alguma vez te olhaste no espelho e compreendeste o quão vão e vago podes ser?
algumas vez te observaste nas mais ténues fracturas da pintura que te cobre a alma e que a maioria dos outros não vê?
poucos terão acesso a esses riscos microscópicos, porque há facetas que insistentemente guardas para ti próprio.
e quando essas falhas de cal estalada principiam a esfarelar-se nos bordos?
quando aquilo que de mais ignóbil transportas no teu ser insiste em fazer-se mostrar, por meios nem sempre frontais?
o que fazer quando percebes que não passas de um ser mesquinho, tão baixo e vil como aquele vizinho do lado a quem insistes apontar o dedo?
não há pessoas intrinsecamente boas neste mundinho. não te consideres diferente. a farinha vem toda do mesmo saco.
pensa nisso, tu que leres os despojos da minha quase raiva sem razão aparente.