(no subject)

Feb 16, 2008 23:20

Há alguns anos notei em mim uma tendência para criar objetivos invisíveis. Coisas que eu devo falar ou fazer, que de alguma forma beneficiam a minha vida, mesmo que seu cumprimento seja doloroso. Contar uma verdade, aceitar uma derrota, enfim. Em geral, resposta para uma incapacidade anterior, um momento de fraqueza, ou uma vida inteira de negação.

Pode não fazer sentido pra você; basta entender que eu tenho uma dívida severa comigo mesmo. Não que eu ache necessariamente ter nascido pra fazer algo grande, construir um império, escrever um bestseller ou sair no trio elétrico da Carla Perez. Mas certamente não nasci pra levar a vida que eu levo. E também não digo isso com desdém, eu acho que a minha vida já é ótima, e com certeza tenho muito que agradecer as cirscuntâncias que me foram oferecidas pela vida. Porém, não é uma questão de ingratidão, e sim de identidade. Diria o penalty, "pobre menina rica".

Vejo que tenho muito ainda pra mudar na vida, e na busca pelo meu definitivo, preciso conviver com meus passageiros, em todos os sentidos. Tanto os períodos temporais quanto as pessoas que me acompanham por um tempo.

Aqueles amigos de outrora, melhores amigos até, já não existem mais. Uns se distanciaram, outros sumiram mesmo, e há aqueles que eu excluí. Não por maldade. Só por notar que aquela amizade, pra mim, só fez sentido numa época específica. Bons amigos são pra sempre? Não, sei talvez. Sim, eu sinto falta dos outros, mas a minha solidão já se provou algo indivisível, e por outro lado, só tenho a contar comigo mesmo.

E isso tem a sua parcela de armadilhas próprias, claro, porque eu me saboto pra não me tornar dependente, mas hão de concordar na vida que, como diria a Witney Houston, o maior amor é o amor próprio.

Sei pra onde vou. Só não sei explicar como é o lugar, nem seu nome, nem como se chega. Também não adianta querer me seguir, porque diz respeito a um lugar apenas meu, o que não impede que existam pessoas compartilhando. Simplesmente não considero como meta comum, global. Se alguém compartilhar, ótimo, mas como diria sabiamente a Xuxa, "eu não me responsabilizo por vocês". Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum.

Paralelamente, isso é resultado de uma ampliação de percepção. Melhores amigos não necessariamente fazem bem a você, desconhecidos podem te salvar. Soa clichê, mas tá todo mundo ligado de uma forma ou de outra, e não é difícil perceber onde estão as boas intenções. E não é tão difícil difícil perdoar enganos e traições, porque somos todos suscetíveis a elas.

Tudo leva a um novo lugar. Menos esse post.
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