Post Nacionalista Repentino

May 16, 2010 18:15

"Sempre amei e me orgulhei da minha pátria-mãe. Dei meus primeiros e pequenos passos ao balançar uma flâmula verde e amarela. Aprendi a falar com a mão sobre o peito do lado esquerdo e orgulhosamente cantando o Hino Nacional. Minha infância foi passada no banco traseiro de um carro, meus anos passavam-se diante dos meus olhos que nem o cenário da transição entres estados. Aliás, nunca considerei-me natural de nenhum estado, me considerava simples e unicamente brasileira. Anos passaram-se, eu fui desperta a novos conhecimentos e ideias. Uma delas, que antes eu chamava de despertar os olhos, chamo agora de etnocentrismo repudiado. Te sussurram aos ouvidos e incentivam o desprezo a sua pátria; seu sonho intenso, e eu aceitava essas ideias. Quão tola mais eu podia ser? Acreditava que os "outros" eram tão melhores que nós. Sentia-me fora de lugar, deslocada.
    Mais anos passaram-se, eu via esses "outros" virem a minha terra; mãe gentil, e a admirarem. Não pelos tão famosos esteriótipos. Não por mulheres, futebol, sexo ou carnaval. Vinham porque admiravam este solo que cada vez mais se destaca seja pela sua diversidade, pelo seu povo, pela sua língua, pela suas belezas naturais, pela sua cultura, pela sua música, pelos seus sentimentos, pela sua história, pelo seu futuro. Parei para pensar então "Como podiam os outros enxergar e admirar esta nação que nós mesmos não víamos?"
     Abandonava tudo que me foi empurrado garganta abaixo, substituia meu próprio preconceito por livros, e artigos, e música, e arte e pensamentos novos. Pensamentos nacionais. E oh meu Deus brasileiro, abri novamente meus olhos para esta Pátria do Cruzeiro do Sul. Não só os olhos, os ouvidos como todos os meus demais sentidos. Sinto-me tão orgulhosa e de coração aquecido quando citam meu Brasil brasileiro. Sinto-me pertencente a este lábaro estrelado de novo.
     Tanto meu amor incondicional por este país, que chego a temer a ficar cega e inebriada pela minha admiração e pare de notar que Florão da América mais garrida há suas flores doentes. Mas que usarei deste meu amor canarinho para regar dia após dia estes campos com mais flores e seus bosques com mais vida. De tão preciosos que nem seus próprios filhos a reconhecem, mas eu sim com braço forte. E fervorosamente.
Grito o brado retumbante com o povo heróico. Sinto os raios fúlgidos sobre minha pele morena. Rio com teu formoso céu límpido. Cresço pela própria natureza. Um sonho intenso com a imagem do cruzeiro. Ajudarei a mostrar tua grandeza. Entre outras mil ou milhões, sempre serás a minha mais gentil e amada. Deito-me em teu berço, ao som do mar e à luz do ceu profundo. Guardo em meu interior teus amores, tua paz e glória. Seguro forte contra meu peito a flâmula verde-louro. Não fugirei à luta. Idolatro-a. Salve! Salve!
    Meu Brasil mais que brasileiro."

brasil, writing

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