Título: Poema
Autora:
yukimeruStatus: one-shot (drabble)
Categoria: Bandas
Fandom: the GazettE
Casal: ReitaxRuki
Gênero: Songfic, Fluffy
Classificação: +12
Sinopse: "Hoje eu acordei com medo mas não chorei, nem reclamei abrigo"
Direitos Autorais: O Ruki é do Reita, e o Reita é do Ruki <3
Observação1: Eu amo essa música, e sempre quis escrever algo com ela. Ficou bem pequenininho, mas estou satisfeita! Agora posso dormir em paz!
Observação2: Olha Nana, mais RxR pra você! Estou compulsiva por eles, me segura! /o\
Observação3: Se não me engano, a letra foi escrita pelo Cazuza! Mas é cantada pelo Ney Matogrosso, então deixei o nome dele no finzinho!
.Ruki's POV.
"Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo"
Abri os olhos assustado, apoiando-me nos braços para que eu pudesse me sentar na cama. Tentei controlar a respiração arfante enquanto meus olhos se acostumavam novamente à escuridão do ambiente.
Quando consegui acostumar meus olhos à falta de luz, virei o rosto ligeiramente apenas para ter a certeza de que ele ainda estava ali, dormindo profundamente com a cabeça em meu travesseiro. Suspirei aliviado, e em uma reação automática, puxei o lençol para cobri-lo acima da cintura, mesmo sabendo que ele não tinha problemas com temperaturas baixas.
E a sensação ruim do pesadelo ainda estava vívida em minha mente, embora eu não conseguisse me lembrar com clareza o que havia acontecido nele. Só sabia que havia sido ruim o bastante para que um suor frio escorresse por meu pescoço, e eu sentisse um aperto estranho e doloroso no peito.
"Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro"
Era algo que eu não sentia há tanto tempo... Lembrava daquela sensação quando eu era criança. Eu acordava de pesadelos com lágrimas nos olhos e aquele mesmo aperto no peito, e corria para a cama de meus pais, que me deixavam dormir com eles depois que eu insistia por minutos a fio.
E me lembrava de como era boa aquela sensação de proteção.
Mas à medida que fui crescendo, fui controlando aquele impulso de sempre buscar abrigo e consolo quando tinha sonhos ruins. E foi-se aquela ingenuidade de chorar por pesadelos...
Não era como se eu nunca mais tivesse pesadelos depois que deixei de ser criança. Eu ainda os tinha, e muitas vezes eram terríveis. Mas eu não tinha mais aquela necessidade de ser acolhido quando tinha sonhos ruins.
Sonhos eram apenas sonhos, afinal.
E naquela noite eu não chorei, e nem reclamei abrigo.
Levei uma das mãos ao rosto, e suspirei, tentando me forçar a lembrar o que eu sonhara de tão ruim a ponto de acordar subitamente daquela maneira, mas só havia aquela sensação vazia e escura. E eu sabia que era medo...
"Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim"
E então senti um par de mãos fortes percorrendo meus braços desnudos, fazendo meus pêlos se arrepiarem, e virei o rosto para o lado, surpreso por ver que ele estava acordado. Fui envolvido em um abraço gentil e acolhedor, e que fez meu peito se aquecer, expulsando aquela sensação de medo que estivera ali.
- Tudo bem, pequeno? - O loiro sussurrou ao meu ouvido, os lábios depositando um beijo leve em minha cabeça.
- Uhun. - Assenti, aconchegando-me no calor de seu corpo. - Eu só tive um pesadelo...
"De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás"
(Poema - Ney Matogrosso)