Título: Cursed Blood
Autora:
liz_sumeragiSérie: Harry Potter
Pares: Draco/Harry; Phillip/Harry; Harry/Ginny (amizade); Ron/Hermione
Rating: PG-13
Sumário: O que aconteceria se algum dia Godric Gryffindor tivesse cedido num momento de fraqueza e com isso tivesse amaldiçoado todos seus descendentes? E o que aconteceria se os únicos que soubessem fossem Salazar Slytherin e seus descendentes? E se Draco Malfoy fosse o ultimo descendente de Slytherin em vez de Voldemort?
Prólogo Era tarde da noite e mais uma vez a “Rainha Insônia” colocava suas gélidas mãos sobre mim. Crabble e Goyle dormiam pesadamente e seus roncos preenchiam o quarto. Resolvi então sair do quarto e caminhei em passos leves até o salão comunal e parei diante de uma das janelas abertas. Fiquei por um tempo observando a neve cair sobre o topo das árvores da floresta proibida. Um calafrio percorreu meu corpo e após fechar a janela, sentei-me diante da lareira ainda acesa e passei a examinar o diário que recebi exatamente há um ano...Em meu último aniversário...
*Flashback*
Era véspera de natal e noite do meu aniversário. “Malfoy Manor” estava cheia, como sempre acontecia nesse tipo de ocasião. Severus, meu padrinho, estava lá, bem como Rabicho, que fazia a escolta de Voldemort. Voldemort e meu pai discutiam detalhes de minha iniciação. Droga, eu já estava com cãibras no braço por ter Pansy pendurada nele. Depois de uns dez minutos particularmente chatos com ela me agarrando e tentando me beijar, eu consegui escapar dela e fugir para meu quarto. Fugir da festa. Fugir do mundo.
Caí na cama sem me importar em amassar minhas vestes, afinal, era somente fachada aquela festa. Lucius nem sentiria minha falta. Eu estava quase adormecido quando um feroz crocitar interrompe o quase sagrado silêncio em meu quarto. Abri meus olhos lentamente, ainda espantando o sono, e vejo uma majestosa águia entrando em meus domínios. Ela parecia carregar algo. Algo pesado. Algo que eu tive certeza que era pesado quando a águia deixou cair em meu estômago. Assim que o livro caiu em mim, ela voou novamente para fora do quarto. Quando ela saiu, eu finalmente fui dar uma olhada em ‘seja o que for que ela deixou cair sobre mim’. E era um livro. Um maldito e estúpido livro com uma capa verde aveludada e uma serpente prateada movendo-se sobre ela. A curiosidade falou mais alto, e eu abri o livro. Na folha de rosto, as iniciais ‘S.S’ brilhavam num verde intenso.
‘O diário de Salazar Slytherin’
Meus olhos se arregalaram ante essa descoberta. Agora, eu estava sedento pelo conhecimento que esse diário me traria. Então, sem esperar, eu comecei a ler o diário.
“Este é um aviso à meus descendentes. O que aqui for dito deverá ser mantido em extremo segredo. O conhecimento pode ser perigoso. Tomem cuidado.”
Nessa única frase, dois detalhes chamaram minha atenção. Um deles foi o fato do diário ser endereçado somente aos descendentes de Slytherin. Isso só poderia significar que eu era descendente dele, mas... como?? Todas as pistas disso ser verdade apontavam para Voldemort. O outro era uma terrível dúvida: “pq tudo deveria ser mantido em segredo?”
Mas eu nem tive muito tempo de pensar nisso tudo quando uma batida na porta me tira de meus devaneios. Rapidamente eu coloquei o diário debaixo do meu travesseiro. E Voldemort entrou. Seguido de meu pai e outros Comensais. Lucius tinha um sorriso idiota estampado no rosto quando ele me disse que minha hora tinha chegado. Que finalmente eu deveria ser iniciado entre os Comensais. Fui escoltado novamente até o salão principal da mansão, deserto àquela hora, e um semicírculo se formara à minha volta.
Dezenas de comensais mascarados estavam a minha volta, e a pressão da mão de Lucius em meu ombro forçava-me a cair de joelhos perante o Lord das Trevas. Maldição, meu pesadelo estava se tornando realidade... Aquilo que eu mais temia aconteceu. Eu senti quando a ponta da varinha dele tocou meu braço direito e senti a dor invadir meu corpo quando ele disse o feitiço. Eu desejava morrer. Eu nunca imaginei que o poder fosse tão doloroso. Eu me forcei a não gritar e permanecer acordado. Meu pai não me perdoaria se eu desmaiasse. Eu nunca me perdoaria se eu gritasse. Finalmente, da mesma forma que veio, a dor se foi. E eu me levantei e beijei a mão de Voldemort. Meu Mestre. Lucius sorria orgulhoso. Afinal, eu, com apenas 15 anos, fora forte o suficiente para não gritar ao receber a marca.
Eu ouvi gritos vindos do corredor, gritos apavorados. E quando as portas se abriram, eu vi a fonte daquele grito. Uma garota, com aparentes 17 anos, seminua e com os pulsos e o pescoço acorrentados gritava em desespero, tentando fugir. Eu sorri. O corpo dela estava ferido, sangrento. Ela fora torturada, estuprada e torturada novamente. Eu sentia a dor vinda dos olhos dela, E pela primeira vez na vida, eu provei o poder. Ali não havia Potter para ganhar de mim, para provar o quão patético eu era.
Meu Mestre olhava para a garota. Ele se excitava com a dor dela. Naquele momento ele era uma criatura grotesca aos meus olhos. Sem nem mesmo olhar para mim, Ele me ordenou faze-la sofrer. Eu novamente sorri ao pronunciar a palavra:
“Crucio”
O corpo dela se contorcia em dor. Ela enterrava as longas unhas em seus próprios braços, fazendo-os sagrar. Os gritos dela se misturavam aos gritos selvagens de prazer de Voldemort e às risadas sombrias de seus comensais. Eu interrompi o feitiço, e nem mesmo um minuto depois, eu fui ordenado a executa-lo novamente. Eu o fiz. Durante longas horas ela sofreu com Crucio em minhas mão e outras dezenas de feitiços que faziam Crucio parecer uma divertida ida ao ‘playground’. Finalmente, o corpo dela não agüentou. Ela morreu sem a necessidade do ‘Avada Kedavra’. Devo confessar que fiquei extremamente desapontado com isso. Eu desejava aquilo. Mas, Lucius me escoltou novamente até meu quarto e me ordenou que dormisse por algumas horas. Na manhã seguinte eu retornaria a Hogwarts e espiar para eles. Qualquer informação que levasse à morte de Potter deveria ser entregue a eles.
Ao chegar em meu quarto, eu cai na cama e quando estava quase pegando no sono, lembrei-me do diário. Eu desejava lê-lo e com esse pensamento, eu o tirei de seu esconderijo e o folheei descuidadamente, até que uma pagina me chamou atenção.
“Gryffindor, meu melhor amigo, morreu esta noite. Um ‘Lethifold’ o perseguiu e envenenou sua mente a ponto de ele se matar. No final, ele pareceu ter recuperado a si próprio, pois me pediu ajuda para evitar tragédias futuras com aqueles que tiverem seu sangue. A maldição à que ele condenou a si mesmo e a seu sangue, tem sua contra maldição em mim mesmo e em meu sangue. Em seu sangue. Você tem um ano para evitar a tragédia depois do recebimento desse diário. Eu me encarregarei disso. Em um ano aquele que tem o sangue de Gryffindor morrerá. Não deixe que isso ocorra...”
Eu estava atônito com a informação. Eu recebi esse diário para evitar que um Gryffindork bonzinho morresse?? Eu não podia aceitar isso. Eu não queria aceitar isso.
Eu nem percebi quando adormeci, mil questões assaltando minha mente.
*Fim do Flashback*
A Marca Negra ardia em meu braço enquanto eu a observava. Logo... Logo eu teria que tomar uma decisão... Eu já sei quem é a pessoa que eu devo salvar. Pois ele é a mesma pessoa que eu devo matar. Arriscarei minhas lealdades por ele???
O vento soprou mais fortemente, como um grito fantasmagórico. Harry deve estar tendo mais um pesadelo... Sim... Eu havia decidido por salva-lo. E, talvez, salvar-me.
Capítulo 02