[fic] Conversa de macho

Oct 21, 2009 21:39

Título: Conversa de macho
Status: One shot (finalizada)
Fandom: the GazettE
Casais: nenhum
Gênero: comédia
Classificação: livre
Sinopse: Assistir televisão de madrugada nunca pode ser uma coisa boa.
Direitos Autorais: Comprei os gazeboys numa promoção das Casas Bahia :D /não
Dedicatória: À Ruby, Tih, Akemi e Izumi que estão sempre me cobrando o final de Star-sama ;w;



.Aoi's PoV

Outro dia eu estava morrendo de tédio. Tanto tédio que nem minhas guitarras conseguiam me entreter! Acho que era um dia amaldiçoado, por mais que eu tentasse dedilhar alguma coisa nas lindas cordas das minhas queridas guitarras, parecia que era impossível compor alguma coisa que prestasse.

Tentei cozinhar - e acabei pedindo comida chinesa pelo telefone, porque o resultado da minha tentativa culinária era impossível de descrever, imagina comer? - arrumei a casa, fucei sites na internet até cansar e nada.

E claro que tédio é sempre acompanhado de uma insônia incrível no meio da noite. Quando dei por mim, já passava da meia noite e eu estava plenamente acordado, entediado e querendo morrer. Decidi assistir televisão...

Pra quê?

Assistir televisão de madrugada nunca pode ser uma coisa boa. Mas fui em frente, era minha última alternativa. Na verdade eu podia muito bem sair de casa e procurar uma festa cheia de mulheres lindas pra matar o tempo, mas eu estava morrendo de preguiça de pôr os pés para fora do apartamento, então... é, não.

A programação da madrugada na televisão é sempre uma maravilha: canais de venda, mais venda, outra venda, pornografia, noticiário chato que repete tudo que os outros trinta noticiários já falaram, programas bizarros de comédia e... canal feminino?

Esse era novo pra mim.

- Bom, não tem nada passando mesmo... - Disse em voz alta para o nada, como que pra me convencer de que estava tudo bem assistir um canal de programação para mulheres. Daqueles com conselho de depilação, como conquistar um homem lindo como eu (hehe), dicas de moda e essas coisas bem femininas.

No momento em que eu me acomodei no sofá, estendendo as pernas confortavelmente e com gosto, um programa voltava do intervalo comercial e a apresentadora anunciava que agora ela ia apresentar um problema grave entre as mulheres: estrias.

Minha primeira reação foi pensar "Mas o que raios é isso?" - e a resposta veio imediatamente após minha pergunta mental, e em uma forma muito traumatizante: imagens.

Eu só conseguia ficar cada vez mais horrorizado com as imagens chocantes que apareciam no meu televisor. Como é que tinham coragem de mostrar aquelas... coisas... sem um alerta para imagens fortes? Como é que coisas tão lindas como o corpo de uma mulher podiam ter essas tais de estrias?

Estava pronto para desligar a televisão e tomar um belo comprimido pra pegar no sono quando a apresentadora mencionou que aquilo também dava em homem. Era tudo que eu precisava pra levantar do sofá chocado e correr para o banheiro. Como assim ninguém nunca tinha comentado comigo uma coisa tão importante como essa?

Cheguei no banheiro, tirei a roupa e virei para o espelho: ok, tudo lindo, tudo maravilhoso. Uffa.

M-mas, espera... O que era aquele risco esquisito na minha linda nádega esquerda?
Parecia um corte meio cicatrizado, esquisito e impossível de descrever e... meu deus! S-será que...?

E meu celular escolheu justo esse momento pra começar a tocar. Eu ignorei o fato de que estava peladão (bom, eu morava sozinho, não tinha problema correr peladão pelo meu próprio apartamento, tinha?) e fui até a sala pegar o celular. Olhei no visor e pensei que aquilo podia ser minha salvação: o visor acusava uma ligação de Uruha.

Eu nem liguei que era quase uma da manhã, atendi imediatamente.

- Alô? - Disse assim que apertei o botão para atender a ligação.

- Oi, Yuu! Beleza? - Ele disse numa voz estranhamente animada. Provavelmente estava bebendo, o que também explicaria o horário da ligação.

- Erm, não muito. Uru, você tá ocupado?

- Olha que coincidência, eu ia te fazer a mesma pergunta!

- Isso quer dizer que você não está ocupado?

- Uhun!

- Ótimo! Estou indo aí!

- Eu ia justamente perguntar se você podia passar aqui... Você está mesmo louco pra que eu devolva sua guitarra, hein?

- Ahn? Guitarra?

Pude ouvir uma risada do outro lado da linha, e fiquei confuso.

- Aquela que você deixou comigo pra eu arrumar as cordas... O que houve? Você não parece bem, até esqueceu da sua preciosa.

- Preciso ter uma conversa de macho com você, Uruha. Tô saindo, daqui a uns 20 minutos tô aí.

- Ok, até~!

Desliguei o telefone e imediatamente corri para a mesa de centro, peguei a chave do meu carro e estava seguindo para a porta do apartamento quando lembrei de um detalhe: Eu ainda estava pelado.

Tratei de colocar uma roupa, a primeira que encontrei na gaveta - e claro, meu colar favorito que já estava sobre a cômoda ao lado da minha cama me esperando - e corri para a garagem.

Peguei o carro e em 20 minutos estava estacionando na frente do prédio do guitarrista loiro.

O porteiro já fora informado da minha chegada e por isso pude ir até o apartamento de Uruha sem problemas. Segui até o número dele, toquei a campainha e logo fui atendido por um loiro sorridente com um copo na mão. "Só podia estar bebendo" - pensei, rodando os olhos.

- Fiquei meio assim de te ligar de madrugada, mas você falou tantas vezes que queria sua guitarra o mais rápido possível e aí te liguei assim que terminei de colocar a última corda. - Ele se explicou rapidamente, quase que sem respirar, e uma expressão muito preocupada no rosto. Será que ele tinha tanto medo assim do que eu podia fazer a uma pessoa quando o assunto eram minhas guitarras?

- Relaxa, Uruha, você sabe que eu confio em você pra mexer nas minhas queridas.

- Eu sei? - Seu rosto tinha uma expressão confusa, mas ele logo deu de ombros e abriu espaço pra que eu entrasse em seu apartamento e fechou a porta enquanto eu tirava os sapatos.

- Claro que sabe.

- Bom... Se você diz... Vou pegar a guitarra pra você. - Uruha fez menção de seguir até o quarto mas eu o segurei pelo braço.

- E-espera! Eu preciso te perguntar uma coisa!

O loiro virou-se em minha direção novamente, com um sorriso genuinamente curioso, e tomou um gole do que quer que estivesse no copo em sua mão antes de me dirigir a palavra novamente.

- Oh, sim. Você disse que precisava ter uma "conversa de macho" comigo, não foi?

- Isso.

- Aceita uma cerveja? - Tinha que ser. - Acabei de tirar da geladeira~

Pensei por um momento, até que uma cervejinha não ia mal.

- Bom, já que está geladinha é melhor não desperdiçar, né?

- Exatamente! Pode sentar no sofá, vou trazer pra você!

Ele correu para a cozinha enquanto eu fiz meu caminho até a sala de estar. Sentei no sofá de couro preto, e não pude deixar de pensar em como o apartamento de Uruha era masculino. Bem macho mesmo, coisas de couro, itens de bandas de heavy metal e cerveja na geladeira todos os dias! Me peguei pensando porque raios sempre tentavam relacionar Uruha a uma imagem delicada e quase feminina nos visuais da banda quando na verdade ele era um grande macho man.

E então me senti estupidamente idiota pelo que eu estava prestes a perguntar para ele assim que ele chegasse.

Uruha voltou com dois copos cheios - claro que ele não ia perder a oportunidade de tomar mais cerveja - e se sentou na poltrona próxima ao sofá onde eu estava.

- E então, Aoi? O que você tinha pra me dizer?

- Bem... - Me ajeitei no sofá, constrangido. - Eu tava vendo um programa agora de madrugada, e aí pensei que talvez você pudesse me esclarecer uma coisa.

- Hm~ - Ele fez menção para que eu prosseguisse enquanto tomava outro gole de sua cerveja. A minha estava ainda intocada sobre a mesa de centro, onde ele a havia deixado.

- Era uma coisa sobre estrias.

A engasgada épica que Uruha deu com o gole de cerveja foi impossível de ser disfarçada.

- Quê? - O maldito me olhou inconformado antes de entrar em um longo e torturante acesso de risos.

- Droga, eu sabia que não devia ter falado!

- Céus, Aoi. - Ele tentou controlar o riso antes de continuar. - O que eu tenho a ver com isso?

- Ah pô, no programa dizia que homens altos têm tendência a ter estrias porque cresceram rápido demais e como você é alto...

- Você tá bem informado do assunto, hein? - Uruha riu, fascinado com meu constrangimento.

- Ah, vá se foder!

- Você não é tão menor que eu, a propósito.

- Mas você tem essas pernas compridas aí.

- São grandes mesmo, né? - Ele esticou as pernas para frente, divertido. - Perdão, mas eu realmente não sei o que te dizer sobre o assunto... Você tá com estria na bunda é?

- C-claro que não! Que merda, Uruha!

- Porque você não pergunta pra uma das maquiadoras? Acho que elas podem ajudar com as suas estrias...

- NÃO TÔ COM ESTRIA! - Levantei do sofá, irritado. - Vou pegar a droga da guitarra e vou embora. Você não serve pra nada mesmo! - E sem nem esperar uma permissão, fui até o quarto do guitarrista.

- Ei, espera! - Ele levantou e veio em meu encalce, apressado. - Você nem tomou sua cerveja.

Avistei minha guitarra sobre a cama dele assim que entrei no quarto, devidamente colocada em sua capa de proteção e tratei de ir até ela quando avistei uma coisa muito curiosa sobre a mesa de trabalho que havia ali no quarto, e minha atenção se desviou completamente para aquele objeto.

Um creme hidratante.

Encarei a embalagem roxa com letras brancas, e só tive tempo de ler "hidrata a pele e previne as estrias!" antes que Uruha entrasse apressado no quarto e tirasse o creme do meu campo de visão.

E foi um momento extremamente constrangedor.

Eu encarei o lugar onde antes estava o creme, e depois o rosto em chamas do guitarrista. Este, por sua vez, encarava o chão, completamente sem graça.

- Erm...

- Ahn...

- E-esse creme funciona? - Masculinidade às favas, já estávamos fudidos e mal pagos mesmo.

- É uma beleza, se quiser te falo onde comprei.

E que isso ficasse apenas entre nós.

Fim~

PS: Não me perguntem XD eu tava entediada, procrastinando nos estudos, e de repente isso me veio à cabeça. Escrevi direto no LJ mesmo, nem revisei, se tiver erros por favor me avisem :) É aquilo de sempre: críticas, comentários, pedidos de casamento e receitas de bolo são sempre bem-vindas!

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