Oct 06, 2005 23:58
Dentro do carro vestidos socialmente,
de preto, enganam algumas preocupações
falando a respeito de como tudo passou rápido
e aqueles mesmos colegas que sentavam
na carteira ao lado na escola, hoje, estão
fazendo faculdade, trabalhando, assumindo postos
sérios. - Enfim, correndo atrás da própria vida.
São esses momentos que aliviam meu coração
com doses de sorrisos, não são muito - nem
preciso de muitos, não faço coleção - mas
são verdadeiro e esperançosos.
A mente flutua tranquilamente, pode-se dizer
que está entorpecida demais com sonhos
para deixar-se apodrecer com o mundo em
volta.
- Pequena doses de um dedal de algo que pertence
a ti e que você levou.
Cansei de procurar as jornadas do ídilio
idealizado, vivo o mundo sem deixar de ser
o velho romântico, necessitando das pequenas
doses para amar de coração.
Entrar no carro e botar-se a tagarelar
sem limites para assuntos ou para o tom de voz
que vai desde a mais molenga como uma lesma
para a mais enfurecida, como um grito de dor
para um coração que se parte por causa
de mentiras.
E é sempre ao som de alguma banda com letras
depressivas, mas com um ritimo tão feliz
que me faz balançar a cabeça como um Deus Beatle,
- Yeah yeah yeah...
vou batalhando como um confeiteiro, adoçando
e fazendo das mágoas algo tão belo, claro...
- E sim, doce!
Minha garganta está ficando cada vez menor
por causa desses passeios e dessa vida
que levo na ponta de uma sapatilha,
na boa gingada de um samba da raíz.
- Diversão.
Adoro encontrar em livros alguém que divide
a mesma idéia a respeito do amor, só não gosto
de saber o que houve com o autor.