamento (antes Steve sempre dava uma ajudinha), além disso, facilitaria para que eles pudessem ter ensaios mais freqüentes. Porém, em seus íntimos ambos sabiam que o principal motivo para essa mudança era o fato de não conseguiam mais ficar muito tempo longe um do outro. Quando não estavam juntos, estavam se falando por telefone. A cada dia que se passava eles se tornavam mais íntimos e isso só aumentava essa ‘dependência-mútua’.
Stefan finalmente abandonou o apartamento que era bancado por seus pais e os dois encontraram um apartamento mais barato que pudesse ser pago com o dinheiro que eles ganhavam com os bicos que faziam.
~x~
“E qual é o nome dele mesmo?”
“Robert.”
“Ele sabe mesmo tocar bateria?”
“Sabe sim, ele estudou na escola de música na Suécia comigo.”
“Ele chega amanhã?”
“Sim. Eu pedi que ele viesse o mais rápido possível, afinal temos que ensaiar para o nosso primeiro show oficial, não é?”
“É.” Brian sorriu. “Só espero que ele pegue as músicas rápido. Falta menos de um mês para o show.”
Stefan ligou o aquecedor e voltou para a cama, envolvendo Brian em um abraço preguiçoso logo em seguida, era engraçado pensar que eles eram apenas amigos apesar de muitas vezes agirem como um casal. Exemplo disso era o fato deles terem escolhido o apartamento com apenas um quarto ao invés do que tinha dois. ‘Esse é uma suíte’, foi a desculpa mais cabível que os dois encontraram para justificar a escolha. O pior era que quase sempre eles juntavam suas camas, formando uma espécie de ‘cama de casal improvisada’.
Mas quem não preferiria passar horas e horas conversando com uma pessoa querida antes de dormir? Quem não prefere dormir abraçadinho com alguém ao invés de sozinho? Especialmente em uma noite como essa, onde a tempestade lá fora parece ser interminável.
“O inverno chegou com tudo.” Brian disse aconchegando-se mais de encontro a Stefan. “Aposto que amanhã vai nevar.”
“É, e eu aposto que o amanhã vai chegar bem mais depressa se dormirmos.” Stefan falou em tom sarcástico e riu ao perceber a expressão fingida de raiva do amigo. “Mas é sério, Bri, já está tarde, precisamos ir dormir. Não esqueça que teremos que ir buscar Robert amanhã no aeroporto.”
“Mas ele só chega às duas da tarde!”
“Exatamente, normalmente acordamos quando já é meio dia, então...”
Brian riu. “Okay, então! Boa noite, Steffy.”
“Boa noite, Bri.”
Continua...
Nota: Só quero dizer que realmente vi a entrevista da qual Stefan estava falando (a do garoto que contou para o pai que era gay) e fiquei tão chocada com a reação do pai que resolvi colocar na fic, só para mostrar que no mundo existem mesmo muitas pessoas estúpidas... Como um menino que vi na net uma vez, dizendo que era fanzão do Placebo, tinha gravado vários CDs com as músicas que baixou online e tudo o mais, mas que quando foi procurar mais coisas sobre a banda descobriu que “o vocalista é um viado nojento” (imagina se ele tivesse se esforçado para procurar algo sobre Stefan...) e agora ele detesta a banda, estava inclusive vendendo o único CD original que ele tinha comprado... sem comentários, né?