Title: Habits
Autora: Pollyweasley
Ships: Harry/Draco, side Ron/Hermione, Blaise/Ginny, Pansy/Luna, Oliver/Percy
Rating: NC-17
Contagem de Palavras: 8,5k
Sinopse: Ele odiava os clubes, odiava a bebida, odiava os caras com quem dançava e caia todas as noites, e odiava os dias seguintes. Mas ele não conseguia parar. Ele não conseguia parar simplesmente porque estar sóbrio era muito pior do que estar de ressaca. Pensar na dor de cabeça, no gosto de bile e no esporro que levaria de Pansy era melhor do que a dor que constantemente estava ali. Que não saia mesmo depois de um orgasmo com um cara delicioso. Que não se dissipava mesmo quando ele estava rindo e dançando. Ele precisava ficar adormecido para não pensar. E fazia isso noite, após noite, após noite...
Avisos: Vício, promiscuidade, uso abusivo de remédios, TEPT, angst, amigos sendo fofos, (eu tentando ser realista).
Disclaimer: Os personagens de Harry Potter são propriedade de J.K. Rowling e Bloomsbury/Scholastic/Rocco. Fic sem fins lucrativos, feita apenas pra diversão.
|| It's shaking the sky
And I'm following lightning
I'll recover if you keep me alive
Don't leave me behind
Can you see me I'm shining
And it's you that I've been waiting to find
I'm holding it all tonight
I'm folding it all tonight
You know that you make it shine
And it's you that I've been waiting to find ||
- Shine - Years and years
- Feliz Aniversário, Draco! - Uma cacofonia de vozes gritou em seu quarto, fazendo Draco rir, ainda que estivesse tentando esconder. Havia um bolo enorme de chocolate, cheio de cobertura e recheio, com velas no formato dos números 26 em cima. Harry segurava o bolo, de cócoras aos pés de sua cama. Padma segurava vários salgados, e Luna, Pansy, Granger e Weasley também estavam ali, junto com Theo, Blaise e Ginny. Ele estava de pijamas, coberto até a cintura e sentado em sua cama, enquanto o pessoal movimentava-se pelo quarto pequeno, pegando garfinhos, pratos descartáveis, copos de refrigerante e suco.
Ele nem lembrava que era seu aniversário, na verdade. Enquanto cantavam parabéns e partiam pedaços de bolo, Draco refletia sobre o que se passou. Os dias seguiam de forma atarefada na fundação, e ele sabia sempre que dia da semana era qual, mas os números deles acabaram se perdendo. Draco percebeu que, depois de algum tempo, ele deixou de ter pressa para sair, principalmente depois da semana anterior quando Harry admitiu que ainda gostava dele. Aquele tinha sido o primeiro beijo depois de muitos anos, e o único. Harry agia de forma sempre polida quando estava em suas vestes de curandeiro, mas de vez em quando, quando ele aparecia vestido de roupas comuns e perguntava se Draco queria dar uma volta - somente depois do jantar ou nos sábados e domingos -, Harry era aquele mesmo Harry sem jeito, sarcástico e adorável que ele conhecia. Não se beijavam, no entanto. Harry o abraçava como despedida, mas nada além disso.
Essa situação estava deixando Draco cada vez mais nervoso. Ele sentia as mãos de Harry sobre si, sua voz e seus sorrisos, suas provocações, e não conseguia evitar de querer. Draco sempre amou sexo, sempre quis muito e o tempo inteiro, e estava há MESES sem nada. Ele nunca tinha passado tanto tempo sem sexo desde que perdeu a virgindade, e aquilo era torturante. Tudo o deixava excitado, o mínimo toque o fazia machucar o pulso à noite, sozinho com seu melhor amigo de 23 centímetros - não tinha 23,5. Draco sabia porque ele mediu com a régua. Até mesmo o olhar de Harry, seus profundos olhos por trás das lentes, o verde queimando como fogo fátuo e incinerando o corpo de Draco por dentro, fazia com que ele tivesse os mais vívidos sonhos sexuais.
Draco estava aprendendo que, não importava se seu quarto estava cheio de pessoas que ele não achava atraentes. Quando Harry Potter sentava-se ao seu lado na cama segurando um pratinho inocente de bolo, seu pau IRIA ficar duro. Draco colocou as mãos sobre o colo e cruzou as pernas para disfarçar.
- O que você quer de aniversário? - Harry perguntou.
- "Ir embora" não está na lista. - Padma lembrou, ajudando os outros a se servirem de bolo e salgadinhos.
Draco pensou um pouco, um sorriso nos lábios, e virou-se para Harry.
- Quero que você me dê bolo na boca. - Disse, com um risinho, e Harry pareceu surpreso antes de retribuir o sorriso.
- Bem, é seu aniversário. - Harry deu de ombros, pegando o garfo, mas Draco negou com a cabeça.
- Não. Com os dedos. - Ele corrigiu, e Harry riu mais abertamente, um brilho travesso em seus olhos. Pegou um pedaço de bolo com o indicador e o polegar e ergueu, colocando na boca do loiro.
Draco fechou a boca ao redor do pedaço, propositalmente lambendo os dedos de Harry no processo. Harry pigarreou e engoliu em seco, antes de buscar outro pedaço.
- Céus, vocês são tão fofos que sinto vontade de vomitar. - Pansy disse, fazendo sons de desconforto, e Draco riu. Mas não se importava, realmente. Ele tinha Harry Potter na sua cama e lhe dando comida na boca. O que mais ele poderia querer?
Além de sexo, claro.
Sexo que esse mesmo Harry Potter se recusava a lhe dar.
Ele sabia que Harry também estava afetado por aquilo. Era óbvio, tão óbvio quanto aquela bagunça em seu quarto. Harry lambia os lábios e respirava entrecortado sempre que a língua de Draco tocava seus dedos, e remexia-se onde estava sentado constantemente. Se sua memória não lhe falhava, Harry também era um entusiasta do sexo - e só de pensar que ele talvez tenha feito com outras pessoas fazia o sangue de Draco borbulhar em suas veias de ciúmes. O que lhe acalmava era saber que Harry não tinha tempo para nada além da fundação - ou era isso que Draco pensava.
No olhar do moreno, ele via, havia promessa e desejo. Draco ainda queria melhorar por causa dele, é claro, mas... Sinceramente? No momento ele só queria que Harry deixasse de ser um médico profissional e o fodesse até que ele estivesse fundido com o colchão.
Não parecia que ele iria receber aquilo tão cedo, no entanto, nem mesmo no dia de seu aniversário. A festa veio e foi, e no fim da noite, todos, incluindo Harry, se despediram e lhe deram um boa noite animado. Draco não estava com sono, mas depois de uma sessão maravilhosa de amor próprio, lembrando os olhos de Harry e de suas mãos enquanto ele colocava bolo em sua boca, fizeram com que Draco apagasse em sua cama.
As semanas seguintes passaram rapidamente para Draco, mas ao mesmo tempo foram incrivelmente torturantes. Ele sabia que estava chegando próximo o dia em que ele sairia do centro, mas tentava atrasar esse dia ao máximo - pelo menos em sua cabeça. Há eras ele não chorava nas sessões com Clearwater, e seu trabalho estava ficando cada ver melhor e mais eficiente, tanto na cozinha quanto na biblioteca. Nos dias seguintes à morte de Drake, ele não foi ao futebol, mas depois que as memórias pararam de doer tanto, ele voltou a jogar com os outro colegas que fizera. Não eram próximos como Drake fora, mas era bom estar de volta à rotina das sextas-feiras. Sem querer admitir, Draco se viu confortável como estava. As mudanças - os encontros onde Harry conversava com ele sobre qualquer coisa além da Fundação, onde eles faziam piadas com duplo sentido, e sorriam um com o outro, eram muitíssimo bem vindas. Draco já não se sentia nervoso com a perspectiva de mudar.
Por isso se surpreendeu com suas palavras, enquanto estava sentado no divã da sala de Clearwater.
- O que pretende fazer quando sair daqui, Draco? - Ela perguntou, e ele não demorou muito a responder. Andara pensando nisso há algum tempo, mas só agora percebeu que não era só um sonho.
- Eu estava pensando se... Bem, se a fundação não precisa de um pocionista. - Ele respondeu, e ela ergueu uma sobrancelha. - Eu sei que vocês compram de um fornecedor, e isso deve ser muito caro. Uma hora vai ser complicado demais pagar para todos os internos.
- Bem, existe uma taxa que a maioria dos internos... Ou melhor, que os familiares dos internos pagam. Essa taxa sustenta nossos custos. - Clearwater respondeu, e Draco balançou a cabeça.
- E que lucro Potter faz nesse lugar? - Ele perguntou, e a curandeira riu.
- Ele não está fazendo esse trabalho para lucrar.
- Exatamente. E é um estúpido por isso. Não é preciso aumentar a taxa dos internos, só diminuir o custo de produção. Sinceramente, se ele me pagasse um salário eu faria poções pela metade do preço que ele encomenda, com maior rapidez e segurança. - Draco respondeu. Ele tinha feito as contas baseando-se em si mesmo, mas sabia que os custos eram muito maiores considerando que alguns internos tomavam poções até 12 vezes por dia.
- O que está querendo dizer? Você sabe que Zabini cuida pessoalmente das finanças da Fundação, não é? - Ela perguntou, e Draco fez uma careta.
- E ele permitiu que Potter continuasse com essa loucura?
- Bem, não temos um pocionista confiável e o que nos fornece as poções trabalha em outro país. Ele não tem como trabalhar para nós exclusivamente. - Clearwater explicou, e Draco riu pelo nariz.
- Bem, eu vou tratar de conversar com nosso Sr. Herói-bonzinho sobre isso. - Ele sentou-se, e Clearwater sorriu para ele.
- Bem, acabou nosso horário. Espero te ver novamente, Draco. - Ela falou, e ele assentiu.
- Até semana que vem. - Ele calçou os sapatos novamente - tinha adquirido um costume de tirá-los quando entrava na sala - e seguiu para a porta.
- Não tenho tanta certeza... - Ele ouviu, e virou-se para a mulher, confuso.
- Oi?
- Nada. Até mais, Draco. - Ela o dispensou com um aceno de mão, e Draco fez pouco caso.
Não deveria.
No dia seguinte, quando ele estava se retirando para seu quarto, Padma o acompanhou em silêncio. Ele achou estranho, mas não questionou até chegar ao seu quarto.
- O que eu fiz agora? - Ele perguntou, e ela riu de leve.
- Nada. - A medibruxa entrou em seu quarto, olhando ao redor e enfiando as mãos nos bolsos da frente de suas vestes. - Draco... Você...
- Hm?
- Se você quiser, já pode ir pra casa.
- Como? - Ele fechou a porta, virando-se para ela. Não tinha entendido direito.
- Você já pode ir pra casa. - Ela repetiu, e ele deixou sua mão cair da maçaneta. Seu coração palpitou com força e ele sentiu os olhos ardendo.
- É sério? - Ele perguntou, sua voz saindo fraca e chorosa. Draco sentiu-se envergonhado, mas não tanto. Padma sorriu, e ele notou sob a luz que as bochechas dela estavam molhadas.
A mulher assentiu com a cabeça, fungando um pouco.
- Sim. É sério. Você pode ir embora no sábado, se quiser. Só preencher a papelada e você é um cara livre.
Ele soltou uma gargalhada, que não sabia que estava segurando, e correu, abraçando-a pela cintura e tirando-a do chão. Draco parou de pensar em ir embora, mas agora que podia... A sensação de liberdade parecia dominar todos os seus músculos.
- Sabe o que eu vou fazer no sábado à noite quando eu sair? - Ele perguntou quando a soltou, e sorriu de lado. - Eu vou numa lanchonete, a mais de beira de esquina possível, e vou pedir o maior hamburguer que eles tiverem.
Padma riu ainda mais, abraçando-o com força. Merlin, Draco ia sentir falta daquele lugar.
|| I worship, high praises
My longing drives me crazy for you
My kingdom for your graces
I'm not gonna tell nobody
I'm not gonna tell nobody 'bout you
Just tell me how I can prove
I'm the one for your fire
And I'll take you higher
I'll do it for you
And you can worship me too||
- Worship - Years and Years
Fizeram uma festa de despedida para ele. Foi grande - como poderia ser num instituto de reabilitação - e todos os amigos que fizera estavam presentes, diferente de seu aniversário, onde estavam apenas os mais próximos. Era um tipo de emoção diferente. Draco sabia que agora, lá fora, ele estava por conta própria. Não havia Padma para lhe dar poções, Clearwater para conversar consigo, nem mesmo Percy Weasley para repreende-lo quando ele estava sonhando acordado na biblioteca - mesmo que ficasse um babaca quando Wood aparecia para lhe dar um oi.
Ao final da festa, ele estava sentado num dos bancos de fora, pensativo, quando Harry sentou-se ao seu lado. Ele estava de jeans, um allstar preto - que Draco sabia que ele tinha desde que ficaram juntos a primeira vez - e um casaco verde. Ele parecia ter tido preguiça de fazer a barba naquele fim de semana e Draco queria passar os dedos no rosto dele para sentir a aspereza. Era tão difícil que Harry estivesse desleixado como ele era no passado, agora que era curandeiro. Draco sentia um pouco de falta disso.
- Te dou um galeão por seus pensamentos. - Harry falou, e Draco riu levemente.
- Estou pensando em como vai ser lá fora. Sem a rotina, sem os medibruxos... Sem você. - Draco disse, sem realmente olhar para Harry. Ele não sabia se conseguiria colocar pra fora seus pensamentos sob o olhar intenso do moreno.
- Voltar à vida real é sempre o pior. Quando somos impedidos de fazer algo é muito mais fácil resistir do que quando estamos livres, você sabe. Mas eu acredito em você. Todos nós acreditamos em você. Seus medibruxos, sua curandeira, seus amigos. - Harry falava baixo, calmo. Ele ergueu uma mão, segurando a de Draco e acariciando as costas de sua mão com o polegar. - E eu vou estar sempre com você, Draco. Por que acha que eu deixaria de ficar ao seu lado quando você sair?
- Eu não vou ser mais sua responsabilidade. - Draco murmurou, e Harry riu.
- Você nunca foi minha responsabilidade. Principalmente depois que deixei de ser seu médico.
Draco virou-se para ele com as sobrancelhas franzidas.
- Então por que você não está me enchendo de beijos e me levando para seus aposentos? - Draco perguntou, mau humorado, e ficou ainda mais chateado quando Harry riu mais uma vez.
- Você é um interno em tratamento, e eu sei o quanto você pode ser viciado em sexo. - Harry fixou seus olhos nos dele, e Draco sentiu-se derreter. Céus, nunca estaria imune àqueles olhos. - Mas em breve, você não será mais. E nada vai impedir que nós comecemos de novo. - Harry tirou algo de seu bolso com a mão livre, virando a mão que segurava e colocando um papel dobrado na palma de Draco. - Boa noite, Dragão. - O moreno deu um beijo em sua bochecha, antes de levantar-se e ir embora.
Assim que Harry saiu, Draco olhou o papel em sua mão. Havia um endereço e um horário para o domingo, e Draco sorriu. Um encontro na mesma lanchonete em que Draco se permitiu ser ele mesmo por algum tempo, e entregar-se ao que sentia por Harry.
Ele mal podia esperar pelo domingo.
Por mais que estivesse ansioso, no entanto, Draco deixou-se ficar tranquilo. O dia de sua saída foi calmo, sem nada de especial. Ele pegou uma mochila com seus pertences, saiu em direção à sala principal onde pegou sua varinha - e fez alguns feitiços simples só para relembrar que podia - e passou pelos portões da Fundação Evans em direção ao ponto de aparatação mais próximo, indo para casa.
A mansão parecia ainda maior depois de tanto tempo sem vê-la. Sua mãe o estava esperando na porta, com um sorriso emocionado e olhos marejados. Draco a abraçou, sentindo todo o peso do mundo sair de suas costas de uma vez. Era maravilhosa a sensação de estar livre, verdadeiramente livre. A mansão não lhe dava mais calafrios, como era constante antes do tratamento. Ele passou pelas grandes portas e foi para seu quarto, todo o tempo sem sentir os olhos que pareciam segui-lo anteriormente. Tomou um longo banho, vestiu-se em suas roupas mais confortáveis e correu para os braços de sua mãe. Era como se não tivesse passado tempo o suficiente com ela por toda a sua vida e agora queria compensar. Draco deixou-se ficar deitado com a cabeça no colo dela por toda a manhã até o começo da tarde, conversando sobre as coisas que aprendera, o que fizera e sobre todo o processo de tratamento no geral, separando-se apenas quando o almoço foi servido pelos elfos.
Era estranho não precisar fazer nada. Era estranho não ter pratos para lavar, cenouras e batatas para lavar e descascar. Draco sentia-se inútil e, depois do almoço, mesmo com os protestos de sua mãe e dos elfos, ele pôs-se a lavar e secar os pratos no estilo trouxa. Era um movimento calmante e conhecido. Draco tinha se acostumado àquela rotina e ela lhe dava algum propósito.
Não tinha uma academia em sua casa, e não tinha graça voar sozinho, então Draco se colocou em suas roupas esportivas - uma calça de moletom simples e uma camiseta leve, e correu ao redor da mansão pelo menos quatro vezes - e considerando o tamanho da mansão, isso era um feito e tanto. Ele gostava de como seu corpo tinha ficado durante os meses de exercício constante, e pretendia mantê-lo assim. Ele não tinha músculos tão definidos, seu corpo não funcionava assim, mas ele não estava tão fofinho como era antes. Sua barriga tinha linhas bem definidas ao redor de seus músculos, seus ombros estavam decididamente maiores, e suas pernas e sua bunda estavam maravilhosas. Ele se pegava várias vezes por dia se olhando no espelho, esticando as pernas e imaginando o rosto de Harry quando finalmente aceitasse ir para a cama com ele.
Draco não conseguiu dormir direito. A expectativa de ir a um encontro com Harry estava deixando-o agitado e ansioso. Fazia tanto tempo que ele não tinha um encontro - um encontro de verdade. Eles iriam para uma lanchonete. Harry provavelmente escolheu o local não só porque eles já tinham se encontrado lá antes, mas também porque era mais improvável que Draco pedisse alguma bebida alcoólica no lugar. Draco se perguntava se conseguiria resistir caso estivesse num jantar com sua mãe e ela quisesse tomar vinho, ou se estivesse num restaurante refinado e fosse esperado que ele tomasse uma taça. Seria fugir de sua vitória? Ou sua verdadeira vitória seria parar de beber antes de ficar embriagado? Quando estava na reunião do grupo, muitos deles tinham a intenção de somente diminuir a quantidade em que consumiam álcool. Outros queriam parar completamente. Clearwater tinha lhe dito que, sendo um vício como álcool, tão fácil de voltar, ele jamais deveria beber novamente. Nem mesmo chegar perto de bares ou algo assim, então teria que dar tchau para os encontros no Dedo de Fada. Draco não sabia exatamente o que ele queria, mas sabia que conseguiria resistir caso precisasse. Ele não precisava de bebidas ou de poções para lidar com sua vida agora. Ele precisava somente de si mesmo. Iria preparar-se para um curso de poções, que ele sabia que passaria com louvor, e tentaria ir formando seu lugar para trabalhar na Fundação Evans. E ele IRIA ficar junto de Harry. Todas as decepções no passado seriam remediadas com um relacionamento saudável, diversão, um pouco de brigas, talvez, e sexo. Muito, muito sexo. Draco não conseguia esquecer disso nem por um segundo.
As horas mal passavam, mas de repente já era a hora do encontro e Draco não sabia que roupas vestir. Já era o segundo conjunto que ele descartava por ser formal demais. Os outros eram displicentes demais. Talvez agradassem a Harry no passado, mas agora ele era curandeiro, e o vira em seu pior. Ele queria impressionar.
Sua mãe, no entanto, achava aquilo tudo desnecessário.
- Draco. É só Harry. Aquele mesmo garoto que te levou pra um jogo de quadribol no primeiro encontro. Lembra dele? - Ela falou, sentada em sua cama com classe, mesmo no meio da bagunça. Draco, vestido somente com uma calça jeans, virou-se para ela, nervoso.
- E se ele não me quiser depois que me ver fora da Fundação? - Draco perguntou, e Narcissa sorriu, balançando a cabeça.
- Draco. Ele passou dias ao seu lado enquanto você estava em coma. Ele tirava o único dia de folga que ele tinha pra te ver. Ele me parava todos os sábados pela manhã quando eu ia te visitar para falar pelo menos 10 minutos comigo por sua causa. Ele fez amizade com seus amigos, ele se esforçou para mudar o próprio guarda-roupa por você. Ele é Harry Potter e você é Draco Malfoy. Ele sempre vai estar atrás de você.
Aquilo pareceu lhe dar uma injeção de confiança. Ele colocou uma camisa de um azul clarinho, uma jaqueta por cima, já que não estava tão frio, e tênis. Era casual, e ao mesmo tempo o vestia perfeitamente, como todas as suas roupas. Estavam um pouquinho mais apertadas em volta dos ombros agora, mas ao invés de deixá-lo esquisito, o deixavam sexy.
Draco estava na lanchonete na hora exata. Harry chegou menos de cinco minutos depois, vestido como Draco imaginou que ele estaria. Jeans, uma camiseta preta e um allstar vermelho, uma jaqueta preta por cima. Ele sorriu ao ver Draco lhe esperando e se aproximou com as mãos nos bolsos. O loiro não pôde evitar que seu coração batesse forte, ou que seus pelos arrepiassem completamente, ou que suas mãos começassem a suar. Harry tinha o sorriso mais lindo do mundo. Era um sorriso que iluminava seus olhos, e seus dentes pareciam extremamente brancos contra a pele escura. Draco sempre achou linda a dicotomia entre os dois. Harry era tão escuro comparado a si, mas ao mesmo tempo tão puro, um maldito herói. Ele, por outro lado, era pura alvura, mas sempre tomando decisões erradas em momentos errados. Harry, no entanto, nunca pareceu vê-lo assim. Harry o via como um ser humano, como alguém digno de se ter ao lado por mais de uma noite. Era estúpido se emocionar com isso agora, depois de tantos anos remoendo sua pior decisão, culpando-se continuamente por ter abandonado o único cara que o viu como mais do que um corpo para foder. Ele piscou os olhos rapidamente, tentando afastar a ardência que começava a pinicar o lado interno de seus olhos. Draco se recusava a chorar em seu primeiro encontro depois de anos. Ele NÃO iria chorar.
- Fiquei com medo que você não fosse aparecer. - Harry disse, parecendo nervoso. Draco quase riu. Como assim, ele estava nervoso? Ele era o benfeitor entre eles dois, não o contrário.
- Você está doido se acha que vou te deixar escapar dessa vez. - Draco disse, sorrindo ao demonstrar uma autoconfiança que não tinha, mas que fez Harry o segurar pelo braço e leva-lo para dentro da lanchonete.
Foi tão simples. Eles sentaram e fizeram seus pedidos. Harry perguntou como havia sido seu primeiro dia fora da Fundação e Draco teve que admitir estar entediado.
- Posso te emprestar a academia da minha casa se você quiser. - Harry ofereceu, e Draco ergueu uma sobrancelha.
- Você tem uma academia DENTRO da sua casa? - Draco perguntou. Ele lembrava-se do apartamento de Potter e nem de longe era grande o suficiente para ter uma academia dentro dele.
- Sim. Eu não tenho muito tempo para ir para uma academia, então acabei instalando uma. - Harry deu de ombros. - Depois que eu me mudei, acabei mudando a casa de acordo com as minhas necessidades.
- Você se mudou? - Draco perguntou. Ele gostava do apartamento do moreno, apesar da bagunça. Era aconchegante.
- Sim. Na verdade, eu só estava morando naquele apartamento porque era mais próximo de tudo. Mas depois de começar a trabalhar integralmente na Fundação, decidi que precisava de um lugar mais calmo, onde eu pudesse me esconder quando quisesse. - Harry deu de ombros, tirando as mãos de cima da mesa quando a garçonete apareceu com seus pedidos. - Posso te mostrar, se você quiser. - Harry sugeriu quando a moça saiu, e Draco sentiu, no fundo de sua alma, que aquele não era um pedido qualquer. Harry parecia cheio de expectativa, e Draco sentiu seu coração bater ainda mais forte só em pensar naquilo.
- Você sabe que eu não vou ficar comportado se você me levar pra sua casa, não sabe? - Draco foi direto, e Harry sorriu meio sem jeito. Draco teve de sorrir de volta. Aquele dentinho torto fez sua aparição mais uma vez, e Draco quis observá-lo por mais tempo.
- Eu... Eu estou contando com isso. - Harry falou, lambendo os lábios, parecendo meio sem jeito. Draco apenas sorriu, pegando seu sanduíche e dando uma mordida, fazendo questão de soltar um gemido longo. Ele sentia falta de comer porcaria, e mais ainda falta de provocar Harry até que ele estivesse a ponto de atacar.
O assunto ficou de lado por um tempo, no entanto. Harry contava sobre os casos da Fundação que Draco não conhecia, contou sobre um momento enquanto estava fazendo o curso, que ele precisou estudar uma disciplina de poções e, sendo péssimo como era, precisava desesperadamente de ajuda e precisou apelar para que a melhor aluna da matéria o ajudasse. Ela ficou em cima dele por meses até que ele disse que não estava interessado em meninas, o que fez com que ela passasse alguns outros meses tentando matá-lo envenenado.
- Eu teria feito o mesmo. - Draco comentou, rindo enquanto bebia seu refrigerante. Harry girou os olhos, enfiando as últimas batatinhas na boca.
- Ela era uma psicopata. Ainda bem que já sai de lá. Ela decidiu fazer especialização para trabalhar na área de envenenamento no St. Mungus. Faz sentido. - Ele bebeu o que restava da bebida, e olhou no rosto de Draco com aqueles lindos olhos brilhantes. Draco queria beijá-lo. Fazia eras que ele não sentia aquela boca contra a sua. Sem pensar muito, ele estendeu uma mão, segurando a de Harry, e alisou as costas da mão dele com o polegar.
- Harry... Nós vamos ficar juntos? - Ele não quis soar desesperado, mas estava um pouco. Estava cansado de esperar que Harry tomasse a iniciativa, que ele se expressasse. Estava cansado de simplesmente esperar. Ele não estava mais internado, ele não era paciente dele, e talvez ele ainda estivesse fazendo tratamento com Clearwater, mas era por escolha própria, e não porque precisava. Draco não quis terminar os encontros semanais com a curandeira porque eles faziam com que sua mente ficasse mais clara. Os manteria pelo menos até que estivesse fazendo um curso ou trabalhando.
Harry não o respondeu imediatamente. Ele soltou a mão que Draco segurava e remexeu-se um pouco na cadeira, como se procurasse algo em seu bolso. Quando sua mão voltou para cima da mesa, havia um brilho prateado entre seus dedos, e Harry abriu a mão para revelar o que era. Dois anéis, aparentemente de prata.
Draco sentiu sua respiração parar. Milhares de pensamentos passaram por sua cabeça, mas não conseguiu formar nenhum completamente antes que Harry falasse.
- Eu gosto muito de você. - O moreno começou, olhando para os anéis, como que se protegendo. - Eu gosto de você há muito tempo. Desde Hogwarts, se eu for sincero. - Draco ficou surpreso com aquilo, e sentiu seus ombros caírem, a tensão saindo deles. - Quando ficamos juntos no meu aniversário, há anos, eu achei que finalmente eu estava conseguindo a única coisa que eu realmente queria naquele momento e que eu não achava que fosse ter. Namorar você foi maravilhoso - Harry riu, sem graça. - mesmo que VOCÊ não estivesse namorando comigo. Eu achava que era óbvio que eu queria você de verdade, mas aparentemente eu deveria ter sido mais assertivo. Aquele dia dos namorados foi horrível. Eu não quis mais ninguém depois daquele dia e, mesmo depois das meninas terem me convencido a ficar com algumas pessoas, nunca foi bom. Eu decidi ficar sozinho, até você reaparecer na minha vida e meu coração me matar mais uma vez. - Harry ergueu os olhos para ele, finalmente, e havia um brilho neles que Draco não soube identificar. - Eu quis ter certeza de que não seria como antes. Desculpe ter te feito esperar.
Ele colocou os dois anéis na mesa, um deles sendo um pouco menor que o outro. Draco sabia que era a medida de seu dedo. Como Harry tinha descoberto, ele jamais saberia.
- É por isso que eu tenho algumas condições sobre esse relacionamento. Eu sei que não deveria impor nada se eu quero que isso funcione, mas eu não sei se consigo entrar numa relação sem saber o que esperar. - Ele continuou. - Eu não sei dividir. Eu nunca soube dividir. E não gostaria de ter que dividir agora. Eu preciso saber se você vai estar só comigo ou se vai querer ficar com outras pessoas. Eu preciso saber se você quer ficar comigo ou se quer só se divertir. - Harry engoliu em seco. - Eu realmente... Realmente gosto de você. Se eu não puder ter você por completo, eu não sei se eu consigo... O que eu quero dizer é... - As mãos do moreno começaram a tremer, e Draco sorriu levemente, erguendo as duas mãos e segurando as dele.
- Você pensou nesse discurso por muito tempo? - Draco perguntou, e Harry ergueu os olhos, franzindo as sobrancelhas.
- Eu não quero soar controlador. Eu só não quero...
- Se machucar de novo? - Draco perguntou, e Harry desviou os olhos mais uma vez, assentindo com a cabeça.
- Eu não aguentaria sentir aquilo tudo novamente. Foi... Foi muito ruim. Para dizer o mínimo. - Harry disse, e pegou novamente os anéis. - Eu quero muito ficar com você. Muito. Mas... Eu preciso ter certeza que você quer ficar comigo. Só comigo.
E então ele estendeu os anéis em sua palma, oferecendo-os a Draco. O loiro pensou em negar. Ele sabia que Harry precisava estar seguro, mas ao mesmo tempo sentia que não queria começar um namoro com exigências... Ainda que ele quisesse fazer as mesmas a Harry. Sabendo disso, ele entendeu o porquê daquilo. Harry não queria sofrer. Certamente, Draco também não, e o que ele queria estava bem ali na sua frente. Ele pegou o anel menor, girando-o entre seus dedos e erguendo os olhos para Harry, que o olhava com ansiedade.
- Eu suponho que tudo isso também esteja valendo para você? - Draco perguntou, e Harry assentiu com a cabeça rapidamente. Draco sorriu, colocando o anel em seu anelar, sentindo uma leve magia percorrer seu corpo. Fechou os olhos, tentando identificá-la. Sempre foi sensível. E era tão óbvio. Uma magia de proteção. Até nisso Harry era um curandeiro. - Estamos decididos. Então... Quando vai me levar par-
Draco não conseguiu responder. Suas palavras foram interrompidas pelos lábios de Harry, que se inclinou sobre a mesa e o puxou pela nuca, finalmente dando-lhe um beijo digno. Pela posição como estava, era difícil dar um beijo mais profundo, mas Draco não se importou. A língua de Harry em seus lábios, buscando a sua e acariciando-a com fome e carinho era mais do que ele tinha tido em meses, e ele estava amando cada momento.
O processo de pagar pelo lanche e aparatar até a casa de Potter foi torturante. Era certamente uma casa grande, com um jardim grande, e, aparentemente, ele também tinha um carro e um quintal, mas Draco não prestou atenção. Nem Harry deixou que ele prestasse atenção. Ele segurou sua mão e o levou para dentro da casa, que apesar de grande, não parecia luxuosa como a mansão. Móveis de madeira e couro, tapetes no chão, alguma coisa nas paredes. Ele não conseguiu observar, porque Harry o pressionou contra a porta assim que ela fechou atrás de si e beijou seus lábios com fome. Suas mãos o apertavam pela cintura, e Draco não conseguia parar de pensar no anel prateado que também enfeitava o anelar de Harry. Ele era seu. Seu, seu, seu! Como que para provar isso, Draco enfiou as mãos nos cabelos negros do leonino e puxou-o para mais perto de si, aprofundando o beijo. Línguas, lábios, dentes. Aquele beijo era tão intenso quanto uma sessão de sexo, e logo Draco precisou se afastar para buscar fôlego.
Harry, no entanto, parecia não conseguir manter sua boca longe do loiro por muito tempo. Logo seu pescoço estava sendo atacado, as mãos de Harry enfiando-se por baixo de sua camisa e traçando uma linha quente pelo seu corpo. Draco estava sentindo um calor intenso tomar conta de seu corpo, e desceu suas mãos para o corpo de Harry também. Puxou a barra de sua camisa, mas lembrou-se que precisava tirar sua jaqueta primeiro. Empurrou-a pelos braços de Harry, que fez o mesmo com a sua antes de puxar sua camisa para fora. Draco também puxou a dele, deixando seus óculos meio tortos no processo e rindo. Seu sorriso não durou muito. Harry já estava mais uma vez com a boca em seu corpo, como se não conseguisse esperar, como se não conseguisse passar nenhum segundo sem prová-lo.
O que lembrava Draco de algo que ele PRECISAVA fazer.
Harry o fez se esquecer disso momentaneamente, no entanto. Sentiu as mãos do moreno apertarem suas nádegas, e um gemido nada digno saiu de seus lábios, mas Draco não ligou. Ele não queria se controlar naquele momento. Só queria sentir. O mais novo desceu ainda mais as mãos, segurando na parte de trás de suas coxas e puxando-o para cima. Draco saltou em seus braços, envolvendo a cintura de Harry com suas pernas e deixando-se ser levado para o que ele supunha ser o quarto.
Quando sentiu-se ser jogado na cama, sorriu, olhando para Harry de baixo. Sua expressão, no entanto era de vitória. Mesmo sob jeans pesadas, era possível ver o quanto ele estava excitado, o quanto Harry estava excitado. O curandeiro não perdeu tempo. Harry chutou os calçados, tirou as meias e abriu a calça, mas não a tirou. Aproximou-se de Draco como uma fera se aproxima de sua presa, tirando seus tênis, meias, depois segurando em suas panturrilhas, subindo para as coxas, e logo depois o cós da calça. Abriu-a, puxando-a para baixo com ajuda de Draco, que levantou os quadris para facilitar. Logo, o loiro estava usando apenas sua cueca, e Harry pôs-se a beijar sua barriga e peito.
- Você está tão gostoso... Não sei se é minha mente, mas parece ainda mais gostoso que antes... - Harry falou rouco contra sua pele, e Draco sorriu. Ele ESTAVA mais gostoso. Os músculos de sua barriga ficavam definidos quando ele os contraía de certa maneira, como quando tentava controlar a onda de prazer que tomava conta de seu corpo quando Harry o lambia de cima a baixo. Ele passou o nariz pelo contorno de seu membro duro, fazendo Draco gemer ao sentir mordidinhas sobre seu membro, mesmo coberto pela cueca. Harry queria matá-lo com aquilo, ele tinha certeza. Mas ele também tinha planos. Segurou o moreno pelos cabelos e puxou-o para que ele se afastasse, empurrando-o depois pelos ombros e saindo da cama.
Rapidamente, virou Harry ao contrário para que dessa vez fosse ele sentado na cama, e pôs-se a tirar o que restava das roupas nele. Harry o ajudou no processo, e logo estava completamente nu. Draco precisou parar alguns segundos para admirar aquele corpo, tão maravilhoso quanto lembrava, e ajoelhou-se entre suas pernas. Ele havia sonhado com aquela parte da anatomia do outro mais vezes do que deveria, e agora que estava ali na sua frente, imponente e rija, Draco não conseguiu pensar em outra coisa além de segurar o membro grosso pela base, abrir a boca e chupar o máximo que podia. Harry soltou um grunhido misturado com um gemido, mas Draco não viu sua expressão. Estava de olhos fechados, apreciando cada centímetro. Passava sua língua pelos lados, a cada vez que subia e descia, enfiava um pouco mais, a saliva escorrendo pela extensão até os testículos.
Draco afastou-se para poder respirar, observando o rosto de Harry, que tinha os olhos vidrados no que ele estava fazendo, os lábios abertos e vermelhos, como se ele tivesse os mordido.
- Eu quero sentir você de novo, Harry... - Draco falou, dando lambidinhas na glande, e com a outra mão, buscando a de Harry, colocando-a em sua cabeça. - Come minha garganta. Eu sei que você quer. - Draco sabia que aguentava. Ele não tentara isso numa pessoa real por meses, mas sabia que esse momento chegaria e não queria ficar fora de prática. Seu brinquedinho o ajudou muito.
Harry soltou um gemido quase dolorido, segurando a cabeça de Draco com as duas mãos e lentamente empurrando seu pênis para dentro da boca aberta, enfiando uma, duas vezes devagarinho, como se estivesse testando, antes de aumentar a velocidade e estocar contra a garganta dele. Draco apoiou as duas mãos dos lados da perna de Harry e fechou os olhos, as lágrimas que estavam se acumulando pelo esforço descendo pelas suas bochechas. Ele queria gemer, mas a velocidade dos movimentos o impediam sequer de respirar um pouco. Draco aguentou o máximo que podia, porque não queria parar. Seus dedos dos pés se contraíam com o prazer puro de estar causando os gemidos e grunhidos de prazer de Harry, e foi com pesar que ele empurrou as mãos, liberando sua cabeça e respirando fundo, a saliva escorrendo pelo seu queixo.
Ele não teve tempo para pensar, no entanto. Logo as mãos e a boca de Harry estavam em si, e ele estava sendo beijado e puxado de volta para a cama, sua cueca sendo jogada em algum lugar junto das outras roupas.
- Eu sonhei com esse momento por tanto tempo... - Harry murmurou contra sua boca, descendo para o seu pescoço e sugando um ponto com força, fazendo Draco gemer. Ele sabia que ficaria uma marca. - Com o momento em que eu iria ter você de novo... Ah, dragão... Eu pretendo te deixar completamente destruído depois que eu terminar com você.
O corpo inteiro de Draco estava pegando fogo. Harry se aconchegou entre suas pernas, e desceu beijos pelo seu peito, dando atenção a um de seus mamilos com a boca. Draco sempre tinha sido sensível ali, e Harry o sugou, lambeu e mordeu até que Draco estivesse transformado em uma massa trêmula de gemidos e prazer sob ele. Sua boca desceu ainda mais, e Draco sentiu seu corpo contorcer-se involuntariamente quando foi a vez de Harry de colocá-lo em sua boca, sugando-o com uma vontade imensa. Ele ainda não tinha tanta prática, Draco pôde perceber, mas ao invés de deixá-lo triste, aquilo só aumentou seu prazer. Significava que Harry provavelmente não tinha feito isso com frequência, e estava fazendo aquilo por ele. Só por ele. Draco estava perigosamente perto de gozar, mesmo com tão pouco. Seu corpo estava em abstinência, ele não tinha feito sexo em o que parecia ter sido anos, e bastou que Harry segurasse um de seus mamilos entre o polegar e o indicador, puxando e acariciando, para que Draco despejasse seu prazer em sua boca. Harry não parou de sugá-lo nenhum momento, e Draco gritou, contorcendo-se na cama, gemendo coisas desconexas e tentando ao mesmo tempo se afastar e entrar mais fundo naquela boca.
Quando desceu das alturas, Draco arriscou abrir os olhos, seu corpo completamente amolecido. Harry lambia os lábios e sorria, alisando sua coxa. Draco sorriu para ele também, sabendo que Harry estava convencido por tê-lo feito gozar. Ah, mas Draco também sabia jogar aquele jogo. Ele abriu as pernas de forma extremamente obscena - ajudado pelas aulas de yoga - e desceu uma mão por entre elas, tocando dois dedos sobre sua entrada e fazendo círculos com eles ao redor.
- Agora... Eu quero você aqui. Acha que consegue me foder até que eu goze de novo, Potter? - Ele perguntou, e viu o exato momento em que o sorriso de Harry morreu, e seus olhos ficaram escuros de prazer. Ele parecia um faminto ao ver um banquete. Harry segurou suas coxas, uma mão em cada uma, mantendo-o aberto, e observou-o enquanto Draco brincava com seus dedos, pressionando, mas não penetrando.
- Eu vou te foder tão gostoso, dragão... E com tanta força... Que você vai lembrar dessa sensação por semanas. - Harry prometeu, erguendo uma mão e invocando sua varinha. Ele fez um movimento complicado com ela e a apontou em direção à barriga de Draco. Uma sensação gelada tomou conta do corpo do loiro, que soltou um gritinho indigno de susto, e sentindo-se leve depois.
- O que você fez? - Draco perguntou, e Harry riu, dessa vez murmurando um "accio" e invocando um potinho de lubrificante, colocando-o sobre a cama e deixando a varinha de lado por enquanto, abrindo o pote e molhando seus dedos de lubrificante.
- Um feitiço que aprendi no curso. Um feitiço de limpeza. Evita acidentes. - Harry explicou, e apesar de estar esclarecido, Draco fez uma careta. Não queria pensar em acidentes quando estava prestes a ser fodido. - E agora que você já sabe o que é, espero que eu não precise explicar nas próximas vezes. - Draco sorriu, e mordeu o lábio inferior, observando Harry aproximar os dedos lubrificados de si e - Oh, Merlin! - enfiar o primeiro até a base, fazendo a cabeça de Draco pender para trás e ele fechar os olhos. Ele tinha se masturbado várias vezes durante aquele tempo sem sexo, mas não era a mesma coisa. Nunca seria a mesma coisa. Não seria tão quente, tão impreciso. Sentiu o dedo indo e vindo antes de ser acompanhado por um segundo. Harry ainda o segurava com a outra mão, e parecia concentrado em sua tarefa.
Draco estava se controlando como podia, mas era impossível segurar os gemidos que pareciam rasgar sua garganta e preencher o quarto, elevando-se a cada movimento certeiro dos dedos de Harry. Aparentemente ele não tinha esquecido onde diabos era sua próstata, e estava torturando-o, pressionando sempre quase... Quase lá. Quando ele colocou o terceiro dedo, Draco apertou os olhos e abriu a boca num gemido mudo. Ardia, mas era tão bom. Ele não queria acreditar em sua própria boca, mas não conseguia controlar os gemidos entrecortados.
- Harry...! Vem logo... Eu quero sentir você... Ung... - Saliva se acumulava em sua boca, mas Harry ainda demorou algum tempo para tirar seus dedos dele. Era como se ele não quisesse parar, e sua expressão parecia ainda mais perdida quando os músculos de Draco se apertavam ao redor de seus dígitos. Quando Harry finalmente tirou seus dedos de dentro dele, Draco se sentiu vazio, mas conformou-se por que algo muito melhor viria agora. Harry estendeu a mão que não estava molhada de lubrificante para pegar sua varinha, mas Draco foi rápido para segurar seu pulso.
Ele sabia o que Harry iria fazer, mas ele não queria. Ele queria sentir o corpo dele contra o seu, completamente. Queria sentir cada extensão de pele, queria sentir cada gota de orgasmo.
- Não... - Ele murmurou, sua voz saindo estranhamente. - Só vem, Harry... Eu quero sentir você...
Harry apertou os olhos, e Draco notou quando o pênis dele latejou visivelmente. Era como se Harry estivesse se controlando para não gozar com a perspectiva de gozar dentro dele sem nada entre os dois.
- Draco... Você tem c-
- Harry. - Draco falou mais sério do que queria. - Eu quero que você enfie cada centímetro do seu pau em mim, e me foda até que eu não consiga pensar em nada além dele e da sensação da sua porra escorrendo pelas minhas pernas. - Draco olhou diretamente para os olhos verdes, que pareceram ficar negros com aquelas palavras.
Harry não esperou mais nenhum segundo. Pegou o pote de lubrificante mais uma vez, despejando uma boa quantidade em sua mão e molhando seu pênis abundantemente. Draco lambeu os lábios e sorriu, segurando cada coxa com uma das mãos e abrindo-se de forma obscena, expondo sua entrada pulsante para o outro. Harry tinha uma respiração entrecortada ao se posicionar contra ele, e pressionou lentamente, fazendo os olhos de Draco girarem nas órbitas e um sorriso satisfeito tomar conta de seus lábios. Era tão quente, tão grosso, tão longo... Ele sentiu-se ser preenchido por eras, e nunca acabava, nunca parava. Draco se segurou como podia, temendo gozar só com aquela penetração, e mais ainda ao saber que Harry também estava tentando ao máximo se controlar.
Quando estava enfiado até o fundo, Harry grudou os olhos com os dele, segurando uma das pernas de Draco e colocando-a sobre seu ombro, dando um beijo em sua panturrilha antes de mover-se para trás e estocando com força. Draco sentiu seu corpo pressionar-se contra a cama à medida que o corpo de Harry o empurrava a cada estocada, a velocidade aumentando assim como a força. Draco se esforçava para encontrá-lo a cada vez que Harry chocava-se contra ele, mas era pesado, forte e rápido demais, fazendo-o perder o juízo em poucos segundos.
- Harry... Aa-aah...! Haa-aaarry...! - Draco ergueu as mãos, enfiando-as nos cabelos do moreno e puxando-o para um beijo desesperado, sua perna encostando em seu peito e fazendo a penetração ficar ainda mais profunda.
- Porra, Draco...! Ah! Você está tão... Hn... Apertado... Merlin...! Eu vou te foder tão gostoso que da próxima vez não vou precisar nem... Aaah... Te abrir mais... Você vai estar preparado pelo meu pau... - Harry virou a cabeça, mordendo sua panturrilha e fazendo Draco urrar de prazer, os dedos dos pés se contorcendo, os das mãos puxando os cabelos do moreno.
- E... Vai usar sua porra como lubrificante? - Draco provocou entre arfados, e Harry soltou um gemido alto e rouco, apertando-o ainda mais contra si.
- Meu dragão... Céus... Como eu senti... Sua falta... Como eu sonhei com esse dia... Ter você -ahh! Ter você de novo, te sentir de novo, ter você pra mim...
- Aproveite, Potter - Draco puxou a cabeça dele, fazendo-o olhar diretamente. O prazer se acumulava em seu ventre, e ele sabia que só faltava um pouco, só um pouco... - Porque agora eu sou todo seu.
Harry pareceu não conseguir se controlar depois daquilo. Ele estava claramente tentando controlar o próprio orgasmo, e Draco quis ser ainda mais cruel.
- Isso, meu leão... Vem... Me marca... Me enche com a sua porra... Prova... Prova que eu sou só seu agora.
Harry apoiou-se na cama com uma mão, em desespero, antes de soltar um grunhido longo, seguido por um gemido desesperado. Draco sentiu, tão profundamente, seu corpo esquentando por dentro, sendo preenchido pelo prazer dele, e isso foi o que o fez cruzar o limite. O orgasmo o atingiu com tanta força que seu peito chocou-se com o de Harry, contorcendo-se involuntariamente, suas unhas o arranhando, a perna livre o puxando com força para mais fundo.
Pareceu passarem horas depois daquilo, mas Draco só bateu nos ombros do moreno quando sua perna começou a reclamar de estar numa posição tão desconfortável. Harry afastou-se, mas antes de sair de dentro, voltou a abrir as pernas dele, saindo aos poucos e observando seu sêmen escorrer para fora. Ele lambeu os lábios, levando dois dedos à entrada vermelha e abusada, empurrando o líquido espesso de volta para dentro. Draco gemeu levemente, satisfeito.
- Gosta do que vê? - Ele provocou, e Harry assentiu com a cabeça, antes de levantar os olhos e sorrir. Draco não conseguiu segurar o próprio sorriso, e por um segundo desejou dizer que o amava. Mas era tão intenso, tão profundo e tão cedo, que ele segurou-se. Era assustador, até para si, admitir que o amava daquele jeito. Draco deixou-se, no entanto, aproveitar o sentimento. Ele estava enfim livre das amarras da própria mente, e não julgava-se inferior àquele olhar que recebia.
Harry, por outro lado, aproximou-se, aconchegando-se entre suas pernas e deitando a cabeça em seu peito, fechando os olhos para ouvir seu coração. Draco alisou seus cabelos revoltos, tão incrivelmente macios, e fechou seus próprios olhos.
- Dorme comigo? - Harry perguntou, e Draco não teve medo nenhum de dizer "sim".
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Quando acordou no dia seguinte, Draco estava com o corpo inteiro dolorido e ardido. Ele sabia que tinha marcas roxas entre as pernas e no pescoço, e a mínima respiração fazia com que ele sentisse seu ânus contraindo-se, ardido. Depois da primeira vez, ele e Harry ainda fizeram sexo mais duas vezes. Draco amou relembrar como era cavalgá-lo, e Harry quis ter suas próprias lembranças novamente, colocando-o de quatro e se aproveitando de como o loiro estava exposto. Draco não reclamou, no entanto. Ele nunca esteve tão feliz.
A cama, no entanto, estava grande demais, e o quarto estava frio. Dormir com Harry, ele notou, era como dormir perto de uma lareira. O curandeiro era quente e, mesmo sendo mais baixo que Draco, ele era grande o suficiente para acomodar o loiro entre seus braços, o que fazia com que Draco tivesse a sensação de estar abraçado a uma fornalha. Uma fornalha musculosa e com cheiro de chocolate. Não que ele achasse ruim. Draco sempre sentiu muito frio à noite e o calor de Harry era bem-vindo, então agora ele sentia falta, mesmo tendo sido a primeira vez que dormira com Harry ao seu lado. Sinceramente, não queria que fosse a última.
Ele sentou-se na cama, olhando ao redor e percebendo que as roupas que Harry usara no dia anterior continuavam espalhadas pelo quarto. Antes que pudesse sair do conforto do colchão, no entanto, o curandeiro apareceu na porta, abotoando a camisa branca e cheirando deliciosamente a chocolate.
- Dormiu bem? - Harry perguntou, aproximando-se e sentando ao seu lado na cama, dando-lhe um beijo suave na bochecha.
Draco assentiu com a cabeça, e não se sentiu nenhum pouco envergonhado de abraçar o moreno pelo pescoço e enfiar seu rosto na linha entre seu pescoço e o ombro.
- Está muito cedo? - Perguntou, e sentiu uma mão de Harry acariciando suas costas.
- Sim, está bem cedo. Mas é segunda e eu preciso passar no St. Mungus antes de ir para a Fundação. Quer ir comigo? Já preparei o café da manhã. - Harry falou, e Draco assentiu com a cabeça, apesar de ainda estar meio sonolento.
Draco tomou banho e se vestiu enquanto Harry terminava de se organizar para sair. Tomaram café juntos, e não foi nenhum pouco estranho, como Draco achou que seria. Conversaram sobre como foi a noite, e Harry insinuou algumas vezes o que poderiam fazer “na próxima vez”. Draco estava ansioso por essas próximas vezes e esperava que, agora que estava livre de sua prisão, Harry não dormisse na Fundação todas as noites.
Seguram juntos para o hospital bruxo, onde seguiriam caminhos separados. Harry, no entanto, pediu para que Draco fosse com ele até o laboratório para que ele o ajudasse a selecionar algumas poções. Draco o fez de bom grado - sabia que Potter não era nenhum mestre em poções - e foi um trabalho relativamente rápido. O que o fez pensar que tinha sido um plano de Potter foi um momento onde ele se moveu para guardar as poções num caixote plástico e olhou para o quadro de avisos na parede.
“Curso para pocionista. Integral, manhã e tarde a partir do dia 02 de Agosto. Inscrições limitadas.”
Havia um formulário de inscrições num bloco na mesa abaixo do aviso, e Draco ainda teria uma semana para se inscrever. Ele pegou um dos papeis, virando o rosto para Potter, que parecia muito concentrado em alguns frascos vazios, e sorriu. Draco sabia que, depois que saira da Fundação, deveria deixar os velhos hábitos para trás. Naquele momento, então, decidiu que não só deixaria os antigos para trás. Era hora de criar novos hábitos. Draco sabia que Potter seria o mais constante deles.
~fin
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Chapter 4 Obrigada por terem participado comigo por essa jornada! <3