Feb 28, 2005 21:40
Eu nunca tive problemas para me expressar. Quero dizer, já houveram vezes em que as coisas vinham à cabeça com tamanha velocidade que transmitir para palavras era quase impossível. Eu fico me perguntando qual é o obstáculo dessa vez. O que, afinal, me impede de fazer o que antes eu conseguia com tamanha facilidade?
Se eu já tentei me responder isso? Ora, claro que já. O problema é que as respostas podem ser tantas que talvez eu nem mesmo saiba qual pode vir a ser aceitável. Se eu posso pelo menos citar alguma delas? Bom, eu acho que sim. Existem diferentes tipos de pessoas e diferentes tipos de tendências. Eu, no caso, me encontro ocasionalmente em dois tipos completamente diferentes. A oposição entre o meu pessimismo e o meu otimismo às vezes chega a ser impressionante até pra mim. Pessoas otimista provavelmente diriam a si mesmas que tudo não passa de uma insegurança inútil e completamente sem base, olharia para os lados dando maior importância ao seu bem estar e ao dos outros do que para os próprios problemas que, perto do que é a maravilha da vida, não são nada. Já as pessimistas colocariam tudo nas costas de uma vez só, com pensamentos acumulativos e sensações ruins desnecessárias, diriam que não vale a pena permanecer num mundo onde tudo parece dar errado. Agora a dúvida não está exatamente em um dos termos, e sim, no que fazer. Esconder os pensamentos e sentimentos, não demonstrando qualquer tipo de fraqueza porque as pessoas simplesmente não se interessam por sua vida pessoal ou podem acabar achando que você só faz drama, ou se abrir e evitar perder oportunidades. É. Mas que oportunidades?
Eu sei que ninguém perguntou, mas eu vou dizer o que é que eu acho. Não necessariamente disso tudo que eu escrevi, mas de umas coisas aí que eu sei que ninguém nunca tá interessado em saber. Sei lá, noto quase todo dia alguém reclama das coisas que faz e da vida que leva. Ah, certo, eu mesma faço isso de vez em quando (eu disse mesmo de vez em quando? ahh, acho que é um pouco mais do que só de vez em quando). Quero dizer, porque as pessoas culpam a vida por tudo o que acontece? Algumas vezes eu esqueço algo que eu mesma digo, que é a própria imperfeição das coisas que as torna perfeitas. Pra mim o conceito de perfeição é algo um tanto quanto subjetivo. Como outra frase minha diz, estamos sempre vivendo inevitavelmente o hoje de um ontem que já passou por causa de um amanhã que nunca existiu. Não sei se por acaso alguém já parou para pensar, mas as pessoas estão sempre tão preocupadas com o que aconteceu e com o que pode acontecer ou esperam que aconteçam, que acabam se esquecendo que viver o presente, apesar das influências do passado e futuro, é ainda mais importante do que lembranças e inseguranças. A vida é maravilhosa seja como for. Não importa o quão desgraçada ela pareça ser, pode haver sempre alguém, queiramos ou não notar, que se esforçaria para tentar mudar uma cara ruim. Ou sei lá. Vida a gente tem uma só, né? De que adiantam lamentos e arrependimentos, se viver de sorte e mordomia é tão... chato? Tá certo que qualquer um acharia uma maravilha se tudo o que quisesse desse certo, mas o mundo é grande, há outras pessoas, e as pessoas são diferentes. Às vezes duas pessoas cruzam um mesmo caminho, e a coisa só dá certa para uma delas. São com coisas assim que a gente explica como nada pode ser assim tão "perfeito". E é com essas mesmas coisas, também, que as pessoas abrem portas para que ambos os lados possam ser beneficiados. A gente precisa quebrar a cara algumas vezes pra fazer a cabeça. Não é mesmo?