e quando você diz, eu olho e vejo que é verdade.

Aug 28, 2005 23:31

Hoje, não sei explicar o porquê, mas o dia teve um "quê" de estranho, de dolorido, saudoso. Como se fosse ser o último dia de todos juntos, como se tudo fosse se quebrar dentro de dez segundos.

Choro compulsivo, saudades avassaladoras, desejos contidos e vontades controladas. O dia se resumiu a isso, para mim. Preso dentro de mim mesmo, sem poder falar nada, sem poder fazer nada, e apenas assentindo ao que ele dizia.

A história de Conversa de Botas Batidas, música de Los Hermanos, fala de um casal de velhinhos que, juntos há muitos anos, vão para um Hotel, o qual começa a pegar fogo e um funcionário bate à porta para avisar ao casal do acidente. Os mesmos decidem morrer juntos, para não sobreviverem ali e morrerem separados em seguida, em outra situação.

Eis quando ele diz: "você nunca vai ter alguém desse jeito, Defex." e eu parei para pensar, e realmente não vejo possibilidade. Olho para frente e não me imagino com quem eu quero. Não me imagino com ninguém. Não imagino olhos em volta de mim, muito menos pessoas ao meu lado, quem diga morrendo por mim. Eu queria acreditar que pode existir alguém, mas não consigo ver, e se não consigo ver, como ele mesmo disse, "é porque não vai acontecer.".

Aos poucos a gente começa a pensar em coisas ruins, em pessoas deixando-nos permanentemente, em pessoas se afastando por motivos aleatórios. E você sente dor, e você chora, e você fica fragilizado. A dor vai corroendo, corroendo até você soluçar de chorar e quase desequilibrar da janela. Hoje eu tive impulsos. Hoje eu tive de me controlar.

Hoje foi um dos dias mais bizarros da minha vida, se vocês querem saber. Embora não tenha acontecido nada além de eu fumar compulsivamente, chorar compulsivamente, controlar impulsos diversos e ouvir músicas nostálgicas lembrando de amizades que jamais vão voltar a ser o que eram.

saudações,

Bruno Marques Machado de Carvalho.
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