(no subject)

Oct 07, 2008 19:58



Não sei se por frio ou desespero, mas eu tremia. Já estava a um tempo olhando para a nossa fotografia, lágrimas escorriam de meus olhos e borravam nossa imagem. A música que estava tocando era a mais triste, e era nossa. Por ela nos pertencer era que eu estava assim. Por você estar tão perto de mim, mas ao mesmo tão longe, é que eu estava assim. Minha vida tinha se resumido em um rascunho, um rascunho feio e borrado de toda minha existência. Porém, poderia ter sido um livro, um livro com a capa bonita e palavras acolhedoras. Mas as coisas não acontecem como a gente prevê. Estar olhando para essa foto me fez sentir uma tristeza profunda, ouvir nossa música não estava me fazendo bem, mas mesmo assim eu continuava relutando contra os meus sentimentos.

Será que um dia eu iria te ver novamente? Será que um dia eu terei a chance de dizer que te amo? Eu não saberei. Porém toda a fé que estava escorrendo por minhas mãos retorna quando vejo seus olhos brilharem na foto. E agora essa fé está guardada em mim, pois eu precisarei utilizá-la durante toda minha existência. No fundo da minha alma eu escuto sua voz doce embalando meu corpo. Sinto que nós fomos feitos um para o outro, só não sabemos disso. Digo, você não sabe disso. Porque eu sei, é nessas horas que eu sei, que o mundo só é completo se for com você. Entretanto você vai embora e vai me deixar aqui. Como você pode estar sorrindo, como você pode demonstrar qualquer alegria enquanto eu morro por dentro e por fora, sem nem ao menos conseguir esconder.

Você tem sua vida, você vai segui-la, e eu? Qual é a minha vantagem nessa história? Ficarei esperando um telefonema seu para o resto da vida? Ficarei torcendo para que os outros consigam alguma informação sua? O meu rosto não consegue demonstrar mais nenhum sentimento, a minha pele não sente mais nenhum arrepio, os meus olhos não brilham mais.

Se eu pudesse te pedir alguma coisa, eu só pediria: não se vá.

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