(Untitled)

Aug 05, 2004 21:30


alguma vez te olhaste no espelho e compreendeste o quão vão e vago podes ser?
algumas vez te observaste nas mais ténues fracturas da pintura que te cobre a alma e que a maioria dos outros não vê?
poucos terão acesso a esses riscos microscópicos, porque há facetas que insistentemente guardas para ti próprio.

e quando essas falhas de cal estalada ( Read more... )

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icorceiro August 8 2004, 16:10:27 UTC
Qualquer coisa de 1984… a obra de George Orwell é, na minha opinião, um bocadinho mais que uma referência à União Soviética de Estaline (embora também o seja claramente). O facto de o pensamento e o individualismo serem considerados ambos uma ameaça e crime é, para além de objecto duma discussão complexa, provavelmente até interminável porque exige conceitos como liberdade ou democracia, que estão longe de ter uma definição comum para diversos indivíduos.
De qualquer maneira, e infelizmente, para exemplificar crimes indesculpáveis de países que durante o século passado se chamaram de comunistas, não necessitas de ir a uma obra de ficção. A China de Mao, a União Soviética (não só de Estaline mas também de Lenine e até depois de Nikita Kruschov), o Camboja do Pol Pot, etc, etc, etc. São este crimes que muitos comunistas, incluindo eu próprio, não perdoam ao PCP o facto de nunca os ter condenado. Crimes que são próprios de infelizes regimes totalitários, e em tudo comparáveis ao Nazismo ou ao que se passa hoje com a ocupação da Palestina.
Todos estes países comunistas tiveram, para além duma política humanitária desastrosa, um denominador comum: Marx, que para além de ter escrito o Manifesto do Partido Comunista conjuntamente com Engels, escreveu ainda a sua maior obra já no fim do século XIX: O Capital. Marx, ao contrário do que é ventilado hoje em alguma tertúlias de café (que eu admiro muito) nunca foi um tipo de conversas de café, e O Capital é uma obra de investigação e rigor científico. Como já te estou a dar uma grande seca, e por isso peço-te desculpa grão de pó, não te vou estar aqui a resumir tudo o que penso sobre o Capital, mas tenho que te dizer que a ela está ligada uma ideia de capitalismo justo e não de anti-capitalismo como se possa pensar, de facto esta é a obra mais capitalista que existe. Associada a esse capitalismo vem a noção de liberdade para Marx, e que podes encontrar num livro bem mais fácil de ler que por acaso tenho aqui à minha frente porque me emprestaram. É de Terry Eagleton, chama-se Marx and Freedom e é da colecção the great philosophers da Weidenfeld & Nicolson. Não tem edição em português. Vou-te só deixar a definição que me faz interessar pelo marxismo:

“We are free when, like artists, we produce without the goad of physical necessity; and it is the nature which for Marx is the essence of all individuals”

Pronto, prometo que não te chateio mais com isto…

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grao_de_po August 9 2004, 09:36:34 UTC
parece que te inspiro um estado de espírito professoral, com uma bibliografia cada vez mais extensa, eheh. vou tomar noota de mais este livro, para uma oportunidade livreira ;)
e para ser franca, não me chateia absolutamente nada ler os teus comentários com o seu teor histórico, político, literário ou como lhes quiseres chamar.

gostaria de responder com mais algum conteúdo, mas, apesar dos sorrisos cibernéticos, hoje é um dia muito mau.

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icorceiro August 9 2004, 22:40:34 UTC
LOL… não era minha intenção fazer-te ler o Marx and Freedom. Até porque não quero ser o responsável por uma noite chatinha que venhas eventualmente a ter. O do Henry Miller é que sim… aconselho vivamente, mas não num dia muito mau…

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grao_de_po August 10 2004, 12:51:10 UTC
:)

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