Título: Castles in the Sky
Autora: Ni~ya
Paring: Ni~yaxSakito, YomixHitsugi(implícito :3)
Status: 1/2~Nc-17
Sinopse:" O ônibus estaria relativamente quieto se os roncos de Ruka não me mantivessem acordado-- aqueles roncos altos que somente Yomi e Hitsugi, enrolados em duas bolinhas juntos, conseguiam ignorar, talvez porque os dois juntos ressonavam ainda mais alto que o baterista. Ótimo, uma banda que entra em sincronia até na hora de dormir! E você se pergunta: onde eu entro nisso?"
Notas: Essa fic ontem fez meio ano o_o, ela tá um tanto quanto estranha, mas eu tenho uma simpatia muito grande por ela |3 e já que eu não dava sinais de vida literal (gostei disso 8D) resolvi revirar um pouco meu baú.
O ônibus estaria relativamente quieto se os roncos de Ruka não me mantivessem acordado-- aqueles roncos altos que somente Yomi e Hitsugi, enrolados em duas bolinhas juntos, conseguiam ignorar, talvez porque os dois juntos ressonavam ainda mais alto que o baterista. Ótimo, uma banda que entra em sincronia até na hora de dormir! E você se pergunta: onde eu entro nisso?
Eu entro na parte debaixo das camas, com os olhos abertos, a cabeça encostada na janela próxima, olhando para as luzes que passavam velozes. Que horas eram eu não tenho certeza-- mas era tarde o bastante para as ruas estarem vazias. Na cama oposta o guitarrista que sobrara parecia na mesma situação que eu: acordado pelos roncos de nossos queridos amigos que mais pareciam monstros.
Era uma visão um tanto quanto atraente-- você não acharia? Sakito deitado em um pijama branco, que eu suspeito ser o favorito dele, já que o tecido começava a rarear pelo seu uso, os cabelos cor de mel espalhados pelo travesseiro, completamente indefeso de qualquer ação que qualquer um pudesse tomar.
Enquanto eu mesmo parecia alerta a socar o primeiro dos três que sempre tentariam alguma gracinha, cigarro aceso como sempre, sentado na cama, mexendo absorto nas calças de algum material brilhante que refrescava a minha pele, a camisa do mesmo conjunto desabotoada, estando ali pelo fato de estar.
Sakito e eu, sempre um paradoxo.
"Ni." A voz dele me acordou do transe, virei a cabeça lentamente para saber o que ele queria, o guitarrista pareceu parcialmente aliviado por eu ainda estar acordado--talvez as sombras o tivessem feito pensar que eu dormia, mas ele manteve o mesmo sorriso meigo e continuou num quase suspiro. "Você ainda tem algum cigarro? O meu acabou..." Eu mesmo sorri e bati na minha própria "cama", num sinal silencioso que ele deveria sentar-se ali, o que ele fez sem qualquer argumento, com o mesmo sorriso doce. Meus dedos remexeram no maço em minhas mãos tirando um único cigarro que os dedos dele pegaram e os ergueram até o meu cigarro aceso, tragando-o e o acendendo.
Os olhos escuros dele convergiram com os meus, me encarando por longos momentos, como soubesse todo e qualquer pensamento que se passava na minha cabeça- e talvez soubesse mesmo. E como num piscar de olho seu corpo voltou a ficar reto, elegante, olhando pela mesma janela que eu olhara antes. "Osaka ainda vai demorar ne, Ni?"
Inalei uma curta tragada antes de o responder com uma voz baixa para que não acordasse os outros que dormiam."Vai, e parece que demora ainda mais com esses três porcos roncando."Sakito riu suavemente, a mão sem o cigarro passando ligeiramente por cima de meu tornozelo direito e apoiando entre meus pés.
Eu posso jurar que no momento que ele inclinou a cabeça suavemente para o lado e as mechas aloiradas bagunçadas cobriram seu rosto ele era a criatura mais bonita viva-- e aquilo gerava várias pequenas engrenagens em mim. Aquele sorriso que me fazia querer arrastá-lo para o lugar mais próximo e...
"No que você está pensando Ni~ya?" Ele sabia exatamente o que eu pensava, o que eu queria e quando eu queria, exatamente, o lindo guitarrista havia me lido como um livro de figuras aberto na página exata-- e a página já começava a ficar amarelada, era a página em que apenas continha o título: sexo.Em letras garrafais, por favor.
"Não se faça de inocente, Sakito." Joguei a minha franja para um lado para que ele pudesse visualizar meus dois olhos e confirmar mais ainda mais o que quer que restasse a ser confirmado. "Você sabe exatamente no que eu estou pensando." Ao contrário de qualquer um que torceria o nariz, Sakito apenas sorriu, seus dentes segurando ainda mais forte no cilindro branco evitando que ele escapasse de seus lábios.
"Provavelmente na mesma coisa que eu." E a sua mão-- que eu achara que se encontrava entre as minhas pernas para simples suporte mostraram sua verdadeira utilidade, acariciando uma das minhas pernas lentamente. "Você me espera terminar esse cigarro?" Dei os ombros como quem não se importa, o cigarro vem sempre primeiro.
Sempre.
Mas parecia que aquela noite ele estava mais ansioso do que as anteriores, porque girou o cigarro entre os dedos calejados e o pressionou contra o canto da mão--era sempre assim, eu não entendia porque, mas peguei o mesmo péssimo hábito, de forma que ambas as nossas mãos continham as marcas de nossa impaciência.
"Vamos?" Sakito me ofereceu um sorriso doce, enquanto botava cuidadosamente o cigarro sobre minha cigarreira junto com o meu, com o único propósito de ser terminado depois. Me pus de pé junto com ele e antes de poder raciocinar os lábios dele já estavam sobre os meus, me empurrando na direção ao apertado banheiro. Uma de minhas mãos já fazia o familiar caminho por debaixo da camisa, desfazendo os botões por dentro-uma peculiaridade minha que com o tempo eu descobri que o deixava mais agitado que o normal. Seus dedos experientes jogaram minha camisa em algum canto, que eu presumo ser a cozinha--não importa, porque a dele ficara por ali também e agora eu podia sentir por inteiro o torso dele, o piercing gelado contra a minha pele,assim como o guitarrista deveria sentir o cordão de ferro pressionando sobre sua e as nossas línguas se sentiam, batalhando por saber qual dominaria qual.
No final eu sempre vencia, sempre o empurrava pela portinha, que se fechava com um suave 'click' e nós tínhamos pelo menos um pouco mais de privacidade para nossos... Afazeres. O banheiro apertado nos fez desgrudar os lábios por um momento enquanto eu me sentava na tampa abaixada da privada e ele subia em meu colo. Não tive longos minutos para encará-lo, já que dessa vez meus lábios tomaram a iniciativa e começaram a idolatra a pele daquele pescoço perfeito--Sakito pareceu dividido entre gemer e me manter afastado dali.
"Ni~ya!" Com um leve tapa no ombro ele chamou a minha atenção e ergui os olhos, havia uma faísca de decepção por ter quebrado o momento, mas o guitarrista continuou com a mesma voz firme-mas um pouco gasta pela falta de oxigênio que a situação toda gerara. "Nós temos um live em dois dias- o que vão pensar se eu aparecer marcado?" Minha vontade era de dizer que eu não me importava com o live, que quem quiser ver as marcas que nós sempre deixamos de nossos encontros que visse, mas por hora eu simplesmente murmurei algo que soava como uma afirmativa e voltei a o olhar, e ele ergueu uma sobrancelha como quem percebe a malícia das minhas mãos em seus quadris e do fundo dos meus olhos.
"Mas elas até hoje nunca se importaram com lábios rachados." O guitarrista sorriu e eu pude atacar aqueles lábios agora ainda mais inchados pelos nossos beijos--se me permite ressaltar, aquela era a boca com o sabor mais inconfundível de todas, mesmo mascarada pelo meu tabaco e minha nicotina aquele homem tinha simplesmente o gosto divino de Sakito; e aquele era meu momento, os segundos que eu tirava para simplesmente beijá-lo enquanto meus dedos traçavam o caminho por entre as pernas dele, segurando firmemente o sexo dele já quase completamente ereto.
Não posso dizer que esse era um dos picos de nossas escapadas: a hora em que ele soltava aquele meio grunhido, meio gemido entre nossos lábios, e soltava-se do beijo pra jogar a cabeça para trás e me oferecia o pescoço novamente. Nunca penso duas vezes antes de voltar o que ele me havia me interrompido e dessa vez o guitarrista não reclamara. Não que eu seja narcisista, mas eu sou muito bom na arte de dobrá-lo, conheço cada ponto do corpo dele como conheço o caminho de casa.
E isso é mais um ponto para mim no nosso eterno jogo de gato e rato.
Continuei fazendo o que bem entendesse com aquela longa coluna de pele pálida, e o que eu fazia, o fazia gemer-ainda que se restringindo para não o fazer tão alto de forma que acordasse os outros. Mas um gemido especificamente alto que pude sentir saindo de sua garganta e ressoando pela longa aorta que meus dentes puxavam naquele segundo provou que ele não agüentaria muito mais a brincadeira. Provavelmente ele gemera porque naquele exato momento meus dedos haviam passado pelo topo de seu sexo e se combinado com a mordiscada que eu lhe dera.
Os dedos dele agora se desfaziam impacientemente da calça branca- que ambos sabíamos que tinha que estar intacta para evitar qualquer zombaria futura. E eu mesmo me desfazia das calças azuis escuras as chutando para longe e sentindo o ar noturno vindo da rua contra minha própria pele ao mesmo tempo em que ele sentava-se sobre meu colo. Gemi suavemente jogando a cabeça para trás. Sakito acompanhou o movimento e ergueu minha mão, levando meus dedos calejados até os lábios luxuriosos e róseos.
Eu podia sentir sua mão tremendo--nunca soube se aquilo acontecia por seus nervos estarem à flor da pele ou pelo simples tabu plantado na cabeça dele, mas de qualquer maneira, meus dedos sempre acabavam idolatrados por aquela língua maravilhosa, era a única hora que ele não me olhava nos olhos, mantinha-os baixos, provavelmente focados em meu cordão. O guitarrista pareceu satisfeito e os deixou escapar de sua boca. Finalmente era meu turno; voltei a pressionar nossos lábios para suprir um gemido que e soubera que ele soltaria quando meu dedo pressionara lentamente a sua entrada, deslizando com um pouco de dificuldade já que saliva não era o melhor dos lubrificantes, cuidadosamente eu movi o único dígito e Sakito parecia se livrar lentamente da tensão, partindo os lábios para que eu voltasse a beijá-los--e como eu poderia recusar aquilo?!
O segundo dígito uniu-se o primeiro enquanto eu puxava o lábio inferior e o cortava com meus dentes--uma pequena lembrança daquela noite, assim como as formas de crescentes que ele deixava em meus ombros seriam a recordação que eu teria. Mas pouco depois dos meus dedos trabalharem dentro dele o guitarrista parecia incomodado, ávido por mais.
"Nós nunca...Demoramos tanto assim, Ni..." Falou ele entre os meus lábios erguendo ainda mais os quadris. "Não temos tempo para romantismo, Ni~ya." Certas vezes eu acho que o meu guitarrista é tão delicado quanto um elefante em uma loja de cristais, mas eu não podia me importar menos; meus dedos já encontravam-se guiando-o para meu próprio sexo e era ali que eu sabia que o som não poderia ser abafado, dois gemidos altos cortaram o ônibus, o dele de dor, desconforto, o meu de pura impaciência. Sakito mantivera a cabeça em meu ombro por alguns segundos.
O suficiente para nos fazer ouvir passos rápidos e duas batidas na porta do banheiro.
"Saki?!Você ta bem?" Hitsugi. Eu sabia que nós devíamos ter sido um pouco mais cuidadosos, eu via o mesmo nos olhos dele, cheios de pânico e medo por ter sido pego. O guitarrista tentou levantar-se mas eu o mantive no lugar com um sorriso que pareceu irritá-lo antes de murmurar um silencioso 'Responda'.
"T-to sim Sugi, pode voltar a dormir." A resposta pareceu não satisfazer o outro guitarrista e ele começara a empurrar a porta.
"Me deixa entrar Saki, eu não me convenço dessa sua voz!Abra a porta..." Rolei meus olhos, Sakito pareceu temeroso, mas eu o acalmei correndo minha mão por sua espinha. Suspirei silenciosamente contra algumas mechas do cabelo dele.
"Ele disse que está bem Sugi, volte para a cama." A voz que escapou dos meus lábios não era minha, era ainda mais grossa, mais rude e impaciente. O baixinho parecia ter recuado um pouco da porta com aquilo.
"...O-..Okay Ni~ya..." O guitarrista me encarou por longos segundos antes de levar os lábios à minha orelha direta, mordiscando ligeiramente o lóbulo.
"Você deveria falar assim mais vezes..." E para enfatizar o ponto ele moveu seus quadris de uma forma sensual, que me fez soltar um grunhido do fundo da garganta e jogar minha cabeça contra a parede. Era o próprio Chesire Cat sentado em meu colo, movendo-se lentamente e me surrupiando o controle de toda a situação. "E talvez eu fique mais motivado a vir mais vezes com você aqui....E no estúdio...Na sua casa..." Eu sorrira segurando os largos ossos de sua bacia e aumentando o passo, ele mesmo não tivera objeção nenhuma com essa ajuda, mas uma das mãos dele se encontrava sobre a minha a empurrando mais para baixo. Por alguns momentos eu neguei o movimento, mas a deixei deslizar de volta ao seu sexo, demorando poucos segundos até alcançar o ritmo frenético que os nossos ventres haviam seguido.
Todos no ônibus poderiam ouvir se quisessem, tanto a sincronia do barulho que nos nossos corpos se encontrando violentamente quanto os nossos gemidos que eram abafados por algo que primitivamente lembrava um beijo-- beijos não fazem parte do sexo, são sempre os encontros violentos de lábio com língua, dente com dente que fazem o sexo.
E nenhum de nós dois estava ali por amor-- não naquele momento, ambos estavam ali simplesmente pelo sexo.
Meu enlace em torno do sexo dele se tornou um pouco mais forte quando eu o senti contrair seus músculos ao redor do meu e as coxas ao lado da minha perna tensionaram, mas ao contrário de aumentar a velocidade eu a diminuí, recebendo como prêmio um gemido irritado de Sakito com um olhar que me mandava fazer o contrário, mas um sorriso que o traía. Resolvi dar a ele o que esperara a noite inteira, meus dedos pressionaram suavemente a veia pulsante enquanto meus lábios formavam um comando.
"Agora." Algo parecido um rugido escapou pelos lábios rosados ao passo que ele atingia seu clímax despejando o líquido quente sobre minha mão; era impossível não se deixar ser levado pela atmosfera que o orgasmo dele criara ou pela pressão que os músculos dele fizeram em torno de meu sexo, e eu emiti um som similar ao dele, só que o meu fora mais selvagem e abafado por uma mordida no pescoço que eu sentia que fora forte demais já que um leve gosto metálico penetrou minha boca.
O guitarrista jogara sua cabeça novamente contra meu ombro e me abraçara, nossos corpos absurdamente quentes contra o vento frio. Começei a me mover para finalmente ficar de pé, mas ele me manteve firme sentado.
"Só um minuto, Ni, por favor." Respirei fundo e envolvi a sua cintura, o trazendo ainda mais para perto, sujando nossos corpos com o líquido viscoso sobre minha barriga. Um minuto pareceu se estender para dois que eventualmente tornaram-se três, quatro, cinco... Até que eu finalmente perdi a conta de quanto tempo exatamente eu o tinha nos meus braços--talvez mais tempo que eu jamais teria.
"Você está sonolento, Saki...Vamos logo." Ele concordou com um abano de cabeça, ainda com ele no colo eu me abaixei e peguei suas calças, Sakito virou-se se as vestiu com a minha ajuda, fazendo o mesmo pelas minhas. Estiquei a mão e peguei um dos lenços umedecidos que Yomi usava, limpei os nossos abdomens e nossas mãos sem esquecer do sangue que já havia coagulado em seu pescoço que estava adornado de pequenas manchas vermelhas. Ofereci um sorriso compreensivo a ele enquanto nos levantamos, saindo do banheiro eu recolhi sua camisa e a minha, porque sabia que ele não tinha condições de se abaixar, a coloquei sobre os seus ombros e o pus na cama por fim.
"Ni..."
"Hm..."
"....Você tem um cigarro?"