Festival de PROMPTS - Fic #5 - Disfarce
Título: Disfarce
Autor: cellyls
Prompt escogido y autor de la idea: Sydney conhece Nigel numa loja. De cellyls.
Fandom: Relic Hunter
Personaje/pareja: Sydney, Nigel. Sydgel.
Clasificación y/o Género: T; AU; Relic Hunter; sydgel; romance; first meeting.
Resumen: Em uma caçada, Sydney finalmente conhece o novo T.A. da amiga Professora Newell.
Capítulos/Palavras: oneshot, 1k3
Disclaimer: I do not own Relic Hunter - Relic Hunter e seus personagens não me pertencem.
Advertencias: não há spoilers. Reciclo aqui mais uma fic de primeiros encontros.
Disfarce (T)
Sydney entrou na loja de roupas com um salto. Segurou a alça da bolsa a tiracolo e embrenhou-se nos cabides de casacos masculinos que ficavam à esquerda da entrada. Poucos clientes estavam na loja naquele começo de tarde, e a saída do estabelecimento era ampla, permitindo à caçadora ver a rua pela vitrine.
Os dois homens que a perseguiam passaram correndo pela frente da loja. A mulher viu os rivais na caçada e encolheu-se, escondida pelas roupas penduradas nos cabides. O livro que ela carregava na bolsa valia mais que sua vida - isso ficara bem claro quando os dois homens lhe apontaram as armas e atiraram no beco antes de ela alcançar a rua principal. Não era comum rivais seguirem-na até sua cidade, mas eles sabiam que ela levaria a relíquia para a faculdade e estavam dispostos a impedi-la.
A mulher cerrou os punhos, frustrada, quando um dos homens fez sinal para o outro e adentrou a loja. Ela procurou mais lugares para se esconder. Deu alguns passos para trás, mas esbarrou em alguém. A pessoa perdeu o equilíbrio e caiu de quatro, derrubando o suéter verde que tinha entre as mãos e também a pilha de roupas exposta ao lado.
Os movimentos bruscos preocuparam a caçadora, que olhou por sobre o ombro. Só que o rival dentro da loja se encaminhava para a outra sessão, e ela suspirou, aliviada. Abaixou-se para ajudar a pessoa em quem esbarrara e desculpar-se, evitar ao máximo chamar a atenção. Era um homem de cabelos esvoaçantes, e não estava bravo, apenas nervoso em recolher as roupas bagunçadas pelo chão. Como estava distraído, a caçadora decidiu que era o momento perfeito para escapar da loja. Levantou-se discretamente.
"Professora Fox?"
A voz grave e com sotaque a fez travar no lugar. Por sorte, o sujeito supostamente conhecido não falara muito alto e apenas o suficiente para mostrar ser britânico. Mas, por azar, o sujeito era supostamente conhecido.
A caçadora contorceu o rosto, torcendo que ele entendesse que ela precisava escapar dali. Num levantamento breve, soube que o inglês não devia ter mais que vinte e poucos anos, contrário do que as roupas sérias, mas não pretensiosas, sugeriam. Devia ser um de seus alunos.
"Desculpe eu estou com pressa," explicou, ajeitando o peso da bolsa novamente sobre o ombro. Não queria ser rude, mas precisava sair dali. O estudante concordou, meio sem jeito, e voltou a recolher as roupas espalhadas.
Sydney procurou o rival com os olhos. O homem convencera-se de que ela não estava na outra sessão e se aproximava da área dos casacos. A caçadora praguejou, baixinho. Perdera a oportunidade de alcançar a porta sem ser notada. Voltou-se, escondendo o corpo atrás de um sobretudo marrom num dos cabides. Tinha que se esconder e esperar que o outro fosse embora. Duas das cortinas dos provadores estavam abertas, adiante. Era um local óbvio para se esconder, mas ela raciocinou com rapidez. Apanhou o casaco do cabide, correu e escondeu-se num dos cubículos no mesmo instante em que o rival alcançava a sessão.
Ela saltou para o banco estofado embutido na parede do provador e puxou o casaco sobre si, cobrindo-se. Ficou imóvel, disfarçada como uma pilha enorme de roupas no canto.
Ela via o interior do provador pelo espelho através de uma fresta entre as dobras do sobretudo. Ouviu através do tecido os passos se aproximarem, trilhando entre as roupas. Era seu rival, aproximava-se estudando os espaços nos cabides de roupas onde ela estava antes. Então o aluno em quem ela esbarrara entrou no cubículo e fechou a cortina.
Sydney conteve-se sem saber como agir. Se ele se assustasse ao descobrir que havia outra pessoa ali, chamaria a atenção do rival rondando os provadores. A mulher bufou baixinho e espiou o reflexo do espelho. O aluno separava qual roupa experimentar. Encarou o rosto dele. Ela o reconhecia vagamente. Com certeza da faculdade. Nada nele a deixava alarmada. Confiaria nele ou ficaria oculta? Debateu consigo. Até que ele começou a abrir a roupa.
A mulher arregalou os olhos e esticou o braço para fora do esconderijo, enquanto ele desabotoava a camisa.
O homem deu um grito quando viu o movimento. Sydney abanou as mãos, puxando o casaco para mostrar seu rosto. Pôs o indicador sobre os lábios, implorando silêncio. O aluno demorou um segundo com a boca aberta e as mãos nos botões finais da camisa, então exalou o ar, reconhecendo-a. Tiveram um instante antes de escutarem passos na direção do provador.
A caçadora escondeu-se novamente sob o sobretudo. Viu pela fresta que a cortina se abriu, e o rival dela enfiou a cabeça no provador dando de cara com o estudante e assustando-o de novo.
"E-Ei! Está ocupado!" O inglês reclamou. O outro homem fez cara feia. O estudante apertou a parte da frente da camisa, postando-se entre o intruso e Sydney, no canto. "Eu quero me trocar. Vai ficar aí olhando?"
O homem mal-encarado bufou, e o estudante abraçou o peito de forma protetora. O intruso deu as costas, partindo para revistar os outros provadores.
A caçadora aguardou enquanto o inglês observava o lado de fora antes de fechar a cortina. Aliviou-se com a certeza de que o julgara bem e não fora simplesmente iludida pela aparência dele - o que, infelizmente, acontecera mais de uma vez em suas caçadas.
O aluno fechou a cortina, e a mulher pôde afastar o casaco. "O que está acontecendo?" ele perguntou baixinho, estudando-a com interesse.
Sydney ajeitou os cabelos. "Estão atrás de mim desde o aeroporto." Conferiu a hora no telefone em sua bolsa. O curador já devia estar na faculdade, aguardando-a.
"A professora Newell disse que você estava em uma caçada." Ela viu um sorriso impressionado formar-se no rosto do inglês, clareando os olhos verdes. Pensou por um momento que ele era muito bonito. Percebeu o que estava fazendo e refreou imediatamente aquela linha de pensamento. O aluno virou-se para espiar a loja por uma fresta. "Ele já foi," falou. E Sydney forçou-se a lembrar que ele era um estudante e admirar secretamente seu traseiro era impróprio.
Ela pigarreou, avertendo o olhar. "Obrigada. Eles foram difíceis de despistar."
O sorriso admirado voltou ao rosto dele, ainda maior. "Eu nem acredito que estou ajudando Sydney Fox em uma caçada. É uma honra imensa conhecê-la, professora." Esticou o braço e balançou a mão dela.
A mulher não esperava ser aceita com tanta facilidade, mas agradeceu. "Não se preocupe. Podemos conversar mais na faculdade. Em qual turma você está?"
Ele segurou a mão dela, horrorizado. "Oh, que descuido o meu!" Voltou a balançá-la. "Sou Nigel Bailey, estou com a professora Newell."
"Em qual turno?"
Ele fez uma expressão confusa ao soltá-la. "Em… todos. Eu sou o T.A."
Sydney deu um passo para trás. "Você é o T.A. da Chris?!"
Ele era tímido, não soube o que fazer com as mãos e a vivacidade esmoreceu-se em seu olhar. Percebeu que estava com a camisa aberta e arregalou os olhos, começou a abotoar com pressa. "Eu… vim de Cambridge há- há três meses." Afastou-se dela mais um pequeno passo, conferindo de esguelha a distância da cortina.
Sydney chutou-se em pensamento. "Me desculpe. É que Chris me fala de você o tempo todo. Ela já tentou nos apresentar várias vezes, mas eu não tive tempo sequer de…" Exalou o ar, estressada só de lembrar da própria agenda. O que a colocava de volta no tempo presente. "Foi muito bom te conhecer, Nigel, mas eu realmente tenho que ir." Conferiu que a relíquia estava a salvo dentro da bolsa e passou por ele, puxando o canto da cortina. Ninguém da loja estava por perto. "Eu sempre almoço com Chris nas quartas, por favor, nos acompanhe na próxima." Encarou-o.
O homem levou um segundo para encontrar o olhar dela e saber que o convite era genuíno. O rosto dele era muito expressivo, e um sorriso leve ocupou seus lábios. "Será ótimo. Obrigado, professora."
A caçadora apanhou a mão dele, balançando-a novamente. "Por favor, me chame de Syd. Obrigada por me ajudar, Nigel. Te vejo na faculdade." Sorriu e saiu do provador.
Espreitou os corredores da loja, passou pela porta e apanhou na avenida o primeiro táxi.
Faltavam dois dias para quarta-feira.
"Ele não é aluno, mas comporte-se, Sydney," comentou para si.