Manhãs de praia, tardes de piscina, serões no bar do hotel. Ou seja, horas e horas de leitura.
Li em primeiro lugar Só Se Morre Uma Vez, o segundo volume do diário de Rita Ferro. Já tinha lido, na altura em que foi editado, o primeiro volume, Veneza Pode Esperar, sobre o qual escrevi aqui o seguinte:
“RF conseguiu uma coisa admirável que foi encontrar, na escrita de um diário que se sabe à partida que é para publicação, o ponto exacto entre o confessionalismo (sem nunca tropeçar no intimismo ou no gossip, mas também não os desprezando completamente) e o carácter reflexivo e um pouco mais distante e analítico sobre a condição humana. Para mais, Rita Ferro escreve bem, de maneira elegante, e com humor. Sabe compor a sua própria personagem em doses homeopáticas de ego e auto-depreciação, mas sem nunca correr o risco da auto-complacência ou do cinismo. É feminina e feminista; nunca santa ou predadora. Defende as jóias da família, mesmo quando tem de as vender, e a exacta consciência de classe livra-a de frivolidades e de frioleiras. Deu a impressão de que este livro foi uma prenda, e uma prenda de amor. E isso só o engrandece.”
Mutatis mutandis como se dizia nos direitos, ou seja, isto vale igualmente para este segundo volume do diário, e isto não é uma crítica; pelo contrário, é um reencontro.
Li igualmente Fantasma, de Luís Alfredo Garcia-Roza. Mais uma aventura do Delegado Espinosa nas ruas de Copacabana, desta vez envolvendo uma Princesa intrigante. Muito atmosférico, como os anteriores volumes da série, mas mais concentrado na intriga e nas suas peripécias.