Old habits die hard.

Oct 04, 2008 15:40

Acordo. 11 horas. Dia simpático. Vontade de ficar na cama.

Olho pra luz, sem me focar nela. Esperando que ela me salve de alguma forma, talvez. Luzes artificais não salvam.

Aí eu paro, e olho pra dentro de mim mesmo. Ali estou eu, como sempre. Ao meu lado, algo que não compreendo direito. Um conglomerado de energias e pessoas. Como se cinco vozes saíssem ao mesmo tempo do mesmo lugar. Falando comigo. Eu não quero ouvir. Continua falando.

Posso ignorar. Posso fingir que isso não existe, que sou só eu ali. Mas a presença permanece, pedindo pra ser decifrada. Ao contrário da Esfinge, ela não me devorará no caso que eu não descubra seu segredo. Mas vai ficar ali, quietinha, me encarando.

A sensação de impotência é desagradável, mas não é culpa de ninguém. Nem minha culpa. Talvez, culpa de todos seres do universo, que alteram-se uns aos outros sem perceber. Eu poderia, talvez devesse, bloquear e filtrar essas influências. Sim, eu faço isso. Só que há horas que a resposta está no caos, e a única solução é mergulhar, dissociando-me de qualquer noção de ego e identidade pessoal que eu tenha.

Faço isso porque me sinto próximo a uma resposta. Nada clichê como "a razão da vida". É muito mais sutil e recompensador do que isso. Entretanto, me sinto estando sempre dois passos atrás dela, como um filme noir infinito.

Em dias assim, o silêncio vale muito.
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