Hey there! I'm finally updating it again... but only to post this last shortfic I wrote (sorry but it's in Portuguese and I even tried to translate it to English but truth be told, I can't translate for shit kekeke). Since it looks like I'll have to use this more than I want to so Omona will quit with their cockblocking, I'll probably post some fics here. You don't even have to read it, really. I'm only trying to show the moderators that I'm not a troll (well, not most of the time at least) AND THAT I GODDAMN NEED TO SPAZZ MY FANGIRLING ON OMONA~~
Well, hope you like it. If you only speak English and is still curious about it, that's what Google Translator was created for. xx
Whoa, I even learned how to make a cut HAHAHA Anyway, leiam ae e sejam felizes kekeke
When I turn on the TV, I hear the news of the world
they weigh on my shoulders and depress me, but despite that
Um bolo, confeitado. Uma peruca, pro Shindong (vai entender...). Algumas velas... vinte e sete ou vinte e oito? Não tenho muita certeza, ainda não me acostumei com essas coisas mas enfim.... eles vão jogar todas fora antes de acertar a cara dele com esse bolo que oh Deus... me deu TANTO trabalho para confeitar. Além de todo o trabalho, custou-me também uns bons trocados em ligações internacionais para recorrer às maravilhosas habilidades culinárias da minha mãe (graças a Deus ela já aceitou minha sumida do mapa e bem, eu não teria gastado dinheiro algum - o dinheiro que nem sequer tenho, só para constar - e poderia ter matado melhor as saudades se ao menos Kyuhyun oppa me deixasse usar o melhor laptop da casa -e consequentemente o Skype - por mais do que três segundos).
De qualquer forma, levantei cedo para organizar tudo. Não estou reclamando, não mesmo. É sério! É o primeiro aniversário no Super Junior que eu finalmente tenho a oportunidade de presenciar, de fazer parte da surpresa sem estar ocupada com alguma outra coisa no dia. Mas, por Deus, eu não dormi - o quê é um tanto normal, visto que minha insônia piorou consideravelmente assim que assinei o contrato com a SM - e por quê diabos Donghae oppa tinha que acabar com todo o café!? Todo?! Depois ele anda pelos estúdios de Seoul reclamando do excesso de base que alguma unnie da maquiagem tem que gastar com ele. Além de passar o dia como um zumbi, sem o meu café que ele mesmo fez o favor de acabar, ainda tenho que atrasar o meu trabalho tentando convencer a pobre maquiadora a encontrar uma solução menos nojenta que parecer ele sim um bolo confeitado com a cara entupida de pasta americana.
Já me perdi de novo, droga. E veja bem outra vez, não estou reclamando de ser eue nem de ter o trabalho dos sonhos de toda coreana. Não tenho que aturar nenhum diabo vestindo Prada ou coisa que o valha mas, em compensação, tenho que lidar atual - e infelizmente - com dez homens que mais parecem pré-adolescentes bipolares em uma TPM constante. Mas o amor é tanto que - muito lindo, não? - passo dias sem realmente dormir com meu lindo sorriso na face sem nunca reclamar em voz alta. Aprendi com eles, né? Ninguém tem a ver com o quê acontece por trás, eles pagam (a mim não tanto quanto a eles, mas enfim) por alguém perfeito e extremamente eficiente. Errar é humano, mas isso não faz merda de diferença alguma quando se é parte da engrenagem da indústria de cultura de massa coreana.
This morning I hear your voice perfectly clear
I do I do I do yeah
Mas voltando ao meu dia, “acordei” cedo. Busquei café, sem sucesso algum. Mas, em compensação, recebi aquele lindo sorriso de criança como um bom dia seguido de um pedido de desculpas por ter acabado com meu combustível. “Tudo bem, oppa, tudo bem... você trabalha demais e precisa estar bem mais apresentável que eu. Falando nisso, já viu a roupa que separei para você usar hoje? Por favor não tenta mais se vestir sozinho não, já te disse que o resultado não é dos melhores... E porque não ‘tá usando a camiseta que... O quê?! VOCÊ DERRAMOU UMA XÍCARA INTEIRINHA DE CAFÉ EM CIMA DA CAMISA DO ALEXANDRE HER...?!” Donghae tapou minha boca com a mão que estava livre - a outra estava ocupada tapando sua própria, vai saber - e me puxou para um canto da sala, perto da porta.
-“Olha, olha... se souberem que eu estraguei mais alguma blusa eles vão me matar, dongsaeng! Aí eu consegui pegar essa do armário do Eunhyuk hyung... É preta e simples e... eu não estou feio não, né?” - perguntou todo choroso, me olhando com aquela sua cara de desespero que sempre surgia por nada. Desesperada deveria estar eu que ia ter aquela camisa - e mais as ligações que bem eu acho que alguém deveria me ajudar a pagar - descontada do meu - mísero, diga-se de passagem - salário. Acalmei o menino (menino esse mais de dez anos mais velho que eu, outra vez só para constar) e voltei para a cozinha atrás de algo para forrar o estômago antes de começar a procurar por Ryeowook oppa. Ele, aquele homenzinho enviado por Deus direto para minha vida na cozinha, foi quem mais me ajudou a fazer o bendito do bolo. Donghae só provava, filho da mãe. Siwon oppa oferecia apoio moral (que era só mais uma desculpa para puxar novamente o assunto dos anos que passei cantando na Igreja). Heechul unnie (é, unnie...) ficava com as críticas “construtivas” enquanto os outros se dividiam entre a. me atrapalhar (Eunhyuk se considerava melhor - muito melhor - na cozinha do que realmente o é); b. me atrapalhar (Shindong e seu dilema com as perucas); c. me perturbar (Yesung não aceitava o Brasil ainda estar na Copa e a Coréia do Sul não...); d. me perturbar (Sungmin achava que tinha muito pouco rosa no bolo. Talvez porque não tivesse nenhum...) e... ‘tá, chega. Não vou enumerar as peripécias de cada um dos dez (DEEZ!) ao tentarem fazer parte das preparações da surpresa.
De qualquer forma, sem Ryeowook esse bolo teria provavelmente saído ainda mais torto. Mas aposto que todos que provaram - ok, todos se resume ao Donghae - caíram de amores pelos truques ensinados pela minha mãe. Ela não aceitou muito que eu tivesse embarcado nessa de ir parar no outro lado do mundo só para treinar, mas até que sossegou quando soube que eu estaria “estagiando” como a “estilista” deles. Foi só a SM perder a última noona (das três que passaram só no mês anterior à minha contratação como efetivamente uma empregada e não só uma trainee, já que poucas conseguem aguentar as ELFs por muito tempo) do estilo e ouvir falar da minha paixão por moda que resolveram me “promover” à estilista. Confesso que aquela blusa horrorosa que vocês viram seu adorado Kyuhyun oppa usar em algumas promotions foi uma pequena parte de um castigo meu. Há! Aprendeu a não me tirar da frente do PC quando estou assistindo um dorama, aposto.
What perfects me, what makes me live,
what makes me smile, it's only one reason yeah...
Mas enfim, cadê as velas? Puta lá miséria, eu deveria saber que o Eunhyuk sumiria com elas. Eu deveria era ter me inscrito em um programa de Au Pair ao invés de debandar pra cá. Cuidar de dez crianças todo santo dia é de descabelar qualquer noona, imagine eu... Lembrá-los de largar o vídeo game vez ou outra e ir comer alguma coisa, de sair da sala de ensaio e ir comer alguma outra coisa, de levantarem da cama e ir comer mais alguma coisa antes de voltar a ensaiar por horas à fio ou cairiam duros à qualquer segundo e de pela amor de Deus, parar de comer tanto porque eles têm uma imagem a manter. Vou te falar que eu só seria mãe com uns cinquenta, depois de umas merecidas férias dessas minhas crianças.
De qualquer forma, roubei uma maçã da geladeira del, digo, nossa e baguncei o cabelo de Donghae oppa para que saísse do meu caminho e então segui para o dormitório do F(x), onde o bolo chegou lindo, embalado e intocado - e assim espero que tenha permanecido - já que as meninas não gostam muito de doce e de todos as geladeiras daquele prédio, aposto que aquela seria a última que Eeteuk resolveria abrir. Sorte a minha que o líder acorda um pouco mais tarde depois das gravações do seu programa de rádio ou eu teria que ter madrugado e assim chegado ainda mais cedo no dormitório daquelas meninas. Talvez não teria sido tão ruim ser a primeira a levantar... pelo menos eu teria chegado na cafeteira antes, não?
Subi uns lances de escada - apesar de trabalhar com o Super Junior ainda sou trainne e tenho uma barriga sequinha a manter, regras da casa -, passei por uma das salas de canto que estava ocupada por alguns outros “sortudos” como eu, atravessei um longo corredor e parei em frente à uma porta mais escondida à direita. O apartamento parecia estar ainda bastante silencioso, por isso tentei ser o mais discreta que pude quando toquei de leve na campainha. Fui recebida por uma Sulli sonolenta - descabelada e linda, alguém me diz como isso é possível? - que logo berrou por Amber, já que não entendia uma palavra minha (na verdade ela evitava trocar palavras comigo o máximo que conseguia, isso sim. Até porque minha boca ainda estava grudada naquele sorriso sem dente que dei ao tentar parecer ao menos metade tão adorável então o quê diabos ela não estava conseguindo entender?!).
A minha moleque predileta foi lá, pegou o bolo e me entregou, reclamando algo sobre elas não poderem estar lá na hora. E agora eu estava com meu filhinho em mãos, completamente intacto. Deus abençõe a dieta restritiva da nossa agência.
De lá segui para a van tentando não sacudir muito o embrulho equilibrado em minhas mãos ossudas, guardando-o com o motorista, onde o bolo deveria ficar escondido até os meninos descerem e irmos para a próxima gravação. Eu avisei que talvez o bolo fosse derreter, mas Kyuhyun fez o favor de me lembrar que aquilo era Seoul, não Rio de Janeiro. Logo, para algo derreter, teria que se esforçar e muito. Que seja, eu faço café da manhã para essa criatura e ele me corrige a cada mísera oportunidade que encontra? Vai ter volta, só isso. Vou fazer ele parecer um palhaço na próxima apresentação deles, ele que me espere. E eu não fiz amizade com a noona cos cabelos à toa.
...having you yeah
Voltei para o apartamento para apressá-los e verificar se estavam todos devidamente vestidos com as roupas certas. A eternidade que me deixaram esperando na porta - esqueci a maldita da chave já que estava mais preocupada em perturbar meu sunbae - serviu para me lembrar que, por incrível que pareça, eu ainda estava de pijama e pantufas. Quando Shindong finalmente me atendeu, de boca cheia, percebi que o clima estava completamente diferente de quando saí, agora com todos acordados. O nosso líder estava com aquela carinha de fim de festa (...mal esperava ele...) e todos, eu disse TODOS, se evitavam. Por Deus, eles ficam sempre assim quando estão tramando algo para alguém? Por que, não querendo estragar tudo, mas fica meio óbvio...
Chequei cada um deles, ajeitei alguns, pulei Donghae - caso perdido. Fiz uma nota mental de pedir socorro para o cabelo de Sungmin - ele merece coisa melhor, poxa... - e puta lá miséria, um condicionador para Heechul. Fui para meu quarto trocar de roupa - o único com apenas uma cama (e uma confortável de verdade), isso sim pode ser chamado de privilégio por aqui, já que a minha “unnie” postiça não me aguentou depois dos primeiros dias e meio que tem sobrado espaço por aqui... - carregando Sungmin comigo, pela barra da camisa (pecado, pecado...).
-“’Tá tudo certinho, oppa?”
-Você pegou o bolo?”
-“Peguei sim, já ‘tá na van. Mas vocês já sabem quando vão...”
-“Ai miinah, não sei. Estou com medo do Yesung esquecer do combinado e dar parabéns antes da hora. Todo mundo vai acabar se animando e no meio da gritaria alguém vai bater com a língua nos dentes, viu?”
-“Mas isso não estragaria nada, oppa. Iria, inclusive, disfarçar um pouco. Mas eu queria saber quando vocês tacariam o bolo na cara dele, na verdade. Vocês podiam comer um pouco antes, poxa. ‘Tá gostoso, eu juro! Não deixei o Eunhyuk tocar na massa, logo...”
-“E vamos! Compramos uma torta na padaria para usarmos com o hyung e assim podermos comer a sua!”
-“Aegyo, não precisava! Obrigada, obrigada! Quem segura ele? Eu?!”
-“Ele te quebraria em duas só de tentar se soltar, você sabe. Deixa isso com a nossa criança, vai...”
Então só porque eu era a menina ia perder o melhor da festinha? Fechou então, parceiro. Chutei Sungmin para fora do quarto, correndo pro armário. E a sala continuava morbidamente silenciosa quando comparada com o normal.
O percurso então? Fora pior ainda. Acabei quase os atrasando procurando pelo presente que eu quase perdi de tanto esconder. Bem, não sei se comentei, mas é meio normal eles virem caçar algo no meu armário, principalmente Heechul e sua língua que não cabe na boca. Logo, não custa se prevenir, certo? Era simples - e pequeno - mas fora feito à mão e não é novidade o quanto Eeteuk oppa se emociona quando fazem algo para ele ao invés de comprar. E hoje, para a alegria das Twelfs, ele teria muito o quê comentar no Twitter com o bolo e o bonequinho que fiz dele de biscuit. Para guardar o boneco e minha carta - com, inclusive, umas expressões em Português que o ajudariam a manter a ordem quando necessário - tentei fazer uma caixinha de papel marchê coberta com algumas fotos que tirei deles (e com eles) desde que me mudei pra essa bagunça. Não estavam uma obra de arte devido à minha falta de jeito com artesanato, mas foi o que deu para fazer nessa nossa correria com o novo álbum. Coloquei-a cuidadosamente dentro da minha Chanel laranja - um dos lados bons de ser estilista da SM - e corri para encontrá-los, me desculpando pela demora e tentando dar uns últimos acertos em suas roupas.
Ninguém falou muito no caminho, nem mesmo o manager oppa que se ateve apenas às instruções de sempre. “Girafa oppa, já falei para você parar de puxar o meu cabelo. Se eu ficar careca e não debutar nunca, sua desgraça, faço um caminho de rato nesse teu cabelo de bosta!” Mas é, não adianta. Kyuhyun não perde uma... Ele ‘tá pedindo e eu tenho testemunhas! O manager nos lançou um olhar reprovador - assim como, pasmém, Eeteuk o fez - e eu me desculpei, dizendo que precisava ir ao banheiro. Após um hi-5 com Eunhyuk, tomei a direção oposta e fui me aventurar pelo primeiro corredor que encontrei, voltando correndo para entregar a peruca de Shindong e só então poder fugir de vez.
Even if many many people don't know me
I lift up my shoulders and become more confident
Depois de algum tempo perdido inutilmente pela minha teimosia e fobia de pedir ajuda à desconhecidos, finalmente achei o banheiro. Mas vou te falar que antes eu tivesse desistido da idéia de me esconder por lá, por que ele estava lotado. Era um grupo gigantesco, todas de azul com cartazes e luzinhas e tiaras igualmente azuis feito meu isqueiro. E qual me seria a utilidade de permanecer em um (agora) cubículo com tantas meninas me encarando como se eu viesse de Marte e apresentasse algum perigo às suas vidas se eu nem sequer queria fazer xixi? Desculpei-me fazendo diversas reverências e bati a porta, apressada. Hmm, ok. E eu vim de quê lado mesmo? Direita, esquerda, esquerda, direita. Dane-se, girei o calcanhar e fui para o primeiro lado para o qual meu corpo tombou. Apressei o passo, de cabeça baixa e mão no bolso da minha jaqueta de couro - falso, não sou vegetariana e passo fome aqui a toa, ok? - quando senti uma mão no ombro me fazer parar, de repente. Escorreguei por causa do chão excessivamente encerado e a força do segurança. Sim, era um segurança. E daqueles estilo armário, muralha da China e tudo o mais. Abaixei meu corpo em noventa graus e outra reverência. Tem hora que cansa toda essa educação...
-“Está perdida, menina?” Levantei minha cabeça e, por mais que estivesse do alto das Torres Gêmeas, ainda assim era impossível encará-lo nos olhos e demonstrar alguma segurança estando tantos centímetros mais baixa.
-“Sim, senhor. Quer dizer, não... mais ou menos, sabes? Desculpe-me por minha linguagem tão mal educada. Bem, eu não sei. Eu só preciso achar o Estúdio A, pois eu...”
E então ele grudou os olhos na minha camisa... acompanhei a direção deles e puuuta lá miséria, de todas as cores que eu poderia ter escolhido para vestir hoje eu tinha que ter vindo com aquela pólo azul safira?! Ah, mas eu te odeio tanto Alexandre Herchcovitch, taaanto! Safira, cara? SAFIRA?! Comecei a tremer, se é que eu já não estava desde os olhares mortais recebidos no banheiro. Abri e fechei a boca diversas vezes, expremendo meu cérebro por alguma desculpa em Coreano...
-“Você é fã?”
-“Ahn?” - aproximei meu rosto dele, juro que não entendi o quê ele disse
-“Você... é... fã?” - e então o armário repetiu, pausadamente; Aposto que já estava começando a pensar que sou retardada. Mas ele só pode estar de brincadeira, né? Eu até que era fã por demais desses meninos, mas em dois dias de trabalho eu já tinha esquecido de um dia ter sido. Mais respeito aê, meu chapa. Eu sou mãe deles. Avó, na verdade. Mãe da mãe deles que, inclusive, está aniversariando hoje. Agora se me dá licença, tenho que ir para esfregar um bolo na cara daquela senhora chorona.
Mas, é claro, eu não disse isso. Eu não disse foi nada, na verdade. Apenas peguei meu celular e comecei a procurar pelo telefone de um deles desesperadamente.
-“Ela trabalha conosco, hyung. É nossa estilista.”
E aquela maldita voz grave marcava um gol novamente. Kyuhyun e seu sorriso desgracento estavam aqui para me salvar. Fiz mais outras milhares de reverências e me apressei para o seu lado, já esperando ter que pagar algo em troca como, por exemplo, deixar aquele laptop em seu poder por pelo menos uma semana.
My only person, my loved person...
Após ouvir um momentâneo esporro de meu chefe mais novo, arrumei um esconderijo no estúdio até então completamente novo para mim (eu sempre fico escondida em algum ponto que não atrapalhe mas que eles consigam me ver. É difícil segurar a vontade de trazer um cartaz ou rir muito alto com algumas palhaçadas deles mas acho que já me basta ter vindo de azul hoje e essa saga épica para passar pela segurança...), escondendo o presente dentro da minha jaqueta, abraçando-o com cuidado. Em alguns minutos eu teria que ir buscar o bolo com o manager oppa, mas queria aproveitar mais um pouquinho as caras e bocas de Shindong e sua peruca.
Mas, como era de se esperar, mal pude me habituar à minha nova posicão já que o sinal de Donghae veio mais cedo que devia e logo me movi atrás daquele simpático tio de óculos. Voltamos com o bolo e o entregamos a Eunhyuk, que já nos esperava perto das outras noonas, no canto do estúdio.
... My U My U My U yeah
Cantamos o parabéns (quer dizer, eles... até hoje não decorei a letra toda). Sorrimos. Tacaram o bolo na cara do Eeteuk. Ok, acho que essa gargalhada minha vai assustar quem for assistir o vídeo. Não, espera. Puta merda! Puta, puta puta! Cacete! É o meu bolo ali, olá?! Meu bolo que me custou uma madrugada inteira, ligações internacionais, falta de café, obrigatoriedade de socialização com a Sulli e... ah! Mas quem liga? Olha a carinha deles... E, é... eles perceberam que trocaram. E ah, que divertido, lá vem o Eeteuk sujo de bolo me dar um abraço. Delícia...
Sobrou um pouco de bolo, então não fiquei tão chateada assim. Os oppas não fizeram de propósito, certo? Quer dizer, tinha sobrado um pouco de bolo, Donghae e Eunhyuk já devoraram tudo sem nem ao menos oferecerem um punhado ao aniversariante. Após toda a burocracia e agradecimentos, Eeteuk voltou ao meu lado, sorrindo. Entreguei-o meu presente e ele dançou de novo. Genial, até mesmo o líder continua uma criança. E aposta quanto que ele chorou?
A bit more than the beginning, a bit more than yesterday...
Voltamos nos empanturrando com o tanto de doces que o líder ganhou de presente das ELFs. Eu sei que implico bastante com essas meninas, mas na verdade eu as admiro... eu as invejo mesmo. Se eu pudesse, abraçaria todas elas e até deixaria passarem um dia no meu lugar mas, veja bem, sou ciumenta e um ser humano incrível, logo não passaria minha escravidão à elas. É tanta melação entre eles que... argh. Elas são aquelas primas distantes que parecem sempre fazer tudo certinho e poxa, os olhos deles brilham tanto quando eles a vêem, mesmo quando elas gritam como se o pai estivesse indo pra forca. O pai...
Suspirei, tentando me ajeitar entre Siwon e Eeteuk, apoiando minha cabeça no banco. Observei o evangélico pelo canto dos olhos, tentando disfarçar com a franja, enquanto ele me encarava com a sobrancelha direita levantada, coisa que ele sempre faz quando está se preparando para falar alguma coisa séria. De boa, tudo que eu não preciso é um começo de conversa agora...
-“O quê houve, minha pequena?”
Agora foi a minha vez de levantar a sobrancelha. Grudei meus lábios naquele meu sorriso característico - aquele sem dentes, o sorriso especialmente reservado para a Sulli e qualquer um que tentasse travar uma conversa fora de fora.
-“Não sei o quê, mas sei que é alguma coisa...” Siwon virou-se para mim, tentando pegar minha mão que até então estava escondida debaixo da minha coxa esquerda. E por tentando, leia-se conseguindo sem esforço algum.
-“Não vou lhe perturbar agora, dongsaeng, apenas quero ajudar.”
Ok, não custa tentar.
-“Eu estou... não sei, oppa. Com saudade de casa, é isso.”
-“E hoje é um dia especial, né?”
Virei para encará-lo enquanto ele trocava olhares com Donghae, que respondia com sua habitual cara de desespero.
-“Como assim especial?”
Siwon endireitou-se no banco, estávamos parados em um sinal vermelho. Encará-lo fazia o meu estômago revirar, vai saber. Tentei sorrir e normalizar minha respiração de fumante asmática.
-“Por quê é um dia à menos do lado deles... mas um dia à mais aqui, com a gente. Você é nossa pequena, Carolina-ssi. Quem nos vestiria? Quem nos roubaria todo o Soju da casa?”
-“Idiota” - resmunguei, tentando conter um sorriso
-“Mas, principalmente, quem nos manteria colados uns aos outros? Quem, por Deus, nos aturaria com todas as nossas manias não para manter o emprego, mas por realmente se importar com a gente? Nós somos a sua família aqui e você é a nossa... a nossa, erm...
-“Cereja do bolo!”
-“Obrigado, Sungmin. A cereja da torta e a nossa magnae predileta.” - resmunguei de novo, agora com o Li Shang coreano bagunçando meu cabelo. -“Espero que não sejamos um fardo muito grande, você não pode deixar seu treino de lado para cuidar da gente. E tem que comer, é sério. Vou ficar em cima da sua alimentação a partir de agora. E Heechul tem reclamado que você não tem se empenhado como antes nos seus ensaios e, é... vou sim. Vou deixar ele cuidar dessa parte daqui pra frente.”
-“O Heechul unnie comandar meus treinos?!” - estremeci, atrapalhando Eeteuk oppa que tentava encaixar alguma coisa em algum lugar que não consegui identificar, já que minha visão periférica enquanto míope não é lá aquelas coisas.
-“Não reclama, chegou a hora de tentar retribuir um pouco. Seu Coreano continua engatinhando, Henry e eu podemos lhe ajudar de alguma forma e eu quero treinar meu Inglês. Trocas! Somos companheiros, certo? Ou talvez eu converse com ele para convencermos Amber a tomar seu lugar enquanto ele não estiver por aqui. Não conversei com você sobre isso antes porque bem... não tem como adivinhar esse humor que você herdou de sua unnie postiça e bem, a idéia não estava amadurecida, mas a vontade só vai aumentando. Você não está sozinha, dongsaeng. Não pode ter vindo para cá à toa, antes de nós tem esse seu sonho aí que você tanto tem deixado de lado. Somos crescidos, sabia? Prometemos não explodir a casa ou sujar todas as roupas, exceto o Donghae, é claro, você sabe como ele é. Mas de qualquer forma, não vamos complicar muito enquanto você estiver fora ensaiando e... vivendo. E Sábado iremos todos ao cinema. Sem reclamações!” - Siwon me interrompeu quando abri a boca para contestar. Deixe-me ser abraçada por ele, estremecendo novamente. É verdade que não é fácil me deixar esquecer do por quê de ter vindo parar aqui, mas é impossível não ir deitar pensando nos compromissos do dia seguinte, das roupas que separaria para eles escolherem, de todos os lembretes que eu teria que fazer para que tudo corresse bem. Esqueço de ir para algumas aulas de música ou de dança, e não sou repreendida por isso graças ao meu “estágio”, mas não consigo esquecer da vida que deixei para trás. Da minha família de olhos arredondados, da minha antiga casa. Dos meus pais e de como hoje estaria sendo se eu nunca tivesse me inscrito nesse maldito teste.
The reason why today I love you more girl
The secret of us two
Algum tempo depois
You you, when you say
"I love you I love you I love you"
When you say it, you make me believe it
Eu já devia ter assistido aquele vídeo umas cem vezes mas ainda assim não conseguia parar de pausar em algumas partes e voltar, voltar e assistir tudo de novo por mais outras cem. Alguma coisa dói e pesa dentro de mim toda vez que ouço minha risada no vídeo, que escuto o “Aniyo” de Eunhyuk, que vejo Eeteuk oppa dançando... tremo toda vez que vejo as velinhas sendo arrancadas do bolo, a felicidade e cumplicidade deles - e consequentemente minhas. Pareço ficar um tanto mais oca cada vez que teimo em apertar o play de novo. Não sei o porquê disso quando estou aqui finalmente vivendo o quê gastei anos perseguindo. Não sei mesmo. Talvez seja por quê hoje também é aniversário do meu pai e, sei lá, não o abraço há quase um ano. E, apesar de eu estar onde deveria, abriria mão de tudo, pelo menos por hoje, para ver o meu pai ali, com meu bolo na cara, sendo derrubado em um montinho pelas minhas crianças.
You you, when you look
silently, silently at my eyes
when you look at them and smile, you make me smile too
Kyuhyun voltou e eu podia jurar que era para tomar o laptop de volta. Dito e feito, lá estava ele me jogando em seu ombro e me carregando para a sala como sempre. Mas, por incrível que pareça, o computador que fica numa escrivaninha velha ao lado de um dos sofás estava ligado, com todos os meninos reunidos na frente, cantando. Por quê diabos ele não estava ali no meio então? E por quê diabos ele me tiraria do quarto para isso? Fui jogada em cima de Heechul, que me girou de frente para a tela, balançando minha cabeça, enquanto gritava “suwoneul malhaebwa!”. E então eu desabei. É, bem feito protagonista de dorama barato, lá estava eu chorando meus mangos e me sacudindo feito uma retardada. Meus pais estavam em uma vídeo conferência com os meninos no Skype, segurando uma réplica - melhorada, óbviamente - do bolo que tentei fazer para Eeteuk e os meninos com a tal torta comprada na padaria, confeitada com um “Parabéns, Carlos appa” torto que só.
-“Ahhh, Carolina-ssi, somos mais espertos que você imagina, viu?” - senti Donghae me apertando por trás e me trancando em seu abraço de urso.
-“E eu menos chato do que você pensa, querida dongsaeng.” - ouvi Kyuhyun bufar de algum canto ao meu lado direito, com aquele seu tom irritantemente sarcástico no querida.
Minha mãe, para minha surpresa, estava com um sorriso de orelha à orelha e meu pai chorava feito eu, como é bem de seu feitio. Sorri para a tela desejando estar lá com eles tanto quanto agradecia por estar aqui quando, do nada, minha mãe tacou a torta no rosto do marido. Mas hein?! Com a força da risada - e minha falta de equilíbrio - me joguei para trás, procurando por ar (isso que dá passar os dias roubando maços alheios), quando acabei recebendo um montoado de glacê bem no meio da cara e o senti sendo espalhado pelos cabelos e pescoço, ao som daquelas gargalhadas escandalosas às quais eu estava tão habituada - o quê incluía as de meus pais.
You you, when you come
to my side, to my side you come...
É, vale a pena não dormir por esses meninos.
... and lean on me, you make me strong.