Portugal rula...

Dec 10, 2005 22:19

Portugal continua no seu melhor.
Batemos mais um record… o maior bolo-rei. Os records em Portugal são sempre coisas deste tipo. Ou é a maior feijoada, a maior árvore de natal, o maior índice de alcoolémia… ou a maior azia do euro 2004.

Já agora porque é que está na moda dizer-se alcoolemía em vez de alcoolémia? Aliás, eu ainda sou do tempo em que existiam tribunais civis. Hoje são tribunais cíveis, mas pronto, pelo menos aí é um sinónimo (o Word diz que sim). Enfim… Acho que tenho material para fazer um post só sobre isto, por isso volto ao assunto noutro dia. Voltemos ao orgulho português.

E já que estamos em época natalícia, passemos à frente o record de pirosice nas janelas (onde se engloba a excelente contribuição da minha mãe), o record de consumismo, e principalmente o record de hipocrisia. Passemos directamente para o record de mortes na estrada. Mas porque é que morrem tantas pessoas nas estradas portuguesas? As chamadas vitimas da estrada. Isto porque, obviamente, a culpa é da estrada. A culpa é daquele monte de matéria não vida e imóvel chamada alcatrão. Claro que não são vítimas de condutores otários bestóides que nem de triciclo deveriam andar, mas sim, da estrada. O sistema preferido de protecção na estrada para os portugueses não é a velocidade moderada, ou a condução defensiva. É antes o terço de Jesus no espelho retrovisor, esse grande objecto de segurança activa e passiva. “Jesus está comigo”. Jesus pode estar contigo, mas tu que vais conduzir, e muito mal por acaso. E mesmo que fosse Jesus a conduzir, a verdade é que eu nunca soube de ele ter carta de condução, tirando a de carroças de bois.

E prefiro guardar para outra altura a conversa da omni-presença de Deus, porque isso gera muitos absurdos, desde Ele atropelar-se a Ele próprio a coisas piores… E estas maiúsculas a mais estão a incomodar-me também, já que não sou católico, embora queiram impingir-me que sou, só porque algures no tempo um individuo de branco me molhou a cabeça com água. Eu não assinei papel nenhum. E não quero saber se era água benta, água ráz, água-pé, água-ardente, água do luso ou frize de tangerina.

E fico por aqui, porque tenho que ir ouvir a eucaristia dominical.
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