(no subject)
Não foi dos melhores, mas quero me livrar do pesadelo de não escrever nada durante o carnaval. Mas então como passaram pelo dito cujo?
Sem titulo mesmo
O dia já estava nubloso, céu carregado e sol parcialmente encoberto, e o homem caminhava calmamente pelas ruas de São Paulo. Seus passos eram abafados pelo barulho do trafego intenso da grande cidade. A porta que ele procurava estava ali perto, ela se abria como mágica e ele simplesmente adorava essa traquitanas tecnológicas, não se deixando tomar por euforia alguma ou qualquer traço de entusiasmo ele continuou a caminhar na selva engranitada. Quando parou na frente da porta ela se abriu para ele e adentrou naquela ambiente branco e agitado que chamam de pronto socorro, pessoas com aparência triste e derrotados. Adentrou ao recinto e olhou a forte luz do teto e continuou a andar ate a mágica da porta se fechar atrás dele. Realmente ele adorava as maravilhas tecnológicas desse mundo.
O homem vestia um terno negro com uma camisa branca e gravata borboleta por baixo, enfermeiras olharam de forma esperançosa e a única coisa que chamou sua atenção foi um resmungo de um doente. ”inferno, essa demora toda é um inferno”. Ele olhou para o homem sorriu e continuou a caminhar entre bancos e pessoas. Apesar de ser observado pelas enfermeiras nenhuma se aproximou para saber o que ele ia fazer, ate mesmo porque isso ia contra o regulamento interno. Continuou a andar e corredor a fora ele simplesmente desapareceu da visão delas, segurança e enfermeiras nenhum deles parecia realmente disposto a seguir o desconhecido. Minutos depois de sua entrada uma criança que estava chorando do lado da mãe grávida correu para a porta e o pai o seguiu para saber qual a traquitana que a criança iria aprontar. Quando a porta se abriu ele deu apenas um passo para fora e abaixou, pegou algo no chão e se virou para o pai sorrindo. “ô, ô que bonita” mostrava uma pena negra comprida e bonita que parecia brilhar com a pouca luz do sol que batia nela, o pai deu um tapa para a criança soltar aquela pena imunda e o levou direto para o banheiro.
Antes de entrarem completamente o vento soprou e a pena foi soprada para dentro do hospital. Enquanto isso o homem chegava ate a escada de emergência e subia seus pés mal ecoavam pela escada, ele sentiu certa ironia quanto as escadas serem cinza e ter uma aparência suja contrastando com o resto do impecável hospital, mas ignorou o fato e continuou a subir as escadas. Um a um os andares iam sendo passados e ele ia chegando ate o seu destino. Abriu a porta do terraço e caminho no cascalho que cobria o concreto do lugar, seus passos faziam pouco barulho. Foi se aproximando cada vez mais da borda e se voltou para trás quando a porta se fechou com violência por causa de um vento repentino. Olhou para o céu e sorriu como se estivesse cumprimentando alguém. Depois olhou para a luz do sol escondida atrás das nuvens e colocou a mão sobre os olhos para proteger, depois para baixo com muito mais interesse.
Abriu os braços e o sol pareceu se esconder atrás de uma camada mais densa de nuvens. Ele continuava olhando para o chão e o tempo parecia começar a fazer uma reviravolta e uma garoa leve começava a cortar o dia. Ele se virou para a porta que momentos atrás bateram atrás dele e foi correndo de volta para o lugar. Na recepção uma das enfermeiras pegava aquela pena e a colocava no lixo, mas mesmo sobre a luz artificial ela parecia brilhar. De alguma forma aquela pena parecia ser feita de plástico pelo seu brilho, mas era apenas uma pena. Quando ela se virou viu que o homem vinha andando do corredor. Ela tinha alguma esperança de poder olhar mai um pouco para aquele homem loiro, mas ele não parou e continuou a andar.. Dessa vez estava com um sobretudo negro com os ombros levemente molhados. Ele saiu do mesmo jeito que entrou, olhando pela porta parecia que mais duas penas vinham sendo trazidas pela chuva. Mas dessa vez elas se grudaram na porta automática e do lado de fora a chuva começava a ficar mais forte e o homem desaparecia no meio dela.