Título: Festa
Autor: Lorena Miyuki (
boyslovehyper)
Palavras: 620
Service: El verano
Status: Completa
Gênero: Shounen-ai, lime, twincest, flangst? comédia?
Classificação: PG-13
Sinopse: "Ficou bons minutos de olhos fechados. Quando os abriu, tudo meio que brilhava. Pior que antes, ele não conseguia distinguir nem o corrimão de uma pessoa.(...) Tudo o que a festa pedia."
Nota do autor: não fiz layout nem nada por pura preguiça/falta de tempo e paciência versão 2.0.
Pseudo-continuação da outra drabble intitulada "Calça Jeans".
Festa
O corrimão estava se mexendo. Ele não sabia o motivo, mas estava. As grades de madeira iam de um lado a outro. Aquilo era sequer possível? Ele nem se lembrava que existiam leis da física ou qualquer coisa assim que impediam escadas de se moverem. Mas ela estava se movendo. Ou era o copo de vodca na sua mão esquerda?
- Tá aproveitando, heim?
Alguém bateu em seu ombro direito, passando pelo corredor rumo ao banheiro. Ele tinha acabado de sair de lá, mas tampouco se lembrava disso. Seu estômago estava meio confuso, ele tinha que parar de beber. Que horas eram? O ar estava abafado e ele sentia calor.
Igor ouviu um murmúrio vindo de atrás de si. Virou-se e deu de cara com o dono da festa prensando alguém na parede branca. Os dois estavam barulhentos, então ele resolveu se mover. Queria fazer alguma coisa, se livrar de algumas roupas, talvez, para refrescar.
Sua visão turva não o impediu de enxergar um conhecido no fim do corredor do segundo andar da casa em que estava. O rapaz, um pouco mais velho que ele, segredava dinheiro e comprimidinhos azuis que ele bem conhecia.
- Vai um? - o mais velho perguntou assim que o viu. Igor enfiou a mão no bolso e tirou uma nota grande. Pegou três pílulas e ficou ali, encostado à parede. - Vou dar uma circulada, qualquer coisa me procura pra mais.
O corredor ficou escuro e vazio de repente. As pílulas pareciam tão pequenas na palma da sua mão, tão frágeis... Antes que começasse a pensar demais, engoliu uma delas e guardou as outras duas no bolso da calça jeans. Ficou bons minutos de olhos fechados. Quando os abriu, tudo meio que brilhava. Pior que antes, ele não conseguia distinguir nem o corrimão de uma pessoa.
Não foi só por isso que, na primeira tentativa de andar, esbarrou em alguém que saía de um quarto. A pessoa ficou parada na sua frente e lhe segurou o braço. As mãos estavam quentes; tudo estava insuportavelmente quente! Maldito verão! Igor sentiu a boca seca e imaginou onde tinha largado o copo.
Ainda assim, ele queria fazer alguma coisa.
A pessoa à sua frente passou a mão em seu pescoço e lhe perguntou algo. Ele não prestou atenção à pergunta. O toque foi o suficiente para despertá-lo. E ele não precisava pensar, afinal. Empurrou o sujeito porta adentro e envolveu-o com os braços o mais apertado que pode. Homem, mulher, pra quê saber? Ele não se importou nem um pouco naquela hora.
Aparentemente, o ser empurrado também não ligou, pois logo se viu mergulhado na cama com Igor, sendo sugado, abraçado, mordido... Tudo o que a festa pedia.
Quando acordou, na manhã seguinte, Igor pensou que, se abrisse os olhos, sua cabeça fosse explodir. Mesmo no escuro, ele a sentia latejar e reclamar. Então ficou lá, esticado na cama durante séculos. Quando criou coragem para ver o que tinha feito na noite anterior, quase pulou da janela em pânico. Ao seu lado, uma perna cabeluda roçava na sua.
Ótimo, ele pensou, dormiu com um cara. Na primeira festa da faculdade. Não era uma pergunta; o cheiro rançoso no ar, suas roupas e pertences espalhados no chão não atribuíam dúvidas. Que jeito de começar a vida de calouro!
Não quis ver o rosto do contemplado, então se virou de volta na cama e tentou dormir um pouco. Ele não podia fazer nada mais que isso. E sua cabeça estava rodando tanto que não seria capaz nem de saber quem ele era se perguntassem.
No fundo, no fundo, Igor estava era feliz de ter aproveitado do álcool e das drogas pra não ter que dar explicações depois. Ele estava feliz.