Meu filhote, minha primeira matéria

Aug 20, 2008 20:37

Cine Cult: um olhar não-convencional nas telas aracajuanas
Por Carol Correia, João Paulo Carvalho e Rafaela Vieira.

Exibido todos os dias às 15:10 no Cinemark, a sessão Cine Cult vem demonstrando que a população sergipana também se interessa por filmes dessa categoria. Uma prova disso é a alta média de 500 a 600 pessoas por semana que engorda a bilheteria.
Em junho de 2004, com a idéia de exibir filmes diferenciados, Roberto Nunes, produtor cultural paulista, criou o projeto Cinema de Arte, exibido no Moviecom, que mais tarde se transformou em Cine Cult, agora exibido no Shopping Jardins.
A partir dos bons resultados da iniciativa em Aracaju, o Cinemark percebeu rapidamente sua forma profissional e passou a oferecê-la a outros complexos. Hoje, o Cine Cult atua em mais 10 cidades, entre elas Salvador, Natal, Florianópolis e São Paulo. Em breve, Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília também irão fazer parte desse circuito.
Entre as características do projeto está o seu valor. Cada sessão custa quatro reais a inteira. “Quando acertamos o início do Cine Cult, começamos a exibir nossos filmes às 15 horas, no lugar da Sessão Desconto, que era uma sessão em que os ingressos eram mais baratos e que era dedicada à exibição de um filme comercial, por isso, os ingressos do Cine Cult permaneceram com o mesmo valor da Sessão Desconto”, explica Roberto Nunes. Entretanto, a partir de setembro o valor do ingresso sofrerá um acréscimo a fim de cobrir os custos com as distribuidoras.
Porém, uma dúvida existe: O que faz um filme ser considerado cult? E o que motiva o público a assistir essa categoria específica de filme?
A definição de Roberto Nunes sobre filmes cult é de que “São aqueles que por suas características técnicas e artísticas fogem do padrão comercial da indústria cinematográfica”.
O público também compartilha a mesma opinião. Para Eduardo Teles, professor do Departamento de Geografia da UFS, “Os filmes cult fogem às regras do cinema convencional”.
Segundo Roberto Nunes, há uma grande curiosidade por parte da sociedade em acompanhar o que se está produzindo no cinema mundial em termos mais artísticos do que os grandes filmes comerciais.
Um dos atrativos para o público quanto à categoria cult é o conteúdo. Foi o que chamou a atenção do psicólogo José Vicente. “Esse tipo de filme contém mensagens interessantes, seja no âmbito filosófico ou psicológico, com conteúdos significativos”. “O Cine Cult nos faz enriquecer intelectualmente, nos ajuda a ver as coisas e o mundo de uma forma diferente”, afirma Eduardo Teles.
“Algumas pessoas acham que esses filmes são freqüentados apenas por intelectuais”, acrescenta Teles. Porém, de acordo com Roberto Nunes, o público é muito diverso, de faixas etárias variadas; tem desde a garotada do ensino médio até pessoas da terceira idade. Muitos profissionais liberais, médicos, advogados, professores, estudantes, aposentados, o público é muito eclético.
Um dos planos para o Cine Cult é o lançamento de um site, que deverá ser inaugurado no próximo mês. Sobre o planejamento, Roberto Nunes declara “Ele está sendo feito em São Paulo por um estúdio de webdesign. Já recebi uma primeira versão e estamos trabalhando agora nas ferramentas que o alimentarão”. E na próxima sexta-feira terá início a II Mostra Cine Cult de Cinema Francês. Oito filmes serão exibidos, entre eles estão, “A Culpa é do Fidel”, “Minha Vida no Ar” e “Em Paris”. A mostra vai até o dia 18 de setembro e incentiva ainda mais a visita dos curiosos que ainda não conhecem o Cine Cult.
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