Eu. Ser. Alguém.

Aug 17, 2007 04:42

vivemos num pequeno casulo
emaranhado numa teia de aranha;
o nosso objectivo é a liberdade
o nosso fado é permanecer.

veia ante veia e pé ante pé
caminhamos e sangramos sem saber
sobre quem nos ama, quem nos ouve,
e quem nem sequer esteve lá.

nas caras impressionadas, resta um sopro
o final suspiro que as há-de empurrar
para dentro, para fora, e para sempre
no eterno vazio do amor e luz da maldade.

e o que resta neste mundo? senão
as árvores de fruto, os beijos ao sol,
o calor de uma mão, uma queda
no nada, abismal e sem sentido?

na última ambulância, o corpo, lívido
haverá de se erguer, e olhando, rir
bem alto e às gargalhadas:
o último foi ele, e serei eu.

à pergunta de "se tudo faz sentido"
deixarei ao tempo responder.

para já, arrependo-me
do muito sentido
que queria que não fizesse.
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