Tri.ângulos - Capítulo 05

Jan 22, 2008 16:42

Título: Tri.ângulos
Autora: Mô-chan
Banda: Dir en grey
Casais: DiexKaoru/KaoruxDie, DiexKyo, KaoruxKyo, KaoruxDiexKyo
Gênero: Yaoi, Lemon
Classificação: NC-17
Sinopse: Uma história sobre três homens que se envolveram da forma mais primitiva, humana, carnal e prazerosa possível. Uma história sobre sexo.
Avisos: Self-masturbation, voyeurism, threesome.

Capítulos Anteriores: Prólogo, 01, 02, 03, 04.

XXX

05. Um Motivo

XXX

Se os dois tivessem ido até o pub no mesmo carro, as coisas teriam sido mais fáceis na volta.

Para Kyo, é claro.

Porque agora, ele não teria que dirigir seu próprio carro enquanto seguia Die, que se encaminhava ao encontro de Kaoru.

O baixinho tinha tentado convencer o ruivo de que este bebera demais e que, por isso, seria melhor aceitar sua oferta de carona. Mas obviamente sua estratégia não pudera ser posta em prática, pois Die era tão teimoso quanto podia e, além disso, estava bem. Não totalmente sóbrio, mas longe de ter suas capacidades de dirigir comprometidas de qualquer forma.

Kyo ficou com raiva da resistência do outro ao álcool.

Ele sabia que tinha que ter paciência. Que se Die queria ir embora, ele tinha que ceder; que se Die preferia beber cerveja, não adiantaria forçar uma garrafa de absinto goela abaixo do ruivo. E o baixinho, infame ou não, nem queria um Die bêbado em sua cama, ou um Die contrariado sob suas investidas. Por isso ele tinha que ir com calma: ir avançando aos poucos para não assustar Die, e fazer com que o ruivo viesse até ele por vontade própria.

XXX

Podemos dizer que a impaciência de Kyo era uma das coisas que o assemelhava a Kaoru.

Como prova, temos o fato de que o líder já se cansara de esperar por Die. E o ruivo não estava demorando tanto assim.

Entretanto... Várias vezes Kaoru pensara em ir embora, apesar de estar em posse das chaves do apartamento de Die, fato que levaria o ruivo a ficar trancado pra fora da própria casa.

Chegava a ser uma idéia tentadora.

Todavia, por mais que naquele momento o próprio líder sentisse vontade de mandar o outro guitarrista às favas, não estava disposto a lhe dar um motivo para ficar irritado com ele. Quem iria brigar ali seria Kaoru, e Die não teria um argumento sequer contra ele.

XXX

O ciúme, caro leitor, é tão destruidor quanto irresistível. Às vezes justificável; quase sempre irracional. Pode ser incômodo ou regozijante para o alvo do ciumento.

É uma arma poderosa nas mãos de um baixinho infame.

Mas, antes de qualquer coisa, vamos deixar que Kaoru ponha em prática sua estupidez.

XXX

Através do retrovisor, Die podia ver que Kyo mantivera sua palavra quanto a acompanhá-lo até em casa. Suspirando com certa exasperação, o ruivo entrou no estacionamento, deixou o carro em sua respectiva vaga e foi até a porta que daria para os interiores do prédio.

Ela estava trancada.

O ruivo deu de ombros, nem um pouco preocupado - já esperava por isso por causa da hora. Pegou o celular e ligou para Kaoru.

- Você pode vir aqui embaixo? A porta da garagem está trancada.

A resposta foi um resmungo.

- Kaoru?

Mas o líder já tinha encerrado a ligação.

Die ficou olhando para o aparelho durante um par de segundos, as sobrancelhas levemente arqueadas em surpresa. Mas não se deixou abater; simplesmente esperou.

Minutos se passaram. Em quantidade maior do que a necessária para que o elevador subisse e descesse uma dezena de vezes.

Já estava quase ligando para Kaoru outra vez quando ouviu a porta sendo destrancada pelo lado de dentro. Mas ninguém girou a maçaneta.

Die revirou os olhos, abrindo a porta a tempo de ver Kaoru destrancando a porta da frente do prédio.

- Kaoru...? O que você está fazendo?

- Indo embora - ele jogou o molho de chaves para o ruivo, que as deixou cair no chão sem sequer tentar pegá-las no ar. Provavelmente não teria tido reflexos o bastante para tal.

- O quê?! - sua exclamação foi abafada pelo bater da porta quando Kaoru saiu.

Claro que Die foi atrás dele.

- Que merda é essa, Kaoru?

- Eu é que pergunto - ele não se virou para Die; retirou as chaves do carro do bolso e abriu a porta. Porém, foi puxado pelo braço e virado de frente para o mais novo. - Você não me deve satisfações, mas não me faça de idiota, Daisuke.

- Do que você está falando?

- Você não ficou conversando com o Kyo até agora.

Não era uma pergunta.

- Eu não acredito que você está insinuando-que você acha que-

- Ora, é um tanto óbvio, Die. Além do mais - se aproximou, e Die sentiu a respiração de Kaoru contra seu pescoço -, você está com o cheiro dele.

- Ah, e agora você conhece o cheiro do Kyo?!

- Eu convivo com ele tanto quanto você. Corrigindo: menos do que você, pelo jeito.

- Ah, vá se foder, Kaoru! Se você quer um motivo pra brigar, arranje um mais plausível.

- Então me diz o que vocês ficaram fazendo até agora.

- Há! Você não acabou de dizer que eu não lhe devo satisfações?

Kaoru abriu os braços num gesto amplo, como se o que tivesse acabado de ouvir fosse a prova de que precisava. - Tá aí. Então eu não preciso me explicar também, Die.

- Mas o quê-

Kaoru entrou no carro e fechou a porta. Ligou o motor.

- Você está sendo ridículo, Kaoru!

O líder mostrou-lhe o dedo do meio e partiu.

- Filho da puta! - Die gritou alto o suficiente para que o outro escutasse. E os vizinhos da rua também.

Bufando, o ruivo voltou pra entrada do prédio. E lembrou que tinha deixado a chave lá dentro, no chão.

- Ah, que ótimo.

Deu um soco na porta, porque um chute seria demais, e ficou pensando no que fazer. Tocar o interfone de um dos vizinhos ou mesmo do zelador não era uma opção; provavelmente ouviria alguns xingamentos ou um sermão.

Teria que ir para um hotel. A pé, ou até achar um táxi, já que o controle da garagem tinha ficado dentro do carro.

- Azar pouco é bobagem - resmungou, balançando a cabeça em meio a um suspiro, indignado. Passou uma mão pelos cabelos. Respirou fundo.

A sorte de Die (ou de Kyo?) era que o baixinho infame tinha permanecido a alguns metros dali, dentro do próprio carro, como se esperasse aquela chance para agir.

- Hey - o ruivo não pareceu muito surpreso ao ouvir sua voz; talvez tivesse visto o carro do outro estacionado do outro lado da rua.

- Você é mais cara de pau do que eu pensava - havia um quase sorriso nas palavras de Die, e Kyo conteve o seu enquanto o encarava.

- Você pode passar a noite lá em casa.

Die riu. - Ou eu posso ir prum hotel.

- Nossa, quanta confiança em mim - Kyo deixou seus lábios se curvarem pela ironia, e acendeu um cigarro. - Pra que gastar dinheiro à toa?

- Não é como se fosse me fazer falta. - Die tirou o cigarro da boca do loiro e deu uma tragada. Estava precisando daquilo. O pôs de volta entre os lábios do loiro, e houve um toque sutil que pode ter sido acidental ou de propósito.

XXX

O que você acha, ansioso leitor?

Ou a pergunta seria... O que você prefere?

Só digo uma coisa: Kaoru entregou o ouro pro bandido, e de mão beijada.

Ah, o ciúme...

XXX

Começou ainda no carro. Não, no elevador. Não, na porta.

Não, não. Foi ali, na sala, depois de Kyo ter dito para Die ficar à vontade.

Ou será que foi quando o sorridente ruivo tocou nos lábios do baixinho infame? Será que ele se perguntava se o gosto deles seria tão incitante quanto sua textura, quanto sua aparência mostrava?

Será? Uma confusão de possibilidades.

Acho que foi ainda no pub. Kyo dançando. Kyo sentado no colo de Die. Kyo dizendo que queria transar com ele.

Mas aconteceu.

Lembrando que Kyo queria fazer com que o ruivo viesse até ele por vontade própria.

Foi Die quem beijou Kyo. Este ficou meio surpreso, devo dizer; pois tinha acontecido mais cedo do que ele esperava e, ao mesmo tempo, mais tarde. Mas a surpresa durou uma fração de segundo, antes de Die passar a língua sobre seus lábios.

Eles eram cheios. Macios. Provocavam, tanto no silêncio quanto nas palavras de Kyo. Dava vontade de morder.

Die mordeu.

Kyo puxou seus cabelos; puxou-o para mais perto; puxou-o não só para devolver as mordidas, como para lamber e beijar a boca igualmente tentadora de Die.

Houve uma nova confusão entre os dois. De pensamentos, de mãos, de roupas, de pele contra pele, de murmúrios e gemidos e hesitação e agressividade. Uma bagunça, dessas que a gente gosta de fazer e não fica a fim de arrumar depois. Porque logo a bagunça começa de novo.

Um ponto para o baixinho infame.

XXX

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