Aug 21, 2005 05:09
Aonde as joaninhas não pousam,
no braço direito, fino e branco:
palavra.
Aonde a brisa do vento não gela,
no braço esquerdo, fino e branco:
silêncio.
Parei para pensar no sábado passado,
estava tão distante que parecia
um mês diferente.
O tempo demora para passar.
Demora tanto que o relógio já desistiu.
Ao contrario do vento que passa
rasgando o seco, a fumaça vira circulos.
Vou ficar sentado, desajeitado, aqui nesse lugar
onde faz minhas pernas tremerem,
imaginando se ali ao lado aquela pessoa
tem um chave secreta que eu desconheço.
Fico pensando em portas,
portas que não deveriam ser abertas.
E a fechadura... - É a culpada.
Na falta de sono tudo fica num efêmero ligeiro,
que adormece fixo em algum ponto vagaroso.
Algumas notas roubam sorrisos distantes.
- Ah, estou como a nuvem que passa
rapidamente, na sua segurança, no seu
anonimato, na cor branca, para desvanecer
aos olhos de uma paixão.
- Eu consigo ver um passáro.
- Com certeza é uma ovelha.
Hum... se não fosse essa caneca laranja
cheia de coca-cola para animar.
Veneno para ratos e baratas.
Câncer.
Problemas respiratórios.
Bigodes.
Caretas.
Amputados.
E não aguento mais esses cerejas azedas,
de uma bela árvore.
- Prefiro azeitonas.
Horizonte Distante
Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo
Por onde vou guiar
O olhar que não exerga mais
Dá-me luz, ó deus do tempo
Nesse momento menor
Pr'eu saber seu redor
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar
Através eu vi
Só o amor é luz
E há de estar daqui
Até alto e amanhã
Quem fica com o tempo
Eu faço dele meu
E não me falta o passo, coração
Avante
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar.
Tudo poderia ser simples.
Alguém poderia se importar.
Doravante. - Doravante...