Oneshot, KaoruxKyo: Madrugada Adentro

Sep 26, 2010 22:25

Título: Madrugada Adentro
Autora: mo_chan_tf
Banda: Dir en grey
Casais: KaoruxKyo/KyoxKaoru
Gênero: PWP?, yaoi/slash.
Classificação: NC-17
Sinopse: Kaoru não conseguia ficar parado; não quando eles já tinham algumas composições meio feitas e a energia de uma turnê recém terminada ainda vibrando no corpo.
Nota: Especialmente para the_blackboots (ainda como presente superhiperultramega atrasado de níver) e para as macacas em geral, hehe. >8D~
Se alguém tiver um título melhor, estou aberta a sugestões. Pode até ser algo do tipo “No Cafofo do Nerdão”, “A hora da piroca”, e assim por diante. (Y)

XXX

04:23 AM
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A fumaça ficou subindo por longos segundos diante de seus olhos, distorcendo o que se via através dela. Somente quando seus ouvidos se irritaram com o chiado da chaleira, Kyo a desligou, servindo a água em duas xícaras de chá. Pegou-as pelas alças e andou devagar até o escritório, ouvindo o barulho de seus pés descalços sobre o chão a cada passo que dava.

O cômodo ao qual se dirigia era, na verdade, uma série de lugares num só: depósito de mangás, jogos e revistas; biblioteca; sala do computador e de composições... Se lhe perguntassem, Kyo diria que seria mais fácil batizá-lo de Santuário do Líder do Dir en grey - metade compreensão e metade ironia em sua escolha de palavras.

A porta estava entreaberta, então Kyo empurrou-a com o pé, fazendo o mínimo de barulho possível. Talvez tanto cuidado não fosse necessário, já que Kaoru estava com os fones de ouvido na cabeça, a guitarra parada no colo e o cenho franzido diante da tela do computador, ou, mais precisamente, na série de notas que apareciam como um gráfico no programa que ele estava usando. Kyo não entendia disso, não se interessava, e era algo que não lhe fazia falta, a não ser naquelas entrevistas chatas em que lhe perguntavam sobre termos técnicos que ele preferia deixar a cargo do resto da banda.

Deixou uma xícara ao lado do monitor, recuou alguns passos e sentou-se na poltrona que lhe proporcionava a visão do perfil de Kaoru pela diagonal. O vocalista tomou alguns goles de seu chá enquanto que a xícara do líder apenas exalava fumaça, até que, provavelmente terminando de escutar uma gravação, Kaoru retirou os fones, olhou para Kyo para sinalizar que percebera sua presença e pegou sua xícara, sorvendo alguns goles. O silêncio, comum a eles em momentos como aquele, se estendeu por mais alguns segundos, até que Kyo deixou sua xícara na mesinha estrategicamente posicionada ao lado da poltrona em que se sentara - não sem antes se certificar de que não havia nada sobre ela. Tempos atrás, ele havia deixado um copo de água sobre uma revista do líder, uma das últimas da época em que hide ainda estava vivo, e a explosão de Kaoru ao ver a marca circular na capa fizera com que Kyo tomasse mais cuidado e tivesse mais motivos para zombar de algumas das obsessões do líder.

- Pensei que estivéssemos de folga. - comentou, não como uma reclamação, mas como que dizendo a Kaoru que ele não precisava madrugar para compor. Ao mesmo tempo, sua voz deixava no ar que ele esperava que Kaoru fizesse justamente aquilo, e que ele até previa a resposta que teria.

Kaoru curvou o canto da boca, deslizando os dedos pelas cordas da guitarra. - Tive uma idéia... Você sabe como é.

Kyo assentiu. Tomou mais um pouco de chá enquanto sentia o olhar de Kaoru analisando suas feições; aguardou pacientemente enquanto o guitarrista estreitava os olhos, perceptivo.

- Você não conseguiu dormir.

Kyo passou uma mão no abdômen à mostra como se a região logo abaixo do peito estivesse lhe incomodando; o movimento poderia ser descartado como inconsciente e insignificante se Kaoru não soubesse que era a parte do corpo que Kyo costumava rasgar no palco até dois anos atrás. As cicatrizes ainda estavam ali. - Eu tive um sonho. - Kyo disse, e, como se isso fosse tudo que tivesse a declarar, pegou a xícara de volta e dedicou sua atenção ao líquido ainda quente a descer por sua garganta.

Kaoru balançou a cabeça, levemente impressionado, exceto que a essa altura ele já estava acostumado àqueles pequenos arroubos por parte do vocalista, e ele imaginava aonde Kyo queria chegar. Em vez de perguntar se Kyo também tinha tido uma idéia, no entanto, ele estendeu os fones em sua direção, ao que o baixinho ergueu uma sobrancelha, meio intrigado e meio divertido. - Vem cá escutar isso. Quem sabe te inspira.

Kyo tomou mais uns goles de chá e então se levantou, pegando os fones das mãos de Kaoru, que recuou a cadeira de rodinhas para que ele pudesse ficar na frente do computador. Kyo pôs os fones, pôs a composição ainda fresca e simples para tocar e curvou o canto da boca ao reconhecer a personalidade do outro no que ouvia.

Atrás dele, Kaoru fez a cadeira deslizar pelo quarto até um canto onde pudesse deixar sua guitarra preta; deslizou novamente para junto do loiro e pôs as mãos em seu quadril, apoiando o rosto em suas costas. Permaneceu assim pelos minutos seguintes, fazendo com que Kyo movesse a cabeça, olhando ligeiramente em sua direção, um meio sorriso nos lábios.

- Você está ficando com sono? - indagou, pondo as mãos nos fones como se fosse ajeitá-los na cabeça ou precisasse disso pra ouvir melhor o “rascunho” da música, que ele já escutava pela segunda vez. Na verdade, estava mais concentrado na respiração de Kaoru perto de suas vértebras, e nos cabelos encostando em sua pele e fazendo cócegas leves ou lhe causando suaves arrepios.

Kaoru não respondeu, a não ser que o seu nariz movendo-se de um lado a outro das vértebras fosse uma negativa. Ele recuou o rosto, então, traçando com os dedos os contornos da mais recente tatuagem que Kyo havia feito, e que ainda teria de ser colorida. Sua mão direita subiu pelo corpo de Kanon, passando em roçadas pelo desenho do rosto e dos vários braços; Kaoru registrou o arrepio a percorrer o corpo do outro quando seus dedos chegaram perto da nuca dele. Dali a alguns dias ou semanas, a pele das costas de Kyo estaria permanentemente coberta de tinta, como os braços deles dois, e ao mesmo tempo em que ele estava curioso para saber como a tatuagem ficaria, Kaoru percebeu-se querendo aproveitar enquanto aquela pele macia ainda estivesse à sua disposição assim, clara, do jeito como ele conhecia.

Kyo tirou os fones da cabeça e os pôs do outro lado do monitor, longe da xícara de chá que Kaoru não tinha sequer começado. Ia virar-se de frente para ele, mas uma mordida perto do cós de sua calça de algodão o fez mudar temporariamente de idéia. Ficou óbvio para ele que Kaoru não estava com sono, apesar de que sua pergunta fora apenas uma brincadeira - porque Kaoru havia praticamente abraçado-o antes, ou, pelo menos, feito um gesto aparentemente afetuoso, o que não era tão raro, mas estava longe de ser banal entre os dois.

Uma série de mordidas demoradas ao redor e entre as covinhas nas costas de Kyo o deixou ciente de que Kaoru começara alguma coisa, e não fizera simplesmente algo aleatório, como os tapas na bunda que Kyo lhe dava quando passava atrás dele ou as puxadas de cabelo com as quais Kaoru lhe retribuía quando eles estavam se vestindo, dentre outras coisas.

Kyo curvou o canto da boca, instigado. Esticou os braços para cima lentamente, flexionando os músculos das costas, e ouviu Kaoru levantar-se igualmente devagar. Os lábios do líder seguiram por suas costas acima numa exploração demorada, deixando rastros a cada beijo úmido e a cada lambida rastejante, até chegar perto dos ombros com fortes cravadas de dentes em sua pele. Kyo foi desmanchando-se em suspiros, deleitando-se enquanto suas costas ardiam ou doíam brevemente pela atenção milimétrica que Kaoru lhe dispensava. Kyo baixou os braços na mesma falta de velocidade com que os esticara, cobrindo as mãos de Kaoru com as suas e guiando-as para dentro de sua calça - a esquerda pela frente e a direita por trás.

Kaoru respirou pesadamente contra as caveiras acima do Damned tatuado em seu pescoço, passando os dedos entre os fios que começavam em sua virilha enquanto apalpava uma de suas nádegas. Kyo pendeu a cabeça para trás, deixando-a no ombro direito de Kaoru, erguendo uma das mãos para acariciar o rosto e o cabelo dele desajeitadamente. Acabou por puxar algumas mechas castanhas de repente, quando Kaoru ameaçou pressionar um dedo nele sem ter dado atenção à parte principal. O puxão foi tanto uma reação involuntária quanto um aviso, mas Kaoru apenas sorriu, meio desdenhoso, e arranhou uma de suas nádegas com força.

Kyo arquejou contra ele, murmurando algum xingamento que logo foi esquecido sob a junção dos lábios de Kaoru aos seus. Ele fez menção de virar-se e Kaoru deixou de tocá-lo temporariamente para puxá-lo de frente para ele e beijá-lo de forma apropriada, ao que Kyo retribuiu com um puxão em sua nuca e em seus cabelos tão insistente quanto os movimentos de sua língua contra a dele. Kaoru puxou sua calça para baixo e voltou a cravar os dedos e as unhas curtas na carne tenra abaixo do cóccix, puxando-o ainda mais contra seu corpo para então afrouxar o enlace, sem realmente soltá-lo ou afastar-se dele. Kyo arfou a um centímetro de sua boca e então recuou o rosto, encarando-o com olhos escurecidos e intrigados, em dúvida do que fazer sobre aquela aparente pausa.

Kaoru deslizou as pontas de alguns dedos por suas costas, percorrendo a coluna vertebral de cima abaixo até deixar Kyo tão arrepiado que o baixinho passou a fitá-lo com indignação pelo que ele não estava fazendo. Kaoru mostrou-lhe um pequeno sorriso, mantendo a descontração entre os dois. Eles tinham o costume de provocar um ao outro constantemente; porém, quem mais o fazia era Kyo, e Kaoru sabia que, na realidade, aquele tipo de jogo os deixava ainda mais excitados e que Kyo apreciava a pouca agressividade ou falta de preocupação que Kaoru demonstrava de vez em quando.

- Conseguiu pensar em alguma coisa?

Kyo teve que parar para lembrar do que eles tinham falado antes. - A música? - Kaoru assentiu. - Eu até pensei numa melodia... eu posso ir pra casa e escrever alguma coisa, mas ainda é uma idéia vaga.

Kaoru voltou a assentir. E então franziu o cenho. - Você pode escrever aqui. Eu vou trabalhar em cima disso amanhã e talvez ligue pro Die pra ver o que ele acha.

Kyo conteve uma risada. Kaoru não conseguia ficar parado; não quando eles já tinham algumas composições meio feitas e a energia de uma turnê recém terminada ainda vibrando no corpo. - Você sabe que eu prefiro ficar sozinho pra isso. - disse, em vez de chamá-lo de workaholic ou fazer qualquer comentário caçoador, como tinha pensado inicialmente.

Kaoru suspirou, resignado. - Eu devia ter ficado quieto.

Dessa vez, Kyo riu baixinho, mais pelo nariz do que pela boca. - Você está ficando velho, Kaoru...

Os olhos do líder se estreitaram e ele beliscou o traseiro de Kyo tantas vezes quanto foi necessário para fazê-lo gemer e quase se debater em seus braços, como que dividido entre pará-lo e se esfregar nele. - Repete isso - Kaoru murmurou, a expressão séria, mas o riso em seu olhar não passou despercebido por Kyo enquanto este ponderava sobre como revidar seus beliscões.

No entanto, sua vontade de provocá-lo falou mais alto. - Quem deixa de fazer sexo pra falar de trabalho é o quê?

- Eu não deixei de fazer sexo - Kaoru disse, sua voz deixando claro o comentário que ele tinha guardado: que Kyo sabia ser chato quando queria.

- E isso que nós estamos fazendo é o quê, então? - Kyo continuou, nem um pouco preocupado. Puxou a velha camiseta do System of a Down, uma das que Kaoru usava para dormir, e foi empurrando-a para cima com os dedos a deslizar pelo abdômen do líder, até que o tecido cobrisse suas mãos quando ele chegou ao peito, acariciando um mamilo com o polegar. Kaoru fechou os olhos por um instante e voltou a apalpar Kyo no mesmo lugar de antes, o que só fez com que o baixinho lhe arranhasse o peito, dobrando os dedos como garras sobre as tatuagens que desciam de seus ombros.

- No momento... - Kaoru encostou a boca ao lado da de Kyo, e moveu o rosto somente o bastante para pressionar a ponta da língua num dos dois furos que havia sob o lábio inferior, marcas dos piercings que o baixinho já tinha usado. Os lábios de Kyo se partiram num convite óbvio, que Kaoru respondeu com uma mordiscada no canto da boca e um breve encontro das línguas dos dois. Quando os dois se encararam, os olhos de Kyo flamejavam, tão acusadores quanto atiçados, e Kaoru sorriu, divertindo-se com a expressão de falsa zanga no rosto do outro. - No momento, você está tentando me irritar, já que eu estou te irritando por não fazer logo o que você quer.

Kyo passou a ponta da língua entre os lábios, talvez por ter de pensar num insulto à altura do que Kaoru merecia ouvir, ou talvez porque estivesse com a boca seca. Kaoru achava que poderia ser as duas coisas, e, ainda, uma forma de o baixinho provocá-lo novamente, lhe dizendo que se ele não quisesse aproveitar o par de lábios carnudos e a língua habilidosa à sua disposição, Kyo faria uso de seus próprios atributos sozinho.

Sabendo que não era isso o que qualquer um deles queria, Kaoru soltou-o, com um tanto de remorso por ter de tirar as mãos do traseiro de Kyo, e livrou-se tanto da blusa quanto da calça de algodão que estava usando. Kyo quase tirou seu equilíbrio ao puxá-lo em direção à poltrona e sentar-se nela bruscamente, trazendo-o ao seu encontro pela nuca. Kaoru teve tempo de apoiar-se nos braços da poltrona e evitar que seus corpos colidissem de forma desagradável enquanto era beijado de forma mais do que agradável pelo outro. Entretanto, arranhões nas laterais de seu corpo e uma mordida forte em sua boca mostraram a frustração de Kyo pela falta de contato entre os dois, e Kaoru cedeu por um momento, ficando de joelhos sobre a poltrona, uma perna sua entre as do outro. Kyo respondeu a isso com um profundo ruído de satisfação, e Kaoru uniu os lábios dos dois enquanto o som ainda vibrava através da garganta do vocalista. Os ombros de Kyo lhe serviram de apoio inicial, mas logo suas mãos deslizavam pelas costas e pelo cabelo do baixinho, as pontas dos dedos se afundando na carne macia e bagunçando ainda mais aquela juba loira. Kyo, por sua vez, segurou-lhe o tronco e moveu-se tão inesperadamente para frente, escorregando pela poltrona, que Kaoru não teve tempo de evitar que os dois fossem ao chão.

Todavia, aquele parecia ter sido o objetivo do baixinho, pois ele não fez comentário algum referente ao encontro não muito suave de seu traseiro com o chão. Quando Kyo fez menção de retomar de onde tinham parado, no entanto, Kaoru acabou rindo contra sua boca, preferindo ignorar a batida de seu joelho direito contra o assoalho - era difícil dar atenção a isso quando Kyo pressionava sua nuca repetidamente e apertava seu outro joelho entre as coxas, deixando bem claro o que realmente merecia sua atenção agora.

Kaoru não deixou por menos e enfiou uma mão entre os corpos dos dois, os dedos se infiltrando rapidamente na calça de Kyo, que emitiu um ruído de apreciação ao ser envolto pelo toque firme e decidido. Kaoru afastou-se apenas o bastante para facilitar seu trabalho, especialmente quando ele desceu sua outra mão pelo abdômen do loiro e veio puxar-lhe a calça e a cueca - Kyo ergueu o quadril e logo Kaoru livrou-se das peças de roupa, voltando então a massageá-lo, agora com as duas mãos. Kyo pendeu a cabeça para trás, apoiando-a na poltrona, e Kaoru sentiu as vibrações vocais em sua garganta ao beijar seu pescoço e mordiscar a pele abaixo da orelha, assim como sentiu os dedos dele se acomodando em meio a seus cabelos, movendo-se lentamente pelo couro cabeludo, causando-lhe arrepios - até o momento em que Kyo os puxou com certa insistência, um sinal que Kaoru interpretou com um pequeno sorriso. Afora isso, o loiro estava calmo, mais receptivo do que de costume - talvez tivesse notado as intenções de Kaoru e por isso o deixara parcialmente no controle até então, em vez de ficar mais dominante ou responder com mais força. Kaoru gostava dos dois lados do baixinho, mas dessa vez o agradecia em silêncio por se deixar ser lentamente devorado pelo líder.

Kaoru abandonou o agora marcado pescoço de Kyo e encostou os lábios nos dele enquanto apalpava o lado interno de suas coxas, fazendo com que ele arqueasse as pernas aos poucos, expondo ainda mais sua nudez. Kaoru provocou-o com o raspar de dígitos por trás de seus testículos e uma leve pressão entre eles e o ânus, ao que Kyo reagiu com suspiros e um súbito arranhão em sua nuca.

- Desgraççç- - o xingamento desfez-se num suspiro meio gemido quando Kaoru passou um dedo por sua entrada até o segundo nó, movendo-o devagar até deslizar totalmente adentro. Kyo arfou, puxando-o pelos cabelos e pelos ombros como se quisesse mover-se contra ele, ao mesmo tempo em que seu corpo arqueava contra a poltrona. Quando Kaoru recuou com a intenção de enfiar-lhe um segundo dedo, Kyo encarou-o diretamente, os olhos estreitos prometendo revanche se Kaoru não fosse rápido o bastante. Entretanto, quando o líder pressionou dois dígitos contra a cavidade, em meio a outra arfada e outro movimento brusco de seu quadril, Kyo apertou-lhe por cima da cueca, fazendo-o parar e fitá-lo de volta, a respiração acelerada e a boca seca.

- Kyo... - ele gemeu, momentaneamente zonzo enquanto Kyo deixava os dedos se moverem com vigor por cima do tecido fino. Kaoru respondeu-lhe com uma massagem leve nos testículos e continuou a adentrá-lo, ambos se complementando em uma série de sons aprazíveis e carregados de ar.

O líder baixou o rosto para explorar o peito de Kyo e lamber-lhe os mamilos por um curto momento antes de continuar descendo, vindo com mordidas até o umbigo. Percorreu a virilha com a língua até descer pelo lado interno da coxa esquerda de Kyo, sem deixar de mover os dedos dentro e fora dele. Agora com dificuldades para alcançar com as mãos a parte do corpo de Kaoru que queria, Kyo arqueou a perna direita até o ângulo em que seu pé pudesse pressionar o volume saliente sob a única peça de roupa que o outro ainda usava.

- Tira.

Apesar de ofegante, a voz de Kyo ainda carregava o tom de exigência necessário para causar arrepios em Kaoru, que afastou-se apenas para atendê-lo. Em seguida, voltou a saborear o corpo e a pele de Kyo pelas coxas, deslizando a língua pelos músculos que se contraíam mais cada vez que ele se reaproximava da virilha. Empurrou as pernas de Kyo para trás e este as manteve junto ao corpo e afastadas entre si, observando Kaoru com um ar de expectativa e, ao mesmo tempo, seus olhos brilhavam de malícia, enevoados e ainda assim penetrantes. Kaoru teve de beijá-lo na boca por conta daquele olhar intenso, e Kyo presenteou-lhe com um gemido entre seus lábios que o fez vibrar em resposta. Um enroscar fervoroso de línguas e a mão de Kyo em seu membro fizeram com que Kaoru esquecesse um instante do que pensava, e ele jamais reclamaria quando Kyo trazia seu corpo para mais perto com o abraçar das pernas em volta de seu tronco e os calcanhares escorregando por suas costas, se fincando em suas nádegas.

Kyo esfregou sua ereção na dele e trouxe a mão de Kaoru para perto de sua face; beijos foram interrompidos em favor dos dedos que foram lambidos, um salivando a mão do outro até Kyo ficar satisfeito e as levar para baixo, entre eles, membros sendo percorridos e envoltos por dedos úmidos, quadris se movendo num frenesi crescente.

Quando Kyo fez um movimento mais brusco de encontro a ele, Kaoru parou, as pálpebras cerradas e a ponta da língua surgindo por entre seus lábios, umedecendo-os de um canto a outro. Kyo mordeu-lhe o lábio inferior e continuou girando o quadril, arrancando o que parecia ser o ar raspando pela garganta de Kaoru em ruídos profundos e excitantes. Kyo inclinou-se para a frente e foi empurrando Kaoru para trás, escorregando as pernas pelo corpo dele até ficar de joelhos. Colou sua boca na dele em um beijo rápido, um tanto barulhento, e curvou o canto dos lábios, deliciando-se com o olhar febril com que Kaoru o encarava, as mãos prontas para tocá-lo outra vez. Porém, Kyo balançou a cabeça e então se virou de costas para ele, arrebitando o traseiro ao inclinar-se para frente, as mãos segurando os braços da poltrona.

Os olhos de Kaoru voltaram a percorrer o corpo diante de si, e aquela breve pausa foi o bastante para Kyo voltar o rosto para trás enquanto movia o quadril, provocando-o:

- Aproveita.

Um ruído gutural escapou dos lábios do líder e ele apertou as nádegas diante de si com força, dando um tapa numa delas. Kyo curvou o canto da boca, dessa vez numa mistura de apreciação e desafio, e o movimento quase imperceptível de sua cabeça convidou Kaoru a dar uma série de tapas enquanto o loiro se balançava, os dentes cravados no lábio inferior. Então Kaoru correu os dedos por suas costas, afundando-os em sua pele, subindo pelos vários braços do deus budista e apertando a região da omoplata com as unhas, descendo de novo pelas laterais até chegar ao cóccix. Kyo passou a apoiar-se na poltrona com uma só mão para poder massagear o próprio membro, o que só não o deixava mais esbaforido do que o súbito, porém muito bem-vindo encontro da língua de Kaoru com a fenda entre suas nádegas, as lambidas firmes combinadas com uma massagem nos glúteos.

Kaoru mordiscou uma das nádegas antes de descer o rosto para lamber os testículos, às vezes chupando-os com cuidado. A isso Kyo gemeu baixinho, e o fez de novo quando Kaoru juntou uma mão à sua, aumentando a fricção. Kyo afundou o rosto na poltrona por um segundo de delírio, ainda ofegante quando Kaoru voltou a pressionar a língua contra sua entrada e apertar a carne em volta com a ponta dos dedos, intercalando o frescor da saliva com o calor do ar que ele soprava logo depois.

Kyo esticou o braço para trás cegamente até pegar um punhado de cabelo alheio e puxá-lo com certa violência, mas em vez de parar, Kaoru deu-lhe um tapa mais forte e Kyo grunhiu, dividido entre tentar interrompê-lo de novo ou simplesmente deixar que Kaoru o levasse ao limite do jeito que quisesse.

Contudo, Kaoru deslizou a língua do ânus para o cóccix, e então mordeu as covinhas que Kyo tinha nas costas, deixando marcas entre uma chupada e outra. Seus dentes rasparam a pele na região do sacro e foram percorrendo-a entre semi-mordidas e lambidas até a lateral esquerda, onde a tatuagem nova quase se encontrava com a do tigre. Kyo suspirava, o quadril movendo-se lentamente, e Kaoru foi subindo com beijos úmidos até a escápula, vindo esfregar o nariz em meio aos cabelos loiros que caíam da nuca aos ombros, alguns fios grudados pelo suor que brotava ali.

Apoiando-se na poltrona enquanto ficava por cima de Kyo, Kaoru encostou o corpo no dele, respirando profundamente enquanto registrava a sensação de pele contra pele, as nádegas se esfregando contra sua ereção, o ombro direito do outro sendo acariciado por seus dedos. Percebeu a respiração entrecortada de Kyo e afagou seus cabelos, puxando-os para trás e para o lado até Kyo mover o rosto e fitá-lo de canto, a ponta da língua aparecendo entre seus lábios partidos. Kaoru mordiscou o lóbulo de sua orelha, lambeu sua bochecha e encostou a boca na dele como pôde dada a posição em que estavam, e então seus dedos desceram, lentos, entre seu peito e as costas de Kyo, até encontrarem as curvas firmes novamente. Mas Kyo balançou a cabeça, desceu o quadril contra ele, e Kaoru entendeu o que ele queria; o que os dois já precisavam, na verdade. Segurou seu próprio membro, encostando a ponta entre as nádegas, esfregando nele o pouco fluido que era o prefácio do orgasmo que os dois ainda teriam. Kyo esfregou-se nele de volta, voltando a segurar-se na poltrona com as duas mãos para mover-se com mais facilidade, forçando-se de encontro a Kaoru até ser penetrado. Os músculos se contraíam em torno do membro rijo, e Kaoru moveu-se numa estocada lenta, vindo segurar o outro pelo quadril ao adentrá-lo por completo. Kyo moveu-se em semicírculos em torno dele, compelindo-o a continuar, e Kaoru passou a entrar e sair, os dois movendo-se rapidamente, as estocadas cada vez mais profundas.

Kaoru ergueu o peito para ajustar-se dentro de Kyo e passou a apalpá-lo de novo, as nádegas contraindo-se continuamente em torno dele enquanto ele pressionava os polegares na região perto do ânus. Kyo inclinou o tronco mais pra frente e afastou mais as pernas, dando ainda mais acesso a Kaoru, que o compensou com arranhadas fortes e mais uns tapas, arrancando gemidos e grunhidos por parte de Kyo. Este passou a mover-se com ainda mais fervor quando sentiu-se ser atingido na próstata, e desistiu de tocar em si mesmo porque Kaoru tornava isso desnecessário. Resistiu à vontade de fechar os olhos e continuou indo e vindo, arfando, até uma estocada deliciosamente precisa ser seguida do ápice de Kaoru, que continuou a entrar e sair até Kyo também se desfazer sob ele.

Kaoru juntou seus corpos de novo ao encostar o rosto nas costas de Kyo, raspando a boca na pele suada, beijando as vértebras até chegar à nuca de novo. Kyo emitiu algum ruído inteligível que poderia ter sido um quase riso ou uma tentativa de se recompor, e Kaoru saiu de dentro dele, sentando-se no chão ao lado da poltrona. Kyo olhou-o de canto por alguns segundos prazerosos de silêncio antes de sentar-se de frente para ele, passando as pernas por cima das suas. Seus movimentos eram lânguidos, mas decididos, até que ele encostou a testa nos ombros do líder e fechou os olhos, suspirando.

Kaoru sorriu, pegando uma das mãos dele para massagear a palma com o polegar. - Agora você vai conseguir dormir...

Kyo beliscou seu braço em resposta, apesar de Kaoru não ter tido a intenção de provocá-lo. - Você também vai.

Kaoru pegou nas entrelinhas uma possível advertência; ou seja, não era para ele continuar trabalhando madrugada adentro, pelo menos não naquele dia. De qualquer forma, já começava a amanhecer. - Hm-hm.

Kyo ergueu o rosto e o fitou silenciosamente de novo, a expressão mais suave e relaxada do que quando ele tinha entrado no escritório. Kaoru também percebeu em suas feições o mesmo tipo de satisfação rara que Kyo demonstrara no início do ano, quando eles tinham encerrado a última turnê com dois grandes shows no Budoukan.

Kaoru circundou a cintura do loiro e ficou deslizando os dedos por suas costas numa carícia quase subconsciente. - Você quer fazer mais um chá ou podemos ir pra cama?

Kyo olhou para a xícara de Kaoru, esquecida ao lado do monitor, e balançou a cabeça. Sabia que se eles fossem pra cozinha agora, Kaoru inventaria alguma coisa pra poder virar a noite sem dormir, e Kyo queria que ele descansasse também. Além disso, Kaoru devia saber que Kyo só passava a noite ali quando estava disposto a literalmente dormir com ele; senão já teria voltado para o próprio apartamento muitas horas atrás, ou estaria voltando agora. Ele franziu o cenho, sem perceber que Kaoru o observava atentamente.

- Fala.

Kyo riu pelo nariz, balançando a cabeça. - Acho que eu também estou ficando velho...

Kaoru ergueu uma sobrancelha, sem saber se devia rir também ou esperar mais uma alfinetada por parte dele. Em vez de se explicar, no entanto, Kyo apenas levantou-se e estendeu-lhe a mão.

- Vamos dormir.

XXX

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