banquinho de rodoviária.

Dec 23, 2005 07:08

A fita k7 estourou e não poderemos mais assistir nossas despedidas
em que tantas vezes te vi partir em um ônibus, enquanto ouvia sumindo
contigo marchinhas e confetes. - Teu carnaval.
Nossa televisão vou vender na esquina para nunca mais lembrar
a configuração que você deixou, a antena que você entortou
e os pequenos adesivos de borboletas.
Liquidação de ponta de faca, de murros.
Deixei os foliões seguirem reto, dobrei a esquina e andei até
encontrar os bancos da rodoviária, com velhas esquecidas e
apodrecendo com aqueles saquihos vagabundos de salgados.
Olhei durante tanto tempo que meus olhos cansavam
das malas surradas e logo estava olhando somente para meus pensamentos.
As velhas... Os pilares de velhas desfocadas... Velhas... Pilares.
- E demorou para passar o fazendeiro magro com seu cigarro e bigode negro...
Tem ônibus para as sete, para as nove e para o meio-dia,
o bloco não espera, não faz questão, se quiser fazer parte tome
nota do refrão: O bloco não espera, não faz questão...
Comprei minha fantasia, serpentinas, confetes e jujubas.
Jujuba colorida pra todo dia, jujuba doce para adoçar o dia.
Quero sentar logo nessa estrada voadora, ver logo os pastos
e ouvir cada vez menos os barulhos das guitarras enfurecidas,
vou ficar com um mugido.. que logo vem os foliões.
Daí pode vir pandeiro, guitarras, viola, cavaquinho
que eu to pouco me fodendo.
"O bloco não espera, não faz questão"...
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