LATELY. [parte 1]

Dec 22, 2009 23:25

Essa daqui é na verdade a parte 1 de um post que eu tô querendo escrever faz uns 3872695 anos. Serão 3, sobre os 3 álbuns recentes que dominam minha playlist desde Novembro: The Fame Monster, Kris Allen e For Your Entertainment. Muito provavelmente nessa ordem mesmo. Então... lá vamos nós.



The Fame Monster

Eu me lembro, com algum pesar, da época em que eu achava que Lady GaGa era só mais uma cantorazinha de pop com uma boa produção, roupas extravagantes e uma ÓTIMA equipe de PR.
Mas não é que ela sabe EXATAMENTE o que está fazendo o tempo todo? O re-lançamento de The Fame com as 8 inéditas é uma perfeita prova disso.

Lady GaGa definiu o contraste entre The Fame e The Fame Monster como Yin e Yang. E realmente não dá pra definir melhor. The Fame é bastante auto-explicativo e fácil de ouvir. As músicas quase não se encaixam, a não ser pelo mood bem pra cima e pelo tema: glamour, fama, dinheiro, ego.
The Fame Monster, por sua vez, é bem mais carregado: nos efeitos eletrônicos e no mood. Parece que GaGa se despiu de vez da inocência. Sexo, insegurança, decepções amorosas, paranóias, vícios: tudo é exposto, numa conversa consigo mesma com a qual é fácil se identificar.

A única que escapa do clima dark é Telephone, até porque é feita pra se encaixar na participação de Beyoncé, cuja parcela na música se saiu bem mais agradável do que eu esperava. Nas outras músicas, o conceito do lado obscuro, de tudo que se esconde por trás da imagem que estampamos para o mundo. Minhas favoritas são Dance in the Dark e seu retrato da falta de auto-estima, cada vez mais comum entre as garotas de hoje em dia; Alejandro, desmistificando relações abusivas; e So Happy I Could Die, sobre as pequenas distrações (masturbação, um bom vinho, sair com os amigos) que procuramos para esquecer das coisas que nos deprimem.

Os monstros que escondemos embaixo da cama se mostram um a um, embalados por batidas exageradas, sintéticas. E é por isso que esse álbum causa uma certa inquietação.
Não é um álbum pra se gostar de primeira. Definitivamente não é um álbum para se escutar despreocupadamente. Cada uma de suas batidas se encaixa pra fazer um dossiê da mente de uma jovem (e por que não UM jovem?) qualquer, com seus desejos e temores.

A cada canção, GaGa olha seus medos nos olhos, e nos leva a encontrar os nossos também. Não é feito pra qualquer sensaçãozinha do pop.

atoron, pequenos milagres, blabla, music music music, i love that lavender blonde

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