Jul 26, 2009 23:34
"Melhor ainda é poder voltar
Quando quero..."
Um dos meus passa tempos preferidos (se não preferido, pelo menos, muito freqüente) é olhar preços de passagens de avião para os mais variados lugares do Brasil. Como se a qualquer momento eu pudesse dar uns cliques, comprar passagens e fazer as malas.
O pior mesmo é quando eu dou de cara com uma promoção perfeita para o meu orçamento. Com o fator dinheiro não sendo um problema, a obrigação de trabalhar finais de semana e de ter milhões de compromissos com/para a faculdade parecem o pior dos piores castigos do universo.
Felizmente, existe uma palavrinha que eu quase tinha me esquecido do prazer que ela proporciona ao ser pronunciada. Mas depois de quatro anos lá está ela: férias.
Então, uma conversa aqui, outra ali, milhas da mãe e eu tinha passagens e uma ansiedade tão imensa que eu mal podia me conter!
Esbarrar em um mapa do Brasil é sempre meio nostálgico. Dá para marcar de cara, sem pensar muito, umas sete ou oito cidade em que eu ficaria muito mais feliz se estivesse naquele momento. Mas embarcar de volta para o Rio depois de ter estado em um desses lugares é dezenas de vezes mais triste.
Porque apesar de todas as promessas de “vamos nos ver logo”, tudo parece gritar que serão longos meses nos quais aquelas pessoas vão de animar e te fazer rir sem que as gargalhadas se misturem em um coro estranho mas que faz você se sentir confortável, no lugar certo. Você sabe que a sua risada será a única na frente do computador por um longo tempo.
E isso parece tão irremediavelmente injusto!
Você gostaria que naquele espaço de tempo, pouco mais que duas horas dentro do avião, você pudesse pensar em outra coisa, mas tudo que vem a sua cabeça é o quanto é bom poder dar todos aqueles abraços que você não deu no aniversário, no dia do amigo, em outras comemorações aleatória, num dia meio deprê; ou como você quase tinha esquecido o som daquelas vozes; até como é meio constrangedor, mas inegavelmente bom fazer confissões cara-a-cara; ou o quanto piadas de duplo sentido são mais legais e ainda mais freqüentes ao vivo.
E as risadas.
Elas ficam ecoando na sua memória por algum tempo e depois somem, mesmo que você as queira de volta mais do que tudo.
O que me conforta durante o trajeto Salvador/Rio é que eu tenho só quatro dias antes de um próximo embarque, dessa vez para o lado oposto do país. Embora minha mente cruel se encarregue de me lembrar que serão só mais cinco dias antes de ter outra volta melancólica para o Rio, por enquanto eu fico com a ansiedade que antevê mais um encontro.
Enquanto eu substituo biquíni e camisetas por casacos e gorrinhos (que eu sei que me renderão coisas como “Para que tanta roupa? Nem ta tão frio assim.”) na mala, eu repito mais algumas vezes a palavra “férias”.
Gosto da sensação.
saudade,
viagens,
férias,
profecia perdida,
nerd