Dec 23, 2012 23:23
O ano começou cheio de vontade de fazer tudo diferente. Acho que essa é a vontade que tanto encoraja as pessoas a começarem o ano novo com um gás diferente. Lembro de ver aqueles fogos de artifício estourando no céu e desenhando os momentos mais marcantes do meu 2011, tantas lágrimas foram derrubadas naquela areia de Copacabana, tantas histórias foram deixadas pra trás naquele posto 5.
Menos de duas semanas depois, meu status de relacionamento estava mudado e eu estava começando uma história que teve uma grande importância na minha vida. Particularmente, aprendi que é possível sim botar panos quentes em cima de memórias. É possível começar do zero e sentir tudo de novo.
No segundo mês do ano, fiz uma mini-tour passando por 4 cidades. Revi velhos e fiz novos amigos. Roubaram meu ipod e percebi que, depois de 4 dias sem dormir direito, é possível dormir em pleno aeroporto, quase perder o voo, dormir no chão e chorar de exaustão.
No terceiro comemorei 1 ano do meu segundo projeto, OH!FUCKmusic, que abri com um grande amigo, completando mais de 260 mil vizualizações durante os 12 meses.Também em março, inaugurei meu terceiro projeto pessoal, dessa vez completamente solo. Concretizei todo planejamento estratégico e criativo no que virou meu trabalho por todo o ano de 2012: Projeto Meio. Criei um evento pensando na necessidade que, pessoas como eu, tinham em ter a opção de sair e ouvir à boa música. Enfrentei obstáculos, engoli sapos, defendi pontos de vista, contei com pessoas incríveis que me apoiaram, aprendi a adaptar um conceito e cresci absurdamente como produtor.
Descobri que pessoas podem ser viciadas em mentiras. Percebi que alguns defeitos não são sinônimo de filha da putagem e sim reflexos de um passado particular. O status de relacionamento mudou de novo.
No quarto raspei meu cabelo, pela segunda vez na vida. Raspei pela necessidade de mudança e fui perceber somente no quinto que a mudança deveria ter sido de dentro pra fora, ao invés do contrário.
Em maio, fiz minha primeira tatuagem. 13/12/64, em grego, assim como a origem do nome da minha mãe, aniversariante da data que estará na minha perna pra sempre em forma de agradecimento.
No sexto, completei 21 anos e sai do patamar de blogueiro de música para colunista de música eletrônica de um site de São Paulo. Foram 28 artigos/resenhas publicadas, conhecimento musical e várias amizades feitas.
Alguns amigos foram e outros vieram. O que eu pensei que ficaria mal, me deu um alívio, e a vida me mostrou que é normal. Desliguei pessoas que eram fundamentais na minha vida, e conheci outras que agradeço todos os dias por ter tido a oportunidade de conhecer. Tudo na vida é feito de fases, alguns foram ímpares em uma, outros serão em outras.
No sétimo brinquei de invensível e conciliei 4 trabalhos simuntâneos. O suficiente pra me enlouquecer e me mostrar que ainda sim sou capaz. Lancei minha primeira faixa autoral. Com ajuda de amigos/produtores, lançamos "Concha en la cara", mesclando um portunhol bizarro com moombahton e dubstep através de uma parceria incrível que ainda gerará fruto no ano que vem
O mês que seria de descanso, foi época de desenterrar sentimentos. Tive uma semana ímpar e completamente inesperada que me fez perceber que os contos de fada não existem. Que tudo tem um fim e que o ponto final às vezes se torna a única opção. E ele se deu a partir de um beijo. O último.
No final do oitavo, viajei pra esquecer. Viajei pela necessidade do recomeçar. Viajei pra demarcar o novo Pedro. E ele nasceu novamente em terras cariocas, assim como aquela promessa no início do ano. Diante de reencontros com pessoas fundamentais na minha vida e sensações completamente novas percebi que posso ir mais longe. Percebi que rótulos existem só nas nossas cabeças e que sempre é uma boa hora pra aprender a andar de novo.
O engatinhar começou com uma grande mudança: larguei o fumo. Com um ensaio de 1 mês, cheguei ao último dia que botei um cigarro na boca: 26 de setembro. Voltei pra academia e iniciei a natação. Consegui 6 quilos de massa muscular. Me vejo hoje mais resistente e com fôlego que nem lembrava que tinha. Mal sabiam eles que aquele era só o início das várias mudanças
O recomeço doeu nos mais próximos porque muito do Pedro antigo havia morrido e muito havia ainda pra se conhecer. Minha forma de enxergar os problemas mudaram assim como a forma de resolvê-los. Dei um descanso aos amigos mais próximos dos lamentos e os reapresentei ao sorriso. O nono mês foi 30 dias com jogo virado: o auxílio vinha de mim, a parte forte também. E ainda bem que eu estava bem pra fazer bem àqueles que amo e precisavam.
Durante o décimo, parei de ver as coisas de uma forma tão metódica. Parei de julgar e de censurar. Me permiti a fazer coisas que antes nunca fizera. Me permiti pensar e agir diferente. Sorri mais, sai mais, dancei mais. Conheci novas pessoas, fiz novos amigos, aprendi mais sobre a diplomacia. Mudei minha imagem diante de muitos e tive o reflexo disso. Percebi que a vida é mais branda do que era na minha cabeça, que a maioria não racionaliza tanto quanto eu e que a ambição é apenas uma forma de guiar a vida, não de determiná-la.
No penúltimo, fiz meu primeiro live do SenseNOW. Cantei diante de 500 pessoas e recebi elogios pela forma original que propusemos.
Também no décimo primeiro, resgatei algo que tinha deixado pendente nos primeiros dias de janeiro. Comecei uma história de um jeito atípico, mas, afinal de contas, todo mundo sabe que o diferente que faz a diferença. Me permiti deixar os julgamentos e medos pra trás pra começar algo novo. Construí uma intimidade, me viciei no sorriso e me moldei por vontade própria. Tudo pela vontade de me perdoar pelo passado que eu vinha me condenando há anos. Me redescobri e aumentei ainda mais meu limite diante de várias coisas. Quebrei padrões, tabus e comportamentos. Não me arrependo de nada.
Ouvi de uma professora que admiro que sou um "estudante acima da média". Escolhi um tema que sou apaixonado pro meu projeto experimental. Depois de alguns sufocos, tudo está encaminhado para me formar em fevereiro. Falo mais sobre o que isso significa no texto do ano que vem, também.
Em dezembro, fiz minha segunda tatuagem. Mantendo a linha de homenagens: "Synasthesie" em código morse. Uma onda de som para homenagear a importância da música na minha vida.
No último (e atual) todos se encheram de planos. Natal e Reveillon são pautas. Eu sempre supersticioso, dessa vez vou passar, pela primeira vez, a virada no cerrado. Depois de muito pensar no que eu queria pro meu 2013, talvez esse seja a melhor forma de começar meu ano: do lado daqueles que mais amo. Eu não sei até quando os terei do meu lado quando quiser. Eu não sei se ano que vem, durante o texto de respectiva, eu os terei deixado pra procurar o que eu tanto busco. Tenho certeza que a meia noite será regada de olhares de despedida saudosistas partidos de mim e que ninguém vai entender.
Já na segunda quinzena de dezembro, me percebo maduro pra não julgar. Alguns caminhos não foram pra onde eu imaginei que iriam, mas consigo enxergar que eles foram por um motivo e esse é a busca individual da felicidade. Algumas mudanças são dolorosas, mas necessárias para que consigamos sorrir no final do dia. Algumas mudanças são necessárias para que percebamos até onde a confiança deve ir ou até onde ela merece chegar. No final das contas, as mudanças nos dão a oportunidade de fazer tudo diferente. Tudo melhor. Da mesma forma que se iniciou o ano lá em janeiro. E ainda bem que sinto a mesma coisa. 2012 foi um ano incrível.
2012