e a pandemia, a acabar com relações já de si instáveis...

May 01, 2020 14:52

novamente, desde quarta sem me falar. motivo: eu estava a trabalhar (em casa), tinha que ir à rua quando acabasse e pretendia tomar banho depois. sendo que tomar um simples banho nesta casa implica levar pelo menos meia hora a aquecer água pois eu não gosto de gás, não queria um esquentador a gás e estava na esperança de vir o subsídio de férias para comprar um eléctrico. mas o bicharoco chegou à tuga muito antes de algum subsídio e agora com isto da pandemia, esses planos foram por água abaixo... e o de gás, bem como o fogão e a própria instalação, precisam-se vistos por um técnico e as "mangueiras" devidamente substituídas. portanto a ideia era ir à rua fazer o que precisava de fazer depois do trabalho e voltar para casa e então tomar banho, como recomendam. o banho agora não se toma antes de sair, toma-se depois.

estava portanto a meio do dia de trabalho, mais coisa menos coisa, queria ele cá vir, para mais nada a não ser sexo. disse-lhe que estava a trabalhar e imprópria para consumo. retorquiu-me uma boca que eu não gostei, que "já se esquecia que era preciso requerimento assinado pelo PR e com selo branco do vaticano"... respondi-lhe o mesmo que lhe disse da outra vez, daquela em que acabou por cá vir: que anda malta a tossir escada acima escada abaixo e que estou mais preocupada com a comida que não consigo comprar... mas isto são os meus fardos aos quais ele pouca ou nenhuma importância dá, pois já tem os dele... disse-lhe que gostava de sobreviver a esta merda toda. não gostou, amuou e desde quarta que não me voltou a falar. e eu, já farta de ter que ser sempre a mesma a dar a mão à palmatória e farta de não ter dele a atenção e a compreensão pretendidas, também não lhe voltei a dizer nada.

ontem para adormecer tive que fazer batota. (encontrei uns unilans esquecidos numa bolsa, uff!) e hoje acordei pelas 6 e tal da manhã e foi a chorar baba e ranho e a refilar aqui sozinha até já passava das 9. mas isso, para quem parece que só sabe amar com a ponta da gaita, não interessa para nada...

eu é que não me despacho, eu é que tenho frio, eu é que sou paranóica, eu é que tenho os defeitos todos. pois seja. é assim que tenho que viver e aceito-me como sou. quem não me aceita como sou, então não me queira saltar para a cueca.

como é que eu hei-de querer f*der com 1 gajo que não me dá a atenção que preciso? um gajo que sabe que estou com dificuldades em arranjar comida porque os supermercados online não aceitam pagamento senão virtual e eu não tenho disso e que só é capaz de se lembrar de mim porque quer sexo? que pica é que me dá que ele se arrisque a vir a um prédio destes - cheio de people meio inconsciente - especificamente para molhar o pincel mas não lhe ocorra que eu talvez esteja a passar mal?

que pica é que me dá abrir as pernas - que já me vão doendo, diga-se de passagem - a um gajo que diz que "não é só sexo" mas depois a falta de atenção e o desprezo que me dá dizem-me precisamente o contrário?

continua com uma falta de empatia brutal e eu JÁ NÃO ESTOU PARA ABDICAR DA MINHA RAZÃO SÓ PORQUE SOU MULHER!!

porque raio é que o aceito sempre com todos estes defeitos e mais alguns que este gajo tem e ele não aceita os meus, não tem paciência nem discernimento nenhuns?...

continua na base do manda abaixo e eu não o mando abaixo a ele porque entendo que, se faz isso, é porque ele está bem pior do que eu e nunca procurou ajuda. eu procurei, ele não.

neste momento precisava dum gajo capaz de me dar apoio, carinho, atenção e boas palavras. precisava que ele fosse muito diferente do que é. esgotou tudo no início... desabafar comigo também não. mas aposto que vai fazer queixinhas às amigas. (e depois ainda tinha ciúmes de eu vir para aqui escrever. a este site já meio esquecido face às redes sociais mais modernas...)

parece que ele pode tudo e eu não posso nada. ele pode ser preguiçoso e passar horas a jogar ao computador, eu não posso. ele pode dar respostas brutas, eu não. ele pode-me mandar abaixo, eu não posso e se me defendo, para ele, nunca tenho razão.

foi assim, ao longo dos anos, que "perdi o direito ao querer" porque o meu querer nunca mais foi levado em conta ou dificilmente é aceite.

farta de me sentir bem-f*dida, mas mal-amada. honestly.

faça o que quiser. se não é capaz de reconhecer os próprios erros, se não é capaz de aceitar que ya somos diferentes e eu fiz por lidar com os defeitos dele - incluindo os mais desprezíveis que tem - mas ele é incapaz de aceitar que eu seja lenta e que tenha que trabalhar para o meu próprio sustento - até já me mandou bocas por eu ter frio... sabe bem que não posso pagar balúrdios de electricidade para me aquecer. mas até já isso serve para me mandar abaixo... com certeza.

continue a desabafar com as amiguinhas sem nunca me dizer nada de jeito a mim, continue a inferiorizar-me e depois queira-me vir saltar para a cueca. com certeza. e continue a querer vir a sítios perigosos para pessoas de risco. pois sim, completamente. não tem noção... ou sou eu que de facto ando-me a passar com isto ou de facto, ele não tem noção nem quer ter, porque o car*lho fala sempre mais alto.

agora estou aqui, morta de fome e sem conseguir comer. tudo o que tenho para cozinhar, leva tempo e estou sem paciência, depois de metade da manhã a chorar baba e ranho aqui sozinha. e ele nada... nem sinais...

e eu já nem sei se hei-de tentar, mais uma vez, o diálogo, ou se cague na cena e o deixe em paz.

não sei, porque é presa por ter cão e presa por não ter... se não digo nada é porque "deixei de lhe falar" onde foi mais o contrário. se digo é porque digo e estou a ser uma otária mais uma vez. a teimar no impossível. porque eu nunca vou mudar. nem ele.
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