This is a post about Edward Cullen, the character from Twilight book, by Stephenie Meyer. If you don't understand a word in Portuguese, I suggest you at least take a look at
Robert Pattinson, the British actor (known for playing Cedric Diggory in Harry Potter) casted to play Edward in the film due this Christmas.
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Tendo em mente que eu não quero dormir e, sim, talvez ficar acordada até 6 da manhã como sexta passada, talvez seja a hora de escrever um pouco sobre o Edward... Sim, o Edward Cullen, vampiro personagem do Twilight (e cia de Sthephenie Meyer), minha mais nova... obsessão? Não sei ainda. Vou esperar terminar a série inteira antes de pensar mais sobre isso.
Muitas coisas são lindas e delicadas a respeito da história de amor entre Edward, o vampiro, e Bella, a humana. Não só porque ele é lindo, maravilhoso, perfeito, deus da beleza na Terra e fala como um gentleman do sec XIX. "She's not available for any other night as long as anyone besides myself is concerned" (ou algo muito próximo disso). O personagem é por demais enigmático. A escolha pela narração em primeira pessoa de Bella torna tudo ainda mais decepcionante e ao mesmo tempo perfeito.
DECEPCIONANTE porque ela não sabe o que se passa na mente de Edward e sua luta existencial eterna - e condenada à eternidade - de ser bom e ser um monstro ao mesmo tempo. Ela não sabe o que ele realmente pensa dessa relação excêntrica, mas tem apenas dicas de que ele a ama mais do que tudo e que um dia pode acabar morta pelas mãos/dentes dele justamente por esse motivo.
E aqui está a decepção. Da perspectiva literária, da construção do romance, como um personagem tão rico pode ser observado assim de fora? É uma caracterização muito prejudicada, na minha opinião. Seria um desperdício intelectual não explorar os aspectos psicológicos desse personagem tão sedutor (em todos os aspectos possíveis) com mais profundidade. Edward é um dos personagens mais promissores de que eu me lembro já ter came across nessa minha curta vida de leituras. Fico agoniada para saber mais sobre ele e, até o momento, minha curiosidade insaciável, bem... não foi saciada. Eu realmente espero que Sthepenie Meyer se decida finalmente por lançar o livro que conta toda essa história sob o ponto de vista de Edward.
Entretanto, o ângulo de visão do romance é PERFEITO em algum aspecto, mas definitivamente não é um aspecto muito relevante. É interessante para mim, que me envolvo muito facilmente com personagens masculinos de livros, filmes, ou bandas de Rock (bem, isso significa VILLE VALO exclusivamente). A personagem-narradora é mulher e parece reproduzir o espanto e o deslumbramento que eu sentiria se estivesse em seu lugar. Ou seja, para uma mulher o ponto de vista feminino do livro é muito interessante e beira o humor quando Bella complementa suas frases com pensamentos do tipo "Sim, Edward Cullen (lindo, perfeito)".
Mas continuando...
EDWARD CULLEN ama BELLA SWAN com a intensidade do primeiro amor que nunca o encontrou nesses quase 100 anos de existência condenada. Um amor puro, lindo e, porque não, de uma inocência talvez esquecida em algum lugar no início do século passado. Mas ao mesmo tempo, Edward tem sede de seu sangue. Desesperadamente. Um desejo quase carnal. Eu diria até mesmo sexual em algum aspecto. Lindo, intenso.
Porém, aqui está a lacuna de caracterização. Não somos vampiros (let alone the fact that vampires don't exist). Como, então, entender a relação que Edward, or vampires for that matter, têm com o sangue? Como é ter sede de sangue? É uma necessidade fisiológica? Um prazer? Ambos?
Baseado nas pistas, eu diria que o grande conflito é que Edward é que, justamente, existem os dois elementos. Logicamente ele precisa de sangue para "sobreviver", mas isso pode ser saciado bem ou mal por outras fontes que não são humanas. Entretanto, a tentação que Bella representa é forte demais a ponto de ser possível perder esse controle de vampiro "vegetariano". É um capricho, uma fantasia. Bella não representa somente um prato apetitoso. Ela é, sim, uma necessidade fisiológica, mas não em termos apenas alimentícios. Edward tem LUST por ela. "I might not be a human, but I'm a man". Um desejo do seu corpo, cuja sensação, me parece, caminha lado a lado com o desejo pela "comida". O sentimento do PRAZER que certamente está ligado à primeira hipótese, provavelmente, está ligado também à segunda.
E isso tudo remete também aos sentimentos e algumas vezes instinto animal que as pessoas em geral têm com relação ao sexo oposto e com a comida: chocolate sempre um bom exemplo. Bella é mouthwatering. Existe maior duplo sentido do que isso? É certamente um ponto muito interessante e sutil deste romance.
O "duplo sentido", por assim dizer, torna Edward ao mesmo tempo tão humano e tão vampiro. E talvez por isso um personagem tão delicioso - não no sentido literal, mas bem que isso não deixa de ser verdade. (*rolling eyes*) Por vezes não é possível decifrar ao certo se essa sede que tenta controlar é um desejo proveniente do instinto vampiresco ou do próprio instinto sexual que lhe esteve adormecido. Certamente há uma ligação entre os dois. É a exploração desse aspecto que está faltando até este momento da minha leitura (próximo da metade do segundo livro da série, New Moon).
Edward é EGOÍSTA. Linda e sutilmente egoísta. Ficar perto de Bella é tudo o que mais quer de sua existência. Tudo nela lhe é perfeito: o cheiro de seu sangue, logicamente desempenhando um importante papel, fique bem claro. Equilíbrio perfeito entre amor e desejo. Ao mesmo tempo que a ama, ele sabe que representa também a maior ameaça para sua amada. Se um dia Edward se der ao luxo (e à luxúria) de perder o controle, isso pode significar o fim do objeto de seu amor e, por conseqüência, dele também.
Por que Edward não atacou Bella quando teve oportunidade e saciou de uma vez seu desejo de sangue? Não foi por ela. Foi por ele mesmo. Ele prefere o cheiro inebriante e tentador do chocolate suiço por tanto tempo quanto puder preservá-lo ao seu lado e ao alcance de seu olfato, do que comê-lo de uma vez e ficar só com a lembrança pelo resto da vida. Ele quer prolongar o prazer de saber que algo tão perfeito e que corresponde tão perfeitamente ao seus desejos e instintos está ao seu alcance, mesmo que seja até certo ponto intocável. Mesmo que tenha que controlar ele mesmo esses desejos e instintos para que Bella continue, em grande parte, intocável.
(to be continued...)