Isto é Verdade e Aconteceu Comigo
* Tenho um livro de ilustração dum dos meus ilustradores preferidos: Jorge Colombo. Um livro lindo. Recebo um amigo meu, de Barcelona, que também é ilustrador e desconhece a obra do Jorge Colombo. Ofereço-lhe o meu livro com uma dedicatória e encomendo outro na FNAC do Colombo.
* Recebo um postal em casa a dizer que o livro já chegou. Passo dias a tentar ir levantá-lo e, finalmente, num Domingo à noite, de regresso dum fim-de-semana de praia, consigo lá ir.
* Exactamente antes de entrar no Colombo, no sítio preciso onde eu passei há segundos, dois polícias correm atrás de alguém após ouvir dois tiros. Ouço mais dois e depois mais um ainda antes de entrar para a segunda cave do parque de estacionamento.
* O Colombo está cheio de calças de treino e pessoas feias. Pessoas que falam alto, que usam óculos em degradé juntamente com panças proeminentes. Meninas com micro-saias, tacões de vinte centímetros e trancinhas ridículas. Enervo-me. Não é preciso ser a pessoa mais linda à face da terra nem tão pouco a mais inteligente para que tudo isto me enerve.
* Sou atendido sem um sorriso. Com um boa-noite mecânico. Janto no BurgerKing por me faltar o tempo e as batatas estão mal fritas. Ouço a filha a ser indelicada para a mão na mesa à minha direita. Pago o Menú nº3 com moedas.
* Tenho o livro que procurava. Compro outro que não procurava. Desço as escadas rolantes para o -2 com uma profunda tristeza. Chego à máquina automática de pagamento e coloco o cartão. Devo €1,50 ao Colombo e na minha algibeira tragou precisamente €1,50. Sendo que 10 cêntimos são em moedas pretas que não funcionam naquela máquina.
* Aproxima-se uma rapariga com cara de poucos amigos. Da minha idade. Não tenho alternativa. "Desculpe, não tem uma moeda de 10 que me troque por estas duas de cinco?". Silêncio. Um grande sorriso completamente inesperado. "De 10 não tenho, mas tenho esta de 20. Tome". Tentei dizer-lhe que não era isso que eu pretendia mas ela insistiu. Dei-lhe as duas moedas de 5. "É o mínimo que eu posso fazer..." Agradeceu e desapareceu.
* Ainda há gente boa. É bom sentir isso.
* Fui apanhado de surpresa. Nem me lembrei que se ela tivesse esperado um minuto ao meu lado, teria ficado com o troco da máquina que, juntamente com as minhas duas moedas de cinco teriam feito os 20 cêntimos que me cedeu.
* Obrigado.
* Recebo um postal em casa a dizer que o livro já chegou. Passo dias a tentar ir levantá-lo e, finalmente, num Domingo à noite, de regresso dum fim-de-semana de praia, consigo lá ir.
* Exactamente antes de entrar no Colombo, no sítio preciso onde eu passei há segundos, dois polícias correm atrás de alguém após ouvir dois tiros. Ouço mais dois e depois mais um ainda antes de entrar para a segunda cave do parque de estacionamento.
* O Colombo está cheio de calças de treino e pessoas feias. Pessoas que falam alto, que usam óculos em degradé juntamente com panças proeminentes. Meninas com micro-saias, tacões de vinte centímetros e trancinhas ridículas. Enervo-me. Não é preciso ser a pessoa mais linda à face da terra nem tão pouco a mais inteligente para que tudo isto me enerve.
* Sou atendido sem um sorriso. Com um boa-noite mecânico. Janto no BurgerKing por me faltar o tempo e as batatas estão mal fritas. Ouço a filha a ser indelicada para a mão na mesa à minha direita. Pago o Menú nº3 com moedas.
* Tenho o livro que procurava. Compro outro que não procurava. Desço as escadas rolantes para o -2 com uma profunda tristeza. Chego à máquina automática de pagamento e coloco o cartão. Devo €1,50 ao Colombo e na minha algibeira tragou precisamente €1,50. Sendo que 10 cêntimos são em moedas pretas que não funcionam naquela máquina.
* Aproxima-se uma rapariga com cara de poucos amigos. Da minha idade. Não tenho alternativa. "Desculpe, não tem uma moeda de 10 que me troque por estas duas de cinco?". Silêncio. Um grande sorriso completamente inesperado. "De 10 não tenho, mas tenho esta de 20. Tome". Tentei dizer-lhe que não era isso que eu pretendia mas ela insistiu. Dei-lhe as duas moedas de 5. "É o mínimo que eu posso fazer..." Agradeceu e desapareceu.
* Ainda há gente boa. É bom sentir isso.
* Fui apanhado de surpresa. Nem me lembrei que se ela tivesse esperado um minuto ao meu lado, teria ficado com o troco da máquina que, juntamente com as minhas duas moedas de cinco teriam feito os 20 cêntimos que me cedeu.
* Obrigado.